quinta-feira, agosto 07, 2008

o efeito limoncello.



a única coisa que eu sei sobre o pavlov é a história do cachorro que babava depois de escutar o sino. o cara fez o tal teste, tocava o sino, dava a carne suculenta para o cachorro. e repetiu isso uma caráiada de vezes. até que eventualmente, apenas tocou o sino, mas sem colocar a carne. resultado, o cachorro, ao escutar o barulho do sino começou a babar. o fêla da pulta estava condicionado a escutar o sino ver o bife. tenho certeza que caguei um pouco na minha explicação, mas é algo por aí. bom, agora vamos ao efeito limoncello. aqui em lisboa tem um restaurante chamado luca. já escrevi aqui sobre ele. puta restaurante bacana. não custa uma fortuna e tem o melhor atendimento do universo. e não sei se você já foi lá, mas o pessoal que atende as mesas-- bem ao final, entre o pedido da conta e a conta chegar-- oferece uma dose farta de limoncello. aquele licor de limão bom para cacete. e aí é aquele negócio, eu já fui ao tal restaurante uma porção de vezes. e todas elas, tomei o limoncello. ontem, voltei ao restaurante. já tinha tomado uma cerveja e uma taça de vinho. digamos que o meu fígado já estava devidamente servido. então resolvi que ontem, não tomaria o limoncello. pedi a conta já com o cartão na mão. a idéia era acelerar o processo para escapar a tentação. mas não funcionou. foi a garçonete perguntar: "a conta? o senhor aceitaria uma dose de limoncello? cortesia da casa." que as minhas papilas gustativas começaram a borbulhar. larguei o cartão sobre a mesa, levantei as sobrancelhas como quem diz: "claro, por favor, você leu a minha mente" e lá fiquei mais alguns minutos. me senti meio que o cão do pavlov. fico imaginando o próprio, espiando, lá da janelinha da cozinha com uma prancha na mão: "hmmm, que interessante, mais um que baba ao escutar a garçonete falar a palavra 'conta'.... hmmmmm... esse, particularmente, babou para cacete."

Nenhum comentário: