terça-feira, setembro 30, 2008

poemas que não fazem sentido e as vezes não rimam.


1--

maria estava apaixonada por josé.
mas maria não gostava dele por inteiro.
maria odiava a unha do dedão do pé.
enquanto ele não cortasse a fêla, não seria um amor verdadeiro.


2--

ana fazia o melhor ovo mexido do bairro.
colocava uma pitada de orégano, duas de sal.
mário tinha pressão alta.
como você já pode perceber pela palavra "sal",
mário passou mal.
o namoro parou por ali.
no momento em que ele foi levado para a uti-- do hospital.

a moda é cíclica. 2 -- ou, que caráio eu fiz no dia 20 de março de 2001.



dia desses em busca de um jeans para o trabalho, pesquei uma calça no fundo do armário. a mesma estava quase se desfazendo. bem véia. mas beleza. botão, botão, botão e pimba. vam'bora. coloco a mão no bolso e encontro um recibo de cartão de crédito muito amassado e seco. daqueles que foi para a máquina de lavar e sobreviveu. o fênix dos recibos de cartão de créditi. para efeito deste textinho, vou dizer que ao ver a data deste recibo de cartão de crédito, caí para trás. não caí. mas foi mais ou menos essa a sensação. bom, mas voltemos ao momento da revelação. desenrolei o papel cuidadosamente. fiquei curioso. o papel estava se transformando pó na minha mão. pensei: "caceta, qual foi a última vez que usei essa calça..." não me lembrava nem fudendo. mas o tal papel também era o único documento capaz de revelar a data exata da última vez que eu usei a tal calça jeans. 20 de março de 2001. mais de sete anos meu amigo. acho que quando fiz as malas para vir do brasil coloquei a tal calça na mala por carinho. não queria deixar uma companheira de guerra nas caixas do depósito mofando. sete anos e uma porrada de meses depois vesti ela novamente. e numa boa sem dramas. a calça não tem boca de sino. não está datada. tem até um certo stáile. a minha calça jeans véia é a maior prova de que a moda é sim, cíclica pá caráio. entendo picas de moda. mas a partir de agora, só compro coisas com material bem resistente.

a teoria da cerveja do seu país e os belgas.




quem nasce no rio obrigatoriamente, ao completar idade para beber uma cerveja, bebe skol. se você entrar numas de pedir uma kaiser no rio, periga levar um tiro de raspão. se pedir uma rodada para a mesa inteira, fique esperto para não acordar com a boca cheia de formigas. sério, não estou brincando. o mesmo acontece com quem nasce na argentina, por exemplo, mais especificiamente em buenos aires. o sujeito que torce para o boca juniors ou para o river plate (é incrível isso, metade do país torce para um time, a outra metade para o outro, ok, tem mais gente torcendo para o boca-- mas não existe um terceiro time)-- bom, quem torce para um desses dois times jura que a quilmes é a melhor cerveja do mundo. o juan, um argentino que trabalha aqui quase chorou quando encontramos por acidente um restaurante que vendia quilmes. a cerveja estava quente. mas o fera chorou. um adulto com lágrimas agarradas nos cantos dos olhos e o nariz produzinho catarro em hora extra por causa da quilmes. já vi um americano bater no peito e dizer que a budweiser era isso ou aquilo. o português também, ou acha que a sagres é a melhor cerveja jamais feita ou acha o mesmo da superbock. isso tudo para tentar explicar a tal teoria da cerveja do seu país. que mais ou menos quer dizer que toda pessoa acha que a cerveja do seu país é a melhor do mundo. mas, se você parar e experimentar cervejas de outros países vai chegar a conclusão que o único que tem razão é o belga. *



* textinho inspirado nas viagens de luiz "mike lowry" gabriel pela bélgica em busca da melhor cerveja de todos os tempos.

quinta-feira, setembro 25, 2008

viu?


ele olhou para ela do outro lado do bar e acenou.
ela acenou de volta.
ele mandou beijo no ar.
ela fez a mesma coisa.
ele mandou dois.
ela também.
ele desenhou um coração no ar.
ela desenhou outro. ainda maior.
ele pediu a conta.
ela também.
ele se despediu de longe.
ela também.
depois, a caminho de casa-- no carro-- ele comenta com ela, mas pelo celular:
- viu, como namoro a distância é uma bosta?
ela, prendendo o choro do outro lado da linha:
- isso significa que a gente vai ter que acabar o namoro só porque eu estou me mudando para outro estado?
ele:
- se a ligação cair é porque eu vou entrar no túnel.

a teoria do queijo em cubos com ervas


apesar do título do textinho dizer "teoria"-- isto está mais para uma observação. dia desses fui a um supermercado e comprei um saco com cubos de que queijo de cabra com ervas. negócio todo stáile. bom, mas se os cubos de queijo eram repletos de estilo, a salada que eu tinha em casa-- não era nenhum pouco stáile. antes de levar para a mesa de jantar, joguei os cubos de queijo com ervas em câmera lenta sobre as poucas folhas de alface e pimba, ficou um esqueminha gourmet. os cubos de queijo de cabra com ervas têm esse poder. transformar qualquer bosta de salada num esquema responsa. mas atenção, não pode ser qualquer cubo de queijo. a bagáça tem que ter ervas. o que é bem diferente. as folhas miniaturas de ervas respingadas sobre os cubos de queijo tem um efeito visual quase que inexplicável. faça o teste. sirva a mesma salada com e sem os cubinhos. anote num caderninho as reações. ok, anotar pode ser um pouco estranho. mas preste antenção. a teoria dos cubinhos. tenha sempre num canto da geladeira. deu bosta num prato, lance os cubinhos. você marca pontos preciosos quando parecia que tinha o jogo perdido.

5 como?


como é que uma pessoa avisa para a outra que ela não tem lá assim tanta intimidade-- tem uma pequena meleca agarrada entre a ponta e a lateral do nariz?

como é que uma pessoa avisa para alguém numa reunião que ela, aquela pessoa está com uma babinha seca no canto da boca? aquela babinha branca que estaciona no canto da boca e fica fazendo mini espuminha enquanto a pessoa fala.

como é que você diz para uma tiazinha no ônibus-- que você não conhece-- que a calcinha dela está aparecendo?

como é que você diz para o garçom que a comida não está saborosa? não com uma mosca ou congelada-- mas sem sabor, o que é diferente.

como é que você comenta com uma mulher quando esta pergunta o que você achou do cabelo novo dela, quando você sabe que cabelo demora para cacete--para crescer?

as peita fora do lugar.


acho que já escrevi sobre este programa aqui, o dr. 90210. é sobre um cirurgião plástico e suas pacientes. existem outros médicos coadjuvantes. e todos eles tratam de pacientes meio inseguros com a aparência física. na grande maioria das vezes são mulheres com peitos normais que querem ficar com peito gigantescos. mas tem de tudo um pouco. o programa é um daqueles guilty pleasures. complicado tirar os olhos. os caras mostram tudo. não apenas os peitos das mulheres. não, os caras mostram o bisturi entrando, cortando, os pontos, a tesoura cortando as camadas de gordura e tal. e, assim como todo programa e filme, a idéia é que no final existe uma espécie de final feliz. a mulher fica mais feliz com os peitos que vão entrar no livro dos recordes. ou os homens ficam mais felizes com os peitos das próprias mulheres que vão entrar no livro dos recordes. bom, você entendeu, tem o final feliz. mas, ontem, ontem vi um em que deu para notar um certo desconforto na sala do médico na hora que ele removeu as ataduras e mostra os peitos da mulher depois de algumas semanas da cirurgia. os peitos da muié ficaram bizarros. e todo mundo sabia disso, tanto que o carinha responsável pela trilha sonora do show jogou uma música dramática. puta negócio quase engraçado. acho que os produtores queriam dar uma chacoalhada na fórmula. ver que caráio acontecia com um final destes. bom, a mulher está na merda. o marido, no programa, olhou com uma cara de poucos amigos. e o médico, se depender do marido da muié, está fodido-- vai ser pego numa esquina. e eu, esperando o próximo capítulo para saber como é que o fera vai colocar aquelas peita no lugar. 

quarta-feira, setembro 24, 2008

assunto. 4. ou, o dia que os carinhas da obra acordaram a fera.


confesso que hoje não foi lá assim muito fácil arranjar assunto para escrever aqui. não que qualquer um dos tópicos que escrevo aqui sejam assim muito complicados. densos. dignos de teses acadêmicas. mas hoje, ao me deparar com a tela branca do word, me lembrei que não tinha lembrado de anotar nada em qualquer lugar nos últimos dias. o que, como você pode ver por este textinho, faz com que eu não tenha lá muito assunto para escrever. e foi quando eu achava que teria que ficar neste vai e vem de "não tenho assunto" "tenho-- mas o assunto que eu tenho é exatamente-- a falta de assunto." que escutei lá fora os caras de uma obra aqui na frente da agência assobiando. assobiando não. os caras estava vibrando. alguns batiam palmas, outros largaram tudo que estavam fazendo e correram para a rua. mas que raios aconteceu?, você pergunta. bom, como você sabe, o pessoal da obra, tem uma tendência maior do que a normal de achar toda e qualquer mulher que passa, gostosa. e, como você também sabe, o pessoal da obra faz questão de deixar isso bem claro. é como se eles fossem o juri do nado artístico sincronizado da natação olímpica e querem porque querem mostrar a nota para a mulher que passa. mas hoje, aqui na frente, uma mulher parou e enfrentou os caras. mandou os caras à merda (essa parte é pura ficção, eu não escutei o que a mulher disse, mas alguma coisa ela disse, o que importa é que ela de alguma maneira reagiu aos comentários dos caras.) foi a primeira vez que eu vi isso aqui na rua. acho que a tal obra está em andamento desde que eu cheguei por essas bandas. mas essa foi a primeira vez que eu vi alguma mulher chamar para a chincha. achei engraçado. os caras ficaram meio sem saber como reagir. depois da gritaria inicial, foram se entreolhando como quem diz: "é, bora trabalhar?" engraçado e curioso. foi um programa di discovery channel desses que estudam a natureza humana.

episódio de hoje: o macho, a obra de um prédio e a fêmea que passa.

"é neste ambiente que o macho sente a necessidade de demonstrar sua vontade para com a presa feminina. com berros e gestos da altura de estruturas em contrução, o macho pertuba a presa que abaixa a cabeça e corre para escapar." mas hoje a muié pegou os caras no contrapé.

a subaca do taxista. ou como é que um sujeito faz isso num dia de chuva torrencial.


dia desses peguei um taxi para um jantar-- com um taxista que tinha uma subáca fervendo. com um cheiro de cegar criancinhas. um odor impressionantemente forte. mas tinha um problema. estava chovendo para cacete. ou seja, eu não podia abrir a janela para deixar entrar o ar fresco de fora-- sob o risco de me molhar por completo e parecer um pouquinho doido. o mesmo com o vento, o ar condicionado. estava frio lá fora e dentro. pedir para ligar o ar não seria a coisa mais normal do mundo naquelas condições. também o tinha o risco sério de circular aquela bomba tóxica cujo foco se localizava no banco da frente. então lá fiquei, cercado dos vestígios do futum atômico. cheguei no restaurante e, enjoado, comi apenas uma sopa. filho da pulta.

obs.: taí um negócio engraçado, ou curioso. quem está com a subáca na merda não consegue sentir o próprio cheiro. não sei se é o fato da pessoa estar o dia inteiro cercado daquela fumaça de bosta que as narinas se acostumam. e aí, quando um fera entra no taxi, o cara está cagando baldes para o cheiro, o aroma que você registra.
afinal, para ele, é a coisa mais normal do mundo.

o smart e a teoria do "só porque eu posso..."



não sei se você já viu um smart estacionado aí no brasil. acho que é um pouco mais raro do que aqui. se você está lendo isso aqui de portugal, com certeza já.o smart é realmente inteligente. trocadilhos a parte, taí um carrinho em que queimaram mais neurônios que a média para fazer. mas vamoss falar da teoria do "só porque eu posso..."-- que é o tema deste parágrafo miniatura. ela é sobre uma coisa que eu notei, ou pelo menos tenho notado mais recentemente é que-- quem tem um smart estaciona sempre na vertical. vertical, quero dizer, no sentindo contrário dos carros se os carros estão na horizontal, estacionam na vertical. ao invés do fera fazer uma baliza, estacionar no mega espaço que ele tem, o dono do smart simplesmente estaciona o carro como se a vaga fosse contra a calçada. conseguiu vizualisar? (tem uma foto aí em cima que não deixa isso tão claro, já que o espaço que o fêla que parou esse era realmente pequeno. mas imagine uma vaga três vezes o tamanho dessa, mas o fêla só para te deixar com raivinha, inveja, pára assim-- como na foto.) bom, ou seja, o fera ao invés de aproveitar o espaço mega plus que ele tem para estacionar o carro normalmente, ele estaciona de uma maneira como quem diz: "ué, eu posso, o smart é, qual é a palavra mesmo? inteligente, isso." a primeira reação é pensar: "mas que babaca, quer esfregar na cara que pode..." mas depois você chega a conclusão que faria a mesma coisa. só de putaria. ou não.

a coluna do destak da semana

quinta-feira, setembro 18, 2008

a coluna do destak da semana.



oprah 2. ou, sério, segura a onda, oprah. na boa.





não tenho nada contra a oprah. ok, um pouquinho, assim, de leve, eu tenho. não sei se você já assistiu. com certeza já deve ter visto pelo menos um pedaço. a moça tem um programa nas tardes de todas as tvs do mundo desde 1980 e tal. o que me deixa levemente puto com a oprah é o efeito dramático em tudo. o efeito "quer apostar que você vai chorar se não mudar o canal?" tudo que passa na oprah, sempre é para chorar. metade de emoção. metade de tristeza. o foda é que ela sabe a tal fórmula. sabe o enquadramento certo que a câmera deve fazer quando filmar. sabe a trilha. tudo, tudo é pensado para deixar a dona de casa desidratada de tanto cuspir lágrimas pelos olhos. e não importa muito se é uma reportagem sobre as viúvas do 9 de setembro no eua. não, se ela estiver fazendo uma reportagem sobre uma bola de sorvete de pistache que derreteu pois foi esquecida sobre a mesa de jantar--- você vai chorar. e se você não se emocionar com o pistache em forma de líquido agarrado na borda da mesa de jantar gritando pela sua vida, ela, a oprah-- olha para a platéia e mostra uma telespectadora com o nariz inchado e vermelho com um lenço de papel em uma das mãos. mas como disse, não é apenas tristeza. a oprah tem um esquema em que ela gosta de fazer os dois tipos de choro. porque, quando você acha que foi tudo para o caralho... pimba, a oprah dá um carro para cada pessoa na platéia e uma casa para quem atender o telefone em casa e 1 bilhão de dólares para quem estiver no palco. bom, resolvi escrever aqui só porque ela quase me pegou esses dias. pourra, eu que me considero um cara com um deficit de choro-- quase desabei com a história de um casal. não fódi. puta esqueminha perigoso.

"creme de cenoura no copinho? oi?"




sempre que em algum restaurante-- oferecerem um mini copinho com um creme ou de "cenoura com castanhas" ou "abóbora com pistaches" ou "abacate com pimentos", bom, sempre que rolar um esquema desses entre o couvert e a refeição, o preço vai ser um pouquinho mais caro do que você imaginava.


toda e qualquer sobremesa com alguma das sílabas puxadas para o francês, engorda mais do que as outras ou faz com que você dê lambidas frenéticas na colher-- sem se importar com a reação pessoas que estão na mesa ao lado. exemplo: creme brulé, petit gateau.



toda e qualquer cesta de pães fode o seu apetite para o prato principal.



se alguém da mesa estiver de dieta, o pedido obrigatoriamente demora um pouco mais para ser feito.



marca de batom não sai na máquina de lavar. foi o que o garçom me disse quando eu recebi uma bebida com uma marca de batom agarrada na borda. não teve dramas. não teve desculpas. apenas, "marca de batom não sai na máquina de lavar."



se o prato do dia fosse do caralho, estaria no cardápio por mais do que um dia.



acho estranho cheirar o vinho se eu não entendo picas sobre o mesmo.então não cheiro. e geralmente por economizar uns 42 segundos da vida do garçom, ganho mais uns dois dedinhos de vinho quando sou servido. ou não.

a barrinha de 290 calorias






como barrinhas de cereais sempre. mais por preguiça do que por sabor. preguiça de ir atrás de qualquer outra coisa que também engane a fome por 17 minutos. mas, de um tempinho para cá, encontrei uma barrinha que é gostosa para cacete. nunca tinah comida nada igual. puta negócio saboroso. comecei a comer uma, duas, três por dia. logo, estava substituindo o almoço pela tal barrinha. e não estava entendendo que mágica tinha por trás desta descoberta. qual era a receita desta barrinha. essa é uma daquelas barrinhas que deixa toda a informação nutricional na caixa e enche o verso do saquinho da barrinha com asteriscos. bom, dia desses, curioso para entender que caráio tinha ali dentro, fui atrás da caixa no lixo. 290 calorias por barrinha. cheio de banha e leite gordo. raspas de uma monte de coisas. meu amigo, puta barrinha enganadora do caraio. tinha a cara de ser uma daquelas barrinhas diet light zambers. mas na verdade é uma dessas que o lance armstrong come na subida da montanha mais íngreme na volta da frança. é a barrinha que o cara come na metade do iron man, entre os 100 kms correndo e os 3.000 kms de bicicleta. e como eu não estava na 19º etapa da volta da frança e muito menos na reta final da maratona, me fodi. bunitu.

terça-feira, setembro 16, 2008

os carinhas que choram. uma idéia.



se você assiste comédias americanas, principalmente aquelas dos anos 90, lembra que elas sempre tinham aquelas risadas pré gravadas. elas entravam no ponto certinho para pegar você de carona. você escutava a risada gravada e meio que sabia que ali era o momento para você somar a sua. um esqueminha que condicionava você direitinho. mas-- uma coisa que eu nunca vi, e que poderia ser interessante, é o choro pré gravado. choro de emoção. exemplo: aquela cena do filme ghost em que a moedinha sobe pela porta até chegar nas mãos da demi moore. e toca a música tema, e todo mundo no cinema chora, sabe? então, e se rolasse um esquema com um choro pré gravado? que entrasse sutilmente ali, por debaixo da cena. assim como rola com as risadas. mas com o choro. até porque, diferente das risadas, o choro não é lá assim um negócio tão fácil de escapar das pessoas. muito pelo contrário. todo mundo segura a onda. imagine isso nas novelas mexicanas. nos seriados de drama tipo "brothers and sisters". o choro pré gravado é uma idéia até melhor do que a risada. muito melhor. porque é muito mais difícil chorar. pode notar, qualquer filme desses de partir o coração, as mulheres sempre choram, saem do cinema com catarro agarrado nas beiradas do nariz-- e os homens saem prendendo o choro e controlando a respiração. apenas uma idéia.

nunca entendi musicais. ou caráiao como é que alguém curte musicais no cimema e o tal do abba?



os musicais do teatro sim, até curto. os do cinema, não. já até curti um moulin rouge e um chicago. mas não assisto uma segunda vez, nem fudendo. nem que me paguem uma grana bacanuda. puta negócio sem sentido. eu sei que você, se for da metade do mundo que gosta deve estar achando que eu sou um mané, um cara com um gosto bem mais ou menos. beleza. mas acho complicado no meio de uma cena um sujeito ao invés de falar um diálogo romântico para uma mulher, o cara, de repente entre numa de cantar uma ópera. e isso, completamente fora de contexto. num palco com uma orquestra, beleza. num filme, quisito. esses dias rolou uma pressão lá em casa para assistir mamma mia! o engraçado de mamma mia! é o que o filme é tão empolgado e tão musical, que o próprio título do filme tem um acento de exclamação. quase fui. mas não fui. o problema do mamma mia! é que ele combina no mesmo filme duas coisas básicas que ou você ama ou você odeia. é o tal do 0 ou 80. e o que são essas duas coisas? filme musical e abba. meu amigo, ou você ama ou odeia com todas as forças do além intergalácticas. a tal da música dancing queen-- num casamento lá pelas 4 da manhã completamente trebâdo com a gravata amarrada na cabeça... ok. você sabe a letra, o sogro do noivo sabe a letra, todo mundo sabe a letra. mas, fora dancing queen e somente neste momento de um casamento bem servido com bebidas da melhor qualidade-- aí, abba é o negócio perfeito para dividir as pessoas. os amam abba e os não amam abba. e, coincidentemente, o filme mamma mia! é um musical com músicas do abba. pourra! é uma combinação explosiva desses dois negócios. nunca entendi musicais.

897 pessoas.

o estados unidos tem mais de 300 milhões de pessoas. acho que pela googlada que eu dei aqui, são 308 milhões para ser mais exato. mas porque estou falando disso. bom, esse ano tem eleição nos estados unidos. e, apesar de ser brasileiro e morar em portugal, tenho certeza que o presidente que é eleito lá tem uma influência direta em algumas coisas do meu dia a dia. e, por isso mesmo, sempre que posso, dou uma fuçada nos sites de política americanos para ver as pesquisas e tal. e aí, hoje, ao ler uma das pesquisas fiquei muito cafuzo. os dois candidatos estão empatados. mas não é só isso que me deixou cafuzo, pois o tal do obama no resto do mundo ganharia com 80% de vantagem. mas lá, nos eua, por algum motivo inexplicável está empatado. mas o que me deixou cafuzo mesmo foram as letras miúdas da pesquisa. os caras entrevistaram 897 pessoas. e a pourra da pesquisa tem uma margem de erro de + 3 e - 3 %. caráio, como é que num país de 308 milhões de pessoas, os caras conseguem chegar a alguma conclusão entrevistando 897 pessoas? doidjo. e curioso. pourra a opinião desses caras conta para cacete.

sexta-feira, setembro 12, 2008

o mixtape e o tempo em portugal agora. ou, está quente e frio ao mesmo tempo. ou, boa hora para visitar portugal.




a temperatura de portugal agora está du caralho. tá um negócio espetacular. metade metade. tem para todo mundo. sensacional. está quente pela manhã, frio de noite. havainas a caminho do trabalho, tênis na volta. praia de manhã. vinho de noite. eu pensei numa comparação para tentar explicar como está a babgáça. e a comparação que eu encontrei-- não é perfeita. mas funciona. porque o negócio que eu vou usar para comparar é chato. mas a idéia é a mesma. a sensação é que a temperatura de portugal está agora da mesma maneira quando você esbarra no botão do rádio e sintoniza, por acidente, entre duas estações. fica aquele chiado. metade o som de uma estação, metade o som de outra. metade elton john, metade ac/dc. a temperatura de portugal está assim. metade chopp, metade vinho tinto. melhor, quando eu estava chegando no final do textinho, achei uma comparação melhor. imagine aquela fita cassete que você gravava para a sua namorada quando era mais adolescente. aí você escolhia as melhores músicas. não importava se era música punk, ou jazz. se fosse bacana, você colocava na fita e depois dava para ela de presente. o tempo de portugal hoje está um "mixtape" perfeito. é como se são pedro tivesse colocado as melhores temperaturas no mesmo dia-- e é mais ou menos assim que está. ok, estou exagerando um tiquinho. mas é algo por aí.

o telemóvel que não era meu.



aconteceu um negócio engraçado comigo. bom, o problema de começar uma frase assim: "aconteceu um negócio engraçado comigo..." é que eu crio uma expectativa grande para o que segue.

mas vamos lá....

eu troquei de telemóvel, telefone celular se você é brasileiro. bom, troquei para um plano X em que o meu número em alguma época da história de portugal, coincidentemente já pertenceu a alguém. acho que, pelas contas que eu fiz com a moça da portugal telecom, o meu número estava inativo há mais de um ano. digo, a pessoa que usava este número antes, recebeu a última chamada nele há mais de um ano. um pouco mais, quase 13 meses. mas, curiosamente, eu comecei a receber ligações para esta pessoa. recebi mensagens de texto convidando para almoçar. recebi ligações no meio de uma reunião de uma senhora insistindo que eu deveria estar em algum lugar para um outro compromisso. bom, já fui educado uma duas vezes, e um tiquinho grosso numa outra oportunidade. mas o que eu acho engraçado é que, essas pessoas estão me ligando e mandando mensagens de texto como se este número sempre estivesse ativo. o que me fez chegar a conclusão que a pessoa que era dona deste número há exatos 13 meses atrás anunciou para todas as pessoas que conhecia-- que iria deixar portugal-- escalar o everest e por lá ficar durante esse tempo, pensando na vida--reavaliando tudo. e, antes de sair para esta viagem espiritual, já anunciou que voltaria por esses dias. o que, como você já sabe, coincidiu com estas ligações que eu tenho recebido. curioso ou engraçado. ou os dois.

a diferença entre o "asap" e "quebra essa para mim, bróder, fico te devendo uma."




o "asap", para quem não sabe é a abreviação para "as soon as possible". e, como você pode ver pela frase, as soon as possible, é relativamente grande para ficar escrevendo assim toda hora. é complicado. por isso mesmo, o "asap". quando alguém precisa de alguma coisa naquele momento mesmo, mas quer deixar isso mais claro, e de uma jeito quase formal-- o asap-- entra na história, no email, em conversas pelo telefone dentro de empresas. mas tem uma coisa do "asap" que eu não curto. não acho legal. quando uma pessoa te pede alguma coisa "asap" é como se em toda e qualquer outra ocasião você não fizesse as coisas desta maneira. como se, quando não te pedirem alguma coisa "asap", você empurra as coisas com a barriga, coça o saco, não trabalha picas. bom, e, tem uma versão do "asap" super coloquial, bem brasileira, que eu acho engraçada. é quando, ao final de uma reunião, uma pessoal chega para você e diz: "quebra essa para mim bróder, fico te devendo uma." esta pessoa pode estar precisando de um trabalho seu, um documento, um número que só você tem. mas aí, ao invés de mandar um "me envia o documento X asap!", o brasileiro tem essa maneira engraçada de falar, mas que carrega a mesma transmissão de responsabilidade: "envia aquele email com as informações para o cliente, quebra essa para mim bróder, fico te devendo uma!" e você sai daquela reunião com a mesma intenção: "resolver o problema daquela pessoa." duas maneiras de falar a mesma coisa. uma mais corporativa do que a outra. muma mais informal do que a outra. mas ambas querem dizer a mesmíssima coisa: "pourra, pelo amor de deus, faz este negócio para mim o mais cedo possível cacete! o meu emprego e o seu dependem disso!!" algo por aí.

terça-feira, setembro 09, 2008

idéias para reuniões ficarem com menos cara de reuniões. 2


as reuniões devem começar obrigatoriamente 12:46. mas sem sevir café ou qualquer comida. é proibido. ah, só pode participar da reunião quem conseguir provar através de um exame de glicose ou um detector de mentiras que não tomou o café da manhã. a idéia é simples. a fome vai rasgar o estômago de qualquer participante e assim a reunião será mais curta. apenas o essencial.


outra idéia. um timer gigante será colocado sobre a mesa. como aquele esquema do pessoal do xadrez. cada pessoa vai ter um número de segundos definido para falar. ok, é mais parecido com o esquema dos debates políticos. 45 segundos para fazer uma pergunta, 45 para responder. a idéia é claro, servirá para eliminar enrolações.


outra idéia, se alguma pessoa repetir o que alguma pessoa acabou de falar, será convidada a sair da sala. 


fica proibido a partir de hoje apresentações de powerpoint com mais de 25 slides. 30 slides só se aquele que estiver fazendo a apresentação for o presidente da empresa. afinal, o cara é presidente, pode falar mais um pouco.


e finalmente, se a reunião for  depois de uma outra reunião, uma bomba com um contador em contagem regressiva acelerada -- deverá ser colocada ao alcance de todos. ou melhor, num lugar bem visível. assim todos respeitarão o horário e se sentirão na obrigação de respeitar o resto do dia que ainda resta para os seus colegas de trabalho.


idéias. que podem fazer uma diferença nas reuniões. ou não.

os pratos que são férias

no restaurante mar adentro, a bondi beach da foto acima, é o nome de um prato. propaganda subliminar. ou algo por aí.


é curioso um restaurante que tem perto lá do trabalho. o nome dele é "mar adentro". como aquele filme que ganhou 78 indicações ao oscar. bom, o nome dos pratos dos caras é sempre a melhor praia ou resort do mundo. ou seja, mesmo quando a comida está normal-- você está comendo uma "bondi beach" ou uma "sardenha" ou um "ilhas maurício." psicologicamente funciona. você pode estar comendo uma cama de alface com lascas de melão e queijo e sentir que está comendo a melhor coisa do mundo. os pratos lá são excelentes, não me entenda errado. deve ser o lugar que eu mais frequento para almoçar. mas o esquema dos nomes funciona. ajuda. dá um empurrãozinho. sobe a nota. ainda mais quando você só come lá quando está no trabalho. sair do meio do caos do trabalho par ir comer lá -- são férias de 1 hora e15 para o seu estômago. hoje, por exemplo comi um "cote d'azur" no almoço. voltei para o trabalho descansado. se você tiver paciência e procurar aí no blog encontra uma idéia similar que eu tive: pratos com os nomes das atrizes mais gostosas do mundo. ao invés de uma pizza calabreza-- neste lugar imaginário você pediria uma angelina jolie sem cebola. comeria a angelina jolie sem cebola. mas como este lugar ainda não existe, recomendo os pratos que são férias. o mar adentro fica na rua do alecrim. mais ou menos perto da esquina da rua do ataíde. mas na direção do caís do sodré. 

algumas coisas que irritam.


o sujeito que carrega para cima e para baixo uma daquelas canetas com botão atrás. aí, o fêla fica apertando o botãozinho repetidamente durante uma reunião, por exemplo. ele fica ali com o dedão apertando. e com o resto da mão abraçada na caneta. mas o que me deixa puto não é o fato do cara apertar o botão e fazer aquele barulho escroto. o que me deixa com a saca cheia, é o cara fazer esse carnaval inteiro e não escrever com a porra da caneta. quer ficar de putaria? beleza. quer ficar com o dedão vermelho de tanto apertar a porra do botão da caneta? ok. mas na boa, alguma hora você vai ter que socar essa caneta sobre o papel e escreve alguma coisa. nem que seja putaria ou um desenho de uma carinha alegre. não fódi. quer apertar o botãozinho? vai ter que escrever alguma coisa.


cara que atravessa fora da faixa de pedestres em câmera lenta (quando tem uma faixa de pedestres dois metros para o lado) -- só porque ele sabe que você realmente não é doidão para atropelar ele.


gente que segura o elevador durante 46 segundos-- para alguém que não está a caminho de uma  ambulância-- carregando um cooler com um orgão prestes a entrar numa operação de transplante.


taxista que mesmo quando se perde fica putinho com você pois você supostamente murmurou o endereço errado. e isso tudo quando é você que está pagando para ele estar perdido.

não sei se você já conhece-- mas o gillette fusion é um negócio bem doidjo.



bom, não sei se você faz a barba (existe 50% de chance de não, é claro). ou mesmo se utiliza produtos da gillette. ok, para efeito deste textinho, vamos fingir que sim, você é um expert dos produtos da gillette. dia desses, ao comprar dois produtos zambers, ganhei de brinde uma gillette fusion. para quem não sabe, gillette fusion é a evolução da lâmina de barbear. não existe nada mais punk no mundo. são cinco lâminas enfileiradas-- com mais uma, uma sexta lâmina atrás para ajudar você acertar as bordas do nariz e a costeleta. detalhe, esta sexta lâmina existe pois como são cinco na frente, você não consegue cortar em lugares pequenos, é muita lâmina para um fio de cabelo perto do canto da boca por exemplo. é um negócio impressionante. dá até um medinho de segurar na bagaça. eu me lembro quando  eu era moleque e tinha aquela história da lâmina que passava primeiro e aí logo depois vinha a outra e tirava o resto dos pêlos. meu amigo, duas lâminas é uma bosta hoje. o rosto das pessoas não mudou. a barba não evoluiu. mas o barbeador que senta todos os dias me esperando sobre a minha pia pela manhã-- evoluiu de maneira quase impossível de quantificar. pode-se dizer que a idade de uma pessoa pode ser medida pelo número de lâminas da primeira gillette que ela usou. a primeira gillette que eu usei tinha duas lâminas. a do meu pai, uma. quanto menos lâminas a pessoa tem na memória, mais velho a pessoa é. algo por aí. o grande problema da gillette é que os caras não são bestas. eles dão uma de graça. aí, o seu rosto fica com pele de bunda de bebê-- impressionantemente sem barba. aí meu amigo para você comprar outra lâmina dessas, custa uma fortuna. tanto que este é provavelmente um dos únicos produtos que você só encontra atrás do caixa-- e muitas vezes trancado. gillette fusion pode viciar. e aí que está o problema. usei uma vez. hoje pela manhã. vou tentar segurar a onda e voltar para o meu barbeador de três lâminas. vou tentar.

quinta-feira, setembro 04, 2008

comprar um carro e o cricket.




comprar um carro não é fácil. eu não entendo de nada. se o cara me disser que o carro é excelente pois tem cento e sete cavalos com um motor de 32 cilindros que se adapta e pode variar para 8 cilindros na chuva-- eu acredito. não entendo. nunca tentei entender. carrro para mim é como o esporte cricket. você pode me oferecer 6 zigalhões de euros que eu não consigo entender o cricket. nem fudendo. não dá. e vendedor é esperto. saca isso. por isso mesmo, eu nem arrisco. já começo o processo de compra com frases como: "olha, meu nome é erick, muito prazer, desde já aviso que eu não entendo nada de carro. nada. estou aqui com a cara, a coragem e a carteira. putz, não bate em cachorro morto. me dá uma mão aí." ou "olha, eu sou o pior negociador da história do universo mundial. esse preço que você disse, é mesmo o melhor? cara, não conheço 20 pessoas para indicar você. mas conheço pelos menos 1. e numa boa, joga já o preço mais baixo que você pode-- e vamos economizar umas duas semanas de vai e vem? o que você acha?" digo isso, pois fui comprar um carro esses dias. e quando o fera mandou: "X cavalos de potência MAS com x cilindros que representam um torque de x..." eu olhei para ele, dei aquele sorriso de boca fechada com o lábio inferior batendo contra o superior-- respirei fundo e disse: "ô fera, cara, eu vou ter que confiar em você, se você falasse qualquer número de cavalos e cilindros eu teria a mesma expressão." e acho que ele ficou com pena e traduziu: "é bom. um carro bom." nem mais, nem menos. nada de superlativos. apenas: "é bom." e para mim, foi o suficiente.

desodorante que não deixa marca é engraçado.



a moda agora é o desodorante que não deixa manchas.  não marca. é praticamente invisível. o que eu acho no mínimo engraçado. afinal, quando não tem aquela melequinha cor sorvete de baunilha derretido agarrada no canto das axilas, não dá para ter assim 100 por cento de certeza que o desodorante está lá. não dá para ter noção se tem o suficiente. acho a idéia do desodorante que não mancha e não deixa marcas muito boa. excelente. no caso do desodorante, é com certeza uma das melhores mudanças e evoluções dos últimos tempos. mas aí, eu me encontrei num esquema engraçado. pelo menos parecia na hora que surgiu a idéia de escrever este post. o desodorante (que aqui em portugal se chama desodorizante) que eu comprei não tinha cheiro também. sem cheiro, sem melequinha cor de baunilha-- pourra como é que eu vou ter certeza que estou protegido. bom, vou ter que confiar na embalagem e nas 48 horas de proteção seca, sem odor, sem meleca.

terça-feira, setembro 02, 2008

pessoas que você não sabe se moram no seu prédio ou não. 2



quando eu morava em são paulo tinha um esquema engraçado. ou curioso. talvez os dois. muitas vezes eu chegava no prédio e o porteiro, de longe abria o portão com um botão. aí, muitas vezes, sempre tinha uma pessoa que estava perto e que fazia um eforço relativamente grande para pedir para eu deixar a porta aberta. e aí tinha aquela coisa: "porra, esse cara mora aqui no prédio?" ou "e se esse cara for o namorado doido de uma menina do oitavo andar e a menina está evitando ele?" e com isso em mente, era aquele um segundo para tomar a decisão. e, muitas vezes, eu acabava por fechar a porta na cara das pessoas. o que, como você deve suspeitar, muitas vezes era uma cagada. pois instantes depois o porteiro abria a porta e a pessoa subia comigo no elevador com a palma da mão enrolada em formato de punho. bom, fast forward para alguns anos depois em portugal. o prédio que eu moro tem alguns apartamentos. um número bem menor que o de são paulo, mas até hoje eu não conheço metade das pessoas que lá moram. e, entre o elevador e a rua não tem um porteiro. mas tem uma porta. ou seja, muitas vezes, se você está brincando de guindaste com os dedos carregando sacos de supermercado-- é complicado abrir a porta. pourra, e já rolou umas duas vezes isso. uma tiazinha e um cara chegarem junto como se pedissem para eu deixar a porta aberta. para o fera eu até segurei. porque o cara definitivamente estava prestes a cair no chão com as compras do semestre. a tiazinha não. soquei a porta com firmeza. pelo simples motivo-- que um dia-- ela não segurou para mim. uma semana antes a tiazinha não sabia se eu morava lá e não segurou. é a vida. pessoas que você não sabe se moram no seu prédio ou não.

outro show que é sobre o nada.



qualquer parágrafo que você pegar para ler sobre o "seinfeld"-- descreve o show como "o show sobre o nada". sempre. o sitcom sobre o nada. nada. apesar de ser sobre uma caráiada de coisas, é o show sobre o nada. "entourage", outro programa, show, desses-- também é sobre o nada. um grupo de amigos fazendo.... nada. acho que é até mais sobre o nada do que o seinfeld. mas é igualmente impossível de não assistir.

o dia que é diferente todos os dias, o benfica e o bill murray.




um dos melhores filmes de todos os tempos para mim é aquele "groundhog day" com o bill murray. no brasil se chamava "o dia da marmota". genial. fucking fuckers. e ainda tinha a andie macdowell-- que era sensacional e ainda bate um bolão. bom, mas, dia desses dentro de um taxi, notei que se o dia do bill murray era o mesmo-- todos os dias-- o do taxista nunca é. um é exatamente o oposto do outro. o bill murray do groundhog day é a antitítese do taxista. o dia do taxista é ditado pelo gesto das pessoas com o dedo indicador nas esquinas. o cara pode estar dirigindo o seu taxi a caminho de um lugar, quando uma senhora levanta o dedo indicador e pimba, ele muda o caminho. e essa cena se reepete todas horas. todos os dias. que assim, nunca, nunca, são iguais. o taxista nunca tem um dia igual ao anterior. bom, enquanto matutava isto no taxi, estava passando benfica e porto no rádio. comentamos do jogo. um, dois minutos. e aí, meio que do nada eu mandei: "o dia da marmota, o filme com o bill murray... o senhor já viu?" e ele: "hmmm, não." e voltamos a falar do benfica e do seu arqui rival porto. minutos depois, deve ter entrado outra pessoa com um papo completamente diferente.

o patek phillipe e a eastpak. o primeiro custa 2.000 vezes mais caro do que o segundo. mas a estratégia é a mesma.




patek phillipe é aquela marca de relógios que custam uma fortuna. o preço de um carro popular. as vezes mais. eastpak é a marca que faz aquelas mochilas que são todas meio parecidas e que não custam uma fortuna. mas as duas marcas fazem o mesmo marketing. idêntico: "essa porra vai durar para sempre." a patek phillipe tem sempre a foto de um pai abraçado com um filho, ou olhando para o filho, ou pegando sol com o filho, ou fazendo qualquer pourra com o filho-- e essa cena é sempre acompanhada pela frase: "você não compra um relógio caro desses meu amigo, você simplesmente toma conta dele para a próxima geração." a eastpak é mais direta. mas a idéia é a mesma. as fotos das campanhas da eastpak são sempre uma caveira com a mochila inteira nas costas ou um morto-vivo que trabalhou no video clipe 'thriller' do michael jackson-- com uma mochila nas costas. ou seja, essa porra dura para sempre. a mesma mensagem. e funciona. é, eu não tenho um patek phillipe. mas tenho uma eastpak. só saber que eu nunca mais vou precisar comprar outra mochila já é um alívio. quem sabe assim eu não enconomizo e em 70 anos junto o suficiente para comprar o patek phillipe e tomo conta dele para a próxima geração.