terça-feira, abril 29, 2008

a praia e o nariz vermelho e aquele esqueminha da sadia.

me lembro quando eu era moleque no brasil tinha uma propaganda do perú da sadia. falava de um esqueminha. de um pitoquinho que pulava indicando que estava pronto. para não queimar. para ficar no ponto certo. pulou o pitoquinho, estava supimpa. simples assim. e foi ao ir a praia nesse fim de semana que me lembrei disso novamente. tive uns flashbacks do comercial. eu, que pego sol com a mesma frequência que um eskimó anti-social, estava branco. não branco branco. branco veias quase aparecendo. ok, exagerei. mas não pegava sol desde, desde, desde um tempão. meia hora esparramado na areia e o meu nariz começou com um tom avermelhado. me olhei de relance no óculos escuros e pensei: "caráio, virei alemão." ou melhor, "caráio, virei o perú da sadia." e o segundo pensamento, que veio meio que emendado no primeiro: "caráio, fodeu, torrei." o meu nariz funciona como o pitoquinho da sadia. ainda preciso me familiarizar com esquema. mas foi interessante descobrir a bagaça. ajuda. mais do que atrapalha. todo gringo possui esse esquema. eu, acho que desenvolvi, de tanto ficar escondido do sol. e acho, só acho, que depois que você desenvolve essa bagaça não tem mais jeito.

mudança e as costas.

mudança é um daqueles negócios que não tem preço. ou melhor, tem preço. mas você está disposto a pagar um valor premium. e quando eu digo "você", suponho que você, como eu, não tem lá grandes habilidades e força para atravessar um sofá pela porta estreita de um quarto. o mesmo com o armário e suas gavetas. caixas médias e grandes. algumas com o fundo relativamente molenga. mas voltemos ao valor premium que se paga por elas. dia desses liguei para um serviço de mudanças pois queria tirar um mega sofá lá de casa. o sofá não cabe no carro de amigos. não passa pela porta. enfim, o sofá é complicado. só de tentar imaginar tirar, lutar contra ele, fico com uma dor nas costas do caráio. daquelas que nem um batalhão de agulhas de acupuntura consegue sarar. portanto, com este sofá e as minhas costas em mente, liguei para uma empresa de mudanças. o fera, ao notar a minha voz quase ausente e trêmula do outro lado da linha, jogou um preço lá em cima. os primeiros milésimos de segundo me fizeram ter a certeza que era caro-- e quase mandei ele para um lugar não muito bacana, mas logo concordei em pagar. e ele, ao notar que eu sequer pechinchei-- emendou: "esse preço é por hora! belê?" e foi aí que eu cheguei a conclusão. mudança é um daqueles negócios que não tem preço. o cara sente o drama na sua voz e pimba: "joga um preço mega makers." e, 99 de 100 vezes, você, ou eu, neste caso, acaba aceitando e concordando com um sorriso quase amarelo no rosto.

porteiro, o obina e o primeiro jogo.

aqui em lisboa não tem porteiro. já escrevi sobre isto aqui. tem, mas são poucos. as casas e prédios de todo mundo que eu conheço, por exemplo, não têm o fera lá. o que não é ruim nem bom, apenas diferente. não, pensando bem, é ruim. os prédios que eu morei no brasil sempre tiveram os porteiros mais gente fina de todos os tempos. me lembrei disso ontem. porque? o obina fez um gol no final do segundo tempo contra o botafogo na primeira partida da final do campeonato carioca. flamengo 1, botafogo 0. não é a mesma coisa de um gol sobre o vasco. não. mas bateu uma saudade de sacanear um fera botafoguense que trabalhava no prédio em que eu morava no brasil. e mais: porra, gol do obina. gol do obina potencializa a sacaneada. e muito. uma pena.

enquanto isso, o fera, lá no brasil deve estar pensando: "puta, cacete, graças a deus que aquele moleque se mudou para portugal. aquele fêla ia me pertubar. porra e com um gol do obina então, eu ia mandar aquele moleque a merda. flamenguista fêla da pulta."

existem poucas coisas mais tristes que

encontrar quatro cervejas congeladas e estouradas no freezer da sua casa.
sabe? quando você coloca elas lá para gelar, e esquece? porra, dá uma dor no coração quando você descobre elas lá. acabadas. transbordando um pouco de gelo. com a tampinha retorcida. encontrei 4 esses dias. ainda não consegui jogar fora. eu abro o congelador. olho para elas. e bate uma pequena deprê. uma pena. existem poucas coisas mais tristes que esta cena. pouquíssimas.

quinta-feira, abril 24, 2008

como falar com as sobrancelhas.

o título deste textinho é estranho. mas faz sentido. ou pelo menos fazia quando a idéia surgiu de escrever sobre isso. o que é falar com as sobrancelhas ou melhor, como é que se fala com as sobrancelhas? a melhor maneira de aprender, é num restaurante. falar com um garçom com as sobrancelhas é um jeito excelente de aprender. quando você quiser pedir mais azeite ou o saleiro, ou mesmo a conta, não grite. não acene com as mãos. simplesmente levantes as duas sobrancelhas com força máxima, mas em câmera lenta. combine as sobrancelhas em pé com um leve balançar de cabeça para trás. na língua das sobrancelhas isto equivale a um grito. outro lugar legal para falar com os bigodes dos olhos-- é quando você se encontra no meio de uma conversa em que você não domina o assunto. duas coisas são importantes. a primeira-- ter um copo com alguma coisa na mão. assim você não precisa falar, é só colocar o copo contra a boca sempre que pintar um espaço para você fazer uma comentário. e a segunda, sempre que a tal pessoa que se julga expert em alguma coisa que você não é-- falar, levante as duas sobrancelhas até a metade do caminho. para aumentar o efeito, deite a cabeça levemente para um dos lados enquantos as sobrancelhas subirem. mandar um recado para a sua mulher que está do outro lado de uma mesa ou de uma festa que você quer escapar: leve e rápido levantar de sobrancelhas. dúvida, apenas uma delas deve pegar o elevador para a cobertura do seu rosto. quase que em câmera lenta. raiva, as duas sobrancelhas se encontram no ponto do rosto onde o nariz começa. pratique. é importante aprender essa língua. você nunca sabe quando vai precisar falar algo sem falar algo. e o melhor: é universal. funciona e se entende em qualquer lugar do mundo. como falar com as sobrancelhas.

a previsão do tempo e o boicote da sky news e caramba, cadê o pontinho com nome de lisboa no mapa.

uma coisa que sempre me deixou puto quando eu assisto sky news ou mesmo cnn é a previsão do tempo. não o fato de que nunca acertam. mas o fato da previsão nunca incluir lisboa no mapa. colocam pontinhos identificando londres, roma, paris, frankfurt, e madrid. as vezes até barcelona pipoca no mapa. mas pourra, e lisboa? nada. é foda, quando você mora num país com um clima tão fudido como o de lisboa, seria interessante ver o solzinho brilhando lá na beira do continente. mas, nada. mas foi ao ver esses dias a previsão do tempo que eu acho que entendi esta estratégia. penso que esta foi a maneira que os 'news networks' inventaram para evitar rolar uma pancadaria generalizada na europa. pancadaria é exagero. bom, foi a maneira que inventaram de evitar que a europa inteira saísse de casa resmungando: "pourra, você viu o tempo em portugal?" ou "porra, aqueles portugueses roubaram o nosso sol." ou algo por aí. a temperatura em portugal é impressionante. se está muito frio na europa toda, aqui está mais quente. se está fervendo, pegando fogo na europa toda, aqui está mais fresco. é um equilíbrio quase perfeito. e digo quase pois de vez em quando chove para cacete aqui. mas essa é a minha teoria. as grandes estações boicotam o tempo de lisboa no mapa worldwide para não dar bosta. ou pelo menos faz algum sentindo. bem pouquinho mas faz

o fiapo fêla da pulta que não era um fiapo.

já falei aqui uma vez sobre os fiapos de frango que agarram nos dentes. essa é sem dúvida, umas das sensações mais horríveis que existem. e nessa pequena enquete, estou incluindo uma derrota do flamengo para o vasco, um episódio de zorra total e o sabor de um toddynho estragado. bom, esses dias, um fiapo que na verdade descobri ser uma espécie de espinha bem fininha de um peixe, se alojou no último dentão lá do fundo da boca. já usei uns 20 metros de fio dental e nada. já bochechei água em alta velocidade. já tentei esquecer dele. e nada. o fiapo que na verdade é uma espinha de um peixe está lá. não sei se marco uma cirurgia. não sei se arranco o dente. e eu que sempre achei que nada superava o drama do fiapo de frango. tem algo de darwin aí. sem querer cagar regra e falar de algo que eu não entendo-- tem algo do darwin aí. essas espinhas fininhas que se alojam nos dentes de pessoas como eu-- foi a maneira que a natureza encontrou de salvar o resto da galera. um deles, um dos peixes, morre. mas é para o bem dos outros que restam. eu, por exemplo, nunca mais vou pedir este peixe. e vou comentar com qualquer um que esteja na mesa comigo sobre isto. como se fosse o kevin costner no filme "the bodyguard". vou pular na frente de qualquer pessoa que ameaçar pedir tal peixe. o fiapo. que na verdade era uma espinha. fina e chata. fêla.

a vigésima segunda maravilha do mundo.

digo que é a vigésima segunda pois tenho certeza que existem lugares mais fucking fuckers que este. mas, cá entre nós, o vigésimo segundo posto não é de se jogar fora. que caráio de lugar é esse? o bar do hotel do chiado. ao lado do armazem do chiado. no sétimo andar. impressionante. ao chegar lá em cima, você fica meio puto por não ter descoberto antes. deve ser o único lugar de lisboa em que você tem a vista para o castelo e para o rio tejo, ao mesmo tempo. e isso, esparramado em cadeiras de madeira-- que quase sempre estão disponíveis. uma cerveja gelada. e uns sandubas mais caros do que o normal, mas bem feitos. meu amigo, mas isso, o preço do sanduíche e o da cerveja não importa tanto. você não vai se lembrar que foi assaltado e pagou 5 euros numa cerveja. não, você vai lembrar que conseguiu transformar uma mísera hora num dia inteiro. recomendo por milhares de razões. a principal delas é que você ou vai concordar comigo que se trata da vigésima segunda maravilha do mundo ou vai até mesmo elevar a posição deste lugar no mesmo ranking.

terça-feira, abril 22, 2008

os erros vizinhos.

mais uma mea culpa. os erros de português deste blog não são raros. o andre peixoto, o peixinho-- dia desses reclamou da quantidade das derrapadas gramaticais. foi mal peixinho. e ele tem toda a razão, afinal de tanto escrever aqui-- eu deveria pelo menos-- prestar atenção nas letrinhas. mas confesso que bate uma pequena preguiça. não de re-ler o que foi escrito. mas de fazer o login, acessar o blog, editar, isso, e aquilo. tudo por uma letra fora do lugar. bom, e como dá para entender o que está escrito, acabei me convencendo de não voltar atrás para fazer essas pequenas correções. e, tem um negócio que eu já notei. muitos dos erros são erros vizinhos. e oque são os erros vizinhos? simples. olhe para o teclado do seu computador. está vendo a letra "o"? então, ela é vizinha do "u". tem vezes que a palavra é para ter um 'o' no final, e sai com 'u'. o que, na minha sincera opinião, é um erro menor. muito menor. erros vizinhos deveriam sempre ser perdoados. pode notar, sempre que ocorre um erro bizarro, é um erro vizinho. o 'k' no lugar do 'l'. e por aí vai. os erros vizinhos já fuderam muitos currículos digitados com pressa. é aquela entrevista que pintou de surpresa e o tal lugar precisava de uma pessoa com uma habilidade específica. e aí na hora de adicionar essa ou aquela informação, pimba, um erro vizinho entra acaba com as suas chances do novo emprego. emails circulam por aí com muitos erros vizinhos. emails são escritos com pressa. quase sempre enquanto você faz alguma outra coisa. aí entra o 'p' no lugar do 'o', e a mensagem chega quase cifrada. erros vizinhos. fique esperto, acontecem quando você menos espera. ah, e desculpa lá peixinhu.

os óculos escuros que não satisfeitos em conquistar você, também querem fisgar quem olhar para você.

ok, o título deste texto é um bocadinho confuso. (bocadinho, para quem é brasileiro é a maneira que o português diz 'pouquinho.') bom, mas esses dias enquanto tirava a poeira dos meus óculos escuros, observei uma coisa meio óbvia, mas que estava lá. a marca, ray-ban, estava estampada dos dois lados e na lente. grande. não que dê para ler de longe. mas o suficiente para--num restaurante, por exemplo uma mulher poder comentar: "olha aqueles ray-ban daquele cara ali amor, não são legais?" e desde então comecei a prestar atenção neste negócio. que eu sei que é meio óbvio, mas não deixa de ser curioso. os óculos, não satisfeitos em fazerem você gastar uns 80, 120 euros num par-- também querem que você faça propaganda ambulante deles. eu já sei que se trata de um par ray-ban. estava escrito na caixa e na garantia. mas não, isso não é suciente. preciso da marca estampada de ponta a ponta dos meus óculos para ter certeza disto. bom, apenas uma observação. nada mais. nada menos. mas não custa nada. aproveite a chegada do verão e preste atenção nas centenas de milhares de mini-outdoors agarrados nos rostos das pessoas. tenho certeza que sem querer você vai comentar sobre um deles e se der mole vai largar seus 80 mangos suados em alguma loja de um shopping com ar condicionado.

a teoria do kasparov. ou lost. ou perdidos. ou caramba, se o taxista está mais perdido do que eu, fodeu.

não existe autoridade maior do que um taxista no que diz respeito a endereços. caminhos. traçados. distâncias. um taxista é o equivalente ao kasparov, o maior jogador de xadrez de todos os tempos-- e, nesta comparação, o gps seria o deep blue. aquele computador de x zigalhões de megahertz da ibm-- que travou uma das maiores batalhas do século com o mestre fucking fuckers do xadrez. mas voltemos ao taxista e deixemos o kasparov e o deep blue para outro dia. pode servir com um bom assunto para um outro post. bom, peguei um taxi hoje-- diferente. o cara estava meio tenso. perdido. olhava pelos retrovisores, e parecia estar rezando, torcendo para eu dizer um endereço de destino fácil. mas aí, meu amigo, quando eu falei o endereço, que, coincidentemente hoje era bem complicado, o cara ficou azul. gaguejava. acho que só não pagou um outro taxi para me levar porque deve ser no mínimo estranho fazer isso. ou os colegas da profissão poderiam rir dele. não sei. só sei que eu me vi no lugar dele. já estive com aquela sensação infinitas vezes. sem saber se eu pgava a direita ou a esquerda. mas eu nunca esperava ver esta reação no mestre dos caminhos. no kasparov das ruas. foi como descobrir que o pelé é um perna de pau. como ir jantar na casa do jamie oliver e o cara não saber fritar um ovo. como encontrar a gisele bundchen numa praia e encontrar uma baranga. como encontrar o darth vader caminhando pelo parque cantando flores para uma senhora. ok, ok, você entendeu. foi uma grande decepção. das maiores. de toda a minha vida. resumo da história, cheguei um pouquinho atrasado na reunião. e convenci o fera a investir um dinheirinho num gps.

sexta-feira, abril 18, 2008

a teoria do steak tartare. ou, "mas, meu amigo, está cru! você enlouqueceu?"

puta prato engraçado. não sei se você já comeu. e não digo isso com o nariz empinado como quem pergunta se você conhece. mas digo isso, pois não é todo mundo que encara um prato com carne, filé cru. não é mal passado. cru. resumindo assim meio sem muitos detalhes para não falar besteira. o bife tartar ou steak tartare é um pedaço de carne cortado em pequenos pedaços. bem pequenos. muito pequenos. passa longe do fogo. ai, colocam uma gema de ovo em cima. molho inglês, alguma erva zambers, mostarda, alcaparras e mais uns dois ingredientes, acho que um ketchup cheio das nove horas e uma colher ou um garfo. não para comer. para você misturar a bagaça toda na sua frente. ai meu amigo, depois de completar o mix, você come. eu gosto. tem gente que odeia. não é como comer sashimi, por exemplo. é bem diferente. é mais pesado o negócio. e enquanto eo comia um ontem, desenvolvi uma teoria. ou uma idéia. ou pelo menos um assunto para falar aqui. a teoria do steak tartare. é simples: é o melhor prato que existe para um restaurante. não dá trabalho. apenas cortar a carne e juntar os ingredientes. mas quem faz mesmo o trampo é quem vai comer. mas o que eu acho mais fudido nesse prato, é que você não pode reclamar. meu amigo, foi você que misturou a bagaça. foi você que fez. o único foco do restaurante é a qualidade da carne. depois de ter certeza que a carne é das melhores, o resto é com você: "te vira meu irmão, mistura, se serve e come." ah, tem um outro detalhe importante. o nome. o nome é meio fresco. meio francesinho. meio, "olha como eu sou sofisticado." então, os caras podem cobrar um grana boa pelo tal prato. e você paga. eu paguei, pelo menos. é a teoria do steak tartare. com a correria do nosso dia a dia, e clientes cada vez mais exigentes, é o prato perfeito. toda a responsa fica com o cliente. o restaurante tem o mínimo trabalho. e tem um nome fresco para cobrar um din din bacana. aproveitando o textinho do smint&gum lá de baixo, fiquei imaginando como inventaram esse prato. o chef na cozinha: "caráio! cadê aquele prato de carne quase moída que estava aqui? eu ia colocar no forno!! cadê!!!" e um garçom novo, meio com vergonha: "putz chef, a mesa 7 estava reclamando da demora, e eu estava tenso, nem notei que estava cru!" fodeu, os dois pensaram. e o chef e o garçom passaram o resto da noite espreitando pela janelinha da cozinha, observando a mesa 7. a mesa 7 não reclamou. talvez por vergonha também, afinal aquele era um restaurante fino. o chef inventou um nome, e todos viveram felizes para sempre.

quinta-feira, abril 17, 2008

miopia. - 4.0 e o respeito pelos piratas.

dia desses caiu uma lente. acho que a do olho direito. tenho miopia. 4 graus. nunca usei óculos. ok, em casa. e bem de vez em quando, quando os olhos expulsam as lentes. sempre usei lentes. miopia. não ver de longe é foda. mas com a lente, você acostuma. mas voltemos ao olho direito sem a lente. fiquei, durante umas três horas ou quase quatro praticamente cego de um só olho. não via picas. nada. quase bati numa quina de uma porta aqui na agência. estava com pressa para uma reunião e quase soquei a cabeça na parede. bom, tudo isso para dizer que cheguei a conclusão que não é fácil ser pirata. puta negócio difícil. com todo o respeito. navegar. lutar. acender o canhão. porra. é foda. se andar, circular pelos corredores, para pegar um café e voltar até a sua mesa já é punk,como foi comigo. imagino o fera do pirata. em alto mar. tentando acender o canhão. para acertar o outro navio. e desviar da bola do outro canhão. complicado. passei a valorizar mais os caras. mesmo que invariavelmente sejam os bandidos dos filmes de aventura. não que eu vá agora passar a torcer pelos feras, mas, definitivamente, mais respeito pelo trabalho deles, putz, com certeza. dia desses caiu uma lente. acho que a do olho direito.

sopas extremamente apetitosas. ou como foder o seu apetite.

nada contra sopas. algumas são bem interessantes. mas portugal tem um esquema que é difícil resistir. muito. é a tal sopa do dia. por míseros dois mangos. você come uma sopa grossa de legumes. ou com camarões. ou com mariscos. ou com alguma coisa que você fica com água na boca só de digitar aqui. e digo que é impossível resistir pois todo mundo pede ao seu redor. aí sobe aquele aroma delicioso, e você pede uma. e quando você pede uma, meu amigo-- fode o seu apetite. minutos depois chega o bacalhau com molho de natas e aí depois de umas duas ou três garfadas fartas, você começa a ensaiar uma desculpa bacana para o dono do restaurante: "putz, seu antônio, não é a comida da sua mulher. juro." e ele sai com o prato ainda com uns 60% da comida e com um ar de quem está metade decepcionado, metade preocupado com o negócio: "se esse cara continuar deixando a comida no prato, é um sinal de que as coisas não estão lá assum tão boas." a vontade é chamar o cara e dizer: "a culpa é da sopa. a culpa é da fêla da pulta da sopa. mas o dono de um restaurante não entenderia." é um esquema engraçado. a sopa de entrada de portugal. irresistível. farta. mas acaba fudendo o seu apetite para um prato igualmente apetitoso.

smint & gum. dois em um. um em dois. ou o fera que salvou a sexta-feira.

smint & gum para quem não conhece, é smint e gum. eu sei, eu sei, é meio óbvio. mas não deixa de ser minimamente curioso. um chiclete que é bala de menta. uma bala de menta que é chiclete metade, metade. se você gosta dos dois, fudido. se você gosta de um dos dois, legal. se você odeia os dois, é a pior coisa do mundo. eu curto. acho bom. muito bom. bem refrescante. depois de um prato regado no alho ou na cebola, é o antídoto perfeito. meu amigo, você não teve tempo de dar um pulo no trabalho para escovar os dentes depois do almoço e antes de uma reunião? smint & gum para dentro. imagine um smint gigante. é um smint do tamanho equivalente de 8 smints juntos agora some um naco de chiclete dos grandes do outro lado. o slogan na caixinha não deixa muita dúvida do poder da bagaça: "explosão de frescor!" e o negócio explode mesmo. ok, não explode. mas quase cria estalactites (é assim que se escreve?) nos cantos da boca. curioso. fico imaginando o esquema na hora da criação deste produto. aqui a gente volta no tempo. entra uma musiquinha daquelas de seriados dos anos 80, e voltamos para, sei lá, ano dois mil e pouco. para o dia que foi pensado ou criado o tal produto. a tarde na empresa, na fábrica que o pessoal decidiu dar vida ao smint & gum. ok? não estamos mais em 2008. as próximas linhas se passam em 2004, ano da criação do produto. deveria ser sei lá, uma véspera de feriado ou mesmo de uma sexta-feira. o sol estava fervendo lá fora. entrando pela janela. o pessoal de pesquisa, ou melhor o pessoal do research and development reunido numa sala apertada. era o momento, a hora de definir o novo lançamento do ano. o sol entrando pelo cantinho da janela, e o pessoal se olhando meio de canto de olho. e foi aí que um deles salvou o fim de semana. o feriado. um deles, um gênio. uma lenda. esse fera levantou a mão e disse: "putz, ao invés de de passar a noite inteira aqui discutindo qual seria o melhor produto: o smint ou o chiclete para lançar este ano... e se, a gente juntasse os dois?!" todos olharam para ele com um ar de esperança. um deles soltou o ar e pensou: "não acredito, esse cara vai salvar o nosso fim de semana!" e o tal cara continuou a falar sobre a tal idéia:"... um só produto. smint+ gum!" em alguns milésimos de segundo, todos concordaram. todos. sem pancadaria. sem putaria. nada de divisões. nada de só smint ou só chiclete. a paz reinou. e o fim de semana estava apenas começando.

quarta-feira, abril 16, 2008

a coluna do destak de hoje




toda quarta-feira, sai uma coluna no destak. um jornal gratuito aqui de portugal. um jornal bem bacana, e não é porque eu escrevo. super bem diagramado, com reportagens bem feitas. enfim, um jornal muito bom. e o melhor, super acessível pois como disse ali em cima, é de graça. gratuito.

a coluna "um brasileiro em lisboa." sai no caderno de viagem do jornal. como título diz, é a visão, ou a vida. não, é o dia-a-dia de um brasilero em lisboa. sempre pensei em colocar a coluna aqui. mas sempre pensei, nunca tomei a iniciativa de ir lá, pegar no site do jornal e colocar. bom, essa é a idéia, toda quarta-feira, pegar a coluna e colocar aqui. essa é a coluna desta semana. sobre veneza.

olhando assim, as letrinhas estão pequenas. mas se você clicar sobre a dita cuja, ela abre um tiquinho maior.

no site, você encontra em pdf todas as edições do jornal. e, se você gostar da coluna desta semana, basta clicar nas edições de quarta. ao clicar, um pdf abre e pimba, a coluna estará lá. quase sempre na penúltima página. um brasileiro em lisboa.

se você tiver tempo e pouquinho de paciência, encontra.
acho que são umas 40 colunas já. um pouquinho mais. um pouquinho menos.
a grande maioria delas, se você não conhece lisboa ou portugal ou mesmo a europa, têm alguma dica, observação, alguma coisa que pode acrescentar uma viagem por essas bandas. até porque, esse é o nome do caderno do jornal que ela está.


o link está logo abaixo.

detalhe: você vai notar, é claro, se ler, que o português está bem português. o mérito é do peixinho. andré peixinho peixoto. a lenda. o mito. o redator, não redactor português que sempre que eu preciso dá uma mão, um braço, e revisa o meu português brasileiro para o português lisboeta.

http://www.destak.pt/edicoes/lisboa


sucrilhos de bola. 2


só para fazer uma mini-propaganda de um mini-site. o sucrilhos de bola. que tem um link logo ali em cima-- continua lá. firme. ok, menos atualizado que um dia anunciado. mas promete voltar com força total. ou quase. hoje, por exemplo, ganhou uma história nova. amanhã vai ganhar outra. ou pelo menos esse é o plano. clica lá. ou não. sem pressão.

terça-feira, abril 15, 2008

a única coisa legal de star trek.




não sei se o mundo se divide entre fãs de star trek e de star wars. mas acho que podemos dizer que sim. existem os fãs de um e de outro. não consigo imaginar alguém que seja louco pelas duas séries. pode admirar uma e amar a outra. amar as duas, não. eu, particularmente sempre achei star trek uma bosta. e perdão, se você adora. gosto é uma daquelas coisas complicadas que não se discute. mas tem uma coisa, uma idéia, uma invenção do star trek que eu acho fudida demais. e que me faz apreciar um pouquinho, mas bem pouquinho, a série. é o esquema do teletransporte. aquele esquema em que eles, todos os carinhas do star trek entravam embaixo de um tubo de luz e eram teletransportados para a casa do caráio. sabe? puta negócio fudido. talvez não faria tanto sentido no grande esquema de guerra nas estrelas, mas pourra, que idéia fudida. essa é a única invejazinha que eu tenho do star trek. ok, se você é fã , com certeza tem uma lista de coisas geniais que os caras inventaram. acho que o próprio telefone celular estava lá em algum capítulo de star trek em 1960 e tal. bom, mas beleza. o cara que criou o programa tinha lá os seus picos de genialidade. mas confesso que não consigo enxergar muito-- por um motivo muito simples. as roupas. um esqueminha em que todos se veste com essas roupas, não sei. acho bem mais ou menos. dá uma sacada na foto acima. que roupinha quisita. mas como você já sabe, o teletransporte dos caras é foda.

como era mais emocionante antes quando não existia caixa postal-- apenas a boa vontade da sua mãe.

mensagens. me lembro quando você ligava para alguém e encontrava do outro lado da linha uma secretária eletrônica com fita. aquela microfita que gravava o que você dizia. as pessoas chegavam em casa e "play". passaram alguns anos e as secretárias eletrônicas passaram a ser digitais, sem fita. era chegar em casa, e pimba, "play". depois veio o serviço das operadoras de celular, em que você liga para um número e escuta as suas mensagens. e é mais ou menos assim que estamos hoje. algumas pessoas já nem se importam e deixar mensagens. mandam um sms meio cifrado. algumas palavras num text message que já diz tudo. economizam duas chamadas. a primeira para deixar a mensagem. e a segunda que a pessoa que não estava teria que fazer para escutar aquela mensagem. esse esquema de mensagem está cada vez mais impessoal. não sei se é melhor ou pior. certa vez li em algum lugar que as pessoas-- muitas vezes preferem que a outra não esteja para deixar o recado. é mais fácil. gasta menos tempo. e você sabe como é que é essa coisa de tempo. está cada vez mais curto. não sei, mas acho que preferia quando era mais moleque. chegar em casa e minha mãe gritar do outro lado dizendo que tal pessoa ligou. e eu: "mas ligou quando, mãe?" e ela: "não sei ao certo." era mais emocionante. não sei quantos anos você tem. e se você passou por essa época. não existia celular meu amigo. não existia secretária eletrônica. quando eu tinha meus doze anos, eu chegava em casa e se tivesse sorte encontrava um rabisco no verso de uma nota do carrefour com o nome de alguém. eu tinha que decifrar a letra, a hora, e ter certeza que não era um recado velho. e se eu estivesse completamente louco para falar com uma menina e ela ligasse, as chances de eu atender esse telefoneme eram praticamente nulas. minha mãe, ou mesmo a vera que trabalha até hoje lá em casa-- eram rápidas. muito rápidas. atendiam toda e qualquer chamada. e aí, você sabe, era a emoção de chegar em casa e tentar encontrar uma das duas com algum nome rabiscado ou uma das duas com a informação ainda fresca num canto do cérebro. não sei. é claro que as tecnologias têm lá as suas vantagens. mas a emoção de nunca saber se tal pessoa ligou, ou se tal festa fora adiada, ou isso, ou aquilo-- era divertido. mensagens. me lembro quando você ligava para alguém e encontrava do outro lado da linha uma secretária eletrônica com fita. ou a mãe de um amigo com uma caneta bic com a tinta falha na mão.

queijos em fatias. todos eles.

acho que todo queijo do mundo deveria ser fatiado. eu sei, eu sei, alguns quejos não podem ser fatiados. mas assim como inventaram uma melância quadrada no japão, poderiam dar um jeito, quebrar um galho forte. todos os mesmos queijos, disponíveis em blocos, quadrados, grandes esferas. mas também em fatias. aqui em portugal por exemplo, tem o queijo da serra que você corta uma tampinha e soca uma colherzinha lá dentro. é uma espécie de danoninho de queijo. ok, esses queijos, com uma consistência em que é impossível fatiar, beleza. mas todos os outros, acho que poderíamos chegar a um acordo. sem querer foder com o formato original. ainda existirira as lascas de parmesão, as bolas de mussarela. mas também em fatias. na prateleira ao lado. apenas uma sugestão. sempre que mem encontro numa situação de fome no volume 11, não consigo reunir as forças necessárias para fatiar um queijo mais cheio das nove horas. acabo sempre comendo um queijo quente sem vergonha. quase sem gosto. com menos sabor. culpa da preguiça e das fatias. o queijo fatiado impossibilita qualquer esforço maior atrás de um queijo melhor. o cérebro não deixa meu amigo. e foi enquanto beliscava as duas fatias de pão com as fatias de mussarela dentro que pensei nisso: "pourra como seria mais fácil de todos os queijos viessem em fatias." também pensei nas manifestações do pessoal que prefere o esqueminha mais tradicional e por isso também cheguei a conclusão que o esquema mais honesto e menos polêmico seria o das duas prateleiras. que todo queijo do mundo deveria ser fatiado.

sexta-feira, abril 11, 2008

o rubem fonseca. ou , o que ler quando um livro obeso derrota você.

tento ler livros grandes, daqueles que precisam de um marcador. livros que vencem as semanas. tento, sem muito sucesso. tenho mais facilidade com contos, crônicas e qualquer coisa com menos de 7 páginas com começo meio e fim. digo isso pois dia destes após ler uma reportagem num jornal, ou melhor, após ler uma crítica num jornal, comprei um livro de contos ou crônicas do rubem fonseca: "ela e outras mulheres." histórias curtas. marvadas, como diria um amigo meu. o cara é foda. se você sofre do mesmo problema com os livros obesos, corra ou ande mesmo, para a livraria mais perto. compre um livro do rubem fonseca. é impressionante com o fera te pega no contrapé. os personagens são de verdade, as mulheres e os homens sofridos. as palavras, cruas. o cara é foda. recomendo. hoje mesmo comprei 4.

novo!

o renatão, também conhecido como véio, e é claro, renato, deu um tapa no blog. um tapa não. o fera deixou o blog um bocadinho mais bacana. fez um logo, uma marca. ou melhor, fez dois. um para o cabeçalho e um outro lá para os arquivos. o véio, para quem ainda não conhece, ou ainda não clicou no link ao lado (renato ilustras), desenha para cacete. volta e meia você está conversando com ele, e pimba, o fera entra num transe e faz um desenho desses que você não pensaria meia vez antes de colocar na parede da sua casa. mas é isso. se você lê este blog, espero que tenha gostado. se você caiu aqui hoje meio que por acidente, espero que você goste. é o bigode molhado 2.0. ou tunado. como você preferir. o próximo passo é lançar uma camiseta com esse bigode do logo. merchandising. se a novela das 8 da globo faz, porque nói não pode? camiseta ou um adesivo. alguma coisa. menos para ganhar dinheiro. mais para divulgar o bigode que o véio desenhou.

quinta-feira, abril 10, 2008

os dois beijinhos.

- olá! (smack! smack!)
- xííí.... nossa, vai dar merda lá em casa.
- mas... como assim?
- esses dois beijinhos que você me deu.... depois do "olá!"
- ué, dois beijinhos?!
- mas vão deixar marcas de batom.
- e?
- você não conhece a minha mulher. marca de batom, fodeu!
- bom, então vamos aproveitar que você já está na merda para fazer alguma coisa de verdade.
- num motel ou na sua casa?

as fotos que ligam.

o meu telefone celular novo tem um câmera digital. daqueles bem sem vergonha. tira uma foto que ficaria linda num porta-retrato 2cm X 2cm. ou seja câmera é uma bosta. existe apenas para poderem cobrar mais uns 50 mangos no preço final da bagaça. bom, mas resolvi usar a câmera esses dias. fotografei umas 4 pessoas e coloquei aquela esquema que a foto aparece qundo ligam. exemplo: se a minha mulher liga, aparece a foto dela piscando. se liga um amigo, foto do amigo piscando. é uma espécie de indicador de chamada para pessoas com um problema sério de memória. eu deveria pedir para todo mundo que eu conheço ou no momento que eu conhecer e anotar o telefone, para tirar uma foto rápida. todo mundo. não apenas os mais próximos. cliente depois de uma reunião, amigo do amigo da amiga. prima de segundo grau da esposa. e por aí vai. pensando bem, acho que o esquema das fotos deveria ser obrigatório com essas pessoas que você quase conhece. mas não conhece lá assim tão bem. é a melhor maneira de ligar um nome ao rosto da pessoa. comigo o que acaba sempre me fodendo é que ou eu lembro o nome da pessoa ou o rosto. quase nunca as estrelas se alinham e eu consigo juntar os dois. é foda. casamento então é um esquema de fica levando o copo de pros secco ao rosto para evitar falar o nome da pessoa errado. ou é aquele beliscão na mulher: "amor, pelo amor de deus quem é aquela senhora que acaba de levantar as sobrancelhas para mim?" shopping center então é de fuder: "caráio amor, não vamos entrar naquela loja, eu acho que conheço aquele cara, mas não tenho certeza. e acho que já entrei uma vez num restaurante e não falei, mas conhecia... é melhor deixar para comprar tal coisa outro dia." com esse esqueminha da foto é só dar uma passada pelos números de vez em quando para exercitar a memória. melhor, sempre que alguma pessoa dessas ligar para você, não existe mais o risco de ficar pescando assunto até descobrir que é: "hmmm, éééé, hmmmm, ééé.... ah tá.... você!" até agora não tive a cara de pau de fotografar muitas pessoas para o feature identificador de chamadas do meu celular. mas quem sabe, acho que vou começar. é melhor ficar com um tiquinho de vergonha na hora de pedir para fotografar a amiga da mãe da minha mulher quando ela passar o telefone dela-- caso precisarmos de alguma coisa algum dia na cidade tal em que ela conhece tal pessoa que conhece tal pessoa. bom, é melhor ter vergonha nessa hora do que depois na festa de casamento do primo da prima do primo e encontrar essa mesma pessoa e não ter a menor idéia de quem se trata. e passar o resto da festa socando coxinhas de galinha ou risóles-- na boca para evitar errar o nome da moça. o meu telefone celular novo tem um câmera digital.

cadê o zampa? a páscoa e o carimbo do passaporte

o zampa é o apelido do jean zamprogno. o primeiro nome não tinha tanta sonoridade como o sobrenome. então passamos a chamar o fera de zamprogno. mas como você já viu, zamprogno é relativamente longo e difícil de pronunciar. logo, zampa. bom, certo dia, véspera de um feriado desses mais longos, a páscoa para ser mais exato, o zampa entrou numas de queria viajar. mas não viajar para o porto ou até mesmo para a espanha. o zampa parecia que estava jogando "war" o jogo. o fera colou um mapa aqui na parede da agência e sempre que voltava de uma viagem, ia lá e pimba, círculo vermelho no tal país. bom, chegou a páscoa e como está acabando o tempo de estadia dele aqui em portugal, o zampa cismou gastar toda a sola dos sapatos. acho que eram uns cinco países. tudo de trem. frança, alemanhna, hungria e mais uns dois ou três. preguiça de viajar o zampa não tem. e como está com o objetivo de pintar todo o mapa da parede com os pequenos círculos vermelhos, foi fundo. mas tinha um detalhe: o visto de turista do zampa não dava direito a entrar em certos países, valia somente aqui em portugal. portugal, não frança ou alemanha, por exemplo. fast forward para a segunda logo após a páscoa: "alguém viu o zampa por aí?" e nada do zampa. no dia seguinte, a mesma coisa. na quarta-feira alguém comentou que talvez o zampa tivesse se empolgado e poderia ter ido ainda mais longe: "quem sabe o zampa não foi até a russia?" o mapa que o zampa colara na parede dava muitos argumentos para esta teoria. mas aí foram passando os dias, o zampa não ligava, o telefone dele não tinha sinal. passa o fim de semana, e nada do zampa. caráio, cadê o fera. e foi aí que, ao voltar do almoço, toca o telefone. meio falhando, meio longe, e estava lá o zampa. não, o zampa não estava na russia. muito menos caminhando de mãos dadas com uma francesa. não meu amigo, o zampa havia passado quase cinco dias num centro de detenção para estrangeiros. num esquema meio prisão. cismaram com o zampa. com o projeto "war" dele. de conquistar x países. um alemão, acho, não curtiu muito o esquema do carimbo dele se resumir a potugal. e mesmo com uma passagem de volta marcada para o brasil, o zampa foi detido. advogado. juri. ameaças de ser jogado num avião para o brasil no mesmo dia. e como já disse, o fera passou a páscoa e mais uns 4 dias dormindo em beliches, cercado de pessoas de todo o mundo que também estavam com um passaporte com as datas fora de ordem. hora para comer. hora para tomar banho. tensão com o sabonete. no final, alguma coisa deu certo. porque, num certo dia, o zampa entra pela porta. sem nenhum círculo vermelho para colar no seu mapa de consquista do mundo. mas cheio de histórias para contar. o zampa é o apelido do jean zamprogno.

cabem três. mas são mesmo três.

hoje, ao sair de um café que fica acho que no terceiro andar de um prédio, li um sinal, um aviso na porta de um elevador que achei no mínimo engraçado:
"cabem três, mas são mesmo três."
puta elevador cheio de personalidade.

o papel toalha. o ventinho. e a tolha de pano.

a maioria dos restaurantes ou tem o esqueminha do papel ou o do ventinho. é um ou o outro. não tem muito como escapar. eu diria que quase 50% / 50%. mas, uma vez ou outra, eu encontro o da toalha de pano que dá voltas numa geringonça. esse é estranho. meio anti-higiênico, diria. o ventinho deixa quase seco. o papel toalha é o melhor, mas tudo indica que corta mais árvores do que gostaríamos. por isso, creio que o ventinho vai acabar engolindo o esquema do papel. mas tenho visto ultimamente essa história da toalha de pano ganhar força. dia desses fui num restaurante que tinha. e, por sorte minha, após tirar a água do joelho, encontrei a toalha de pano no último giro. sorte, pois era o último naco de toalha de pano seco. o resto do rolo inteiro ainda estava húmido de outros clientes. um alívio. logo após que eu sequei as minhas mãos enxerguei um fera saindo do banheiro. ele olhou para a geringonça da toalha de pano e sentiu que estava na merda. afinal, eu havia usado o último giro. eu olhei meio de lado como quem diz: "foi mal fera. a culpa não é minha, é do greenpeace que deixa as pessoas com peso na consciência com o papel toalha-- ou do filho da puta que inventou o ventinho quente. como aquela bosta não funciona, inventaram a toalha de pano." em outras palavras, ao entrar no restaurante, antes de pedir um chopp, ou melhor antes de pedir o quinto chopp, descubra qual é o esquema do restaurante. se for toalha de pano, fique esperto. ou prenda a vontade de tirar a água do joelho até chegar em casa.

terça-feira, abril 08, 2008

um casal. um atraso. uma bunda e dois peitos.

- vamos?
- mas eu não estou pronta.
- mas amor.
- mas eu não estou pronta.
- eu estou pronto desde, desde...
- e?
- e você não está.
- quase.
- quase pronta? você ainda está de calcinha.
- e eu nem sei se vou com essa, o vestido é transparente na luz forte. pode aparecer a renda.
- cacete joana, a gente vai chegar tarde.
- olha se você continuar reclamando, aí é que vai piorar.

meia hora depois, ela entra na sala pelada e pergunta:
- vamos?
-mas, você está completamente nua.
- estou carregando a bolsa.
- mas, pelada.
- você não estava com pressa?
- mas...
- vamos?
- acho que agora sou eu que não estou pronto para um esquema desses.
- mas amor...

idéias que eu queria ter tido. mas que, pelo título deste textinho, você já sabe que eu não tive. 2

o ouvido, o nariz e os dentes.

certa vez escrevi aqui que uma das coisas mais complicadas é contar para alguém que aquela pessoa está com um pedaço de alface agarrado nos dentes, uma meleca teimosa pendurada no nariz. é estranho, ou pelo menos mais difícil do que dizer que tem uma formiga a caminhar pelo braço da mesma pessoa. bom, esses dias descobri um terceiro negócio que acontece. seguindo os mesmos moldes. o ouvido. pedacinhos de cera no ouvido. juro que passo cotonetes nos ouvidos todos os dias depois do banho. desde moleque. mas nunca peguei um espelho depois do banho e com algum malabarismo procurei saber se os canais auriculares estavam 100% limpos. a partir do momento que o cotonete cai dentro da pequena latinha de lixo, eu saio de casa com a certeza que está tudo na boa. bom, mas esses dias no ônibus, no autocarro, me encontrei espremido entre duas pessoas. um senhor e uma jovem. um de cada lado. o senhor estava do meu lado esquerdo. o que me forçava a olhar, obrigatoriamente para ele, já que era a direção da rua. o senhor era mais alto que eu, e bem mais velho. o que não tem nada de errado. tenho certeza que sou muito mais velho que muita gente. mas o que era curioso é que esse senhor estava com uma das orelhas, ouvidos, meio bagunçado. cheio de coisinhas. pequenas moléculas de cera. pelo menos o ouvido que eu econseguia ver. não era nada nojento do tipo: "meu deus, esse cara não toma banho." mas, digamos que ele deveria passar o cotonete com um pouquinho mais de profundidade. e foi o ouvido desse fera que me fez colocar o ouvido na mesma categoria do nariz e dos dentes. coisas que você não consegue ver sem alguém lhe avisar-- mas que podem estar lá, o dia inteiro gritando para o mundo que você está com alguma coisa fora do lugar. e acho que o ouvido é pior do que os dentes e o nariz. com esses dois últimos ainda é possível dar uma sacada no espelho. o ouvido não, meu amigo. boa sorte.

o poderoso chefão II e syncronicity II.

o poderoso chefão você conhece, acho que em portugal se chama o padrinho. syncronicity é uma música do the police. mas como você pode ver pelo título desse textinho, quero falar mais especificamente sobre o segundo poderoso chefão, the godfather part II e a música do the police, só que a que tem o mesmo nome, mas que também é "II", syncronicity II. estava escutando agora mesmo no meu itunes e cheguei a conclusão que essa música tem uma relação muito especial com o filme do coppola. você deve estar aí pensando: "porra, mas que falta de assunto do cacete e esse fera agora querendo arrumar algum assunto que ligue o poderoso chefão II e syncronicity II!" bom, parece exagero. e confesso que também não tinha lá tanto assunto. ou pelo menos, algo melhor que esse. mas voltemos ao assunto do título. é muito simples, essas duas segundas versões, ou sequências -- são melhores do que os originais. e mais importante: os originais são obras de arte. são fucking fuckers. o poderoso chefão original é fudido, é melhor, bem superior do que uns cem milhões de filmes. mas não é melhor do que poderoso chefão II. poderoso chefão II consegue ser mais fudido. syncronicity, a primeira, é uma música que ganhou um lugar no greatest hits do the police, no show deles 20 anos depois e no meu itunes. mas a syncronicity II espanca a primeira. não tem sequer comparação. é uma covardia. dois casos em que o segundo-- é bem melhor do que o primeiro. e o primeiro é bem melhor do que uma porção de outras coisas. sei lá, achei no mínimo curioso.

cuidado com o creme brule.

qual é o seu esquema com creme brule? você tem problemas com sobremesas? você trata chocolate como um inimigo mortal? então nunca vá ao gruta velha. o gruta é um restaurante que está no guia fucking fuckers ai ao lado, principalmente pela salada. que é boa. mas para compensar o esqueminha da salada que não tem lá tantas calorias quanto um hamburguer obeso, o creme brule te pega de jeito. é um esquema preocupante. você olha para ele e a primeira impressão que ele passa é de mais um pudim, flan, metido-- com aquela casquinha dura açucarada por cima. não é. não fode. é a perfeição da sobremesa. é um negócio que eu poderia passar o dia aqui socando esse textinho com adjetivos, mas não faria justiça. a bagaça é daquelas que qualquer sujeito teria uma enorme dificuldade entre optar pelo creme brule e mais um dia de férias, por exemplo. mais uma vitória do flamengo sobre o vasco ouum creme brule? não sei o segredo, e se soubesse não sei se dividiria com você. menos por egoismo e mais porque não quero você dependente da sobremesa mortal. com problemas. conheço muitas gente que desde que experimentou-- não consegue pedir outra coisa. gente que já jantou em casa e foi até lá para a sobremesa. gente de dieta que não come o prato principal e troca por dois creme brule. qual é o seu esquema com creme brule?

quinta-feira, abril 03, 2008

idéias que eu queria ter tido. mas que, pelo título deste textinho, você já sabe que eu não tive. 1

saladinhas.

sou contra o quiche. isso eu já escrevi aqui. sou contra também saladinhas. salada tem que encher a pança. tem que ser no mínimo uma alternativa viável para um sujeito que quer evitar torturar a balança. fico relativamente desapontado quando entro numas de pedir uma salada num restaurante para depois ficar cantando casca de pão no canto do cesto-- para matar a fome. já escrevi no guia fucking fuckers sobre o gruta velha. lá sim, a salada é de fazer você considerar abrir a calça sob o risco das pessoas verem. após o couvert e uma salada do gruta velha, se você aguentar comer mais alguma coisa, algo não está legal com você, mas beleza, voltemos ao assunto deste textinho, as saladinhas. acho, que todas as saladas que terminam no diminutivo deveriam ser obrigatoriamente abolidas do sistema. do mundo. uma saladinha não poderia ser servida pelo simples motivo que aquele pratinho respingado com azeite não serve para manter vivo, sequer uma formiga (e isso mesmo depois dessa fêla, a formiga ter invadido um pic nic de pessoas relativamente gordas.) saladinhas. esses dias pedi um prato desses que vem com uma saladinha de brinde. a saladinha cabia na palma da minha mão. curioso, fucei o cardápio e descobri que os feras cobram uns cinco mangos, euros, se você entrar numas de comer a saladinha como prato principal. quase chamei a polícia. sou contra o quiche. isso eu já escrevi aqui. sou contra também saladinhas.

o toque do celular e a beyoncé.

o toque do celular diz muito sobre a pessoa. toque baixo com o esqueminha que vibra para mim, é regra. a não ser é claro, que a pessoa sofra de algum problema auditivo, qualquer toque com um volume alto, não faz nenhum sentido. digo isso, porque esses dias no ônibus, o autocarro, um fera atendeu o celular depois de trinta segundos de beyoncé tocando. nada contra a beyoncé, mas meu amigo, se você sente uma vontade indescritível de ser alertado pela beyoncé sempre que quiserem falar com você, coloque num volume, digamos, baixo. ou, é claro, uma outra alterantiva é ter o celular preso ao pulso com um elástico. assim, é possível atender a beyoncé em tempo recorde. não entendo. o celular dz muito sobre a pessoa. esse fera que de vez em quando pega o mesmo ônibus que eu é tarado pela beyoncé. e caga baldes grandes para o gosto das outras pessoas. uma senhora no mesmo ônibus costuma atender uma música clássica, baixinho. acho que é bethovem. baixinho. é que, como ela demora um tantinho para encontrar o aparelho, eu já consegui sacar o toque. educada. gente fina. dia desses até que pediu desculpa, com os olhos pelo toque que ela não conseguia parar. eu respondi apontando com as sobrancelhas para o tiozinho da beyoncé. e ela ficou na boa.

bic pencil #2 0.7



não sei se você tem um lápis preferido. uma caneta. um caderno. alguma mania, daquelas que você só escreve com isso ou com aquilo. não sei ao certo quando foi que começou, ma de uns quatro, cinco anos, para cá, só consigo trabalhar, escrever com essas lapiseiras bic. recomendo. ou não. você pode ficar paranóico como eu e acumular sacos delas em casa. a última vez que eu comprei, foram 140 numa caixa dessas pela amazon. a lapiseira bic #2 0.7 é como a caneta da mesma marca. você nunca consegue acabar a grafite (acho que cada uma vem com 4 grandes dentro), perde, encontra, e nunca mais troca por outra. vai por mim.

terça-feira, abril 01, 2008

o jason lee, o robert de niro, o touro indomável e o my name is earl.

o jason lee da foto acima está, nesta foto, caracterizado como earl do seriado "my name is earl." se você ainda não viu, veja. se já viu, veja novamente. eu tô meio que cagando regra aqui. mas esse programa é provavelmente dos programas mais engraçados e bizarros da tv. digo bizarro como em: "caráio, como é que um filho da puta consegue pensar nisso?" fico lembrando da época que eu era pequeno, moleque e o que passava na tv era "o casal 20" por exemplo. ou "alf o eteimoso" ou "duro na queda", "primos cruzados". programas que, ok, marcaram época e tudo. mas eram ligeiramente mais tranquilos. com enredos mais clássicos. que quase nunca pegavam você no contrapé. fico imaginando como a cabeça de um moleque que nasceu na frente de uma tv com 108 canais-- vai ficar. assistindo programas como "my name is earl", "family guy" e "american dad". ah, e ainda tem um fato bacana. acho que o mais importante de my name is earl e do jason lee. vi uma entrevista uma vez que o jason lee para fazer o papel, deixou a bagaça do bigode crescer de verdade. ou seja, o fera tem um bigode rolando aí desde 2004. só pela dedicação do fera, vale a pena assistir. é de admirar um ator que tem tanta paixão pela arte. pelo ofício. cultivar um bigode farto-- de verdade, desses para um papel, na minha sincera opinião é quase tão foda quanto a quantidade de peso que o robert de niro ganhou para fazer "o touro indomável". ou mais. e não sei se você assistiu, mas o de niro ganhou um oscar e uns 80 kilos para impressionar a academia. cá entre nós, acho o esquema, o metódo de deixar um bigode, bem mais difícil. peso o de niro perdeu depois das filmagens. o bigode do jason lee continua. method acting, diria o james lipton, o carinha do programa "inside the actor's studio." method acting.

o guincho na primavera. e o trailer do verão

não sei se você tem o costume de ir a praia numa primavera logo após o inverno português. mas eu recomendo. não é tão quente. o que é bom. ou melhor, é mais frio do que quente. mas bate um solzinho. o que é suficiente para você não congelar. eu recomendo pegar o carro e ir até o guincho. a praia do guincho ali, perto de cascais. dobrar a calça jeans, e entrar descalço na areia. andar uns dez, talvez quinze minutos. em câmera lenta. se for possível, com uma das mãos agarradas no pescoço de uma long neck sagres-- e voltar. não para lisboa. mas para uma mesa de um desses restaurantes a beira-mar. com aqueles peixes geneticamente modificados (gigantes). um excelente programa de primavera por vários motivos. o principal deles: é um senhor trailer para o verão que está chegando.

a crase e os porques. e a mea culpa.

se você passou na aula de português na sua escola ou se é um um pouco atento, já deve ter notado que eu sou um bosta com as crases e os porques. não consigo acertar as crases. e sempre me fodo na hora de separar ou acentuar os porques. não sei quando foi. acho que no primário que tentei virar master fucking fucker tanto da crase como do porque. como você já sabe, esse plano foi para o caráio. alguma parte do meu cérebro não registra ou como os portugueses dizem, regista as pequenas leis que mandam nesses dois elementos do nossa querida língua portuguesa. portanto, mil desculpas. se volta e meia, ao ler aqui este blog, você sentir que tem algo errado com os "porques", e a "crase"-- você está completamente certo. e tem toda a razão para estranhar. é porque eu abri mão de acertar esse esquema já tem um tempinho. a crase e os porques.

trident senses.

nada contra o trident. gosto bastante. do azul escuro principalmente. mas a trident não está de putaria não. os caras não brincam em serviço. sempre teve o trident normal. aquele clássico que vende na entrada do cinema. do bar. ao lado do caixa da padaria. mas é um fato que o fera se multiplicou. muitos sabores. mas agora a pourra do trident multiplicou também as formas. além do normal, agora também tem fresh, white, splash e um tal de senses. fresh é um esquema que vem numa caixinha com micro bolhas de sabor. ou é o splash que éassim? bom, aí tem o white que como o nome já diz é para deixar os dentes brancos. e agora acaba de chegar o senses. acho que é feito com sabores tipo "chá da índia", "ginseg com menta suave e pitadas de mel africano". uma caráiada de sabores mais zen para capturar a boca de pessoas que se julgam sofisticadas demais para os sabores como tutti fruti, menta e morango que faz bolas. não sei qual é o esquema da trident. conquistar o mundo? os dentes. as bocas. qual é o limite? chiclete sabor arroz com feijão para quando você não estiver comendo chiclete de menta? chiclete sabor suco de melão? até proteger os dentes, a pourra do trident protege. ou pelo menos é o que o bonequinho do dentinho sorrindo afirma na embalagem. tô com um fresh azul na minha frente. já esvaziei a caixa. tai outro esquema do trident. o sabor dura o suficiente para você não reclamar. mas acaba numa velocidade que faz você ter que socar mais um na boca em poucos minutos. apenas uma observação. sem dramas. tudo começou quando vi um poster do trident senses na rua. fiquei preocupado. bateu uma pequena paranóia. de uma invasão de proporções universais mundiais. mas tudo bem. nada contra trident. gosto bastante. do azul escuro principalmente.