terça-feira, abril 29, 2008

mudança e as costas.

mudança é um daqueles negócios que não tem preço. ou melhor, tem preço. mas você está disposto a pagar um valor premium. e quando eu digo "você", suponho que você, como eu, não tem lá grandes habilidades e força para atravessar um sofá pela porta estreita de um quarto. o mesmo com o armário e suas gavetas. caixas médias e grandes. algumas com o fundo relativamente molenga. mas voltemos ao valor premium que se paga por elas. dia desses liguei para um serviço de mudanças pois queria tirar um mega sofá lá de casa. o sofá não cabe no carro de amigos. não passa pela porta. enfim, o sofá é complicado. só de tentar imaginar tirar, lutar contra ele, fico com uma dor nas costas do caráio. daquelas que nem um batalhão de agulhas de acupuntura consegue sarar. portanto, com este sofá e as minhas costas em mente, liguei para uma empresa de mudanças. o fera, ao notar a minha voz quase ausente e trêmula do outro lado da linha, jogou um preço lá em cima. os primeiros milésimos de segundo me fizeram ter a certeza que era caro-- e quase mandei ele para um lugar não muito bacana, mas logo concordei em pagar. e ele, ao notar que eu sequer pechinchei-- emendou: "esse preço é por hora! belê?" e foi aí que eu cheguei a conclusão. mudança é um daqueles negócios que não tem preço. o cara sente o drama na sua voz e pimba: "joga um preço mega makers." e, 99 de 100 vezes, você, ou eu, neste caso, acaba aceitando e concordando com um sorriso quase amarelo no rosto.

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