sexta-feira, maio 30, 2008

esse blógui vai entrar de férias junto com o cara que escreve ele. e volta lá pelo dia 25 do mês que vem.

mas é claro, se aparecer tempo e um cyber café no caminho, aí, aí rola um postzinho.

o banheiro da estação espacial.

o banheiro da estação espacial foi para o caráio. ou pelo menos essa era a notícia esses dias. imagine o drama. meu amigo, quando isso acontece na sua casa, você vai para o banheiro do outro quarto. pode acontecer no trabalho, aí você vai no banheiro do outro andar. tem sempre uma saída. mas agora, imagine no espaço. bom, essa história coincidiu com a chegada de mais uma nave em marte. vi as imagens do pessoal da nasa gritando, vibrando com o pouso da sonda em marte. aí, a primeira coisa que me veio a cabeça não foi a tal velha pergunta: "pourra, e aí, existe água em marte?" não, acho que a primeira coisa que todos pensaram foi: "e aí, tem um banheiro em marte?"

dois palitos.

um redator, um amigo, lançou um livrinho daqueles perfeitos. cabe no bolso. contém 50 histórias super bem escritas. curtinhas e super originais. todas as 50. você lê num fôlego só. por um motivo muito simples, o livro vem dentro de uma caixinha de fósforos. puta negócio bem feito. e não tem aquela coisa de dizer que não vai ter tempo de ler. são microcontos. é aquele negócio que você abre, lê e pensa: "pourra queria ter tido essa idéia." o samir, tem um site, www.samirmesquita.com.br tem o contato dele lá. vale a pena.

a revista trip e os álibis.

sempre existiu aquela piada ou desculpa que o homem chega em casa com uma playboy debaixo do braço e, quando amulher olha para ele com cara de raiva, ele comenta na cara dura: "mas é pelas entrevistas, comprei pelo conteúdo." ninguém acredita, e cá entre nós, não cola muito. bom, mas a trip, a revista trip é impressionante. ela tem as reportagens mais fucking fuckers do mundo. e ensaios "artísticos" com uma qualidade melhor do que a playboy. a trip conseguiu transformar a tal piada da playboy em verdade. não tem muito argumento. a sua mulher olha para aquela capa com a funcionária da revista nua e quando vai dar uma bronca, você pode dizer algo como: "aquele repórter, o arthur veríssimo foi fazer uma expedição no alaska e tomou um chopp com o dalai lama de cabeça para baixo num templo jamais visto pela humanidade." ou "tem aqui uma reportagem, uma entrevista com o chico buarque em que ele diz como se inspirou durante os anos da repressão..." algo por aí. e aí, como se não fosse suficiente essas reportagens acima de qualquer média, os caras ainda conseguem fazer ensaios fotográficos impressionantes. a trip é definitivamente a revista perfeita. é cheia de álibis para qualquer homem que compra. e vale cada centavo.

o super herói das saladas.

não sei se você briga com a balança. não briga daquelas pay per view. mas aquelas brigas duras, disputadas. as vezes os quilos ganham. as vezes é você. a balança é foda. faz você tomar decisões drásticas. comer salada, por exemplo. essa é das mais drásticas que existem. salada, apesar do que os cardápios tentam mostrar para você, é quase sempre a mesma coisa. com pouquíssimas variações. o que varia é a quantidade do ingrediente. ou é mais tomate que alface. ou é mais alface que tomate. algumas vezes entra algo como o pinhão ou nozes trituradas. mas o basicão é o mesmo. bom, mas como você pode ver pelo título deste textinho, estamos aqui é para falar do super herói das saladas. o bacon. ah, o bacon. não o bacon em fatias. mas sim o bacon em pequenos pedaços. bacon crocante. não sei qual é a salada que você tem o costume de comer, mas é só adicionar uma mão rasa de bacon crocante que fodeu, a salada escala pontos preciosos na tabela das suas papilas gustativas. aqui em portugal, no supermercado tem um esqueminha que é um pote com lascas de bacon prontas para salvar qualquer salada. lá em casa essa é a primeira compra. sempre. na batalha, na pancadaria que você tem com a balança, as lascas de bacon sempre aparecem para salvar você. mas não exagere na bagaça, ou todo o sofrimento de comer salada-- vai para o caráio.

quarta-feira, maio 28, 2008

a coluna do destak de hoje

uma aula de antropologia.



o canal "e entertainment" é perigoso. muito perigoso. é uma coleção de reality shows impressionante. e é um pouquinho diferente de, digamos um big brother brasil. muito. para começar, os programas têm personagens um tiquinho mais interessantes. ou pelo menos mais famosos. famosos classe "b", mas famosos. o que atiça mais a curiosidade. e, enquanto, no big brother você assiste um bando de mané coçando a saca, no "e!", você assiste as garotas da playboy mansion sem fazer absolutamente nada. o que é engraçado. ok, não é engraçado. mas é hipnotizante. descobrir como o hugh hefner vive. se o fera anda mesmo 24 horas por dia de roupão. se é verdade que ele dorme todos os dias com as 3 coelhinhas. não dá para mudar de canal. e não tem nudez, gritaria, é até um programa mais familiar do que o próprio big brother brasil. eu evito... mas não evito. explico. eu tento não ligar a tv. não passar pelos canais vizinhos do "e!" mas, se, por algum acidente, sem querer, me encontrar no tal canal, fodeu. são 48 horas sem sair da frente da tv. aí você deve estar pensando, mas que caráio de graça tem assistir um reality show com as garotas da playboy mansion. bom, nudez, nudez, não tem. mas como disse ali em cima, o canal, o roteiro, a trilha, tudo conspira para você achar que está assistindo ao fim do mundo. ou o começo. é surrealismo puro. não faz quase nenhum sentido, mas é curioso para cacete. mas esse não é o único programa que fode cabeça. "true hollywood stories" é outro. meu amigo, os caras escolheram um locutor com uma voz dramática e um editor que picota as cenas com uma intensidade spielberguiana com overdose de cafeína. pourra, e saber que a pamela anderson foi descoberta num estádio de futebol. que ela já namorou uns 3 rockstars e que esteve na capa da playboy mais de 72 vezes, é foda. aí, quando você ameaça mudar de canal, vem a história do vício das drogas do robert downey junior culminando com cenas do último iron man. ou a vida de um cirurgião plástico brasileiro que mora em beverly hills desde 1989 e que quer voltar para o brasil para conhecer o pai. e aí tem a metáfora de que assim o fera vai se sentir mais bonito por dentro. um cirurgião plástico, caceta. a mulher do cara chora. afinal, na cabeça dela o brasil é o fim do mundo. ele comenta que já fez jiu jitsu. e por aí vai. quando você se toca. ou quando resgatam você. ou mesmo quando falta a luz da sua casa, você se toca. ou chega a conclusão que o "e! entertainment television" é uma aula de antropologia sensacional. do lado de lá da televisão. e do lado de cá, no sofá.

opereta.



das coisas que eu mais sinto saudade do brasil, o bombom opereta está ali, entre os 4 primeiros lugares. o jornal oglobo na porta de casa, um chopp no espírito santo e uma carne suculenta no 348 completam este top 4. bom, dia desses o juan, um redator aqui da firma voltou das férias e entrou na sala com uma caixa dessas com bombons sortidos garoto. vi o fera se aproximar de longe com aquela caixa amarela reluzente em uma das mãos. meus olhos cresceram. a primeira reação foi correr atrás do opereta, depois dar boas vindas ao cara. soquei a mão dentro da caixa com o mesmo impacto que o rocky balboa acertava a caixa toráxica do ivan drago no "rocky 4". e depois, como você já sabe, falei com o juan. o opereta, se bem trabalhado, poderia ser o produto mais exportado do brasil. o opereta daria um jeito bacana na nossa balança comercial. que petróleo em água profundas que nada. que bauxita ou minério de ferro. meu amigo, o opereta tem o poder de conquistar o mundo numa velocidade idêntico ao ipod. e com um ipod você tem o poder de comprar 700 operetas. no aeroporto de são paulo, na última vez que voltei do brasil, descobri que já existe uma caixa cheia das nove horas com um brilho dourado, somente e exclusiva com operetas dentro. foda. comprei cinco. e fiquei meio cagado. de levar o meu açucar a niveis recordes e a alfândega partir cada um deles numa busca sem precedentes de alguma droga pesada. afinal, nenhum fêla viaja com cinco caixas de opereta debaixo do braço. a mistura de castanha crocante com o mais puro chocolate branco em pequenas doses é de acabar com a capacidade do pâncreas de qualquer ser humano. de qualquer brasileiro que mora fora do brasil.

terça-feira, maio 27, 2008

terry richardson.




não sei se você é fã de fotografia. mas existe um fera, um fotógrafo chamado terry richardson que é impressionante. as fotos e a atitude dele. as fotos, porque, poucas pessoas conseguem arrancar reações das modelos como ele. e a atitude dele, porque o cara deve ter o melhor papo do mundo com essas mulheres. o que é que ele fala para essa mulherada eu não sei. mas basta fazer uma googlada com o nome dele para você encontrar de tudo, até uma modelo espirrando leite de cabra contra o rosto. recentemente ele lançou um livro com o rio de janeiro como tema. numa das páginas, ninguém mais ninguém menos do que a yasmin brunet nua. ou seja, meio brasil já tentou convencer a modelo a tirar a roupa e nada. aí, chega o terry e pimba, a yasmin tira tudo. bom, mas se isso já assim, digamos, interessante. o cara também convenceu a mãe da yasmin, a igualmente famosa luiza brunet, a ficar nua. e isso tudo num esquema meio cru, sem maquiagem. não sei se é a marca do champagne que ele serve nessas sessões. não sei se antes de partir para as sessões de foto, o terry arruma alguma prova que possa incriminar a modelo. mas alguma coisa tem. porque ninguém consegue arrancar das modelos o que esse cara consegue. e se você fazer uma busca no youtube, vai encontrar pequenos filmes do fera fotografando as modelos. campanhas. entrevistas. em ação. e o mais bacana é que a câmera que ele usa, não é uma nikkon zambers makers de última geração. não, o fera usa uma câmera daquelas que o seu pai carregava no pescoço no final dos anos oitenta. uma yashica t80, se não estou cagando regra errado aqui. vá lá, fuça no google. mas não custa ficar relativamente esperto. até porque, como eu já descrevi mais ou menos ai em cima, as fotos do cara são um pouquinho gráficas. ou seja, o diretor do seu trabalho que está passando por de trás do seu monitor pode não achar as fotos mais apropriadas para o trabalho. mas googla o cara, que é divertido.

quinta-feira, maio 22, 2008

passas e tomate seco. ou, como gostar para cacete de uma coisa e nao gostar muito-- tudo ao mesmo tempo.


a uva passa e o tomate seco são duas coisas, dois itens, dois negócios, bom, você entendeu-- dois qualquer coisa, que quando estão no estado seco, desidratado-- são bem melhores do que no estado natural. se eu tiver que escolher entre uma uva sem semente e uma uva passa, a uva passa ganha. espanca a uva no seu formato original. uma rodela de tomate fresco ou um tomate seco, tomate seco ganha. o mesmo se aplica com ameixas e pêssego. mas numa escala menor. não sou fã da ameixa, nem do pêssego nas duas formas. gosto, mas não idolatro. com a uva passa e o tomate seco é diferente. não tem comparação. o mundo ficou melhor depois que eu descobri a uva passa. parece exagero e é um pouco. mas o mesmo aconteceu com o tomate seco. sempre achei o tomate meio suspeito. aquela gosminha do meio sempre fodeu com qualquer salada. sempre derrubou a nota da salada. sempre driblei a gosminha, com cuidado, como quem estivesse desarmando uma bomba regada de nitroglicerina. a uva, a fruta, também. primeiro com a semente, que eu só fui descubrir que existia na versão "sem semente" anos depois de me desentender com a original. e depois, não sei se você já socou para dentro, com fome, uma uva azeda master plus, mas é muito ruim. estraga o resto do cacho inteiro. você fica olhando para o cacho com um cagaço do caralho. uva azeda também é traiçoeira. uva-passa, não. é doce para cacete. e não tem muito como errar. não existe passa ruim. ela já está desidratada. não tem muito como estragar. passa e tomate seco. duas coisas que eu acho fucking fuckers na versão "seca". mas que, as duas, no seu formato original, a uva e o tomate-- acho bem mais ou menos.

o vinho rosê


sempre achei o vinho rosê, o mais fraco da família dos vinhos. o tinto, disparado é o que tem lugar mais cativo no primeiro lugar das pessoas. e com razão. muita razão. o branco domina casamentos com uma magnitude impressionante. domina quase todo tipo de evento em que as pessoas não estão sentadas a maior parte da noite. no verão também, o vinho branco arregaça as mangas para trabalhar mais. o rosê ficava ali no meio. sem ao certo deixar claro para o que veio. as regras para tomar o tinto e o branco são claras. carne? vinho tinto. peixe? branco. e por aí vai. o pessoal soube vender os dois de maneira simples, sem muito rodeio. e o rosê sempre ficava ali, na geladeira espiando para ver se alguém ia pedir. de vez em quando alguém na mesa cagava uma regra de que tal clima era mais apropriado para um rosê. ou que aquele peixe que fora pescado no mar negro pedia um rosê. bom, mas como eu disse, nunca foi muito claro. mas portugal é foda. tem vinho para cacete. em todos os lugares. almoço, jantar, jantar e almoço. e acho que agora, na primavera-- entre o inverno e o verão, meu amigo, o que você mais vê por aí são garrafas de vinho rosê piscando o olho para você nos mercados. impressionante. sem querer você acaba levando uma garrafa para casa. ou duas. e quando você menos espera, acaba inventando motivos para inserir o rosê entre o vinho tinto e o branco. começa a cagar regras que você inventa ali na hora. regras improvisadas. desculpa mesmo, para tomar uma taça do vinho que um dia, vivia esquecido numa quina quase escura das lojas especializadas. ontem, ao abrir uma garrafa de vinho rosê, disse, na maior cara de pau: "esses pistaches iranianos com sal grosso combinam com vinho rosê. li em algum lugar. outra coisa que pede uma taça de vinho rosê é esse tempo quase chuvoso, fresco, a brisa..." li pourra nenhuma. mas na hora eu parecia ser o maior expert da história. a desculpa, como você sabe, era por um bom motivo.

o armageddon e o feriado.


em portugal, as pessoas, os lisboetas pelo menos, sabem aproveitar a vida. e a melhor maneira de ver isso é num domingo, por exemplo. ou no verão, em agosto. ou num dia como o de hoje, um feriado. explico um pouquinho melhor. quem é daqui, não trabalha nesses dias. não é como em são paulo que fica aberto 365 dias do ano. não, meu amigo. num dia como o de hoje, um feriado, os feras também aproveitam o dia de descanso. até o seu restaurante favorito fecha. domingo, no bairro alto, o bairro que fica pipocando com turistas, a mesma coisa. as lojas e os restaurantes fechados. com o tempo você se acostuma. e até passa a admirar. e se no começo você fica um pouco puto com o fato de não ter um lugar para comer em pleno feriado, eventualmente entende que todo mundo merece desfrutar do descanso. essa regra funciona para 99,6% dos lugares. se você for um cara de sorte, acaba encontrando um lugarzinho que quebra a regra. por isso mesmo o título deste textinho é "armageddon". lembra daquele filme do meteoro a caminho da terra? com aquela música mela cueca do aerosmith como tema? bruce willis, ben affleck, liv tyler? então, eu trato véspera de feriado ou de domingo aqui em lisboa como se o dia seguinte fosse-- o dia que o governo americano avisa para o mundo que vai dar bosta. aquele dia em que todo mundo corre para as lojas, o supermecado e estoca a casa com mantimentos. ontem, por exemplo, véspera de feriado, fui no mercado aqui perto de casa e soquei coisas na mochila. queijo fresco para dois dias. uma garrafa de vinho. comprei um peixe, uma carne. um para cada dia. ontem e hoje. com o tempo você aprende. feriado é para todos. domingo também. sem putaria. é só saber se esquematizar no dia anterior para não ficar perambulado perdido por aí com um guia de viagens na mão repleto de post-its colados sobre os nomes de lugares fechados.

terça-feira, maio 20, 2008

dois diálogos rápidos de pessoas com pressa.

(1)

casal chega correndo pelos corredores de um multiplex para assistir um filme.

ela: tenho certeza que o filme já começou.
ele: quem mandou você demorar tanto para se vestir!?
ela: mas você não gostou do vestido?
ele: não faz diferença, não dá para ver, o cinema está escuro.

alguém lá do fundo: shhhhhhhh!

(2)

casal na cama, nove e tal de uma quarta-feira.

ela: você já?
ele: não, e você?
ela: também não, e você saberia, eu teria gritado.
ele: e agora, já?
ela: mas porque a pressa?
ele: champions. champions league. comprei no pay per view.

negociar com o xixi e o david blaine

sou péssimo negociador com xixi. e tenho certeza quase absoluta que você também não deve ser nenhum agente do fbi ou cia no que diz respeito a negociar com o seu xixi. e antes de seguir em frente, vale explicar o que quero dizer quando falo desta negociação-- estou me referindo ao xixi quando o alarme do se criado mudo marca cinco da matina. sabe, esse momento? é madrugada. seus olhos estão colados. mas o xixi já acordou. não, o xixi quer acordar. ou você dorme mais meia hora, no máximo quarenta e cinco minutos com uma dor intensa na bexiga-- ou você levanta e se arrasta até o banheiro para libertar o xixi. mas aí meu amigo, se você já conhece os termos desse tipo de negociação, sabe, que na grande maioria das vezes (sempre), essa ida ao banheiro, fode com o seu sono de uma vez. ou seja, você tem duas opções. a primeira é tentar dormir mais uns 45 minutos em média, com uma dor fina cortante pela bexiga. e a segunda, é aliviar, esvaziar o joelho, mas ficar como um zumbi-- circulando pela casa. eu sempre opto pela segunda opção. quase sempre. mas quando bate uma preguiça do caráio, acabo optando pela primeira e fico na cama. hoje, por exemplo, fiquei lá. rolando. a bexiga cercada. a swat ameaçando entrar. os snipers com a mira laser apontada para a base da bexiga e eu lá. lutei. mais uma hora deitado. bom, e aí você sabe, uma hora depois, não existe david blaine, não existe ninguém capaz de resistir a pressão. acordei. foi como se o xixi sussurrasse no meu ouvido: "perdeu playboy!" falando nisso, taí um desafio fucking fuckers para o david blaine. aquele mágico que se acha fucking fuckers. ah, ele consegue ficar 36 horas debaixo d'água sem respirar? bosta. vinte dias dentro de um cubo de gelo? bosta. dois meses dentro de um cubo de acrílico pendurado sobre londres? bosta. negociar com xixi pela manhã por mais de uma hora? duvido.

shine a light e 3 idéias.

é engraçado assistir um filme que é um concerto do rolling stones. bem filmado, pelo martin scorcese. é bom? é. mas a sensação que fica é que falta um cerveja daquelas dos copos grandes de plástico. cigarros. gente cantando a música junto com os feras. é isso. para esse filme ficar do caralho, eu faria três mudanças nos cinemas. mas apenas naqueles que estiverem com ele em cartaz. a primeira: vendedores ambulantes de cereveja. um para cada uma das fileiras. a segunda idéia: pode liberar o cigarro. não fumo, mas beleza. show tem que ter isqueiro ligado durante músicas como "as tears go by". e finalmente, a idéia mais importante-- eu colocaria aquela bolinha que quica-- de karaokê com a letra das músicas para o cinema inteiro cantar. bom, toda essa cagação de regra, porque, o filme é bacana. mas fica uma certa sensação um tanto estranha. aquele silêncio de um lado, e do outro o mick jagger do alto de seus tantos anos, pulando, esperniando. apenas uma sugestão. para deixar um pouco mais divertido. mais realista. como o scorcese quis quando teve a idéia de fazer a bagáça.

o contrapé da chuva. ou: "caceta, e agora?"

em portugal por esses meses, chove para cacete. mas é uma chuva diferente. é uma chuva traiçoeira. te pega no contrapé. você sai para um restaurante, por exemplo, de camiseta tra-lá-lá-lá e quando está prestes a pagar a conta, olha pela janela e vê que a volta para o trabalho foi para o caralho. abril e maio são meses que obrigam você a carregar sempre um guarda-chuva. daqueles que pulam no apertar de um botão. e que cabem na mochila, quase no bolso. sem fazer muito peso. é foda. portanto, se você planeja visitar essas lisboa nessa época, já sabe, uma caixa de antigripal dos bons e um guarda-chuva bacanudo. não bacanudo no sentido de ser caro. bacanudo de prático. moderno. porque, como você já sabe, você vai abrir e fechar o fêla, umas vinte vezes por dia.

quinta-feira, maio 15, 2008

o email fêla da pulta.

o folder de spam do meu email é bem filho da puta. ou melhor, o meu email é que não é assim um cara muito bacana. ele seleciona. ele divide. o filho da puta do meu email, exclui. ele decide que mensagem merece cair no meu inbox e ver a luz do dia-- e que mensagem merece apodrecer no folder de spam com as ofertas de viagra. e é claro, aquelas mensagens de investimentos de zigalhões de dólares na nigéria com um principe que está com toda a grana presa num banco x e precisa da minha ajuda e do meu dinheiro para liberar os zigalhões e dividir comigo. e o mais engraçado ou curioso, é que não existe uma regra muito clara. é como se o meu email tivesse uma personalidade própria. as vezes ele cisma com emails do meu pai por exemplo, e joga eles no folder de spam sem dó. as vezes é email do próprio trabalho. é como se o email tomasse a decisão que naquele dia eu não preciso trabalhar mais. ou que os emails do meu pai não são lá assim tão interessantes. dia desses um fera cobrou uma resposta de um email. eu não sabia o que ele estava falando. e depois de alguns segundos, fui lá fuçar no cemitério do spam, e pimba, lá estava o email do fera cheio de informações importantes cercado de viagra, ofertas de loteria e investimentos com retorno certo. pedi desculpa, tentei explicar que o meu email tem personalidade própria, mas acho que não colou. o meu email é foda. já enviei email com o meu nome do meu email pessoal para ele, e só de sacanagem, só de putaria, me mandou para o spam. o que é no mínino estranho. afinal, o nome é o mesmo. mas zuzo bem. aos poucos a gente vai se entendendo.

tempo bunda.

não curto muito tempo bunda. acho que você também não. tenho certeza que não. tempo bunda para quem não sabe, é o tempo como está hoje aqui em lisboa. você olha pela janela e a primeira reação é: "pourra, que tempo bunda cara." não está quente, mas também não está frio. se você saiu de casa sem um guarda-chuva vai ficar meio puto, mas nem tanto. afinal está chovendo, mas nem tanto. pode parar a qualquer momento. assim como pode apertar. mas também pode ficar um pouquinho mais quente. mas não tanto. o tempo bunda é assim, não se decide. fica em cima do muro. não pode ser considerado nada-- com muita certeza. não existe um casaco certo. não tem também muito o que falar. apenas que o tempo está bunda. e se você parar e pensar, a própria terminologia não tem lá muito sentindo. a bunda é bem popular, em todos os países do mundo. estampa metade dos cartões postais do brasil. a bunda. a própria palavra tem uma sonoridade interessante. fale alto: "bun-da!" tem um "n" no meio que prolonga a palavra e um "da" ao final que encerra com estilo. mas apesar disso tudo, um tempo bunda é o pior tipo de todos. hoje, por exemplo, está bem bunda. bundaço. se eu entrasse no elevador agora e alguém comentasse: "e o tempo, hein?", a minha resposta simplesmente seria: "bunda. bunda para caráio." e finalmente, para concluir, acho que toda estação de tv deveria inserir este tipo de linguagem na previsão do tempo do telejornal: "hoje vai estar sol, com chance de chuva, um pouco de vento ao fim da tarde. ou seja, caro telespectador, o tempo estará bunda." simples assim.

zampa strikes back.

o vanderlei cordeiro de lima estrelou o comercial que deu origem a todos aqueles outros no brasil: "eu sou brasileiro e não desisto nunca." lembra? ele estava liderando a maratona nas olímpiadas de 2004 quando um padre louco segurou ele? então, o cara arrancou todas as forças e chegou em terceiro lugar. virou uma lenda. bom, tem também a história clássica do rocky balboa, o rocky do primeiro filme, que estava na pindaíba e termina o filme por cima da carne seca. o próprio ronaldo antes de confundir filé de soja com filé mignon, também deu a sua volta por cima. se você já assistiu o mega blockbuster "o homem de ferro", taí outro exemplo, o robert downey jr. cavou um poço daqueles que raspava no japão e agora ressurgiu das cinzas com mais autoridade que um fênix desses de filmes com efeitos especiais de qualidade duvidosa. mas porque toda essa introdução? o zampa, o jean zamprogno que alguns posts atrás também teve lá os seus percalços, - tem agora um destino idêntico ao do personagem do stallone, ao vanderlei. o fera, depois de ter passado uma semana num esqueminha bem mais ou menos na frança, graças a burocracias, carimbos e rubricas. bom, depois de ter brigado pelo sabonete num lugar para estrangeiros com os papéis fora de ordem. depois de lutar pela cama de cima no beliche. depois de ter passado num limbo esperando o esqueminha da situação do passaporte dele se acertar. depois de ter passado uma longa semana numa espécie de abrigo esperando a burocracia se entender com o passaporte dele. depois disso tudo, o zampa, acaba de ganhar um concurso aqui em lisboa. de propaganda. o fera tirou o primeiro lugar. primeiro. e qual é o prêmio? o prêmio é uma passagem para cannes. para frança. esquema gala. esquema classe a. esqueminha bom. tudo pago. resumindo, um pouco mais de um mês atrás, o zampa se encontrava numa situação bem mais ou menos na frança. digna de filme daqueles que você não recomenda a pessoas muito sensíveis. vítima da burocracia, detido, shawshank redemption. e agora, o fera deu a volta por cima. e com tudo pago. cannes, frança. hotel. tudo. pela porta da frente. se o stallone ler este blog, grava a biografia do zampa. zampa, the movie. based on a true story. the comeback. the man, the art director, the legend. em outras palavras depois de quase beijar a lona, no último round, zampa strikes back.


se rolar aquela putaria do "this video is no longer available", na janelinha do youtube aí embaixo--- esse vídeo é a cena clássica do rocky balboa correndo, treinando e chegando ao topo das escadas na filadélfia.

terça-feira, maio 13, 2008

"quando em dúvida, joga baba o'riley."

"quando em dúvida, joga baba o'riley." certa vez um amigo meu fez essa sugestão de trilha. a música do "the who" com aquele sintetizador/pianinho no começo durante um minuto e tal da música. quando ele (o meu amigo) disse isso, eu estava fuçando umas 5.978 músicas no meu itunes em busca da trilha perfeita para um roteiro. "baba o'riley", ele insistiu, vai por mim. levanta qualquer coisa. qualquer pessoa. e o fera tinha razão. dia desses estava assistindo "house", o seriado. e o episódio estava meio muchibento, meio mais ou menos. estava morno. ok, estava ruim. e não sei se você curte "house", mas geralmente o programa é bem decente. bom, este dia não estava. e foi aí que, de repente, a câmera começa a seguir os passos de um personagem secundário pelos corredores do hospital. ele, o tal personagem entra no escritório do dr. house. e aí durante o próximo minuto e pouco, como se fizesse todo sentido, o house, o personagem principal-- ficou alí-- em pé com os olhos fechados acompanhando com a mão cada uma das notas de "baba o'riley". fez um "air piano". e a música em si não tinha picas a ver com o enredo do episódio. mas sem putaria, a partir daquele momento, sempre que escuto a música me lembro da tal cena. o que, se você pensar, é uma senhora sacanagem com o the who e toda aquela quebra-quebra de guitarras durantes aqueles shows épicos. parece falta de assunto. e é um pouco. mas vá por mim, quando em dúvida "joga baba o'riley". a conversa com o novo sogro está murchinha na sala e a sua nova namorada não fica pronta? coloca baba o'riley no som da sala. você pegou seis horas de viagem de carro, lisboa-madrid, por exemplo, e está começando a ficar com sono? joga baba o'riley no som do carro. e por aí vai, funciona sempre. e só para concluir que essa teoria tem um pouco de sentido, vou citar mais um que teve a mesma idéia. os caras que criaram as séries do "csi" não sabiam que música selecionar para dar um certo impacto na abertura do "csi ny". afinal já era a terceira versão da mesma série. as pessoas poderiam estar com a saca na lua da mesma história. que trilha colocar na abertura para dar um impacto bacanudo? o que eles fizeram? "baba o'riley." pensando bem, faz sentido.



esse esqueminha aí embaixo de vez em quando funciona. de vez em quando fica só com uma mensagem bem mais ou menos que diz algo do tipo "sorry, not available." mas acho que se você tiver um pouquinho de paciência e pesquisar no youtube "baba o'riley" + "house" você encontra a cena. ou não. mas acho que sim.

ainda vou sentar para escrever com calma

no guia fucking fuckers sobre este restaurante. mas não custa nada adiantar aqui a bagaça se você está com saudade do brasil. o "comida de santo" fica ali entre o príncipe real e a praça das flores na calçada eng. miguel pais, 39. é aquela coisa. você está em lisboa mas é brasileiro-- e ainda está descobrindo a comida portuguesa? beleza, força no bacalhau. mas, você ,de vez em quando, ao pensar num feijão bem feito, fica com baba escorrendo pelos cantos da boca? é, esse é um lugar que pode saciar esse desejo. bom, e finalmente, você já descobriu por essas bandas uma churrascaria, um quindim, pão de queijo no supermercado? ok, mas e bobó de camarão? muqueca, camarão catupiry, picadinho mineiro? essas, você não encontrou nem fudendo. bom, são essas comidas carregadas de personalidade que você encontra aos montes lá. comida de santo é esse canto. começando pela caipirinha. que já oferecem de entrada, antes mesmo de você encontrar a posição perfeita na mesa. vai lá, para matar a saudade, ganhar um quilo e tal e-- sair ajustando o cinto depois.

os tabs e o tio do homem aranha.

não sei se você usa tabs. deve usar, com certeza. tabs no firefox, por exemplo, é o nome que se dá para mais uma página que aparece dentro do próprio navegador. assim você pode navegar duas páginas simultaneamente. e não tem limites. você pode navegar 20 páginas simultaneamente. o "safari" da apple também tem. e tenho quase certeza que também se chama tabs. e creio que o explorer também deve ter esse feature. se antigamente você abria várias janelas e bagunçava tudo e não conseguia prestar atenção em nenhuma delas. os "tabs" apareceram para organizar. simplificar. numa mesma página da internet você consegue pular de uma para outra com um simples click. ou pelo menos é o que acontece na teoria. porque na prática a bagaça só me fódi. suga o tempo. você faz tudo ao mesmo tempo e nada ao mesmo tempo. comecei a notar que desde que comecei a usar tabs com força total, nunca mais consegui prestar atenção em nada. para você ter uma idéia, enquanto tento escrever este mini texto, estou com o firefox aberto. e, nele, no firefox, mais umas 12 páginas. alguma delas começou o efeito cascata. é aquela coisa, você clica no link de uma nóticia numa página como o yahoo, por exemplo. e aí abre uma página só para essa notícia e pensa: "essa eu vou deixar para ler depois." e no decorrer do dia, essa cena se repete algumas vezes. é um vídeo do youtube que você deixa carregando numa página só para ele. e por aí vai, email que você precisa escrever com calma ganha um página só para ele. e lá ele (o email) fica, o resto do dia, naquele tab. esperando você, que provavelmente está lendo ou fuçando outros tabs. o tal do tab é um daqueles negócios que depois que você começa a usar, nunca mais pára. o que, é ruim. não os tabs. mas o fato de você não conseguir viver sem ele. parece estranho essa última frase. mas é a mais pura verdade. o tab é uma boa invenção que quando bem usada, é do caralho. mas quando nas mãos de um cara como este que está digitando essas letrinhas que você está lendo, é um perigo. para explicar o perigo dos tabs, vou citar o homem aranha. ou melhor, vou citar o tio dele. que, ao descobrir que o homem aranha tinha lá uns poderes interessantes disse: "with great power comes great responsibility." tabs é mais ou menos a mesma coisa. permite você navegar um zigalhão de sites ao mesmo tempo no espaço de um. e aí meu amigo, se você for muito ganancioso, fodeu.

quinta-feira, maio 08, 2008

mais dialógos na nespresso.

- eu tenho uma dúvida.
- claro.
- qual é a diferença entre o modelo 90 e o 100?
- o 90 é mecânico. o 100 é automático.
- automático?
- isso, você aperta o botão uma vez e a máquina faz o café e pára sozinha.
- e a outra, a máquina mecânica?
- você aperta o botão uma vez e a máquina faz o café. aí você aperta uma segunda vez e ela pára.
- ah, na mecânica eu aperto o botão duas vezes. e na automática, uma?
- bom, essa é uma maneira de ver...
- então por mais 40 euros eu só preciso apertar o botão uma vez?
- isso, a máquina pára sozinha.
- mais 40 euros e apertar o botão uma vez, ou apertar o botão duas vezes?
- isso.
- é, acho que sei lá, ainda dá para apertar o botão duas vezes.
- ok. mas por mais 40...
- aperto uma só vez.
- isso.
- mas eu já entendi. uma eu preciso apertar duas vezes, a outra, uma.
- é uma tecnologia de ponta.
- ok, valeu a tentativa, mas vou ficar com a dos dois apertos de botão.
- você é quem sabe.
- não, não, sério, valeu a tentativa.
- você é quem sabe.



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- número 36! o próximo da fila.
- eu, eu.
- o senhor vai querer que tipo de café?
- dois longos amarelos.
- lungos?
- é, isso. longos.
- lungos.
- isso, dois amarelos e um azul longo também.
- ... e um azul lungo.
- hmmm, acho que é isso. isso é tudo. três no total. três longos.
- três lungos, obrigado. (e, ao entregar as caixinhas, a moça coloca o dedo indicador sobre a palavra "lungo" que está escrita em letras grandes numa última tentaiva de me ensinar a pronuncia certa.)

tecnologias que um dia pareciam ser do caráio e hoje ninguém sente falta. 1

lá em casa tinha uma tv com a tal tecnologia pip. pip para quem não sabe ou nunca teve uma televisão com essa tecnologia é a abreviação para picture in picture. e o que é pip. ou melhor, como é que funciona? simples, você apertava um botão e aparecia no canto superior do seu televisor uma pequena tela em que você podia assistir um outro canal. me lembro na época quando a tv chegou, todo mundo com a mania de tentar assistir dois programas ao mesmo tempo. mas não fazia nenhum sentido. puta negócio estranho. a telinha extra que aparecia era mínima. vai, do tamanho da tela de um ipod. e como as pessoas sentavam longe, no sofá, não dava para ver picas. existia o argumento que assim era possível saber quando o comercial tinha acabado no outro canal e estava na hora de voltar. mas se na teoria fazia um pouquinho de sentido, na prática não é tão bacana assistir um filme e uma novela ao mesmo tempo. depois de uns 3 meses a tecnologia foi esquecida lá em casa. nunca mais usei. nunca mais vi um televisor anunciando esse feature. o pip foi para o caralho. nunca mais vi alguém comentar que a tv que ele ou ela tem em casa tem esse esqueminha. essa é uma das tecnologias que o ser humano foi capaz de inventar, criar, mas que com o tempo foram esquecidas. apagadas da história. com o tempo fazem tanto sentido quanto comer um big mac sem molho. ou algo parecido. puta tecnologia meia boca. lá em casa tinha uma tv com a tal tecnologia pip. e ainda me lembro de gente brigando para ter ela no quarto.

o truque do queen e "feelings."

lá em 1980 e tal, não sei a data ao certo, o freddie mercury olha para o brian may e comenta: "royalties.". e o brian may achando que o freddie mercury estava falando no sentido de "nobreza", "realeza"-- de queen-- não deu lá muita atenção. mas o freddie emendou: "não royalty, royalties." ele, é claro, estava se referindo aos centavos, os x por cento que os músicos ganham sempre que toca uma música deles em qualquer canto do mundo. reza a lenda que o brasileiro que gravou, escreveu "feelings" vive do que ganha com os royalties da música. e vive bem, num lago desses na itália. tocou "feelings", pimba, pinga um din din na conta dele. mas voltemos ao queen, voltemos ao dia da conversa do freddie mercury com o brian may. ah, vale acrescentar que o papo aconteceu durante a final da liga inglesa de futebol. o jogo já tinha acabado e os torcedores gritavam e cantavam músicas improvisadas. bom, e como o freddie mercury não é bobo, pegou uma caneta e começou a escrever ali o que seria o grande ganha pão da banda para o resto da vida. "brian, e se a música se chamasse we are the champions? fudeu brian, imagine quantos campeonatos acontecem simultaneamente pelo mundo." os dois tentaram recordar se já existia algum hino similar e nada. passaram os próximos 10 dias sem sair da sala de gravações. "melodia simples brian, não fodi." e a letra também não escapou muito dessa regra. tinha que ser fácil de cantar e de memorizar. e, desde então, em todos os países do universo, sempre que algum time, alguma seleção, alguma ginasta, qualquer ser vivo ganha qualquer coisa, toca a pourra da música. ontem mesmo estava assistindo na tv, uma partida de copa davis da segunda divisão, algum país ganhou a série de melhor de 5. segundos depois, a música começou a tocar pelo estádio. é quase como se fosse uma lei interplanetária. o ser humano está condicionado a tocar essa música após qualquer conquista. qualquer jogo minimamente importante, assim como finais de copas do mundo, um dos melhores planos de todos os tempos. e se o fera que escreveu "feelings" acha que tem um esqueminha bom, o esqueminha do queen é ainda mais de fuder. "royalties", disse o freddy mercury para o brian may.

terça-feira, maio 06, 2008

diálogos de casais que estão quase em crise ou quase loucamente apaixonados.

23:18 no relógio da mesa de cabeceira.

- amor, você escovou os dentes?
- sim.
- escovou? bochechou? passou fio dental?
- sim.
- usou aquela maquininha que vibra?
- aquela que faz sangrar a gengiva?
- isso, se você estiver com placas é claro.
- usei. um pouco. mas usei.
- deixa eu ver. abre um sorriso. deixa eu ver a língua.
- como?
- a língua.
- assim!?
- é, tá bem avermelhada. cor saudável. a textura parece estar boa. só mais uma coisa, aquele dentinho que sempre tem uma carninha agarrada lá embaixo.
- esse?
- tá limpo.
- tá.
- então dá um beijinho de boa noite que eu vou dormir.



09:06 no relógio sobre a mesa da cozinha.


- sucrilhos.
- oi?
- passa o sucrilhos.
- mas você come pão francês sem o miolo com manteiga becel desde que eu te conheço?
- sucrilhos, corn flakes, com lascas de chocolate. quero mudar.
- mas roberto, depois de 28 anos? trocar o pão quentinho sem miolo que a vera comprou na padaria por sucrilhos? o que deu em você?
- sei lá, acordei com vontade.
- mas, não consigo digerir isso. 28 anos depois. que loucura.
- é, essas coisas acontecem.
- essas coisas?
- é trocar.
- roberto, você está querendo insinuar alguma coisa com essa conversa?
- caramba, eu pedi sucrilhos e agora esse drama todo...
- mas foram 28 anos, porra, comendo pão sem miolo com manteiga becel!
- foram. você disse certo. foram.
- mas, mas, daqui a pouco você olha para mim, assim, numa manhã como essas, aqui na mesa, despenteada, com o rosto nu. com remela agarrada no canto dos olhos, olheiras que brotaram debaixo dos olhos e nunca mais sairam, e... e... e
- e?
- e, sei lá, assim, você pode começar a pensar coisas.
- coisas?
- é você pode olhar para o meu cabelo desgrenhado, a cara amassada. eu, comendo o pão sem miolo com manteiga becel.
silêncio.
- roberto, diz alguma coisa!
silêncio.
- porra roberto.
- calma. tô pensando.
- em mim!? no meu cabelo. na minha pele. porra roberto!
- não, não. se eu coloco lascas de banana sobre o cereal sobre o sucrilhos. sabe? como fazem nos comerciais.

mais uma dica para marcar preciosos pontos com a patroa.

lá em casa, de cada 200 refeições, dou uma mão em duas. não é filhadaputagem. é que eu não levo jeito para a bagaça e a patroa, muito. bom, mas esses dias, calhou de ser eu ali, na frente do fogão. "erick, e se você fizer o pato?"-- ela disse lá da sala. putz, qualquer prato que começa com pato isso ou pato aquilo já coloca uma pressão enorme. pode fazer um rewind na sua cabeça e tente lembrar todos os restaurantes que você já foi em que o pato estava lá no cardápio. o fera sempre acompanha uns sobrenomes franceses e um preço salgado. bom, fiquei lá olhando para o pato cru. para a panela vazia. e é claro, para os dois pratos igualmente vazios espalhados pela pia. "que caráio vou jogar sobre esse pato, pourra?" e aqui vai a dica para marcar preciosos pontos com a patroa. molho de mostarda e geléia de pêssego com pimenta preta. fudido. e inspirado. abri a geladeira em busca de qualquer pote de alguma coisa que me salvasse. de relance pesquei com cada um dos olhos, primeiro, com o olho direito, o pote de mostarda zambers dijon e com o outro um pote de geléia de pêssego. me lembrei que existia o molho de mostarda e mel. aí pensei: "caráio, troca o mel pela geléia de pêssego e torce para dar certo." e acho que deu. ou a minha mulher ficou com muita pena de mim. mas acho que deu certo, porque eu também comi a bagaça. quase como faz aquele bobo da corte que experimenta as coisas antes do rei e da rainha. a receita é simples. duas colheres fartas de mostarda. fogo baixo. uma colher de geléia de pêssego. uma pitada meio desajeitada de pimenta preta. misture lentamente. quando virar um caramelo meio disforme, largue sobre o pato. pourra, o pato fica cheio das nove horas.

o horário de verão e o sol, e o dia que na verdade é noite. ou "rapá fique esperto para não esticar muito na firma."

agora, por exemplo, o meu casio está marcando 20:32. mas lá fora, está um clarão do caráio. nove da noite, é a mesma coisa. não é muito diferente. nove e pouco, começa a escurecer. nove e meia, escureceu. e isso, como as cortinas cavernosas do post vizinho, também te fodem. você acha que ainda é cedo, mas já é noite. acha que ainda tinha que estar trabalhando, mas já tinha que estar em casa. o verão aqui na europa, pelo menos em portugal pega você no contrapé de uma maneira impressionante. você não trabalha mais por isso. mas se sente mais trouxa. sente mais pateta. um puta banana do caráio. sente, que por algum motivo deveria estar fazendo mais coisas. meio como aquele filme do jack nicholson e do morgan freeman, o bucket list. você olha para o relógio, para o céu. e repete essa cena algumas vezes. e fica sempre, mas é sempre, com essa estranha sensação de que pararam o sol ali em cima só para você deixar de ser mané, largar o computador e ir fazer alguma coisa. mesmo que essa "coisa" seja coçar o saco do lado de fora. e é tudo meio de repente. nove e vinte e pouco, claro. nove e vinte e muito, escuro.

o perigo de cortinas cavernosas.

cortinas cavernosas são cortinas que selam o quarto. cem por cento escuro. não entra fresta de sol. não entra meio milímetro de luz. nada. você não consegue ver um palmo a sua frente. bom, meu quarto antes não tinha esse esqueminha. era mais simples. aquelas cortinas de pano. que deixam entram, vá lá, uns 48% de luz. ou mais, dependendo da teimosia do sol. mas agora, saíram as cortinas de pano e deram lugar para um esqueminha fucking powers que como você já sabe, não permitem um fiapo de luz entrar. é ruim. e é bom. o lado bom, e mais óbvio é que se dorme mais. o lado ruim e um pouquinho menos óbvio é que se dorme mais. para dar uma idéia do efeito das cortinas cavernosas, dia desses acordei quase uma da tarde. isso, quando o meu cérebro está acostumado a dar a partida antes das 10. a cortina cavernosa me criou um problema. não dos grandes. mas médio-grande. o rádio relógio ficou mais alto. o outro que é movido a pilhas, mais perto da cama. e o celular logo ao lado. fique esperto. se você tem sono pesado, fodeu. fuja das cortinas cavernosas. elas pegam o seu cérebro no contrapé de uma maneira impressionante. você jura que ainda é cedo, mas o dia já foi para o caráio.

quinta-feira, maio 01, 2008

o sofá cama que ninguém quis.

todo mundo tem um sofá em casa. é como geladeira, fogão e cama. o sofá deve ser a primeira ou a segunda coisa que as pessoas compram ao entrar num apartamento novo. bom, comprei um sofá novo. queria me livrar do velho. e nada. perguntei para as pessoas do trabalho, nada. perguntei para pessoas de lugares que eu frequento como o café da esquina e o mercadinho de frutas. nada. todo mundo dá a mesma resposta: "eu já tenho um." e o sofá é novo. pouquíssimas vezes foi usado. o problema é que se já existe um na casa das pessoas, não é possível colocar um outro em cima. simples assim. me lembro de um anúncio genial de uma rede de tv americana, a abc que dizia: "se não fosse a tv, como é que você saberia onde colocar o sofá na sala?". algo por aí. o que nos leva a conclusão deste textinho. todo mundo tem sofá. dos grandes.uma dica: quando você planejar comprar um novo, comece a buscar um novo dono para o seu antigo alguns meses antes. eu sei que é estranho se aproximar de um quase conhecido e dizer: "olha, em alguns meses eu planejo comprar um sofá cama novo, você gostaria de ficar com o meu, que eu tenho em casa hoje? mas só em alguns meses?" ou isso, ou tente descobrir alguma maneira relativamente simples de se livrar do fera. do sofá. o sofá cama que ninguém quis.

risoto. como fazer um. ou como marcar pontos preciosos com a patroa.

descobri esses dias como se faz risoto. não é complicado. é relativamente fácil. aprendi no verso do saquinho. e como estava escrito em italiano, das duas uma: ou é uma bela receita dos caras quem inventaram o prato, ou eu errei a tradução simultânea e improvisei o resultado final. mas eu recomendo. tem funcionado desde então. compre arroz de risoto. tenha em casa uma garrafa decente de azeite. uns três potinhos daqueles com alguma erva como alecrim, orégano, páprica e smilares e um copo não muito cheio de vinho branco. e mais uns ingredientes que vão aparecer no passo a passo aí embaixo. bom, vou tentar aqui em pouquíssimos passos ensinar como eu aprendi. e como tenho feito a bagaça, porque tem funcionado.
- esquente um frigideira daquelas quase fundas. adicione um pouco de azeite.
- coloque o arroz de risoto espalhado para se assegurar cada um deles esteja em contato com o calor e o azeite.
- depois de um tempinho, minutos, mais do que 1, menos do que 4. você vai sacar quando é hora, os grãos estão levemente 'bronzeados'.
- agora adicione um pouco de água. o arroz vai inchar.
- espere um pouco da água evaporar, adicione o copo de vinho branco.
- enquanto está rolando esse processo, pegue uma tábua de cortar e experimente misturar uma porção de coisas que você gosta. ex.: linguiça, pimenta preta, lascas de tâmaras, uma colher de azeite, pistache. sei lá, improvisa. e misture tudo com uma colher numa cumbuca. algum prato fundo.
- o risoto está quase pronto? ainda está meio duro. adicione um pouco de água. mas só um pouco.
- segundos depois, adicione essa mistureba que você fez. com um certo carinho, misture o risoto com os ingrediente que você colocou e abaixe o fogo.
- um pouco mais de pimenta preta. uma pitada de sal.
- experimente da panela mesmo? está bom? ok, uma colher de manteiga. mas daquelas manteigas gordas. coloque ela bem ao centro. e para finalizar, uma três lascas de um queijo não tão forte. a linguiça já tem um sabor meio empolgado., misture bem devagar. uma, duas vezes.
- jogue uma pitada de alecrim por cima. e pronto.


acho que vai dar certo. se você estava fazendo uma busca na internet por uma receita de risoto e caiu aqui, meio que por acidente, vai por mim, acho que você vai repetir. se você lê esse blog com uma certa frequência, vai que você também tinha uma curiosidade de como fazer a bagaça. eu não tinha a menor idéia de como se fazia um risoto. e taí um bom prato para você marcar pontos preciosos em casa.