quinta-feira, maio 22, 2008

o vinho rosê


sempre achei o vinho rosê, o mais fraco da família dos vinhos. o tinto, disparado é o que tem lugar mais cativo no primeiro lugar das pessoas. e com razão. muita razão. o branco domina casamentos com uma magnitude impressionante. domina quase todo tipo de evento em que as pessoas não estão sentadas a maior parte da noite. no verão também, o vinho branco arregaça as mangas para trabalhar mais. o rosê ficava ali no meio. sem ao certo deixar claro para o que veio. as regras para tomar o tinto e o branco são claras. carne? vinho tinto. peixe? branco. e por aí vai. o pessoal soube vender os dois de maneira simples, sem muito rodeio. e o rosê sempre ficava ali, na geladeira espiando para ver se alguém ia pedir. de vez em quando alguém na mesa cagava uma regra de que tal clima era mais apropriado para um rosê. ou que aquele peixe que fora pescado no mar negro pedia um rosê. bom, mas como eu disse, nunca foi muito claro. mas portugal é foda. tem vinho para cacete. em todos os lugares. almoço, jantar, jantar e almoço. e acho que agora, na primavera-- entre o inverno e o verão, meu amigo, o que você mais vê por aí são garrafas de vinho rosê piscando o olho para você nos mercados. impressionante. sem querer você acaba levando uma garrafa para casa. ou duas. e quando você menos espera, acaba inventando motivos para inserir o rosê entre o vinho tinto e o branco. começa a cagar regras que você inventa ali na hora. regras improvisadas. desculpa mesmo, para tomar uma taça do vinho que um dia, vivia esquecido numa quina quase escura das lojas especializadas. ontem, ao abrir uma garrafa de vinho rosê, disse, na maior cara de pau: "esses pistaches iranianos com sal grosso combinam com vinho rosê. li em algum lugar. outra coisa que pede uma taça de vinho rosê é esse tempo quase chuvoso, fresco, a brisa..." li pourra nenhuma. mas na hora eu parecia ser o maior expert da história. a desculpa, como você sabe, era por um bom motivo.

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