quinta-feira, dezembro 29, 2005

esse blógui só volta dia 9 de janeiro com o carinha que escreve ele.

três pensamentos do dia.

- uma praia é um relógio de areia que dura um dia inteiro.

- em 2012, o dvd vai sentir na pele o que a fita vhs está sentindo agora.

- quando os carneiros não conseguem pegar no sono, eles contam corredores saltando barreiras num estádio olímpico.

resoluções, as bolhas do champagne e do pro secco.

juro que não lembro quais foram as minhas resoluções na passagem de 2004 para 2005. por falar nisso, também não lembro o que eu queria mudar na passagem de 2003 para 2004, e se eu pensar bem, acho que não me lembro o que eu prometi, quis mudar, bom, não me lembro picas de qualquer resolução que algum dia eu já fiz. acho que é a champagne, o pro secco e a cerveja. você começa a bebemorar o ano novo lá pelas 8 e tal. quando chega meia noite, você já está cheio de champa e borbulhas atrapalhando os cantinhos do seu cérebro responsáveis pela memória. eu aposto um pirulito que vira chiclete que você não se lembra de 3 resoluções que você fez no ano passado. e foi pensando nisso que eu resolvi escrever minhas resoluções aqui. afinal, meu computador não entorna champagne. existe uma chance um tantinho maior que ele lembre as minhas resoluções.
- em 2006 eu vou assistir pelo menos uma vez por semana o jornal nacional. não pelo programa em si. mas pelo horário. quando eu era moleque me lembro que na hora do jornal nacional meus pais estavam em casa. e eu só chego bem depois. é pela nostalgia.
- em 2006 eu vou tentar decorar a escalação do flamengo.
- em 2006 eu vou parar com a putaria de colocar 3 alarmes pra acordar. não fódi. dois tá bom.
- em 2006 eu vou descobrir cinco outros lugares para jantar em que os garçons não sabem exatamento o que eu como.
- em 2006 eu vou finalmente decorar o número do meu cpf.
- em 2006 eu não vou esquecer de pagar nenhuma conta pelo simples motivo de não lembrar.
- em 2006 vou descobrir alguma nova variável par o sanduícheo do café da manhã. quem disse que eu tenho que comer queijo-quente, misto-quente, queijo com peito de peru para o resto da vida?
- eu vou lembrar o aniversário de algum amigo de infância e, não sei como, mas vou arrumar o telefone dele pra ligar e dar os parabéns.
- em 2006 eu vou aprender a cozinha um prato gostoso pra cacete.
- em 2006 eu vou conseguir correr mais de 30 minutos sem parar numa esteira.
- em outubro de 2006 eu vou ler essa lista e, vendo que estou atrasado, vou passar os últimos dois meses do ano correndo para realizar isso tudo.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

dois pensamentos do dia.

- acho que vou começar a fazer a contagem regressiva para 2006 agora. ao invés de 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1, feliz ano novo! vai ser assim: 166.982.092.229.009, 166.982.092.229.008, 166.982.092.229.007, 166.982.092.229.006....

- jogador de futebol é o único caso de um profissional que ao tirar férias faz a mesma coisa que faz quando está trabalhando. ex.: ronaldo, jogador de futebol, ao tirar férias, faz o que? joga uma pelada, futevolei, gol a gol, futebol de praia... você não vê nenhum economista fazendo planilhas nas férias. nenhum arquiteto fazendo projeto. nenhum professor ensinando siri na praia....

a teoria das contas.

não sei como foi na sua casa. mas por algum motivo só comecei a descobrir as contas depois de adolescente. só depois que eu fiz uns 12 anos que eu fui descobrir que existia isso. as contas. e não vem me dizer que eu era filhinho de papai, porque eu duvido que algum adulto na sua casa mandava você aos 7 anos de idade pagar a conta da churrascaria de domingo. eu juro que tem muita conta que eu pago hoje que eu não tinha a menor idéia que existia. de vez em quando chega umas contas lá em casa e eu fico esperando dias até que minha mulher, irmão ou algum amigo apareça dizendo que se trata de uma pegadinha. fico imaginando meus pais uns vinte anos atrás conversando sobre esse assunto. "bem, acho que o erick ainda não está preparado pra saber que existe um negócio chamado fatura de cartão de crédito. é melhor esperar mais alguns anos. o menino pode ficar traumatizado." e minha mãe: "ai, ai, ai, ai, e a conta da luz? quando é que a gente deve revelar pra ele que a luz do quarto dele não é de graça? e o telefone? esse moleque não sai do telefone?" e, depois de algumas horas debatendo esse assunto, a uma conclusão: "o erick só pode saber que existem contas pra pagar quando ele completar 12 anos." e foi assim. quando eu tinha uns 11, 12 anos descobri que existia conta de luz. acho que foi quando deixei o ar condicionado ligado com a porta aberta e levei um esporro. descobri, mas não entendi. só fui saber direitinho de cada uma das contas que se tem que pagar ao fim de cada mês depois que eu fui morar sozinho. é conta pra cacete. de foder a cabeça de qualquer um. eu até entendo que pais resolvam não contar para os filhos sobre as contas. mas o trauma é muito grande quando elas aparecem. acho que deveria existir uma tabela para revelar as contas. quando você fizer 8 anos, eles revelam tudo sobre a conta de luz. aos 9, a conta de gás. aos 10, o aluguel. aos 11, o telefone. e por aí vai. porque aí meu amigo, sabendo disso tudo, você pode até ser um moleque diferente. um moleque mais estudioso, centrado, preocupado em ser o melhor da turma. correr atrás de estágio e oportunidades da vida. porque você sabe que quando crescer vai ter conta pra cacete pra pagar. a teoria das contas. nenhum adulto revela as contas pra todo moleque aproveitar um pouco a vida.

terça-feira, dezembro 27, 2005

três pensamentos do dia.

- eu vou sugerir um roteiro para uma continuação do filme "náufrago". é o "náufrago 2", uma história em que o tom hanks fica perdido num shopping deserto depois do natal. ele encontra uma bola de futebol "adidas" e eles ficam amigos.

- se eu colocar muito filtro solar como é que eu vou olhar no espelho depois e ter certeza que tirei férias?

- o pinguim é um aninal que já nasceu vestido pra casar.

porque mulheres preferem "friends" e homens "seinfeld"

sempre gostei de seinfeld. sou um desses trouxas que mesmo tendo assistido todos os episódios na tv várias vezes, também compro os dvds. "ah, eu preciso ver como era atrás das câmeras, os erros de gravação..." bem, a verdade é que é fácil se convencer de comprar as porras das caixas. o negócio é bom. as piadas são boas. os personagens são sacionais. já o friends, semprei achei bacana. isso, bacana. agora, se você perguntar para qualquer mulher, ou pelo menos a grande maioria, ela vai te dizer o contrário. e quando eu digo "preferem" não estou dizendo que "não gostam", preferem. homens preferem seinfeld porque ele é sarcástico e fêla da puta. mulheres preferem friends porque é doce. isso, doce, se o final não é feliz para algum dos personagens, é feliz pra cacete para os outros cinco. no seinfeld não, um se dá bem, e os outros quatro se fodem bonito. no friends, os apartamentos são mais arrumadinhos, as roupas mais na moda. no seinfeld, os apartamentos são basicões, funcionais, as roupas são camisas e jeans. homens preferem seinfeld porque seinfeld é sobre o nada. quando uma mulher pergunta para um homem no que ele está pensando, e a resposta é "nada", saiba que ele pode estar pensando em algum episódio do seinfeld. mulheres preferem friends porque friends é sobre um monte de coisas acontencendo ao mesmo tempo. mais ou menos como o dia-a-dia de uma mulher, que consegue equilibrar várias coisas ao mesmo tempo, o trabalho, o relacionamento, os filhos, a casa. seinfeld foi criado por dois homens. friends foi criado por um homem e uma mulher. mulheres preferem friends porque o ross fica com a rachel no final. homens preferem seinfeld porque os quatro se fodem bonito no final.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

seis "mas é claro". dois "caramba"

mas é claro que o churrasqueiro que carrega o espeto da picanha sempre estará em melhor forma do que o churrasqueiro que carrega o espeto do cupim.
mas é claro que você nunca mais vai ter a mesma barriguinha sequinha de tanque de quando você tinha 17 anos.
mas é claro que a sobremesa que a carmem miranda mais odiava era salada de frutas.
mas é claro que tem alguém agora na praia pegando sol enquanto você trabalha.
mas é claro que em algum lugar do mundo, existe alguém que resistiu a tentação de ter um celular, um relógio de pulso, uma conta de e-mail gratuito, uma agenda eletrônica, um palm, um laptop wi-fi, um blackberry-- e por isso, é muito menos estressado que as outras 6 bilhões de pessoas que não seguiram o seu exemplo.
mas é claro que nenhum animal acha assim tão divertido ficar preso no zoológico enquanto as pessoas ficam jogando pedaço de pão de véio.
caramba, pisei num cocô de cachorro nesse fim de semana.
"caramba garçom, bife de chorizo bem passado? eu pedi fraldinha ao ponto!"

a ilha deserta dos panetones de frutinhas secas.

curto um panetone. não adoro, curto. adoro uma picanha, curto uma lasca de costela. são duas maneira diferentes de verbalizar o prazer por alguma coisa. bom, mas voltando a ilha deserta do título deste textinho. entre novembro, mais ou menos lá pelo dia 10 de novembro, até as duas primeiras semanas de janeiro, o mercado despeja treze bilhões de panetones no mercado. e quando digo panetone, estou me referindo exclusivamente ao panetone das frutinhas secas. o original, o irmão mais velho do chocottone. bem, lá em casa a gente só comprou um. um panetone. e ainda tem. e acho, só acho, que o fêla da puta vai sobrar. mas, observando o meu consumo de panetone comecei a pensar no que deve acontecer com todos os panetone de todos os supermercados. afinal, eu nunca vi um panetone no supermercado entre fevereiro e outubro. não acredito que as fábricas de panetone simplesmente coloquem fogo em tudo. também não acho que ele vão doar tudo para crianças carentes. esses caram querem é din din. e foi aí, depois de analizar várias alternativas, que eu cheguei a uma conclusão. todos os bilhões de panetones que sobram vão passar esse tempo (entre o final de janeiro até o próximo natal) numa ilha deserta. a ilha deserta dos panetones de frutinhas secas. é por isso, e só por isso, que panetone tem aquela casca mais morena. não é o forno não. é o sol da ilha deserta. porque ele fica molhadinho? é o mar. porque as frutas ficam tão sequinhas? a resposta é simples: elas não podem usar filtro solar para não foder com o sabor do panetone. deve ser mais ou menos assim: final de janeiro, um navio desses de cruzeiro com o roberto carlos a bordo recebe alguns milhões de panetones e parte para uma ilha deserta não identificada no mapa. e aí meu amigo, o resto da história você já sabe: é muito sol, muitas férias, muito mar, e uns 9 meses depois, nhac, eles vão parar na sua, na minha, na nossa barriga. ou será que eles achavam que essa putaria de ilha deserta era pra sempre?

sexta-feira, dezembro 23, 2005

cinco pensamentos do dia


- toda caneta bic que você perde também tem absoluta certeza que perdeu você em algum lugar mas não se lembra aonde.

- o ventilador de chão, aquele que gira para um lado e para o outro foi criado por um ex-jogador de tênis.

- ou, todo ventilador de chão sonha em um dia assistir uma partida de tênis.

- porque todo restaurante não tem um playstation na sala de espera?

- o trenó do papai noel é movido a diesel, mais econômico. ou é como o carro dos taxistas, têm seis botijões de gás embaixo. afinal nunca li em nenhum lugar que o bom velhinho foi visto num posto de gasolina.

e foi dada a largada...

mãe com criança gritando "eu quero" dispara na liderança com uma, duas, não, com três cabeças de vantagem. logo atrás, está o pai empurrando o carrinho com o bebê dentro que incrivelmente ainda dorme. em terceiro lugar, ninguem menos do que a famosa adolescente estressada. a disputa é emocionante. quem vai chegar primeiro no último produto disponível em qualquer prateleira do shopping? é meus amigos, todos os produtos do shopping já eram, não sobrou mais nada, só essa camisa pendurada no último cabide da última loja do último andar do último shopping da cidade. mas olha lá, irmãos gêmeos que estavam em quarto e quinto lugar respectivamente avançam por fora, e passam a adolescente estressada que começa a chorar: "essa camisa é minha! tem que ser minha!" e parece que a mãe com a criança gritando "eu quero" sentiu uma fisgada na coxa, acho que é sério, ela pede tempo. entram os médicos na loja. e ela cai para último lugar. essa disputa está emocionante. o natal está chegando, os presentes acabaram, só resta esse meu amigo. essa transmissão é um oferecimento "shopping vallet park, o estacionamento mais caro do mundo." e "trufas de chocolate lê fresquin que custa 12 reais cada uma!!!" mas voltamos a corrida. os irmão gêmeos são a grande surpresa do dia, e já estão em segundo lugar. em primeiro lugar com uma excelente vantagem de seis cabeças ou meio corredor, está o pai que empurra o carrinho de bebê. ele acelera. ele empina o carrinho, se segura neném, essa camisa pode ser de vocês. faltam poucos metros, os vendedores estão de pé. a mãe com criança gritando "eu quero" tenta um último sprint, ele joga o moleque, e fica mais leve para alcançar o pelotão que lidera. olha lá caro telespectado, os três estão emparelhados, o pai que empurra o carrinho de bebê, os gêmeos e a mãe que tinha um filho que gritava "eu quero". a adolescente estressada acaba de abandonar a prova. vai ser decidido no photochart, quem será o grande vencedor? quem levará o último presente de todos os shoppings de são paulo? quem? para saber a resposta, você precisa ir ao shopping amanhã as 20:00 em ponto. chegue mais cedo para guardar um lugar bom. minhas fichas estão na mãe com o filho que grita. é só um palpite. mas que vai ser emocionante, ah, isso vai.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

2 pensamentos.

- elvis morreu.

- e voltou como uma daquelas bonequinhas havaianas que dançam grudadas no painel dos carros.

uma coisa é certa...

uma coisa é certa, se você acordou com o alarme piscando 12:00, você está atrasado.
uma coisa é certa, se você mora em são paulo, sexta -feira faz sol e sábado chove.
uma coisa é certa, se você não encontra o controle remoto, ele está debaixo de alguma das almofadas do sofá.
uma coisa é certa, se você chamar o garçom de campeão, sua cerveja chega mais rápida e mais gelada.
uma coisa é certa, amanhã você vai estar um pouquinho mais maduro do que hoje.
uma coisa é certa, era muito mais fácil decorar números de telefone quando era apenas 7 dígitos e não 8.
uma coisa é certa, quanto mais velho você fica, mais você dá valor as coisas.
uma coisa é certa, não é fácil fazer um pão de queijo que não fica uma bosta quando esfria.
uma coisa é certa, qualquer coisa que tenha leite condensado na receita engorda.
uma coisa é certa, você vai trocar cada vez mais o lápis e papel pelo teclado, e sua letra vai ficar cada vez mais feia.
uma coisa é certa, era divertido quando ainda não existia celular.
uma coisa é certa, minha conta de cartão de crédito de dezembro vai ser mais alta que a de novembro.
uma coisa é certa, o shopping amanhã, dia 23 de dezembro vai estar muito muito meu deus do céu cheio.
uma coisa é certa, coxinha de frango é uma das coisas mais gostosas do mundo.
uma coisa é certa, se pistache fosse fácil de abrir, perderia a graça.
uma coisa é certa, semana que vem, você ter alguma história muito engraçada pra contar.
uma coisa é certa, você está com desejo de comer peru defumado, chocotone ou os dois.
uma coisa é certa, trocar uma lâmpada é mais difícil do que parece.
uma coisa é certa, o flamengo já foi um time mais bacana pra se torcer.
uma coisa é certa, antes do dia 31, você ainda vai tomar um chopp no seu bar favorito.
uma coisa é certa, esse textinho já está ficando longo demais.
uma coisa é certa, amanhã é sexta-feira.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

três pensamentos do dia.

- todo sadômasoquista sonha em um dia voltar numa outra encarnação como uma bola de futebol.

- são 68 apertadas de "get message" para cada email que você recebe de verdade.

- quando um grego não entende picas do que alguém fala, que expressão ele usa no lugar de "fulano falou grego?

o pirulito que vira chiclete vai ao médico.

sabe o pirulito que vira chiclete? aquele que começa como um pirulito qualquer, e, depois de alguns minutos, ou segundos, dependendo da sua paciência, termina como um chiclete. acho sensacional. é provavelmente o único produto ou coisa que quando você acha que está acabando e começa a ficar triste, lá vem ele como quem diz: "calma erick, relaxa, ainda tem um chicletinho pra você." e foi pensando no pirulito que vira chiclete que eu comecei a imaginar como é a vida dele. é, do pirulito. imagine o pirulito que vira chiclete fazendo uma consulta no ginecologista.

moça da recepção: boa tarde sra. pirulito que vira chiclete. o doutor está te esperando, pode entrar.
sra. pirulito que vira chiclete: obrigado, depois eu queria anotar de novo o nome daquela farmácia que você disse na semana passada.
doutor: então, vamos lá, a senhora pode vestir a camisola e se deitar.
sra. pirulito que vira chiclete: obrigada... doutor será que já está grande?
doutor: vamos ver... deixa eu ligar o ultrassom. sentiu algum incômodo desde a última vez?
sra. pirulito que vira chiclete: não, acho que não. tá tudo bem. um pouquinho pesada, mas acho que é normal, né?
doutor: hmmmm, deixa eu ver, nooooossa! sra. pirulito que vira chiclete....
sra. pirulito que vira chiclete: diz doutor... diz!
doutor: tá vendo aquela luz grande alí?
sra. pirulito que vira chiclete: sei... tô... tô...
doutor: é um chicletão! meus parabéns.
sra. pirulito que vira chiclete: snif! não sei nem o que falar dotô. estou emocionada. sempre foi meu sonho ter um chicletão.

terça-feira, dezembro 20, 2005

3 pensamentos do dia.

- se um urso panda tiver insônia, os círculos pretos ao redor dos olhos dele aumentam?

- quem é que come 'chester' nos outros 364 dias do ano?

- van gogh não podia usar óculos de grau.

o raio supersônico de câmera lenta.

o nome é estranho, eu concordo. mas fique esperto, a qualquer minuto você pode ser atingindo por esse raio. esse raio supersônico de câmera lenta. você deve estar se perguntando: "que caráio esse cara está querendo dizer com isso?" bem, estamos em dezembro, dia 20, última semana de trabalho antes do natal. e é exatamente nesta semana que somos atingidos por esse raio. você está lá trabalhando, de frente para o computador, quando de repente, zooooom!, zaaaaap!, e você leva um tiro de raio supersônico na testa. aí, meu amigo, fodeu. você passa a fazer as coisas em câmera lenta. não tem jeito. tudo ao seu redor faz com que você se comporte como se estivesse em câmera lenta. arrastado, quase parando. tá duvidando? dê uma olhado ao seu redor agora, se tem alguém, quase não está trabalhando. quase não se move. nessa semana, todos serão atingidos pelo raio. isso, é claro, se ainda não foram. não tem como fugir, se esconder. não adianta gritar, esperniar. na semana que antecede o natal, todos nós somos vítimas em potencial do raio supersônico de câmera lenta. eu, por exemplo, acabo de ser acertado em cheio. na testa. no corpo. nos braços. nesses dias que restam, me sinto um fita cassete agarrada no cabeçote do vídeo. com a imagem falhando e voz cada vez mais grave. fique esperto. o próximo pode ser você.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

alguns opcionais que eu queria ter no meu carro.

fiquei imaginado que tipo de opcional poderia melhorar minha vida no meu carro. o ar-condicionado por si só já é do caralho. na minha opinião, o melhor opcional que existe. melhor do que a própria direção hidráulica. prefiro ficar com os braços tremendo de dor do que derreter a caminho do trabalho. e foi pensando nisso que passei a listar uma lista de possíveis opcionais que podem fazer toda a diferença. na verdade são cinco. o primeiro deles e acho que um que todos já imaginaram é o "auto-piloto-do-seu-bar-favorito". acho que é auto-explicativo. o segundo item seria o "farol-super-alto-pra-cacete". esse farol teria a luminosidade de todos os refletores do maracanã juntos. ele serve pra mandar aquele cara que te fechou tomar no meio do olho do cu. o terceiro item é o "choque 3000 watts-em manobrista que corre e bufa no seu carro." nada contra manobrista, mas tem uma meia dúzia por aí que é fóda. o quarto item opcional, que até hoje nenhuma montadora colocou nas ruas é o "baliza-makers" ou "estaciona-nenem". não conheço ninguém que consiga estacionar o carro numa baliza de uma só vez. o "baliza-makers" seria du caráio para aquelas horas que você está com pressa e mija nas calças ao ver o tamanho da vaga que te espera (vaga que geralmente existe entre uma mercedes e um porsche cayenne). e finalmente, o quinto item opcional é bem simples, mas ao mesmo tempo tem um valor inestimável: uma camada invisível de ar supersônico que permite que um mesmo carro tenha diferentes temperaturas dentro dele: a muito fria, do homem, a quente, da mulher, e a fria, pro pessoal do banco de trás. acabaria com com as discussões mais bobas entre casais e a suadeira dos amigos que ficam sambando lá atrás. alguns opcionais que eu queria ter no meu carro. quem sabe você ainda não compra um carro com algum deles?

o amigo-nada-secreto.

se eu pudesse organizar o amigo secreto da firma, ele se chamaria "amigo-nada-secreto". simples assim. cada funcionário tiraria um nome do saco e logo em seguida, ele gritaria em voz alta o nome da pessoa. pra todo mundo escutar. aí, meu amigo, não teria muito como escapar de comprar um presente bacana. não teria essa putaria de, ai, eu não sabia o que você queria então comprei esse vale-livro." pau no cu. acabaram as desculpas. eu sei quem você é. eu sei onde você senta. eu sei o seu ramal. e eu vou te caçar até você sair pra comprar um presente decente pra mim. o amigo nada secreto.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

nunca....

nunca estale as costas só por que você consegue. nunca peça uma pizza portuguesa se você não sabe o que é. nunca aceite um convite para uma festa de casamento se você não conhece a noiva e é um quase amigo do noivo. nunca entre em apostas que envolvam as seguintes frases: "duvido que você consiga virar." "tem um cara que eu conheço que consegue." e a clássica "vai amarelar é?" nunca invente uma desculpa de que você estava olhando para a prateleira de vinhos no supermercado-- a sua mulher sabe que você estava olhando para as pernocas daquela mulher. e o fato que você inventou uma desculpa bem mais ou menos-- só vai piorar as coisas. nunca se ofereça para cozinhar um pene a putanesca. pode parecer fácil no restaurante, mas é difícil pra cacete. nunca se ofereça para segurar a porta de entrada de uma firma depois do almoço. esse seu cavaleirismo vai te custar uns 6 minutos. nunca aceite a sugestão da sobremesa do garçom. você já está cheio, e um pote gigante de profiteroles empapuçado em calda de chocolate gorda só vai te foder ainda mais. nunca acene de longe numa festa de casamento para um cara que você não lembra o nome. nunca compre a promoção do mcdonalds. compre a la carte, item por item. não fodi, quem disse que você quer batata grande? nunca procure aquele cd que um amigo seu gravou pra você, com o carro em movimento. você tem mais chances de encontrar um poste do que o cd. nunca troque um cinema ou um almoço com alguém por um jogo do flamengo. o flamengo, cá entre nós tá cagando pra você. se ele se importasse com você, ele teria um time um pouquinho melhor. nunca esqueça de perguntar para o garçom a marca da vodka ou do gin da sua bebida. pode parecer frescura. mas e a dor de cabeça no dia seguinte não é. nunca saia de casa vestindo um par de sapatos cor de caramelo nestlé, não fodi. nunca beba cerveja antes de meio dia e whisky antes de 8 da noite. nunca coloque o alarme numa estação de rádio legal, você vai escutar as músicas mas não vai acordar. nunca deixe de anotar recados numa folha de papel. uma hora o palmtop fica sem pilha, o celular pifa e o pc explode. nunca dê muito valor a textinhos "caga regra" que começam com nunca.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

quem é aquele cara? ou dois casos de pessoas que você não conhece mais se comportam como se fossem seus melhores amigos.

existem dois caras que sempre aparecem quando você menos espera. você não sabe o nome deles. mas eles estão sempre lá. eu sei, essa explicação está meio confusa, mas vamos em frente que acho que você vai entender. o primeiro cara é um sujeito clássico, tenho certeza que você já encontrou ele. ou melhor, que ele já encontrou você. esse é aquele rapaz que brota numa mesa grande de bar. sabe aquela mesa de bar que não pára de crescer? você chega lá com dois amigos, logo chega mais um e mais um, e a mesa cresce. e, quando já são quase duas da matina, se você prestar atenção, mas prestar atenção mesmo, você vai notar lá no canto da mesa. naquele lugar ímpar, quase na quina, entre um amigo do seu amigo, e ao lado daquela menina que tá ficando com aquele carinha da firma, tem um sujeito que você nunca viu antes. você passa o pente fina na memória e nada. aí você dá um gole de cerveja e se pergunta: "quem é esse cara?" no dia seguinte, você vai se encontrar com alguns amigos que estavam naquela mesa de bar e todos farão a mesma pergunta: "quem era aquele cara?" e ninguém, ninguém saberá a resposta. preste atenção, ele pode brotar na sua mesa hoje a noite. agora, o outro cara é ainda mais esquisito. esse na verdade são muitos. mas todos com a mesma personalidade. calma, você vai entender aonde eu quero chegar. fim de semana na praia, você tira uma porrada de fotos com a galera. e, quando você revela. quando você pega as fotos na revelação 1 hora, surpresa! lá atrás do grupo reunido. atrás dos amigos, bem na pontinha da foto.... lá está ele: um cara que você não sabe quem é. mas ele está lá fazendo o sinal de paz para a foto. e agora, sempre que você mostrar essa foto para alguém, uma única pergunta surgirá: "quem é aquele cara?" hein?

quarta-feira, dezembro 14, 2005

chinelo de dedo.

eu não costumo usar chinelo de dedo. gostaria de usar mais, confesso pra você. poucas coisas proporcionam tanto prazer como dedos branquelos se espreguiçando num chinelo de dedo. não sei ao certo o que aconteceria se o chinelo de dedo fosse liberado para todas as horas. para o trabalho, para o jantar a luz de velas e a festa de casamento. acho que são esses momentos de aperto que fazem cada um de nós valorizar o chinelo de dedo. pense num sapato como se fosse a prisão de alcatraz. a solitária de alcatraz. já o chinelo de dedo, é aquela prova de dna que apareceu para libertar seus pés. o que eu mais curto no chinelo de dedo é a areia. aquela fina camada de areia entre a sola dos pé e a borracha do chinelo de dedo. areia em sapato de couro é uma bosta. em chinelo de dedo é uma delícia. os farelos, os micro-grãos de areia que roçam entre a sola do seu pé e a borracha do chinelo de dedo funcionam como um lembrete de que existe vida lá fora. longe do asfalto quente. você já experimentou voltar da praia sem lavar os pés naquela mangueirinha sem-vergonha. é du caralho. você chega em casa, leva esporro da mãe que você está cagando a casa, mas como uma sensação fantástica de um trabalho bem feito. já entrei em elevador social do meu prédio com as canelas meladas de areia. com os cantos dos dedinhos dos pés recheados de areia. aquela quase seca, quase molhada. o pessoal dá uma olhada como se falasse: "pega o elevador de serviço, seu bosta." quando na verdade eles estão é com uma puta inveja. fivam ali olhando, e imaginando: "caráio, onde é que eu guardei os meus chinelos de dedo?" vai por mim, nesse verão, evite o balde d'água, a mangueirinha quebra galho do quiosque da praia. volte pra casa com os chinelos de dedo cagados de areia. fazendo aquela "ôla" perfeita com os dedinhos do pé. faz uma senhora diferença. o verão dura mais um pouquinho.

terça-feira, dezembro 13, 2005

4 pensamentos.

- em são paulo um sujeito de lambreta, motoca, mobilete chega mais rápido no trabalho do que um cara com uma ferrari.

- salaminho é feito com porcos que têm sardas.

- vou fazer o teste-cego com panetones lá em casa na noite de natal. vou usar três panetones e uma barra de chocolate toblerone. aposto que as pessoas vão eleger o toblerone.

- será que o fundador do greenpeace tem uma árvore de natal na sala da casa dele?

duas formigas se encontram.

sábado nublado. duas formigas se encontram na quina da parede da cozinha lá de casa.

formiga 1: "tô com fome!"
formiga 2: "também."
formiga 1: "você já notou que o erick parou de comprar doces?"
formiga 2: "dieta, o fêla da puta tá de dieta."
formiga 1: "caráio, na época do meu tataravô não tinha essa putaria de adoçante!"
formiga 2: "são outros tempos, nós formigas estamos fadadas a morrer de fome. "
formiga 1: "ou aprender a comer essas bostas de barra de cereal..."
formiga 2: "farelo de pão light..."
formiga 1: "o mundo está acabando."
formiga 2: "você acha que ele emagreceu?"
formiga 1: "um pouco... mas também não fodi... até eu emagreci..."
formiga 2: "rola por aí um boato que a mulher dele coloca umas barras de chocolate onde ele não pode achar... e o pior, que foi o próprio erick que pediu pra ela fazer isso, se não ele come tudo, até os dedos melados de chocolate."
formiga 1: "você sabe aonde ela escondeu?"
formiga 2: "atrás da lata de azeitonas na segunda prateleira do armário."
formiga 1: "o erick odeia azeitonas. o esconderijo perfeito."
formiga 2: "tive uma idéia. vamos chamar uma galera, o frmigueiro inteiro pra cercar a barra de chocolate..."
formiga 1: "... assim o erick vai suspeitar que tem algum doce atrás da lata de azeitonas! o plano perfeito, você é um gênio."
formiga 2: "e você sabe, o erick está tão sedento por um chocolate que ele vai destroçar a barra..."
formiga 1: "... e uma porrada de migalhas vão cair, migalhas das grandes... é festa, é festa meu amigo!"

minutos depois, o erick entra na cozinha e, ao abrir o armário da cozinha para pegar o pó do café, se depara com um grupo de formigar rondando a lata de azeitonas. como previsto, o erick encontra a barra de chocolates e deixa pra trás nacos, migalhas do mais puro chocolate ao leite para as formigas. dias depois, as formigas voltam a se encontrar.

formiga 1: "tô com sede..."
formiga 2: "sei..."
formiga 1: "rola um boato por aí que tem uma lata de toddy..."

domingo, dezembro 11, 2005

a carta que eu escreveria pro bom velhinho se eu tivesse uns 7 anos de idade.

fala noel,
zuzo bem?
olha, esse ano eu acho que eu mereço ganhar aquele presentão que você tá me devendo desde quando eu tinha 5 anos. eu só não escrevi ano passado cobrando, porque ainda não tinha aprendido a escrever. que ironia do destino que agora que eu aprendi a colocar as letrinhas lado a lado no papel, eu começo a duvidar da sua existência. em primeiro lugar, vi você ontem nas lojas americanas, suado, emburrado e sem paciência para tirar fotos com as crianças da fila. bom, ninguém é de ferro. o problema é que no mesmo shopping, também vi você, agora com uma roupa mais transada, na entrada de uma outra loja. papai noel, ou você chama a polícia pra prender esse impostor ou eu vou começar a questionar se valeu a pena ir dormir cedo todos esses dias, quando o senhor sabe, que é de madrugada que passa umas moças com pouca ropa na tv. agora, o que mais tá me deixando cafuzo, mas cafuzo mesmo, é o fato de o senhor andar todo encasacado aqui no brasil. o senhor é louco? pirou? precisa de ajuda? o brasil é quente pra cacete. não fodi noel, você não assiste a previsão do tempo antes de sair pelas ruas? faz o seguinte: não esquece de deixar anotado o nome do seu desodorante perto da árvore de natal. eu estou curioso pra saber que marca que segura a onda dessas subácas suadas. outra coisa: e essa história de chaminé? eu moro em apartamento. me fodi? estou preocupado. vou deixar uma frestinha da janela aberta pro senhor. só não deixo a porta aberta, porque você sabe como anda a violência por aqui. noel, agora me diz, como é que você arruma esse dinheiro pra comprar tudo isso? você não é aquele moço que assaltou seis bancos esse ano? não, né? já sei, você deve ser um daqueles ganhadores anônimos da megasena. parabéns noel. você merece. só mais uma coisa antes de me despedir.... posso ficar acordado na sala te esperando? cansei dessa putaria de ter que ficar no quarto fingindo que estou dormindo. porra, na boa noel. eu não conto pra ninguém que você veio. que eu te vi. beleza? bom, eu vou ficando por aqui. quem sabe depois que você me der aquele senhor presente que está me devendo, eu não te escrevo outra cartinha agradecendo. ôpa, olha lá, já tá começando o tal programa que eu te falei. "sex alguma coisa". ahhhh, noe,
as coisas que uma criança não faz por um presente.
um abraço forte. erick

sexta-feira, dezembro 09, 2005

a pança do papai noel, o panetone e o peru defumado.

papai noel sempre foi pançudo. gordito. balofinho. com pneus largos. cinto apertado. obeso. bem, você entendeu, o bom velhinho está acima do peso. não cabe mais nas calças. ou melhor, até cabe, mas trocou o zíper pelo elástico. fez uma calça de moleton classuda de veludo vermelho. eu tenho uma suspeita. não é assim tão 100% certeza porque eu nunca vi isso acontecendo. mas eu suspeito que o véio curte um panetone. curte também uma farofa, um chester e um arroz daqueles cheio de passas e frango desfiado cuidadosamente pela vovó. tenho notado duas coisas: a barriga do papai noel tem crescido e os nacos de panetone lá de casa têm sumido na mesma proporção. não vou entrar numas de acusar o véio. não é a toa que chamam ele de bom velhinho. mas, se você prestar atenção nas decorações de natal das lojas, nos comerciais, na figura do papai noel, fica muito claro que o cara está ficando cada vez mais gordito. ao mesmo tempo, lá em casa, tem sido cada vez mais difícil encontrar rabanadas nos cantos da geladeira pra comer uns 4 dias depois do natal. por isso mesmo, vou tomar a liberdade e aproveitar esse espaço pra tocar uma idéia com ele. vai que ele lê este blog. papai noel, eu tenho me comportado bem. não tenho feito bosta por aí. então, papai noel, na boa, tira a mão do meu panetone. não fodi. seu colesterol deve estar explodindo. dá uma mão aí, segura a onda, eu vou deixar umas barrinhas de cereais ao lado da geladeira, e da mesa, vou deixar em pontos estratégicos da casa. aí, você come as barrinhas, e quem sabe ano que vem, você não volta a usar aquelas calças bacanas de uns anos atrás. um abraço, erick.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

o google e a preguiça.

o google me deixou preguiçoso. eu já não me levanto para procurar nada. "o telefone da pizzaria?" google nele. "quanto custa uma árvore de natal?" google nela. qual é a capital do acre mesmo?" google no acre. o problema é que você sempre encontra o que está procurando. aí, aquela função do seu cérebro, a vontade de sair em busca das coisas, procurar respostas e razões para tudo que ocorre ao seu redor-- essa vontade acaba. engordei uns quilinhos por causa do google. caráio, as páginas amarelas são pesadas pra cacete. agora, ao invés de me levantar e ir até a estante pegar as páginas amarelas e pesquisar, ou pegar aquele tijolão do dicionário aurélio pra descobrir o que significa uma palavra, eu google geral. geral. fiquei mais preguiço por causa do google. ele atrofiou essa vontade de levantar a bunda da cadeira. a preguiça é como um músculo. quanto mais eu uso o google, mais forte fica essa preguiça. menos vontade eu tenho de pegar a escada para subir na estante e mais vezes eu uso o google para encontrar tudo. fique esperta, sempre que você sentir que dá pra arrancar a bunda da cadeira pra encontrar alguma resposta, vá pessoalmente. tô falando sério, não é putaria não. pra você ter uma idéia como isso é verdade, eu ia pensar um pouquinho mais como terminar esse texto, mas fiquei com preguiça.

barbeiragem e o meu dna.

tem gente que diz que a obesidade é genética. o mesmo ocorre com a calvície, miopia e por aí vai. cheguei a conclusão que a habilidade de manobrar o carro também é. manobrar o carro, fazer baliza, estacionar em vagas de shopping, naquela sua vaga apertada pra cacete do seu prédio e é claro, no estacionamento da firma. eu digo isso, porque se tem uma coisa que a minha mãe é bem amadora, é em pilotar um automóvel. e ela sabe disso. ela é bem fraquinha. e acho que foi daí que peguei a minha pouca habilidade de pilotar o carro. as calotas do meu carro, por exemplo, vivem arranhadas. o carro também, tem sempre um arranhãozinho daqueles bacanas que se vê de longe. se você mandar para um laboratório uma foto de um arranhão do carro da minha mãe e uma foto de um arranhão do meu carro, o resultado vai confirmar o nosso parentesco. hoje estava saindo da vaga do prédio aqui da firma quando sem olhar pelo retrovisor, quase entro em um carro que estava passando. o fêla da puta atrás do volante sentou o cotovelo na buzina. me mandou à merda. e o que foi que eu fiz? bem, abaixei o vidro e o som. coloquei a cabeça pra fora e gritei: "vai tomar no cu! a minha barbeiragem é hereditária! não é culpa minha!! está nos genes, no dna! seu bosta!" ok, eu não fiz isso. mas deveria. afinal, como eu disse lá em cima no comecinho desse texto, barbeiragem, manobrar o carro, isso tudo é hereditário.

terça-feira, dezembro 06, 2005

mulheres e homens 2

mulher prefere fazer compras em hipermercados.
homem faz compras em loja de conveniências de posto de gasolina.
mulher pede molho à parte.
homem pede molho extra.
mulher fala coisas como: "amôzin, lindjin, saudadinhas" em público.
homem fala coisas como: "ahã, sei, também, depois a gente se fala" em público.
mulher gosta de vinho branco.
homem prefere cerveja e vinho branco.
mulher sabe que a o brad pitt trocou a jennifer aniston pela angelina jolie.
homem sabe que o edmundo trocou o figueirense pelo palmeiras.
mulher lembra do aniversário de todos os amigos e amigas.
homem não lembra de aniversário dos membros da família.
mulher chama garçom de "garçom".
homem chama garçom de "campeão".
mulher sente frio no carro, no cinema e no trabalho.
homem não sente frio.
mulher combina uma camisa lilás com uma saia verde-pistache.
homem combina uma camisa preta com uma calça preta.
mulher pede uma meia porção de pasteis.
homem pede duas.
mulher pede a limonada suíça com adoçante.
homem pede o chopp com colarinho.
mulher tem tpm.
homem tem passeio no shopping com a mulher.
mulher gosta escrever um cartão para acompanhar o presente.
homem coloca o nome.
mulher se preocupa com o tamanho do armário.
homem com o tamanho do sofá.
mulher tem pavor de barata.
homem tem pavor de grito de mulher que tem pavor de barata.
mulher lembra da data do primeiro beijo, do noivado, do casamento.
homem olha no verso da aliança.
mulher nota se o garçom colocou um chopp a mais na conta.
homem acena para o garçom e diz: "valeu campeão!"

segunda-feira, dezembro 05, 2005

5 observações de natal.

se eu pendurar uma meia na lareira, existe a possibilidade da meia aparecer com um pé dentro?


o que o papai noel vai dar para a mamãe noel neste natal?


eu deixei de acreditar em papai noel no ano em que eu não me comportei assim tão bem e mesmo assim ganhei uma bicicleta.


a árvore de natal lá de casa era branca, mesmo a gente morando no rio. e você sabe, o rio de janeiro em dezembro é quente pra caráio. nunca entendi essa árvore coberta de neve lá de casa.


já existe o panetone e o chocottone, porque não doce de leitone?

compras de natal.

você é masoquista? não. ok. mas e fazer compras em shopping em época de natal? isso, você curte? se a resposta é sim, você é masoquista sim. shopping em época de natal oferece uma combinação irresistível de estacionamento cheio, criança chorando, lojas com o ar-condicionado meia boca e lojas lotadas com mais clientes gritando e vendedoras nervosas. eu sinto coceira no shopping. as subácas ficam molhadas. sinto dores de cabeça. uma linha de suor corre pelas costas. as vezes eu fico prestando bastante atenção nas pessoas que circulam no shopping. fico imaginando que elas fazem parte de algo associação de masoquistas. que todos se conhecem. que aquele prazer louco de circular pelas lojas é único. disputar um sapato. pechinchar um vestido em 26 vezes sem juros. experimentar trinta e seis vestidos no trocador de uma loja meia boca só porque está barato. compras de natal. se você é daqueles que curte uma fila para entrar em escada rolante. que ama ficar com a seta ligada esperando aquela van manobrar até liberar a vaga. não faça compras agora. espere mais duas semanas. vai lá pro dia 23, quatro da tarde. aí, meu amigo, depois de dar os presentes, você pede ajuda pra família. "meu nome é ____________, eu sou viciado(a) em compras de natal! adoro ir a shoppings lotados. preciso de ajuda. snif..."

sexta-feira, dezembro 02, 2005

2 perguntas.

cachorro entende o que o gato mia? e o gato, entende o que o cachorro late? afinal, o que o gato falou pra deixar o cachorro tão puto?

a casa do garoto propaganda da casas bahia tem móveis da casas bahia? e se tem, ele comprou parcelado, ou em 18 vezes sem juros?

cutícula e salto alto.

taí duas coisas que eu não entendo como uma muié aguenta. ontém, parado no trânsito fiquei assistindo uma tiazinho se equilibrando num par de salto alto fino agulha. a cada passo, ela franzia os olhos como se alguém estivesse dando um beliscão nas coxas dela. uma expressão de dor daquelas que você sente a dor por ela. bom, um quarteirão depois, vi uma outra mulher, bem vestida, bonita, mas também com aquela expressão de dor de cortar o coração. fiquei com vontade de abaixar o vidro e pedir encarecidamente pra ela tirar o salto. se libertar daquela porra. mas fiquei com medo que ela jogasse a caráia do salto em mim. afinal, o mundo inteiro usa salto. acho que todas as mulheres deveriam se juntar, se unir, e fazer uma fogueira com os sapatos de salto alto. em quase toda festa de casamento, minha mulher fica com os pés trucidados depois de algumas horas circulando pelo salão. preste atenção, em todo final de casamento, a mulherada está carregando os sapatos na mão. depois de algumas taças de champagne, a mulherada liga o foda-se. cutículas. não sei se você já teve o prazer de alguma namorada, mulher ou irmã entrar numas de tirar sua cutícula. acontece. você está lá assistindo um filme com a sua mulher, enquanto ela faz as unhas dela. aí, de repente, quando você menos espera, lá vem ela com aquele alicate afiado, pescando bifes do seu dedo. a primeira vez que a minha mulher fez isso, lágrimas correram pelo meu rosto. ela prometeu nunca mais me pegar desprevenido. eu não sei como a mulher começou com essa putaria de rasgar cutículas dos dedos. não faz muito sentido. na verdade não faz nenhum sentido. será que uma muié, uma manicure um dia inventou esse esqueminha pra fazer uma grana? não sei. cutícula e salto alto.

quarta-feira, novembro 30, 2005

a teoria do celular.

uma pessoa e um celular são idênticos. pelo menos do que diz respeito a maneira que ambos consomem energia. quando você compra um celular, a primeira coisa que o vendedor fala é: "olha, deixa acabar a bateria toda antes de colocar para carregar... senão, ele não carrega direito. ou melhor, ele fica mortinho antes da hora e nunca mais fica 100%." com uma pessoa é a mesma coisa. pensa só, se você não está tão cansado e for tirar um cochilo, fodeu. mas fodeu bonito. você vai acordar ainda mais descansado e depois na hora de dormir a noite, você vai passar a noite em branco. ou seja, na manhã seguinte você vai estar completamentre bagaçado. acabado, com olheiras profundas. nada melhor do que só ir para cama depois de estar totalmente estafado. você prega os óio e acorda inteiro. é a teoria do celular. evite por exemplo carregar o celular com pequenas recargas. a bateria dele fica cafuza e nunca mais será a mesma. não faz bem tirar vinte cochilos durante o dia. você vai se transformar numa árvore de natal. algumas horas você vai estar aceso. algumas horas, dormindo em pé. o meu celular é assim. dei mole. ignorei o vendedor. ele tinha razão. a bateria bichou. acabou mas não acabou. finge que carregou completamente, mas basta uma conversa de dois minutos pra ela morrer. vai por mim. só recarregue as suas batrerias quando estiverem completamente esgotadas.

terça-feira, novembro 29, 2005

multas de lentidão.

já levei umas três multas de velocidade. uma delas foi bem cara e uma outra quando morava nos estados unidos. essa aí teve direito a "you have the right to remain silent... get away from the car... license and registration..." multa de velocidade todo mundo já recebeu até aí nenhuma novidade. mas, dia desses andando a caminho da padaria me encontrei num trânsito na calçada. um tiozinho que acelerava o passo quando eu ameaçava ultrapassar e freiava quando podia sentir escutar minha respiração ofegante. o tiozinho da calçada é provavelmente o ser humano mais lento que eu já encontrei na minha vida. nos caminhos da vida já me fodi também em shoppings, escadas rolantes e corredores de firma. a lentidão é até aceitável, o que não pode é ficar obstruindo a passagem, a circulação daqueles que andam um tiquinho mais rápido. bom, isso tudo para dizer que eu acho que deveriam instituir um novo tipo de multa. a multa de lentidão. isso mesmo. multa pra quem andar com o freio de mão puxado por aí. não fodi. as multas seriam como as dos carros. as pessoas acumulariam pontos e depois de um certo número de multas, seriam terminantemente proibidas de circular nas rus. simples assim. e é claro, dependendo da lentidão, o valor da multa seria mais alto. andou lento? 150 reais de multa. andou muuuuuuito lento? 500 reais de multa. e por aí vai. tenho certeza que essas multas não seriam assim tão bem recebidas pela grande maioria. foda-se. é para o bem da nação. com essas multas, as compras do shopping seriam menos estressantes, a ida para o almoço mais rápido. você perderia menos tempo preso atrás de um tiozinho num sábado de manhã. e só mais um detalhe, todo o dinheiro dessas multas de lentidão seria revertido para compra de patinetes e patins para o pessoal mais lento. vale ressaltar que essas multas não valem para deficientes físicos, pessoas com algum problema de locomoção, crianças com menos de 5 anos e idosos. já o fêla da puta que freia na escada rolante só de sacanagem tava fodido.

segunda-feira, novembro 28, 2005

minutos e reais.

e se você pudesse comprar minutos. os minutos do tempo. sabe? você já escutou a célebre frase que tempo é dinheiro. mas e se fosse mesmo? sem putaria. você pudesse comprar um minuto por ... sei lá 100 reais. aí você vai dizer: "porra 100 reais por um minuto! esse cara enlouqueceu, é muito caro." não é, muito pelo contrário, é até barato. se fosse mais barato as pessoas não dariam o devido valor. imagine você lá com 80 e tantos anos e com uma fortuna estocada no banco. bom, para comprar 1 dia a mais de vida custaria a bagatela de 144 mil reais. porra, uma pechincha. e em um dia você pode falar com meio mundo, pegar um sol e ainda dar uns mergulhos no mar.100 reais o minuto. quer comprar um mês? basta desembolsar R$4.320.000,00. bom se você for bem rico, meu amigo é moleza. agora imagina se você ganhar na megasena acumulada. você pode comprar uma década a mais de vida. as pessoas mais generosas poderiam comprar tempo para os mais necessitados. já aquele fêla da puta pão duro morre ainda mais cedo. se isso realmente existisse, eu começaria a economizar desde já. e, quando tivesse bem, bem, bem velhinho investiria tudo em tempo. em minutos que virariam horas e quem sabe, se eu não tivesse sorte, e até lá tivesse virado um bilionário-- essas horas virariam meses, anos e por aí vai. o bacana de investir em tempo, é que, diferente do dinheiro, não tem como te assaltarem. uma pessoa não pode ficar com você por puro interesse. que usufrui dessa fortuna é você e é claro, aquelas pessoas que você escolher para dividir esses minutos novos. o conceito de fortuna mudaria. cada minuto seria mais apreciado. menos desperdiçado. reuniões seriam mais curtas e apresentações de powerpoint menos bem-vindas. pessoas passariam menos tempo em filas e procurariam outras alternativas. operadoras de telemarketing perderiam o emprego e você passaria mais tempo olhando pelas janelas do que para televisão. 100 reais o minuto. quem quer comprar?

sexta-feira, novembro 25, 2005

william boner e fátima bernardes em casa. ou dois apresentadores de telejornal conversam em casa na mesa do café da manhã.

fico imaginando como dois apresentadores de telejornal conversam em casa. o casal do jornal nacional por exemplo. o william bonner e a fátima bernardes, durante o café da manhã. é segunda de manhã, os dois estão meio estressados. eles estão atrasados.

william: marido pede para mulher passar a manteiga.
fátima: mulher responde, mas é claro, cuidado com a tampa que está suja de geléia.
william: marido pergunta para a mulher que já que ela falou em geléia, para passar ela também.
fátima: esposa diz para o marido que pediu a geléia que ele não gosta de geléia de damasco.
william: marido grita que ele gosta e muito de geléia de damasco. e pergunta se ela está confundindo ele com alguém!
fátima: esposa, magoada com a insinuação do marido, manda ele pastar!
william: marido responde que os dois estão atrasados para o trabalho e que é melhor conversar sobre isso depois.
fátima: esposa diz que ela não vai esquecer o que ele disse.
william: marido finge não escutar e pede para a mulher passar o leite.
fátima: "bom dia"
william: "bom dia"
os dois juntos: e até amanhã...

creditos sobem na tela enquantos os dois ficam rabiscando no guardanapo.

quinta-feira, novembro 24, 2005

a bolinha que trava.

que tipo de desodorante você usa? spray de apertar o botãozinho tipo "axe"? spray de apertar geral tipo "avanço"? ou desodorante bolinha? eu usava bolinha. sabe qual é? aquele da bolinha de plástico transparente. o desodorante de bolinha é um enigma. é impossível prever se a bolinha vai travar ou não. aquela bolinha de plástico, aquelas esféra é imprevisível. veja se vocie já passou por isso: nove da manhã, atrasado parao trabalho, você coloca a calça jeans, o sapato e antes de colocar a camisa, abre o desodorante de bolinha e parte na direção da subáca sabendo que cada segundo que passa, mais tempo vocie vai ficar no trânsito e mais tempo você vai estar atrasado. bom, aí quando você esfrega a bolinha, a bolinha trava. não gira. fica alí girando em falso. seca. sem espalhar nem um tiquinho de desodorante. só pra te foder. aí você sabe: você fica mais puto, nervoso e começa a suar. pronto, você precisa mais de desodorante agora do que antes. e nada da bolinha destravar. eu já tentei de tudo: dar uma porrada com a bolinha contra a pia pra ver se ela desgarra. cutucar com uma faca de passar manteiga. mas chegou uma hora que eu cheguei a conclusão que eu não tinha que aguentar isso todas as vezes na hora de colocar aquela crêma de desodorante debaixo das axilas. nunca mais comprei desodorante de bolinha. não fodi. vai arrancar pentelho de suvaco da mãe. não sei qual é a proporção de desodorantes de bolinha que travam. mas sei lá, deve ser 1 pra 100. eu sou muito azarado, já peguei um 3 assim. a partir de agora, só desodorante com fartura. de apertar, de girar. bolinha que trava nunca mais. sugestão: sempre que você for se aventurar comprando um desodorante de bolinha, abra a caráia da embalagem na loja e empurre com o dedão. se não travar, pode comprar. agora, se travar, levante o dedo médio. afinal a porra do desodorante é pra ajudar conter a suadeira e não fazer você suar bicas puto com o mundo. não fódi.

quarta-feira, novembro 23, 2005

os pneuzinhos do dedinho do homem casado.

o título é estranho eu concordo. mas a idéia faz sentido, eu garanto. os pneuzinhos do dedinho do homem casado é um negócio muito simples. bom, antes de você seguir em frente, deixa eu explicar o que são esses pneuzinhos. sabe quando você casa e coloca uma aliança quase frouxa? aquela aliança que não está nem apertada, nem solta? isso é no dia do casório, porque a partir daí, o homem casado começa a engordar. não num rítmo alucinante. mas num rítmo constante. resultado, os dedinhos começam a ficar gordinhos. portanto, a aliança que um dia era soltinha, aqgora fica apertada. e, quanto mais o tempo passa, mais os dedinhos do homem casado incham. com isso, as gordurinhas escorregam, metade para cima da aliança, metade para baixo. esses são os pneuzinhos do dedinho do homem casado. agora que você sabe o que é isso, proponho uma experiência. faça o seguinte, sempre que você encontrar um cara casado, dê uma sacada nos pneuzinhos do dedinho da aliança. é infalível. quanto maior forem os pneuzinhos, mais histórias de casado esse sujeito tem para contar. não existe nenhum homem casado a mais de seis meses que não tenha desenvolvido esse negócio, vamos chamar de uma síndrome. a síndrome dos pneuzinhos do dedinho do homem casado. o meu dedinho, por exemplo, nos primeiros dois anos de casado formaram pneus bem fartos. e, de uma ano para cá, depois de me auto-diagnosticar com essa síndrome, resolvi me cuidar. hoje, posso dizer que meus pneuzinhos do dedinho da aliança deram uma aliviada na pressão. por isso, se você for um homem casado, fique esperto, quando você menos esperar, aquela aliança que escorregava do seu dedo quando você lavava as mãos, pode ficar para sempre presa no seu dedinho. agora, se você for uma mulher que está prestes a se casar, dê uma ajudinha pro noivo, alivia nos bem-casados, nos doces como brigadeiro, sorvete, bolo de chocolate quente, sozinho e/ou com sorvete, assim como na hora que você começar a ficar cheia de desejos por causa do bebê. pode ter certeza, o noivo vai pegar uma carona nessas guloseimas e com certeza vai desenvolver a síndrome. todo cuidado é pouco. os pneuzinhos do dedinho do homem casado. não fique esperando a matéria do fantástico ou a capa da veja, a parada é séria.

terça-feira, novembro 22, 2005

advertências.

duas coisas que deveriam ser incluídas na listinha de advertências do ministério da saúde: sangria e lula à doré. nessa ordem de urgência. primeiro a sangria depois a lula. caráio. é complicado dizer "não, obrigado" para o garçom que vem com aquela jarra colorida-- oferecendo mais uma concha de frutinhas afogadas em vinho. e é quase tão complicado parar de socar lulinhas molhadas no molho tártaro garganta abaixo. na minha sincera opinião, acho que a jarra de sangria e o prato fundo de lula banhada naquela maiones repicada com sei lá o quê, deveriam vir com imagens semelhantes as que vem nos maços de cigarro. sabe aquelas imagens que tem um carinha com dificuldade de subir a escada por falta de ar? ou ainda aquela outra em que o carinha está com uma cara de que acabou de brochar-- com a mulher ao lado com uma cara de bosta? então. algo do gênero. na jarra de sangria por exemplo, eu colocaria uma foto de alguém na cama no dia seguinte, completamente torto, babando pelos cantos da boca-- e abraçado ao alarme. e no prato fundo de lula à doré, eu colocaria a foto de alguém com 3 dedos de barriga pulando por cima da calça jeans-- e com um teco de molho tártaro secando-- sobre o dedão e nos cantos da boca. e é claro, depois viriam outras imagens. acho que medidas como essa não podem mais esperar. tem que sair do papel. até porque, o restaurante do lado da minha casa serve uma excelente sangria -- e um prato farto de lula à doré.

segunda-feira, novembro 21, 2005

o rebaixamento de amigos. ou amigo ou amiga fêla da puta vai pra segunda divisão.

você não precisa entender de futebol pra entender essa proposta. "o rebaixamento de amigos." é bem simples. assim como no campeonato brasileiro, os piores times descem pra segunda divisão, no "rebaixamento de amigos", o fêla da puta que for um amigo mais ou menos, cai. entendeu? vou dar alguns exemplos só para deixar tudo bem claro. lá vai, você tem um amigo que conhece desde pequeno, você tem o telefone desse cara no top 10 do seu celular, você liga pra esse cara no aniversário dele... e apesar de tudo isso, esse sujeito sumiu, escafedeu-se. meu amigo, você já sabe o que vai acontecer com ele, vai ser rebaixado. só mais um exempo: você tem uma amiga que desde pequena você considera a irmã que você não teve. mas aí vocês cresceram, ela, por algum motivo inexplicável ficou a cara da angelina jolie. não bastasse isso, essa amiga costuma pegar os seus ex-namorados, assim como aqueles que você pensa em pegar. bom, essa fêla da pulta, também não merece um espaço na primeira divisão de amigas. vai pra segunda divisão. "o rebaixamento de amigos". uma idéia, diretamente das regras do campeonato brasileiro para sua lista de amigos.

as senhas da dona maricota.

quantas senhas você tem? eu tenho 26. ou 27. talvez 30. o que me fodi não é o número de senhas são as regras que existem na hora de criar as fêla da puta. é, porque as primeiras senhas, as mais antigas tinham 4 dígitos. aí meu amigo, lembrar 4 dígitos é tranquilo. eram os mesmos. mas o tempo passou e começaram a pipocar uma porrada de senhas na minha vida. com 4 dígitos? não, os caras agora querem 6 ou 8, nunca 7. você não poode escrever apenas letras. ou números. tem que ser um combinação de letras e números. eles não podem ser em sequência. ou em ordem decrescente ou crescente. a regra diz que você tem que foder a cabeça pra criar uma senha e é claro, para lembrar dela depois. bom, além das senhas de 8 dígitos, agora também tem uma que é ainda mais escrota. é a senha alfa-numérica. você decora mais três letras. parece fácil, mas só parece, de propósito mesmo. a tal da senha alfa-numérica representa um conjunto de números que mudam cada vez que você acessa a caceta da sua conta na internet. sentiu o drama? fico imaginando uma tiazinha de uns 80 e tal tentando pagar a conta dela na internet ou até mesmo no caixa rápido. depois de meia hora ela liga para o banco, ou entra lá em pessoa:
- boa tarde!
- boa tarde, dona maricota, em que posso ajudar?
- bem, eu estava tentando acessar minha conta, retirar a minha aposentadoria...
- sei... e?
- não consegui decorar as senhas... são tantas minha filha....
- mas minha senhora, você terá que pedir uma nova e mandaremos para sua casa em 8 dias úteis.
- sei, 8 dias úteis!?
- é...
- minha filha, eu queria pedir mais uma coisa...
- mas é claro, a senhora é que manda.
- enfia essa senha no cu.

sexta-feira, novembro 18, 2005

os assuntos do taxista.

dia desses peguei um taxista cheio de assunto. tá bem, isso é uma redundância, todos os taxistas são repletos de assuntos. os caras sabem de tudo. as vezes com uma certa profundidade, as vezes apenas superficialmente. mas os caras se adaptam a quase qualquer público. você torce pro flamengo, o cara sabe a escalação e os principais títulos. você é um advogado, o cara vai comentar com você sobre alguma condenação injusta que acabou de estampar as principais manchetes dos jornais. os reis dos assuntos. os fucking fuckers dos assuntos. e foi pensando nisso, escutando o taxista que eu comecei a pensar num negócio. é apenas uma hipotése. mas vai que eu estou certo. será que existe uma escola, um curso de assuntos. uma espécie de cursinho, uma mini-faculdade em que todo taxista aprende coisas básicas sobre futebol, economia, política e fofocas. uma mini-faculdade com professores, provas, até um vestibular de conhecimentos gerais para entrar. o sujeito tem que assistir as novelas, o futebol de quarta e é claro o de domingo, o jornal nacional e até um ana maria braga para decorar umas receitas. só pode ser. o taxista que eu peguei sabia puxar uma conversa ou outra, mas acho que ele repetiu a matéria do "futebol". o fêla da puta não sabia qual era o líder do campeonato brasileiro. não sabia se preferia o ronaldo fenômeno ou o ronaldinho gaúcho. deve ter comprado o diploma.

6 enigmas da humanidade.

- porque chove mais no sábado do que na segunda-feira?
- você pode comprar um mc lanche feliz se estiver triste?
- porque sempre que passa os gols da rodada no fantástico, o grito da torcida é ensurdecedor mesmo quando é um jogo de bosta em um estádio quase vazio de volta redonda?
- quando falta luz e o meu alarme fica piscando repetidamente "12:00", o tempo pára?
- canibal usa tempero?
- quem assiste a tv record?

quinta-feira, novembro 17, 2005

uma idéia pra copa.

tive uma idéia pra copa. não sei se é boa. mas acho que pode deixar o campeonato mais divertido, mais imprevisível. lá vai...
e se a fifa trocasse os uniformes de todos os times. o brasil jogasse com o uniforme de bahrein, a argentina com a camisa da suíça e a itália com o da austrália. meu amigo, imagine a emoção de assistir o bahrein dar uma goleada nos paraguaios que na verdade seriam o japão. tudo ficaria imprevisível. sem nome nas costas, com a câmera um tantinho mais distante, não seria possível distinguir seleção de seleção. sem essa putaria de achar que o jogo já está decidido antes do juiz apitar. sem aquela babaquice de entrar numas de que só porque o jogo é contra a seleção da costa rica que vai ser uma goleada. com essa troca de uniformes, o mundo inteiro teria que assistir todos os jogos, todos os minutos. e, no último dia, depois da final, a seleção campeão levantaria a camisa para revelar sua verdadeira identidade. quando o mundo inteiro achasse que a seleção campeã era do bahrein, quando os sheiks do óleo estourassem as champa, o cafú tiraria a camisa do bahrein para revelar o grande mistério. só uma idéia. quem sabe.

"e os peixes? hein?" ou 9 pensamentos sobre os peixes.

- quando um peixe grande come u peixe menor, será que ele também fica puto quando ao mastigar, encontra uma espinha?
- será que quando passa um peixe gordo, os outros peixes também chamam ele de "baleia"?
- será que as piranhas mastigam antes de engolir?
- se o camarão soubesse quanto custa o kilo dele próprio, ele ficaria ainda mais puto ao cair numa frigideira quente.
- quando um peixe solta uma bufa ele tem que estourar as bolhas com a nadadeira para um outro peixe sentir o cheiro.
- a sardinha não sofre de claustrofobia.
- o último peixe na fila do cardume se chama "maria".
- água viva é melhor morta.
- um peixe grande come um peixe pequeno. mas será que ele curtiria um sushi, ou quem sabe um temaki de salmão.

quarta-feira, novembro 16, 2005

sala de espera.

sala de espera tem esse nome porque você tem que esperar. se o médico ou dentista atendesse você voando, não teria esse nome. não faria qualquer sentido. fico imaginando o médico e a secretária lá dentro, do outro lado da porta da sala de espera conversando:
- doutor, o erick, seu próximo paciente está na sala de espera...
- sei...
- sei o quê dotô? ele está lá...
- na sala de espera?
- é.... e isso já tem uns dez minutos.
- paciente? na sala de espera? dez minutos?
- porra dotô, caralho, é isso mesmo... o paciente tá aí...
- eu sei muié, já entendi! vê a minha agenda!
- tá vazia... e ele é o próximo!
- hmmmm... sei...
- porra como é que você ganhou um diploma de médico é que eu não entendo!
- quanto tempo ele já está lá?
- agora já são 15 minutos!
- 15?
- você é surdo seu fêla da puta!?
- não, não, não sou...
- então porque fica fazendo essas perguntas imbecís!?
- é que, você sabe, o sr. erick está na sala de espera...
- isso mesmo dotô....
- mas ele só está lá pouco tempo... acho que 15 minutos, cá entre nós, não se qualifica como uma espera.
- caráio dotô!??
- é, faz o seguinte, eu tirar um cochilo bacana... quando der 37 minutos de espera, você me chama. beleza?
- mas dotô...
- não fodi... o nome da porra da sala não é "sala de espera"?

segunda-feira, novembro 14, 2005

os sintomas. ou como saber se alguém apertou o seu botão do pause e saiu correndo.

existem alguma maneiras de saber se você está com preguicite aguda. os sintomas são claros e um tanto fáceis de serem identificados. portanto, eu se fosse você, prestaria bastante atenção neste textinho. vai que você está sofrendo de preguicite aguda e não sabia. o primeiro sintoma e o mai óbvio é o bocejo. se você boceja entre sete da manhã e nove e meia, beleza. mas se você está bocejando repetidamente en horários como onze da manhã, três da tarde e cinco, bom fique esperto, marque um "x" no papel. outro sintoma, é o alarme entre estações. o que é o alarme entre estações? bem, sabe quando você está com tanto sono que, ao dar um tapa no alarme você sem querer tira da estação e ele fica chiando? é, quando o ponteirinho da rádio fm está entre duas estações? então, se o seu alarme encontra-se entre estações e mesmo assim você não consegue abrir os olho, marque mais um "x" no papel. ou você virou a noite acordado carregando sacas de café no porto, ou você está com algum problema. mais um sintoma é o "dormir no sofá de calça jeans e lente de contato". duas coisas bastante incomôdas. dormir de calça jeans é uma bosta, mas pior ainda é acordar com as lentes colando os seu olhos fechados. se isso já aconteceu com você uma vez, beleza, acontece com todo mundo. agora, se isso acontece sempre, marque um outro "x" no papel. porque. meu amigo. tem que ser muito preguiçoso para não conseguir se levantar e tirar a porra da lente de contato antes de pegar no sono. o mesmo para a calça jeans. não perca a conta, já são três "x". agora, se você ainda está em dúvida se você sofre de preguçia crônica, aqui vai o sintoma mais claro que tem alguma coisa bem errada com você. preste bastante atenção. se você também marcar um "x" no papel, aí fodeu de vez, você está sofrendo de uma das maiores inimigas da sociedade moderna: a preguicite aguda. você precisa de ajuda. alguém apertou o seu botão de "pause" e saiu correndo. esse último sintoma é o seguinte, "assistir por horas um canal italiano na tv a cabo simplesmente porque a pilha do controle remoto da tv acabou e você está com preguiça de ir lá trocar o canal pessoalmente ou roubar as pilhas do controle remoto do dvd". o nome desse sintoma é longo assim mesmo. pensei num jeito mais bacana, abreviado pra falar, mas fiquei com preguiça.

sexta-feira, novembro 11, 2005

pensamentos do dia.

- 10 entre 10 homens usam óculos escuros na praia pra olhar bundas que passam em câmera lenta.

- pessoas que conversam em cinemas não conversam em casa.


rodinhas.

cheguei a conclusão que a vida gira ao redor de de rodinhas. é. as rodinhas que você pertence. desde pequeno é assim. toda criança tem sua rodinha na escola. se não é a rodinha do futebol, é a rodinha dos cdfs. se não é a rodinha dos cdfs, é a rodinhas dos que ficam no fundo da sala gritando-- atormentando as professoras. tem também a rodinha dos que estudam na véspera-- os quase vagabundos. já na adolescência, tem a rodinha dos metaleiros. a dos maconheiros. dos festeiros. é rodinha pra cá. rodinha pra lá. tem gente que nunca está satisfeita com a rodinha que pertence e passa a vida inteira tentando mudar de rodinha. é. as vezes é o certinho que quer pular pra rodinha dos sacanas. outras vezes é o surfista que quer pular pra rodinha dos cdfs. e isso-- é bem complicado na vida de uma pessoa. ela tem que trabalhar duro pra mudar de rodinha. não é nada fácil fazer isso. e poucos conseguem. tem ainda gente quer quer participar de duas rodinhas, três, quatro e acaba não fazendo parte de nenhuma. fica de fora. e convenhamos, não dá pra viver fora de uma rodinha. eu, pessoalmente, tive sorte do meu pai um dia cismar em me matricular numa escolinha de futebol. é. quase sem querer entrei na rodinha do futebol. a grande rodinha do futebol. e de lá nunca mais saí. vale dizer que eu nunca fui craque. em time nenhum. mas sei que de todas as rodinhas, a do futebol é uma das melhores. as mulheres também tem suas rodinhas. a rodinha do balé. a rodinha da praia. a do volei. a do condomínio. rodinhas. como a dos meninos. convivendo lado a lado. as vezes uma rodinha dentro da outra. as vezes distantes. as vezes com o mesmo núcleo, mas cada uma com um diâmetro diferente. rodinhas. rodinhas. rodinhas. grupos. de todos os tipos. idades. e cada um com a sua mania. então, agora que você terminou de ler, vá cuidar do seu lugar na sua rodinha porque pode ter alguém de olho nele.

quinta-feira, novembro 10, 2005

pensamento do dia.

- o cara que trabalha na sedex não pode chegar nunca em casa atrasado.

aqui no trabalho tem um cooler de cerveja.

um cooler não, tem uma geladeira, o que é consideravelmente maior. bom, uma geladeira daquelas de bar cheia de cerveja tinindo de gelada. isso existe aqui no trabalho como título já disse. hoje aconteceu um troço curioso. quinta-feira já é quase sexta então fica aquele cheiro de sexta no ar. então, voltando ao troço curioso que aconteceu. estava eu aqui na minha mesa com as pupilas fritando e os neurônios se suicidando quando resolvi ir até a geladeira. pensei: "pourra preciso jogar um lúpulo, uma cevada e uma água cristalina pra esfriar o cérebro. fui lá, abri a porta e a long neck. dei um gole, dei dois. e foi aí que de repente comecei a acreditar cegamente que hoje não era quinta, mas sexta. sexta-feira. sem querer, coloquei os pés sobre a mesa e comecei a planejar o dia de amanhã, o sábado que como você sabe, é uma sexta. e, quando eu já começava a ensaiar uma batucada na mesa, o telefone tocou, um email chegou, meu relógio apitou. "ainda é quinta moleque, não fódi!" dei mais um gole e fiquei imaginando quantas pessoas naquele exato instante no escritório estavam passando pela mesma coisa. freezer de cerveja no trabalho é du caralho. o problema é quando ele te pega no contra-pé. e te fodi bonito. como fez comigo hoje.

quarta-feira, novembro 09, 2005

três pensamentos sobre o fettucine alfredo.

- fiquei imaginando a mulher de qualquer alfredo servindo fettucini alfredo para ele: "seu fettucine alfredo, afredo!"

- imagine a pressão que deve ser para qualquer alfredo cozinhar um fettucine alfredo.
"quem é que cozinhou esse fettucine alfredo?" "ah... foi o alfredo mesmo que fez!"

- para uma tribo de canibais, fettucine alfredo, é um prato completamente diferente: é fettucine com lascas do próprio alfredo.

o requeijão itambé.

sempre preferi manteiga. mateiga daquelas amarelas. com bastante sal. mas de vez em quando. só de vez em quando eu uso o requeijão. quando eu digo requeijão quero dizer, não é qualquer requeijão. na minha sincera opinião, só existe um requeijão que merece ser chamado assim no aumentativo. o único dos requeijões que volta e meia oferece algum tipo de resistência para o reinado da mateiga na minha torrada. requeijão itambé. provavelmente o único requeijão que agarra na faca, ou melhor que a faca agarra nele. requeijão itambé tem gosto de queijo fresco. salgadinho. o que é bem diferente das outras marcas. umas bostas que parecem plástico derretido. as outras marcas parecem ser feitas do mesmo material usado para fabricar aquela rodelinha branca de plástico que fica vedando a tampa do requeijão. sabe aquele merdinha que você tem que cutucar com a unha para abrir? então, itambém não fodi contigo. itambé é ponta firme. é o amigo das horas mais difíceis, aquela segunda de manhã que você tem os olhos cobertos de remela e um dor de cabeça bem fininha que faz com que você sinta vontade de mandar o alarme à merda. vai por mim. não dê mole. nnao encontrou itambém no supermercado? chame o gerente, dê um esporro daqueles que vão entrar para a história. escreva uma carta para o presidente da rede de supermercados. e nunca mais coloque os pés nele. requijão só se for itambé. esse paragrafozinho não tem um fim assim muito claro. ele acaba assim-- de
repente-- quando você menos espera. como o pote de requeijão itambé lá de casa.

terça-feira, novembro 08, 2005

a hora certa, a roupa certa, a comida certa...

130. 130 pra quem não sabe era o telefone da hora certa no rio de janeiro. é, quando eu era moleque não existia celular pra ficar olhando as horas. então a gente ligava para a hora certa. bom, acho que um dia o serviço acabou ou eu simplesmente parei de usar. mas isso não vem a questão agora. o que interessa é que você entenda o espírito do 130. sua simplicidade e praticidade. a idéia é expandir o serviço. além da hora certa, pensei em criar alguns outros. como, por exemplo: a roupa certa. a "roupa certa" seria um número que você ligaria para tirar dúvidas rápidas. "caráio hoje tem festa de noivado da prima da minha sogra, com que roupa eu vou?" fácil, basta ligar para a roupa certa que você se informa. mais um serviço que poderia ser interessante, é o "comida certa". "meu amigo é lacto-vegetariano, que caráio eu sirvo para esse fêla da puta quando ele estiver aqui em casa?" cara, o que você está esperando? liga pro comida certa, pourra! e se informa. cada ligação custaria um centavo. aí, você soma todas as vezes que você teve dúvidas como essa e vê a fortuna que eu posso fazer. mas os servços não parariam por aí: "frase certa pra falar pra muié na balada", "jeito certo de mandar alguém tomar no cu!" o negócio não tem fim. respostas rápidas para pessoas necessitadas. se você tivesse crescido se informando das horas pelo "hora certa", pelo 130, você concordaria comigo.

segunda-feira, novembro 07, 2005

adiantado.

- mas, mas, mas quem é você? me larga, quem é que chega assim beijando!? tá louco!?
- oras, sou eu, inácio! a gente tá ficando.
- inácio? ficando.
- é caráio! não tá me reconhecendo?
- hmmm, não....
- e assim ó, de perfil.
- também não.
- e assim de costas?
- acho que você está enganado.
- mas você não é a maria?
- sou.
- maria antunes? 22 anos, e faz 23 amanhã.
- maria antunes. quase 23. acertou.
- estudou no colégio anglo americano?
- sim.
- nasceu na casa de saúde são josé?
- sim.
- falou pra mim que a gente tinha tudo a ver.
- euuuuu?
- você tem um piercing na boca!
- como é que você sabe?
- e tem uma tatuagem linda de um beija-flor nas costas.
- como é que você sabe? eu tô de costas pro bar!? tarado!
- e também está com a saia manchada de vinho tinto?
- vinho tinto? mancha? não, aí você errou.
- caráio, que horas são maria?
- hmmm, onze e vinte da noite.
- onze e vinte?
- é, ué. onze e vinte.
- cacete!
- o que foi ?
- desculpa, meu relógio tá adiantado uma hora. a gente ainda não se conheceu.

sexta-feira, novembro 04, 2005

parmesão e mais quatro.

- parmesão de saquinho não tem o mesmo gosto de parmesão inteiro.

- se um mosquito beber sangue de uma pessoa obesa, ele engorda? e o contrário, se ele beber sangue de uma pessoa magra, ele emagrece?

- se oferecessem dobrar o seu salário, você chegaria no trabalho antes das 6 e sairia depois das 23:00?

- o estroboscópio é uma luz que é gaga.
(estroboscópio pra quem não sabe é aquela luz da boate que fica piscando.)

- se você ligar para a sua mãe nesse exato instante, aposto um pirulito que vira chiclete que ela vai dizer que estava pensando em você.


sextas feiras deveriam ser duas: sexta-feira 1 e sexta-feira 2

segunda-feira é deprimente, o nome em si é sinônimo de coisa ruim, de tempo ruim. terça é bem mais ou menos é aquele chove não molha, terça é mornp. quarta é perdido, alí no meio de tudo. quinta, bem quinta é quase sexta, fica te tentando. sexta é sexta não precisa de muitas explicações. sábado é quase uma sexta. o problema é que a sexta tem um dia de ócio de vantagem. domingo é cruel. você dormiu mais tarde na sexta, ainda mais tarde no sábado e acorda quebrado no segunda. e é aí que entra a minha proposta. e se a gente trocar o nome da segunda. sai segunda-feira entra sexta-feira 2. a semana teria duas sextas-feiras. uma, a original no mesmo dia de sempre e uma outra no lugar da segunda. essa idéia é para absorver um pouco do impacto da segunda. é claro que a sensação de bosta seria a mesma. o mesmo cansaço, as mesmas dores no corpo e a sensação indescritível de que não existe pior momento na semana. mas uma coisa eu tenho certeza, o novo nome da segunda-feira, a sexta-feira 2 certamente daria uma nova cara pra sexta. você não ficaria tão puto. ficaria puto, mas não "tão puto", o que convenhamos é uma puta diferença. a gente faria uma cerimônia de enterro da segunda-feira. o mundo inteiro de mãos dadas, bandas de rock juntas em palcos espalhados por todos os continentes: o fim da segunda-feira. só uma idéia. quem sabe a semana não começa um tantinho melhor. sextas feiras deveriam ser duas: sexta-feira 1 e sexta-feira 2.

quinta-feira, novembro 03, 2005

3 pensamentos.

Como é que os dentes ficam mais brancos?
Depois de horas de bronzeamento artificial ou depois clarear os dentes?


O que é que o Mcdonald's usa pra colar as sementes de gergelim?
E quem é que faz esse serviço sujo?


Que plavara o sujeito que inventou o código morse escuta quando você bate na porta da casa dele?

a regra do impedimento.

acho que a lei do impedimento poderia ser usada com sucesso fora dos campos de futebol. pra quem não sabe, um atacante está impedido quando ele recebe a bola sem que exista nenhum jogador entre ele e o goleiro. entendeu? é bem simples. ele só pode partir para o ataque se tiver alguém entre ele e o gol. bom, pensando nisso, comecei a imaginar um mundo onde o impedimento fizesse parte do nosso dia a dia. ou melhor, se o impedimento fizesse parte da noite. ou night, balada, boate. nos bares, na hora em que os marmanjos chegassem de bicho na mulherada. sabe aquele exato instante em que você encosta no bar, ombro colado na moça, cheio de más intenções? então assim não é justo. tem gente que chega mais cedo no bar. aí, quando você pensa em falar, o cara já tá lá. por isso, acho que seria interessante uma regra de impedimento. uma amiga da menina, ou um garçom, entre você e o alvo. é o espaço que você precisa pra dar uma segunda olhada. saber se é uma roubada. a regra do impedimento impede por exemplo, uma ação afobada. tudo visando o melhor para os dois lados. para mulher, porque ela não vai passar a noite inteira tento que se esquivar de uns manés pegajosos que fazem ponto no bar. e pro homem, bom, pelo simples motivo que é esse espaço extra é o tempo perfeito pra não fazer uma cagada. pegar quem não deve, algum jaburu, uma menina casada, pensar duas vezes. a regra do impedimento vai dificultar um pouco a pegação. mas acredite quando eu digo que assim a qualidade e o resultado é de melhor agrado para ambos os lados.

terça-feira, novembro 01, 2005

um poema de véspera de feriado.

estou cansado.
alguns dizem que estou com olheiras.
estou cansado.
quase cochilei na minha mesa.
estou cansado.
ôpa, olha lá no calendário,
amahã,
é feriado.

popeye e as barrinhas de cereais.

depois de virar fã do popey quando era moleque-- descobri duas coisas sobre espinafre. a primeira--é que espinafre não vem em latinhas verdes bonitinhas. e a segunda--é que espinafre não é tão gostoso assim como o marinheiro popeye fazia parecer. (creme de espinafre é bom, mas aí já é outra história.) prefiro as barrinhas energéticas de neston. barrinhas de cereais dessas que vendem no caixa das farmácias com sabores como pêssego e maçã light e banana e aveia com mel também light. no mundo mudernu de hoje, elas equivalem ao espinafre do popeye. ou pelo menos é isso que as embalagens prometem. afirmam com cores fortes e letras garrafais: "mais energia, mas disposição...e poucas calorias." se o popeye voltasse às telinhas repaginado, provavelmente colocariam ele rasgando embalagens de barrinhas neston no lugar de latinhas de espinafre. comigo é assim, sempre que eu preciso de uma energia extra, corro pra lojinha do posto, pra farmácia e devoro umas duas barrinhas. prefiro a de frutas vermelhas cobertas por uma espessa camada de chocolate nestlè. confesso que na primeira vez que eu comi-- fiquei observando por horas a fio meus tríceps, meus bíceps e até meu peitora. mas eles não pularam como os do popeye nos desenhos. não chega nem perto da força do marinheiro. mas tudo bem. no dia que fizerem barrinhas neston com sabor espinafre... aí sim... aí fodeu. aí os tríceps pulam, a força aumenta e a disposição dispara. aí sim, o popeye está de volta. popeye e as barrinhas de cereais.

segunda-feira, outubro 31, 2005

confit de rabada e os preços.

existe uma fronteira muito fina entre um prato de 20 reais e um de 59. essa fronteira é quando você está numa pousada distante de tudo. é, porque quando você tem opções, quando você pode pegar o carro e ir a outros restaurantes, existe uma competição. neste caso, no meio das montanhas, enterrado num chalé no meio do mato, você paga o quanto te cobrarem, senão morre de fome. o restaurante da pousada é um daqueles bem cheio das meia hora, água mineral servida como se fosse vinho. mas o que eu acho engraçado é quando os caras entram numas de te foder. por exemplo: quando eles servem confit de rabada com raspas de alecrim e cobram quase sessenta mangos pelo prato. me lembro de ter visto a minha mulher pedindo a mesma rabada em outro restaurante, mas sem as raspas de alecrim e o primeiro nome francês, por uns 20 reais. e, depois de passar o olho no cardápio, de ponta a ponta, fui anotando nos cantos da minha cabeça os truques, os nome, e é claro, os preços. não vou entrar numas de reclamar muito, até porque a comida era boa. mas vou comentar os preços, porque lá no topo da montanha numa cidades longe de tudo, os caras abusaram. salmão com mandioquinha? 40 mangos. água? 4,50. couvert? 10. conta, sem bebida? 150. bom, depois que eu vi o preço da rabada eu liguei o foda-se. cheguei a conclusão que não tinha para onde correr, é aquele coisa de que "está na chuva é pra se molhar!" então mergulhei de cabeça na salada de cubos de abacaxi com tiras de repolho roxo e peru defumado com molho de tomilho repicado com tomate cerejinha (assim mesmo no diminutivo). afinal, quando se está longe de tudo, com o estômago roncando e um frio de fazer os dentes estalarem, o mínimo que você pode fazer é colocar algumas migalhas que sejam para dentro. o mais foda é que os caras sabem disso. assim que eu sentei para fazer o pedido da minha primeira refeição e deitei os olhos no cardápio, podia escutar de longe as risadas dos cozinheiros. os garçom também gargalhou, mas por dentro como quem dizia "é meu amigo, confit de rabada por sessenta manguitos! pode abrir a carteira.... já era... espera só a tua mulher pedir o petit gateua de vintão!" e lá se foi o meu din-din. mas zuzo bem, a pousada era de foder. acho que até isso foi planejado pelos caras. no exato instante em que você pensa em sair socando o pessoal do restaurante, você olha pela janela e vê a natureza. aí, é aquela coisa: natureza lembra tranqüilidade que lembra que é melhor você contar até 100 e colocar o cartão de crédito na mesa. antes que os fêla da puta aumentem o preço.

sexta-feira, outubro 28, 2005

a caligrafia dos médicos.

nunca tive uma letra bonita. nem feia. minha letra é um ok. não é assim uma beleza. mas dá pra entender. o que nos leva ao assunto desse parágrafo: a escrita. a caligrafia das pessoas. nessa última década com a democratização dos computadores, muita gente parou de escrever. é. eu, por exemplo, só escrevo no computador. escrever com a caneta mesmo-- só escrevo quando passo cheque. o que na atual conjuntura econômica é muito raro. resultado: a minha escrita está uma bosta. eu já não entendo o que eu mesmo escrevo. não entendo o que as pessoas escrevem. e olha que eu tento. fico pensando nos médicos. nos clínicos gerais. os fêlas das puta passaram anos escrevendo assim. de forma ilegível. em grego e latim. nunca entendi como as mocinhas das farmácias entendiam as receitas médicas. não entendendo como elas conseguem decifrar hoje. já devo ter tomado muito antibiótico errado, o que explicaria um tufo de cabelos brancos no meio da minha cabeça. mas zuzo bem. fico imaginando um cara mandando um torpedo no guardanapo para uma menina na boate. com o nome ilegível e rabiscado. e a menina ao receber não pensa duas vezes. ela cai de boca beijando ele, engolindo o cara. afinal, ela não é louca. ela não vai perder um partidão daqueles. com aquela letra de bosta, ilegível, aquele torpedo, aquela convite para a perdição, só pode pertencer a um médico. a caligrafia dos médicos, nunca entendi, e pelo que parece vou continuar sem saber que caráio esse pessoal de jaleco branco anda me receitando.

quinta-feira, outubro 27, 2005

porque não servem sobremesa antes?

sobremesa é feita para ser gostosa pra cacete. sobremesa foi inventada com esse único propósito, ser muito, muito gostosa. é difícil encontrar sobremesa ruim. você pode até preferir comer o sundae de chocolate, mas com certeza não odeia o petit gateau. o ponto que eu quero chegar é o seguinte: porque não servem a sobremesa antes? antes da entrada, do couvert e do prato principal? pensa bem: o couvert não é melhor do que uma bela panqueca de doce de leite. a entrada não é melhor do que os profiteroles. o prato principal não é melhor do que o brownie quente com duas bolas gordas de sorvete de creme. tudo bem, o prato principal pode até ser igual. mas, voltemos a minha pergunta inicial... porque não servem antes? porque não se deliciar com a sobremesa e só aí depois ver se você tem cantos vazios no estômago para as azeitonas pretas e o talharim banhado na manteiga? eu, sinceramente, se tivesse um din din guardado abriria um restaurante em que a sobremesa seria servida antes. sério, sem putaria, acho que faria um puta sucesso. eu acabaria de vez com o problema das pessoas que chegam ao final do jantar tossindo comida e-- não conseguem sequer olhar para um carrinho de sobremesas. falando no carrinho, no meu restaurante, tudo começaria com o carrinho de sobremesas. quase que de trás para frente. em pouco tempo as filas estariam dobrando as esquinas, pessoas abririam franquias, e booom, ninguém nunca mais se lembraria que antes de chegar na deliciosa sobremesa, você tinha que passar pelas torradas duras, manteigas de bolinhas e a sofrível pastinha de berinjela do couvert. melhor ainda: ninguém nunca mais perguntaria perguntas como: "porque não servem a sobremesa antes?" hein?

quarta-feira, outubro 26, 2005

pequenas regras. pequenos deslizes.

é difícil encontrar uma pessoa que perdoa grandes deslizes. já os pequenos deslizes até passam, mas existem pequenas regras. por exemplo. se você comete um deslize como chegar em casa do bar entre 1 da manhã e 2 em ponto, isso se qualifica como um pequeno deslize. depois das duas da matina, o deslize é grande. bom, mas voltando ao derrapada de ter chegado em casa uma e tal da madrugada. sua mulher pode até perdoar. mas você tem que seguir algumas regras. não tocar a campainha é uma delas. campainha dá susto. e a última coisa que a sua mulher quer é levar um susto e encontrar você um tantinho bebô. quer ver outro pequeno deslize? é comer comida fria da geladeira depois de chegar do bar com os amigos. esse não é o deslize. o problema acontece quando você esquece a geladeira aberta. você pode ter uma certeza... fodeu! você vai acordar de ressaca e com um cheiro de comida podre pela casa. neste caso alegue insanidade mental e busque internação num instituto renomado. outro deslize é esquecer de dar um recado importantíssimo como "sua mãe estava ligando da alfandêga, ela está precisando de ajuda, parece que os guardas implicaram com aqueles 3 ipods que você queria revender no brasil.... mas eu esqueci..." esqueceu é o caralho. esquecer não pode. a regra aí é simples, invente a melhor desculpa que um ser humano pode criar. contrate um roteirista de cinema, peça ajuda, diga que você foi abduzido por vacas coreanas que te levaram para passear nos pampas gaúchos e que você esqueceu pois as vacas fizeram você assistir "e o vento levou" de trás pra frente repetidamente. sua mulher sabe que você não está falando a verdade. que você está inventando uma desculpa. o que ela quer é ver que você está se esforçando. pequenas regras para pequenos deslizes. elas são fáceis, bem básicas, não requerem treinamento muito menos um manual. por isso, se algum dia você se encontrar nessa situação, vai por mim, não fodi.

terça-feira, outubro 25, 2005

mosquito solto dentro do carro.

saí de casa hoje com um mosquito solto dentro do carro. é desesperador. não sei se você já saiu de casa com um mosquito solto dentro do carro, mas meu amigo, se acontecer contigo, fica esperto, cuidado, reze, é um perigo. as chances de você bater o carro aumentam com cada minuto que passa. um mosquito solto dentro do carro, equivale a conversar no celular e comer uma fatia de pizza calabresa fervendo enquanto você pilota o seu carro. eu não sei com não raspei a lataria do carro na calçada. não sei como não saltei por cima de um toyota que estava bem na minha frente. por azar ou sorte, eu ainda não decidi qual dos dois, eu tinha um jornal no banco de passageiro. o que fez com que eu entrasse numa de matar o mosquito a mais de 100 km/h. dei duas porradas com o jornal enrolado contra o pára brisa e nada. mosquito solto dentro do carro é mais esperto do que os comuns. afinal, se o fêla da puta conseguiu entrar no seu carro fechado, ele é bem mais maroto que os outros. tenho certeza que ele ainda está lá. tentei de tudo. ar condicionado no 4, todos os vidros abertos, zig-zaguear na estrada, e nada. cheguei na minha mesa com as subáca suada e com a certeza que não existe inimigo pior no trânsito que o mosquito solto dentro do carro. o único mosquito que existe exclusivamente para te foder nas estradas perigosas de são paulo e não, chupar o seu sangue. tenho medo dele. tenho pavor. mais até do que cobra naja de filmes como "a múmia". falando nisso, hollywood ainda vai fazer um filme sobre este monstro. sobre esta ameaça ao bem estar da sociedade. se não fizerem, eu faço.

segunda-feira, outubro 24, 2005

máquinas do tempo.

como voltar no tempo por poucos reais ou até mesmo de graça. ou, máquinas do tempo enquanto não inventam uma definitiva. boa viagem.

- chocolate chokito.
- mate leão.
- rocky 2
- o programa do didi.
- sérgio chapelin no globo repórter.
- picole chicabon ou de coco ou de uva, mas tem que ser kibon e nessa ordem.
- fita vhs
- revistinha do tio patinhas ou do cascão. também vale a do chico bento.
- jeans desbotado.
- deixar as costeletas crescer.
- qualquer novela com o tarcísio meira.
- a música brega "total eclipse of the heart".
- cachorro quente da geneal.
- milkshake do bob's.
- cheeseburguer especial do mcdonald's.
- disk mtv
- locução do cid moreira nas chamadas do fantástico.
- seriados com claque, aquelas risadinhas pré gravadas.
- michael j. fox.
- madonna.
- toddynho com canudo quebrado.
- corneto mio, muito crocante é da gelatto...
- de volta para o futuro 1 e 2.
- apuração das escolas de samba do rio.
- gol do flamengo.
- ver fotos da monique evans e luiza brunet peladas.
- ilariê.
- transmissão da abertura das olimpíadas.
- bala juquinha.
- bala bhering de caramelo que agarra nos dentes.
- beijo molhado de tia em festa de natal.

sexta-feira, outubro 21, 2005

os amigos quase-virtuais e os de carne e osso.

depois que você ler esse textinho, entre no seu email e dê uma olhada no 'inbox' ou nas pastas, dê uma olhada geral. porque? bem, cheguei a conclusão que existe um novo tipo de pessoa: a quase-virtual. a pesssoa quase-virtual é aquela que você sabe que existe, é de carne e osso, mas você só fala com ela por email, messenger e txt message no celular. mas, definitivamente o maior número de quase-virtuais residem no universo do email. dia desses recebi um email de um amigo e depois de ler, notei que não falava com o cara desde janeiro. mas mesmo assim, eu sabia o que ele tinha feito ontem e na semana passada. tudo por email. o cara tinha se transformado num amigo quase-virtual. e o problema disso é que para voltar a ser um amigo de carne e osso é foda. é muito mais fácil virar um quase-virtual do que voltar a ser um sujeito de verdade que você briga pelo último pastel de queijo numa mesa de bar. o número de ligações e a freqüência dessas ligações principalmente, são chave para resgatar um quase-virtual. não me entenda errado, os quase-virtuais as vezes são os seus melhores amigos mas você ainda não parou para notar que eles se transformaram. o problema é muito maior do que você imagina: você não sabe, mas aquele cara que você considera um dos seus melhores amigos pode perfeitamente considerar você, um quase-virtual. a ficha já caiu pra ele. ele já passou os olhos na caixa postal do email dele e fez a contas: "caráio, eu mandei uns 30 emails pro erick esse mês, mas não liguei nenhuma!" e por aí vai. é matemática pura, quanto maior a distância entre o número de emails e o de telefonemas, mais perto está a transformação num quase-virtual. o segredo é saber escolher quem você quer que vire quase-virtual e quem você quer que continue de carne e osso. é priorizar os emails para o primeiro e deixar de ser preguiçoso e ligar para o segundo.

quinta-feira, outubro 20, 2005

duas pessoas que você não conhece, mas mesmo assim, coloca a sua vida nas mãos delas.

o barbeiro/cabelereiro e o garçom que serve cupim na churrascaria. esses dois sujeitos têm a sua vida na mão. literalmente. pensa só. o barbeiro, um sujeito que você não tem nenhum intimidade fica com uma tesoura das mais afiadas a milímetros do seu pecoço, da sua orelha e porque não também do seu nariz. já o garçom que serve o cupim está sempre empunhando uma faca do seu tamanho bem ao lado do seu rosto. você pode achar estranho, mas dias desses numa churrascaria fiquei pensando nisso: o que impede esse garçom de ter encontrado a mulher dele com o garçom da picanha na cama-- e se vingar de todo ódio-- fatiando os clientes? a mesma coisa com o barbeiro. lá está você, o cliente de número 238º daquele dia quente, cagando regra de como você quer que ele corte o seu cabelo. "assim não! tira atrás, menos, mais, mais, menos e menos caráio! não fodi eu pedi pra você cortar mais dos lados!" e ele, o barbeiro fica lá de trás da cadeira, olhando para você pelo espelho enquanto afia a lâmina da navalha. essas duas situações, a churrascaria e o barbeiro são os únicos dois lugares em que você e qualquer outro ser deste universo não liga em ter um sujeito com um instrumento afiado perto da veia aorta do seu pescoço. tente se imaginar em qualquer outra situação: no mcdonald's por exemplo, um mané vestido de ronald mcdonald aparece com um facão perto de você, fodeu, é chute no saco do dele. você está fazendo o check in no aeroporto e a atendente coloca uma tesoura perto da sua orelha... cotovelada na boca dela. duas pessoas que você não conhece, mas mesmo assim, coloca a sua vida nas mãos delas. são esses dois sujeitos descritos aí em cima. ou seja, pense trinta e duas vezes antes de mandar o cara que serve o cupim à merda ou falar que o corte de cabelo ficou bem escroto.

quarta-feira, outubro 19, 2005

a arte de calcular a conta do bar depois de uma meia dúzia de chopps.

calcular a conta do restaurante é uma arte. sem exagero. você já tentou pegar pra você essa responsabilidade? meia noite e tal, meio com sono meio com o buzz dos chopps? não é pra qualquer um. me lembro quando por algum motivo estiquei o braço e trouxe a conta pra perto de mim. mesa de 8, que já tinha sido de 11 três horas antes, uma conta das mais complicadas para somar. um erro de iniciante. é como antes mesmo de aprender a andar, você entrar numas de correr. é como antes mesmo de aprender a escrever cismar em escrever um romance. você entendeu, é como colocar os cavalos na frente da carroça. eu nunca deveria ter feito aquilo. deveria ter esperado o dia que a mesa fosse pequena para calcular a conta. uma mesa de duas pessoas com uma porção de pastéis e dois chopps, uma mesa simples. me fodi, primeiro tive que conferir o número de chopps tomados, tarefa impossível quando as pessoas não lembram nem que horas são. depois, tive que somar as notas quase rasgadas de dinheiro que foram deixadas para trás, e no meio de tudo, desisti. um nocaute no segundo assalto. não tinha a capacidade, muito menos a habilidade para equilibrar uma tulipa de chopp numa mão e uma pilha de notas de dez e cheques já assinados por pessoas que eu não conhecia, na outra. e foi aí que entrou um amigo que domina a arte de calcular notas de bar. é como se ele conseguisse isolar todo e qualquer "buzz" e ficar sóbrio por uns dois minutos. zen, concentrado, focado, como se estivesse sozinho naquela mesa. ele fez quatro pilhas: uma de cheques, uma de dinheiro, uma de ticket e uma de bolachas de chopp. ao final ele sorriu para os que ainda estavam na mesa e disse: "fiz as contas e alguém deixou dinheiro demais. sobrou uns 18 reais pra tomar a saideira." e todos aplaudiram, mesmo que fora de rítmo, o fato de ele ter encontrando no meio daquele caos, a saideira. um gênio. a arte de calcular a conta do bar depois de uma meia dúzia de chopps.

terça-feira, outubro 18, 2005

coisas que você não sabe como são difíceis fazer até o dia que sobra pra você fazer sozinho.

fritar frango. parece fácil. mas não é. o frango não cozinha por dentro com as mesma facilidade que queima por fora. sempre que eu tento fazer ou ele fica cru por dentro e legal por fora, ou torrado por fora e bacana por dentro. ovo. bem, ovo parece fácil. é foda. deixar a gema mole então sem aquelas melequinhas boiando então é mais foda ainda. passar uma camisa social. "passa aí essa camisa pra mim vera!" quando você não pode gritar pra alguém fazer isso pra você, tente fazer sozinho. são tantas curvas e retas, e bolsos e mangas e botões que você vai desistir no meio do caminho e pegar uma camisa que já esteja passada. dobrar uma camisa. você deve estar pensando: "não fodi, dobrar a camisa é mole." parece, mas não é. nunca fica legal. nunca fica igual ao jeito que a arrumadeira da sua casa fazia. arrumar a cama. muito foda. quando eu faço sempre fica com um dos lados arrastando no chão. sempre sobra colcha. sempre sobra cobertor. tirar cocô de cachorro da sola do tênis. essa é uma das mais difíceis. você fica lá debruçado no tanque com água escorrendo a 100km/h sobre a sola do tênis e nada do cocô largar, ceder, corre pro ralo. quantas vezes você já chegou em casa e largar um tênis coberto de bosta na área e encontrou ele no dia seguinte cheiroso dentro do seu armário. parece que foi fácil, não foi. quando você faz isso você mesmo, você dá um valor inestimável a todas as removidas de cocô de sola de tênis que já fizeram pra você na sua vida. fazer café. lá em casa sempre tinha café fervendo na garrafa térmica. parece que é mole fazer. não é. a coisa mais fácil do mundo é fazer um café fraco ou forte pra cacete. que é o que sempre acontece comigo, café óleo diesel que pinta os dentes de marrom. quando você é moleque tudo parece fácil. quando você cresce, se você tiver sorte, tem sempre alguém pra te dar uma mão e fazer essas coisinhas do dia a dia pra você. e, você, lá de longe acha que é mole, que é fácil e no dia que você precisar fazer você mesmo, acha que vai dar tudo certo. ontem, por exemplo, coube a mim fazer o frango em casa. minha mulher não estava naquele exato instante que a minha barriga roncou e a cozinheira já tinha saído. pensei: "é fácil erick, vai lá, vai com fé!" uns oito minutos depois estava lá eu raspando a casca queimada do frango. o que também parece fácil, mas não é.

segunda-feira, outubro 17, 2005

um poema de primavera.

está quente pra cacete.
o calendário diz que é primavera,
mas parece verão.
vou tomar um sorvete.
pois acabei de ver pela janela
uma velhinha entrando em combustão.

domingo, outubro 16, 2005

os críticos de restaurantes que não são críticos mas se comportal como se fossem.

sábado a tarde fui almoçar numa lanchonete nova dessas que servem variações de hamburguer. uma sanduicheria para ser mais preciso. os caras levam esse negócio a sério. na joaquim floriano, rua no bairro do itaim bibi tem uma em cada esquina. bom, talvez por isso, os caras tentam cada vez se especializar mais. carne importada da argentina moída em moedor italiano e grelhada em forno inglês, servida em pão francês com maionese grega e queijo suíço. exagerei um tiquinho, mas é por aí. mas voltando ao meu almoço de sábado a tarde. lá estava eu, prestes a dar a minha primeira dentada no suculento hamburguer, quando de repente um cara que deveria ter lá seus 25 anos, de olhos quase fechados enquanto mastigava diz: "hmmm, não, não, não, está salgado! carregaram no sal, dá pra sentir pela textura!" o amigo que estava ao lado reagiu com uma mão estendida chamando o maître: "olha, nossos hamburguers estão fora do padrão. nos recusamos a dar mais uma mordida!" e lá se foi o maître correndo para a cozinha equilibrando a prova do crime na bandeija. enquanto assistia esta cena, soquei quase 50 gramas de hamburguer na boca e mastiguei como se tivesse sido resgatado dos andes depois de uma semana perdido na neve, tava gostoso pra cacete. o maître voltou oferecendo um novo hamburguer e uma sobremesa ao final da refeição. o novo sanduíche chegou e enquanto o pseudo-crítico teorizava com os amigos sobre a qualidade dos ingredientes, eu comia e tentava conversar na minha mesa. mas era complicado. os fêla da puta reclamavam em voz alta: "não sei, acho que é o queijo... esse queijo definitivamente é de péssima qualidade. o sabor agarra na carne e deixa uma sensação de gordura em cada mordida!" ou "o pão parece fresco mas não é." ou "a carne é quase seca, já comi melhores." e, meia hora depois quando o garçom finalmente veio oferecer a sobremesa de cortesia, aí que deu vontade de mandar os caras à merda, mas estava de boca cheia. "vocês gostariam de experimentar nosso romeu & julieta? um delicioso sorvete de queijo com goiabada?" o moleque simplesmente disse: "queijo? queijo? como você ousa me oferecer queijo depois da péssima qualidade do queijo do sanduíche de vocês?" não fodi. vai dar meia hora de bunda. na boa, até confio mais na opinião de uma pessoa comum do que um crítico de restaurante. mas caráio, use o bom senso. se eu fosse dono do restaurante colocava a mesa toda na grelha. "o especial do dia? bom, nosso especial do dia é sanduíche de fêla da puta metido a chef."