sexta-feira, dezembro 02, 2005

cutícula e salto alto.

taí duas coisas que eu não entendo como uma muié aguenta. ontém, parado no trânsito fiquei assistindo uma tiazinho se equilibrando num par de salto alto fino agulha. a cada passo, ela franzia os olhos como se alguém estivesse dando um beliscão nas coxas dela. uma expressão de dor daquelas que você sente a dor por ela. bom, um quarteirão depois, vi uma outra mulher, bem vestida, bonita, mas também com aquela expressão de dor de cortar o coração. fiquei com vontade de abaixar o vidro e pedir encarecidamente pra ela tirar o salto. se libertar daquela porra. mas fiquei com medo que ela jogasse a caráia do salto em mim. afinal, o mundo inteiro usa salto. acho que todas as mulheres deveriam se juntar, se unir, e fazer uma fogueira com os sapatos de salto alto. em quase toda festa de casamento, minha mulher fica com os pés trucidados depois de algumas horas circulando pelo salão. preste atenção, em todo final de casamento, a mulherada está carregando os sapatos na mão. depois de algumas taças de champagne, a mulherada liga o foda-se. cutículas. não sei se você já teve o prazer de alguma namorada, mulher ou irmã entrar numas de tirar sua cutícula. acontece. você está lá assistindo um filme com a sua mulher, enquanto ela faz as unhas dela. aí, de repente, quando você menos espera, lá vem ela com aquele alicate afiado, pescando bifes do seu dedo. a primeira vez que a minha mulher fez isso, lágrimas correram pelo meu rosto. ela prometeu nunca mais me pegar desprevenido. eu não sei como a mulher começou com essa putaria de rasgar cutículas dos dedos. não faz muito sentido. na verdade não faz nenhum sentido. será que uma muié, uma manicure um dia inventou esse esqueminha pra fazer uma grana? não sei. cutícula e salto alto.

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