quinta-feira, fevereiro 24, 2005

aperte "1" para física quântica.

você com certeza já ligou para uma empresa e ficou na espera escutando uma musiquinha. ex.: você quer fazer uma pergunta besta sobre uma ligação para a monróvia que apareceu por acidente na sua conta de celular e resolve ligar para a central de atendimento. tudo bem. tudo bom. até que do outro lado atende uma gravação caga-regra. "aperte 1 para isso. 2 para aquilo. 3 para dúvidas. e aperte 4 para ir para puta que te pariu". isso, é claro, se você tiver sorte. é. porque geralmente são umas 26 opções. hoje mais cedo--depois de uns 7 minutos esperando um ser humano me atender e escutando alguma ópera gravada nas coxas-- eu tive uma idéia. não sei se é boa. pode ser. quem sabe. enquanto eu escutava a milésima sinfonia de beethoven --pensei num negócio. porque ao invés de ficar escutando uma caralhada de sinfonias que você já escuta na sala de espera do dentista--você não tem uma aula? é. uma aula! pode parecer estranho. mas pensa só. você liga para a sua operadora de celular e os caras te colocam de banho maria por meia hora. pô. é tempo suficiente para dar uma refrescada numa matéria de química básica. um pouquinho de história. geografia das américas. tipo telecurso 2º grau. só que pelo telefone. caráio. todo mundo sairia ganhando. de um lado, as empresas poderiam continuar te fudendo--com as longas esperas telefônicas. e do outro, você aprenderia uma ou duas coisas novas a cada reclamação que você tivesse que fazer. "bom dia, você ligou para a telefônica! todos os nossos operadores estão ocupados. e--pelos próximos 40 minutos, você pode esperar escutando uma aula. aperte 1, para física quântica. 2, para literatura com ênfase em Machado de Assis e 3, para literatura inglesa Shakesperiana." simples assim.

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

os óio.

tenho olhos castanhos. castanhos quase-claros quando olho diretamente pro sol-- e castanho quase-escuro quando,bem, quando está escuro. mas não é sobre a cor dos meu olhos que eu queria falar. queria falar da cor dos olhos dos outros. mas especificamente sobre os azuis e os verdes. nenhuma pessoa em especial. queria falar dos óio mesmo. das bolinhas. você já notou como as pessoas se comportam quando encontram alguém de olhos claros? a reação é sempre a mesma. as pessoas se aproximam e ficam lá investigando a cor. embasbacadas. fazem algum comentário babão do tipo: "caráio...seus olhos...seus olhos....são azuis!" ou algo parecido. olhos claros na minha sincera opinião deveriam ser proibidos. é, proibidos. porra, nascer de olhos azuis equivale a começar um jogo ganhando de 4 gols de vantagem. é como começar uma maratona do KM 20. é como começar uma corrida de fórmula 1 com umas 10 voltas de vantagem. é como, bem, você entendeu. é como sair na frente. e quando eu digo sair na frente, não estou exagerando. tinha um amigo meu que pegava mais gente que van de lotação em dia de greve de ônibus. o fila da puta tinha olhos azuis. não falava muito. era do tipo calado. e enquanto ele ficava borboletando os óio pela boate, o resto da turma tinha que trabalhar dobrado pra atingir o mesmo objetivo. sério. nada contra quem nasceu com um par de olhos claros. mas essa é a mais pura verdade. chama atenção. é por isso que eu acho que deveriam acabar com essa história. nasceu de olho azul ou verde? pimba: lente escura neles. colocar a galera toda como o mesmo cartão de visitas. sem dramas. sem gritaria. e antes que você comece a especular que isso se trata de alguma forma de racismo-- quero deixar claro que eu tenho muitos amigos e alguns parentes com olhos claros. mas você não precisa concordar, é claro. esse é apenas o meu ponto de vista. um ponto de vista castanho quase-claro em dias de sol, e quase-escuro na maior parte do ano.

terça-feira, fevereiro 01, 2005

liquidação!

não entendo muito esse efeito louco que liquidação tem nas pessoas. é claro que eu sei que os preços estão mais baixos do que no mês passado e que se você comprar agora, vai economizar mais do que um mané que comprou o mesmo produto no natal. mas numa boa, o que acho estranho, estranhíssimo por sinal, é uma pessoa mudar completamente de comportamento ao ver um cartaz de liquidação. um painel de “sale”, “soldes”, “50%”, “queima de estoque”. caráio, tem gente que fica com as subácas moiada. tem gente que larga os filhos sozinhos em casa. tem gente que briga. que xinga. tem gente que muda de personalidade. mas muda mesmo. uma simples e pacata dona de casa vira um hulk. vira um monstro. ganha uma energia de outro mundo. acerta as pessoas na saca. distribui dedáda nos óio. coloca o pé na frente. esconde vestido. compra as vezes só para os outros não aproveitarem a mesma liquidação. afinal, que graça tem você dizer que comprou a tal camisa verde pistache numa liquidação da forum, se uma pessoa pode levantar a mão do outro lado da mesa e comentar com um ar de bosta: "essa calça é de lá! comprei ontém!" é o efeito liquidação. assim como o hulk cresce e fica verde quando fica com a saca cheia, uma pessoa doente por liquidação, mata, atropela, faz qualquer coisa para comprar uma calça bege que está com 22% de desconto. mesmo que o número esteja errado. mesmo que esteja apertada. a doente por liquidações, entra no cheque especial, passa fome, dorme na rua, faz qualquer coisa para colocar as mãos trêmulas numa bolsa louis vuitton. mesmo que tenha sete em casa. não importa, ela tem que aproveitar a liquidação. é uma doença. deveriam inventar um grupo de tarados por liquidação anônimos. o t.l.a. e, para atrair as pessoas para esse grupo seria moleza. fácil, fácil. você adivinhou: é só fazer uma liquidação. “junte-se ao grupo e ganhe 50% de desconto na matrícula.” não entendo muito esse efeito louco que liquidação tem nas pessoas. não entendo.