terça-feira, fevereiro 28, 2006

três pensamentos do dia.

- no japão, já é amanhã. vou ligar pra saber quem ganhou o carnaval do rio.

- aposto 1 bilhão de reais que você não se lembra de 4 refrões do sambas das escolas de samba que desfilaram na sapucaí.

- quando eu era moleque, minha escola enforcava quinta e sexta-feira na semana do carnval. acho que essa é a diferença entre ser criança e adulto.

a "sussuradeira" do cinema. a tarada por falar durante o filme.

fui ao cinema umas três vezes nesse carnaval. e, nas três vezes, tive o azar de sentar perto de falantes. pessoas que sentem tesão em falar no cinema. é, acho que taí mais um fetiche; falar sussurrando no cinema. tem gente que tem tara por pés, tem gente que tem tara por um chicote, e agora, acabo de descobrir que tem uma galera que é completamente louca, taradíssima por sussurrar no cinema. é, porque não faz sentido falar tanto durante um filme. é um puta negócio sem sentido. primeiro, você não consegue acompanhar o filme e segundo não dá pra entender picas da conversa, afinal ninguém consegue se entender sussurando. e, foi observando uma tiazinha dessas que gosta de falar no cinema que eu cheguei a conclusão que ela só podia estar falando tanto, porque aquilo devia estar despertando alguma sensação indescritível dentro dela. é aquela coisa, tem gente que curte se pegar dentro do carro num estacionamento cheio porque o perigo de ser pego deixa a parada, sei lá, mais interessante. a mesma coisa com essa história de falar no cinema. é "proibido", não por lei, mas ninguém curte alguem sussurrando na cadeira ao lado, muito menos na fileira de trás. e é aí que deve estar a essência dessa pourra. falar no cinema, durante um filme denso, legendado de três hora de duração-- é perigo puro. quem arrisca falar numa situação dessas, periga levar um saco de pipoca na fuça. a pessoa que fala durante o filme deve ficar com o coração a mil-- na boca, a respiração ofegante e uma sensação de que a qualquer minuto alguém vai gritar mandando calar a boca. bom, mas voltando a tiazinha... ao final do filme, quando as luzes se acenderam, olhei nos olhos da fêla da puta que falou durante o filme inteiro-- muitas vezes fazendo perguntas imbecis para o marido. olhei nos olhos dela como um policial que olha nos olhos de um criminoso pego em flagrante. ela não me deu muita bola. agarrou a mão do marido com uma violência de quem diz: "vamô embora que eu tô louca para continuar sussurando no seu ouvido em outro lugar..." olhei para a cara do marido e ele, bem, ele levantou as sobrancelhas. o fêla da puta sabia que eu havia descoberto o segredo deles. do casal. essa tara de sair nas tardes de sábado para falar, ou melhor, sussurrar nas salas de cinema para apimentar a vida entre quatro paredes dos dois. a tiazinha sentada atrás de mim no cinema. ahhh, a tiazinha.

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

três pensamentos do dia.

- prefiro queimar o dedo do que o céu da boca. não dá pra colocar band-aid no céu da boca.

-o chocolate granulado do brigadeiro é o irmão mais doce do gergelim do big-mac.

- depois de assistir "a marcha dos pingüins" cheguei a conclusão que o primeiro pingüim que chega no mar estava dopado. se você assistir, pode notar, o tal pingüim parece que está num domingo no parque quando os outros estão completamente estafados.

9 entre 10 dentistas recomendam sensodyne. um dos maiores enigmas de todos os tempos.

sensodyne para quem não sabe é uma pasta de dente para dentes sensíveis. é aquela pasta de dente do comercial em que a moça pede um sorvete no restaurante e ao colocar uma colher na boca ela morre de dor. sabe? aí, logo depois que a moça coloca a mão na boca e faz uma cara feia, entra um dentista em cena e diz: "dentes sensíveis? use sensodyne! eu recomendo! só sensodyne possuí os ingredientes certos para acabar com a sensação de hipersensibilidade nos dentes blá blá blá..." acho que desde que eu nasci esse comercial passa na televisão. o mesmo roteiro, diferente atores e dentistas. mas a cena é sempre a mesma e a chamada no final também: "9 entre 10 dentistas recomendam sensodyne!" bom, e foi pensando nisso, ou melhor, e foi de tanto assistir esse comercial que eu comecei a fazer a minha própria pesquisa por aí. é meu amigo, tem um tempinho já que eu venho perguntando para os meus dentistas se eles recomendam sensodyne ou não. tô falando sério, desde moleque eu faço a mesma pergunta: "então___________, você recomedaria sensodyne para dentes sensíveis?" e a resposta tem sido sempre a mesma: "mas é claro erick! somente sensodyne possui os ingredientes certos para...." ok, ok, essa parte eu inventei. mas todos os dentistas sempre respondem que sim. eles recomendam sensodyne. essa pesquisa começou lá em 1980 e tal quando minha boca era um hotel de cáries. e, de lá pra cá, lá se vão duas décadas e 9 dentistas. isso mesmo, 9. não 8, nem 10. 9 dentistas. aí você deve estar pensando: "grandes bosta, o cara teve 9 dentistas diferentes em 20 anos!" mas se você prestou atenção no título desse textinho você deve ter notado que falta apenas um para eu chegar ao meu objetivo. só mais um dentista. só mais uma pergunta para desvendar se o comercial está de putaria comigo ou não. é, porque todos os 9 dentistas até hoje disseram "sim!". todos até agora recomendaram a caráia da pasta de dente sensodyne. falta uma resposta. seguindo a estátistica que o comercial não pára de afirmar, o próximo dentista não pode recomendar sensodyne. esse décimo dentista é a chave de todo esse mistério. preciso saber se o fêla da puta vai indicar ou não sensodyne. esse é o meu código da vinci. desde que atingi o dentista número 9, comecei a mastigar açucar como se fosse chiclete. sai o pão francês, entra o pão doce. tenho escovado os meus dentes com algodão doce. tudo isso para acelerar o desenvolvimento de um cárie das braba. é, porque só assim eu vou poder desvendar um dos maiores segredos da humanidade: "9 entre 10 dentistas recomendam sensodyne." será? porque se o fêla da puta, o dentista de número 10 também recomendar sensodyne, aí meu amigo, o mundo fica de cabeça para baixo. tudo sai dos eixos. tudo fica cafuzo. eu terei que reavaliar tudo e todos. agora é sentar e esperar a tal cárie crescer.

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

quatro pensamentos do dia.

- carnaval foi uma festa criada por algum mestre cervejeiro.

- se alguma lei tornasse proibido o uso da palavra "babe" em música românticas cantadas em inglês, as gravadoras fechariam as portas.

- tenho uma camisa salmão no armário que não uso desde 2002. a fêla da puta continua cismando que não combina com nada.

- assim com existe multa de velocidade, deveria existir multa de lentidão.

a barriga e os 28 anos.

o que acontece com todo ser humano quando passa dos 28 anos de idade? alguma coisa tem que acontecer na estrutura molecular das pessoas para fazer com que a barriga não encolha mais. alguma coisa que faz com que a barriga de homens e mulheres aumentem e aumentem, para nunca mais voltarem ao tamanho original. depois dos 28 anos de idade você nunca mais terá a mesma barriga de tanquinho que você teve quando era um adolescente de 17 aninhos. não importa se você está matriculado na maior academia da américa latina. não importa se você não consome carboidratos. depois dos 28 anos todo ser humano terá uma barriga. barriguinha. barrigão. não importa o tamanho, a verdade nua e crua é que alguma coisa acontece depois dos 28, que faz com que o seu corpo ligue o foda-se e desenvolva uma barriga mais saliente, mais farta, mais adiposa, maior. acho que quando você atinge esse ponto na sua vida, os 28 anos, começa uma nova fase. a fase da barriga. é, você nunca mais vai tirar a camisa ao chegar na praia com orgulho. a partir de agora, nada de estufar o peito. o segredo é encolher a barriga. o ideal é frequentar um pico, um ponto na praia em que as pessoas tenham em média a sua idade, acima dos 28. assim, todos estarão na mesma situação. com bermudas um tantinho maiores, algumas de elástico e as mulheres com biquinis não tão cavados. é pura ciência. a barriga ganha vida depois dos 28. e não tem nada, nada, mas nada mesmo que você possa fazer. é um daqueles mistérios da ciência que deixa todo ser humano puto mas que ninguém pode fazer nada.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

três pensamentos do dia.

- sundae de chocolate do mcdonald's são mil calorias que você consome em quatro colheradas.

- cenoura é um afrodisíaco. você já viu um coelho...

- o iô-iô e o bumerangue são irmãos quase-gêmeos que se separaram no nascimento.

gravatas e a pena de morte...

gravata é uma espécie de pena de morte disfarçada de acessório. é sério. não tô exagerando. preste atenção ao ver executivos em elevadores cheios ou praças de alimentação de prédios lotados de empresas. tem sempre um engravatado asfixiado contando os andares como quem conta os segundos que restam de vida. ok, ok, tô exagerando. mas gravata é foda. nos últimos 5 anos usei gravata três vezes, duas como padrinho de casamento e uma vez no meu casamento. juro que tentei negociar com a minha mulher casar sem gravata. pra ser sincero pensei em negociar mas desisti sabia que não ia rolar, mas desde então nunca mais. odeio muito. hoje, para colocar uma gravata só se me pagarem. mas pagarem muito. ou se for numa situação do tipo: "erick se você colocar essa gravata o terrorista tal e tal não solta a bomba nuclear aqui!!!" aí, talvez eu coloque. mas voltando ao assunto levantado pelo título desse textinho, a pena de morte. fico imaginando o dia que um juiz, após o juri ter chegado a conclusão que um sujeito merece a pena de morte, pergunta para o culpado: "você prefere morrer na câmara de gás ou usando uma gravata?" não é a toa que quando um sujeito chega em casa num filme ou numa novela, a primeira coisa que ele faz é afrouxar a gravata, fechar os olhos e soltar o ar. é uma maneira de dizer: "estou livre, fui absolvido da pena de morte!" se o ibope resolvesse investir uma grana em pesquisa, descobriria que o número de mortes envolvendo pessoas que usam gravatas é infinitamente maior do que dos sem-gravatas. é um fato. se você tiver um amigo bacana que vive de gravata, salve ele. arranque a gravata do pescoço do fêla da pulta. para o bem dele. gravata é uma espécie de pena de morte disfarçada de acessório. é sério. não tô exagerando.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

três pensamentos do dia.

- que marca de desodorante o cascão da turma da mônica usa?

- água mineral custa mais caro que gasolina.

- o bono vox vê tudo lilás.

e lá se foi o janjão.

quem nunca teve um amigo como o janjão? o janjão é aquele cara que encarava qualquer parada quando você era moleque. "janjão, duvido você chegar naquela menina encostada no bar!" e lá ia o janjão como um míssel teleguiado sem medo de ser feliz. e quando o janjão ia, ou melhor, quando alguém duvidava do janjão, ele sabia dos riscos. sabia que a tal menina podia ter um namorado que foi ao banheiro. mas o janjão cagava baldes. não tava nem aí. é como se ele soubesse que aquele era o papel dele no mundo. desafiar convenções, pessoas, e o senso comum das coisas. "janjão, será que você consegue pular da varanda do prédio na piscina do clube?" e o janjão, como se aquilo fosse bosta, pulava de sorriso aberto e genuíno. o janjão é aquele amigo que tem uma cicatriz na sobrancelha e outra no queixo. o janjão é foda. um exemplo. é como se ele tivesse nascido sem uns 2% do cérebro. aquele naco responsável por tomar decisões importantes. aquela área do cérebro que apita o alarme, toca a sirene quando enxerga uma merda a caminho. todo mundo precisa de um amigo "janjão" que muitas vezes abre portas pra molecada mais cagona. bom, mas voltando ao janjão. tava pensando no janjão esses dias. estava lá eu sentado, de camisa social e calça jeans, numa mesa dessas de almoço numa praça de alimentação de prédio de firma. esses com mil mesas iguais. foi aí que me veio a imagem do janjão. o sol brilhava lá fora. nenhuma nuvem no céu. eu não tinha nenhum trabalho na mesa. nada. e ali, naquele momento, com o sol batendo na minha perna, pensei no janjão. é, no janjão. fiquei imaginando o que o janjão faria se eu falasse: "ô janjão, olha esse sol... duvido você largar tudo e ir para a praia agora!" e lá se foi o janjão. grande janjão.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

três pensamentos do dia.

- tenho quatro graus de miopia. quatro. que só fui descobrir quando tinha uns 16 anos de idade. acho que vou entrar na justiça para mudar todas as minhas notas de matemática antes disso. afinal, eu não conseguia ver picas que estava escrito no quadro e não sabia.

- tem um post-it colado na quina do meu computador desde 1999. vou pedir meu dinheiro de volta. post-it que não desgruda tá com defeito.

- quem é que tem uma língua maior: einstein ou o gene simmons do kiss?

deixei cair iogurte na calça jeans.

era a última colherada das grandes. colher cheia apontada pra boca aberta. e no meio do caminho, lá se foi uns 8ml de iogurte para calça. bom, depois de ver a bosta, terminei o iogurte e fui para o banheiro jogar uma água. entre a cozinha da agência (o local do acidente) e o banheiro, fui calculando os "prós" e os "contras" de jogar água na calça. o que era melhor: ficar com a calça cagada de iogurte ou ensopada de água? decidi sentar na pia e com uma mão no formato de concha e desviar o fluxo da torneira para a calça. acho que exagerei, pois a calça, meia hora depois ainda estava molhada, azul escura, não mais surrada. voltei para a cadeira e não levantei mais. preferi ficar pregado na cadeira a explicar que não estava sofrendo de incontinência urinaria. meia colher de sopa de iogurte de mel com laranja e cenoura é suficiente para foder a sua manhã inteira. entre a colher de iogurte que caiu na minha calça jeans e a calça secar depois de ser lavada na pia, foram uns oitenta minutos. detalhe: deixei cair iogurte na calça jeans na altura do zipper. no único lugar aberto a duplas interpretações. não caiu na canela, não caiu na coxa, caiu ao lado do zipper. a dois dedos do zipper. ali, no único lugar que gera piadas e comentários engraçadinhos. "erick, você mijou nas calças?" "não, comi iogurte!" "erick você mijou nas calças?" "não, comi iogurte!" nunca imaginei que meia colher de sopa de iogurte de mel com laranja e cenoura rendesse tanto. o iogurte é bom? é bom. mas é denso, tem pedacinhos de cenoura e coloração artificial de laranja. aquele laranja que arde a vista. laranja de lápis de cor de criança hiperativa. por isso é provavelmente uma das coisas mais difíceis de remover ao olho nu. agora, que secou, por exemplo, parece que um pombo cagou na minha calça. pombo fêla da puta. a partir de agora, iogurte só de canudo ou com a calça enrolada em papel toalha. só assim.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

sete "prefiros"

- prefiro ficar preso no elevador do que no trânsito.

- prefiro esperar uma mesa num restaurante do que minha vez no dentista.

- prefiro acordar achando que é segunda quando na verdade é sábado, do que acordar achando que é sábado quando na verdade é segunda.

- prefiro bala juquinha do que trufas de chocolate godiva.


- prefiro frio do que calor.


- prefiro mandar alguém pro caralho com o "farol alto" do carro do que com a "buzina".


- prefiro pegar chuva sem guarda-chuva do que pisar em bosta de cachorro.

massacres, espetos e galinheiros.

você já parou pra pensar no número de galinhas que são sacrificadas para você comer uma porção de coração num rodízio? caráio. é galinha que não acaba mais. cada espeto do garçom é um galinheiro. inteiro. e dos grandes. se as galinhas tivessem uma biblioteca, você encontraria lá-- milhares de livros documentando esse massacre. incluindo o ritual. começando com o abate. seguido pelo corte. passando pela brasa. até os corações serem fincados no espeto da churrascaria. sinistro. se as galinhas tivessem um galo chamado joão kleber-- ele passaria as noites fazendo denúncias na tv. e, se as galinhas tivessem um jornal tipo "o povo", todos os dias ele chegaria nas bancas-- com fotos de espetos de coração estampados na capa. com manchetes em letras garrafais do tipo: "massacre!!!" ou "bem-passados!" ou ainda "mastigados com sal grosso!" mas, como as galinhas não tem uma biblioteca. não têm um programa como o do joão kleber, e principalmente-- não têm um jornal como o "povo"-- eu estou tranquilo. vou continuar frequentando as churrascarias-- e acenando freneticamente para o carinha que serve o coração. sem dramas. com a minha consciência limpa. é. e falando nisso, tomara que o pessoal do galinheiro tenha tido um bom dia hoje. tô aqui torcendo que as galinhas tenham tido a chance de conversar bastante hoje. e-- se despedir uma das outras. é. porque depois desse papo de coração de galinha, fiquei com vontade ir a churrascaria hoje. hoje vai ter mais um massacre no galinheiro.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

três pensamentos do dia.


- comi sorvete de queijo esses dias. sensacional. estou esperando sair o sorvete de presunto para pedir uma bola de cada no mesmo copinho. é o misto frio.

- tenho medo de cachorro. me cago de medo. acho que fui um carteiro em outra encarnação.


- vou tatuar um mapa de são paulo na palma da minha mão esquerda. sempre erro os caminhos e tenho que parar o carro pra checar o guia. não fódi.

puxar conversa com um sujeito que está escovando os dentes, num shopping lotado e num casamento que você só conhece o primo do amigo do noivo...

dia desses, acho que foi ontem, entrei aqui no banheiro da firma e, sem pensar entrei numas de puxar assunto com um amigo que estava lá escovando os dentes. um erro. mas um erro daqueles bem básicos. não se puxa assunto com alguém que está escovando os dentes. não funciona. não dá pra conversar com a boca cheia de espuma. meu amigo acenou pra mim como quem diz "não fódi, não tá vendo que está escorrendo pasta de dente pelo meu queixo?" e continuou a escovar os dentes. quer ver outro negócio que eu acho engraçado, curioso, é conversar andando num shopping lotado. sabe, aquele sabadão em que todas as famílias do mundo resolvem ir ao shopping circular? então, taí um lugar que não é lá muito apropriado para conversar. volta e meia me encontro nessa situação: lado a lado de um amigo ou da minha mulher conversando em pleno movimento. sabe o que acontece nessa situação? você sempre, mas sempre, sem qualquer sombra de dúvida acaba conversando com um estranho. é, porque num shopping cheio, com pessoas andando em velocidades diferentes, sua mulher (ou você) sempre terá que desviar de alguém e, quando você responder uma pergunta qualquer, quem estará alí ao seu lado, será um completo estranho. sempre acontece, você fala algo como "não amor, acho que sua mãe tem toda razão!" para um cara com cabeça raspada e um brinco na testa. portanto evite conversas longas em shoppings cheios. e finalmente, outro lugar para evitar puxar uma conversa é o casamento de um cara que você não conhece assim tão bem. aquele casamento que você só foi porque a mulher era muito amiga da sua. outro erro básico. taí uma conversa impossível de fugir. uma conversa que não desenvolve nem a caráio. você tem que parar o garçom umas seis vezes para encher sua taça de pró-secco só para manter o papo mais ou menos vivo. pronto: três exemplos de lugares não tão bacanas para se conversar. vai por mim, quer comversa com alguém, prefira o bar. sempre o bar. sempre.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

quatro pensamentos do dia.

- existe um bar em são paulo que serve cerveja guinness em formato de picolé.

- existe um bar em st. louis que serve batatas fritas com um potinho com guinness dentro pra você molhar.

- me cago de medo de injeções e vacinas, mas acabei de marcar uma consulta com a acupunturista.

- "meu nome é erick, e não como no mcdonald's há 238 dias. (snif- emocionado)"

e se você pudesse viajar numa máquina do tempo...

primeiro, o que ela seria? seria num carro modernoso como no "back to the future"? seria uma cápsula zambers makers de titânio? bom, como eu não entendo picas de carro, faria a minha num sofá. é, um sofá. daqueles bem confortáveis. e, no lugar do controle remoto da televisão, teria lá, sobre o braço do sofá, um controle remoto pra ditar o destino. agora, pra onde? pra onde ir? o primeiro lugar que eu iria é para hoje de manhã. tudo para evitar entrar no elevador que eu peguei hoje. esperaria pelo próximo. não fodi. tava cheio pra cacete e o tiozinho que estava lá dentro-- estava com as subácas vencidas, puta cecê escroto, fiquei com os olhos lacrimejando. meu segundo destino seria viajar até a minha sexta-série na escola. párada rápida, só pra dar um pescotapa num professor de algebra chato pra cacete que cagava regra e sempre me fodia com provas surpresas. minha terceira parada seria no pátio da escola na primeira série pra tomar coca-cola de máquina e jogar bola sem perder o ar. minha quarta parada seria pra hoje antes do almoço, ou melhor dois minutos antes do almoço. eu escolheria um prato diferente pra comer. o que eu escolhi estava uma bosta. depois iria para 1981. só pra assistir o jogo do flamengo em tóquio contra o liverpool. e, depois, quem sabe, uma viagem para o futuro, mais precisamente para sexta-feira, sete e tal da noite.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

três pensamentos do dia.

- não existe pizza morna. só existe dois tipos de pizza: a que queima o céu da boca e a fria com queijo duro.

- o barbeiro lá da rua perto da minha-- é careca.

- o tamanho do cachorro-quente cresce de acordo com a idade do aniversariante.

três pessoas no restaurante.

sempre que vou ao restaurante, tenho o costume de observar as pessoas que estão ao redor. coisa rápida. um pouquinho aqui, um pouquinho alí. ontem, por exemplo, meu almoço foi marcado por três pessoas. três figuraças. a primeira delas: estava sentada no fundo, umas quatro, cinco mesas atrás. era um pai muito louco, muito raivoso. não sei o que a filha dele fez, mas levou o maior esporro que eu já vi alguém levar na vida. o restaurante parou. um garçom derrubou os talheres que carregava na bandeija. a menina abriu o berreiro. segundos depois, o cara se levantou e foi lá pra fora, fumar um charuto. fazia um estilo metade marlon brando final de carreira, metade antônio fagundes "carga-pesada". a segunda pessoa: bom, a segunda pessoa foi um pai que abriu um livro com partituras e letras de musicas infatis e resolveu cantar para o filho. ele não cantou como uma pessoa comum faz ao escutar uma música conhecida no rádio. o fêla da puta tinha uma voz mais grave que a do plácido domingo. e cantou em inglês, em italiano e em português, para o filho-- que só não implorou pra ele parar porque tinha um ano de idade e ainda não sabia falar. cantou duas vezes "oh, susana! não chores por mim..." bom, a terceira: a terceira pessoa foi um carinha que chegou com uma mulher no primeiro encontro dos dois. afirmo com todas as letras que era o primeiro encontro porque o carinha estava tenso, e a menina muito arrumada. mas não arrumada de "chique". muito arrumada no sentido de que passou horas se arrumando para parecer que não tinha passado horas se arrumando. sentaram na mesa ao lado. ela pediu uma salada, ele um hamburguer pequeno. ele se levantou para ir ao banheiro, ela aproveitou para ver se tinha alface nos dentes. ele se ofereceu para pagar a conta. ela, insistiu em dividir. ele abriu a porta do restaurante antes que a hostess pudesse fazer o mesmo. pedimos a conta. e, enquanto assinava o cartão, pude notar, meio de rabo de olho, um fêla da pulta me observando lá do canto do restaurante. acho que, como eu, também estava observando as pessoas. quem sabe não está escrevendo algo parecido agora. fêla da pulta.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

três pensamentos do dia.

- para quem as pessoas perguntavam as coisas antes do google?
- pingüins não encalham nas prais brasileiras. tudo faz parte de um plano para resgatar os que estão em cima das geladeiras.
- dia desses uma formiga apareceu na mesa do café e avançou na minha torrada. não fodi. petelequei a fêla da puta pra bem longe. não basta partir pra cima dos doces, ainda vai se intrometer na minha torrada com manteiga? não fodi.

sempre.

sempre olho umas dez vezes para o fogão para ter certeza que eu fechei a porra do gás depois de fritar o ovo.
sempre chego atrasado 8 minutos na consulta do dentista.
sempre faça a barba começando pela maçã direita do rosto.
sempre peço coca sem uma rodela de limão.
sempre recebo o carro por último no serviço de valet, mesmo tendo sido o primeiro ou segundo a entregar a caráia do papelzinho.
sempre chego atrasado no trabalho sexta-feira.
sempre esqueço de cortar as unhas dos pés.
sempre piso em bosta de cachorro.
sempre derrubam coca cola na mesa do restuarante que eu estou jantando. e é sempre no lugar da mesa oposto ao que eu estou sentado.
sempre leio o jornal de trás pra frente.
sempre leio a veja do meio para os lados.
sempre sento no corredor. no cinema e no avião.
sempre coloco cinco gotas gordas de adoçante no café.
sempre fica doce demais.
sempre falo pra o garçom da churrascaria "só a casquinha da picanha". e o fêla da puta coloca a picanha quase inteira.
sempre como um pão de queijo gigante da padaria sábado de manhã.
sempre queimo o céu da boca.
sempre abro a porta do elevador com pressa e derrubo a tiazinha que mora no primeiro andar do prédio.
sempre vou ao supermecado da esquina comprar 2 pães franceses e volto com 4 e 200 gramas de pão de queijo, patê, sorvete, cerveja, iogurte e mango chutney.
sempre ligo para tentar cancelar alguma tarifa que o banco quis me foder e depois de esperar 38 minutos escutando musiquinha, desisto.
sempre ligo uma segunda vez. e também desisto.
sempre assisto o jornal das 10.
sempre peço a mesma carne no mesmo restaurante, uma vez por semana e a mesma garçonete pergunta como é que eu vou querer a carne.
sempre que começo uma caráia de cagação de regra dessas, não sei como acabar.
sempre.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

dois pensamentos do dia.

- pra que caráio de lugar vão todos os canudinhos de toddynho que não vem nos toddynhos que eu compro lá em casa?

- o queijo minas lá de casa, de acordo com as letras miúdas da embalagem, é fabricado no rio de janeiro.

frentistas.

não sei onde estaria se não fossem os frentistas dos postos de gasolina. sempre me perco. sempre estou perdido. tenho uns 6 caminhos decorados na minha cabeça e só. o da ida pro trabalho. o da volta (eu vou por um caminho e volto por outro). o de 2 shoppings. o caminho para o bar espírito santo . e o do supermercado. é complicado. muitas vezes marco de encontrar pessoas e não chego. ou chego tarde. chego na hora do cafézinho. e geralmente quando ele já está frio. costumo sempre andar com um olho nas placas e outro nos postos. quando começo a desconhecer os destinos que aparecem nas placas: minas gerais--salvador--panamá, é hora de entrar no posto. frentista é muito melhor que taxista pra ensinar caminho. taxistas preferem os caminhos mais longos e em bandeira 2 (mas isso já e uma outra história). hoje, logo pela manhã, por exemplo, me perdi no morumbi. puta bairro complicado. é tudo igual. e não tem como voltar. errou? siga até a fronteira com a eslovênia e faça o retorno. é foda. e é cheio de motoristas nervozinhos com uma mão na buzina e e outra pra fora da janela--fazendo o sinal de piróca com o dedo. um frentista me salvou. sentiu o leve desespero nas minhas palavras. primeiro ele coçou o queixo, e depois fechou o olho direito enquanto mandava algum neurônio buscar a informação-- e pimba-- me mandou no caminho certo. alguns países não têm frentistas. têm maquininhas. você passa o cartão e enche o tanque. não poderia nunca morar na inglaterra, por exemplo-- nada contra os ingleses. é que lá não tem frentistas. e eu não sei onde estaria se não fossem os frentistas dos postos de gasolina.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

3 pensamentos do dia.

- como explicar para uma criança que se ela experimetar uma barra de chocolate ao leite, ela corre sérios riscos de nunca mais olhar para uma folha de alface?

- será que o golfinho do sea world japonês ganha um sashimi após executar um truque certo?

- o que faz um ser normal parar tudo que está fazendo para assistir "hebe"?

a teoria do calor que molha as subáca e do frio que arrepia a nuca.

tem um negócio que eu venho observando desde o ginásio. passando pela faculdade. até hoje, na empresa que eu trabalho. é um negócio sério e no mínimo curioso. é o simples fato de que nesses ambientes fechados, ou está sempre um calor du caralho ou um frio do cacete. calor do caralho ou frio du cacete. nunca meio termo. a temperatura nunca é bacana. é um fato. ou você está com as subácas suadas em pleno funcionamento-- como se fossem usinas nucleares prestes a explodir ou está arrepiado de frio. é mais ou menos assim que funciona: você colocar uma roupa para o trabalho. alguma coisa básica, que funcione tanto para o frio como para dias de calor. bom, aí, ao entrar no escritório ou na sala da faculdade tudo parece bem. eu disse parece. porque aí, meu amigo, é só você baixar a guarda, achar que está tudo certo, relaxar , para a onda de calor cair sobre você. como um elefante obeso lançado de um helicóptero no seu colo. os poros abrem, você fica com os cantos da testa molhados e uma sensação estranha de que aquilo é só o começo. aí você pensa, pensa e pensa mais um pouquinho e resolve ligar para o tiozinho da manutenção. "tá fervendo aqui dentro pourra!" e o tiozinho, sempre educado rebate "pode deixar que eu vou aumentar o ar." aí, só pra te foder, pra fazer você pensar duas vezes na próxima vez antes de ligar, o tiozinho da manutenção coloca o ar condicionado no máximo. a lá "marcha dos pingüins", frio suficiente pra congelar a sáca, a ponta do nariz e das orelhas, nessa ordem. segundos depois, a mulherada do escritório começa a gritar de frio, umas choram, outras se recusam a trabalhar. resultado: "desliga a caráia desse ar, seus bando de fêla da puta." e lá vem o calor de volta. não tem jeito. se você parar o que está fazendo agora para tentar lembrar um poquinho, você vai ver. foram centenas as vezes em que você suou bicas na escola porque estava quente e uma menina se recusava a ceder. ou, estava um frio du caralho, seu cérebro congelou e você não conseguia sequer mover os braços para assinalar "a" ou "b" na prova de múltipla escolha. a teoria do calor que molha as subáca e do frio que arrepia a nuca. não sei porque, mas nunca, nunca, estive num lugar que conseguiu atingir o ponto de equilíbrio perfeito. não fodi.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

três pensamentos do dia.

- se programas como "friends" não tivessem aquelas risadas pré-gravadas, será que as pessoas saberiam a hora certa de rir?

- encontrei um caderninho de telefone antigo. nenhum número existe mais. ele é da época pré-celular e pré-telefone com 8 dígitos.

- quem foi que comeu aquele pedacinho da maçã do logo da "apple" que está faltando?

tem uma tartaruga lá em casa. ou, lições de uma tartaruga que na verdade é um jabuti.

na verdade é um jabuti. ou pelo menos foi isso que o carinha da loja me disse quando apareci lá atrás de ração. tartaruga nada, mergulha. jabuti afoga. bom, e foi observando o jabuti lá de casa que eu comecei a pensar como é que deve ser a vida desses caras no habitat natural deles. o que é um atraso para um jabuti? "desculpa, chegar atrasado 4 horas, é que eu fiquei preso no trânsito..." o que é um jabuti veloz? quanto tempo leva para um jabuti atender o telefone? imagina o jabuti sentado no sofá assistindo a novela e o telefone toca na cozinha. o fêla da puta tem que levantar, e caminhar até a cozinha. e, meia hora depois, atende. o jabuti lá de casa é uma aula de como viver a vida. não se estressa. não corre. não pula. o fêla da puta dorme pra cacete, mas também dá seus passeios pela casinha dele. sempre na boa. sem essa correria ditada por alarmes e relógios que fazem "bip, bip" a cada meia hora. não sei se você tem um jabuti na sua casa. se não tem, deveria comprar. acho que faz bem. dia desses cheguei em casa derrapando com pressa para não sei o que. e, quando vi, estava lá eu, em pé traçando um prato de comida quase fria. olhei de canto de olho para o jabuti. e lá estava o fêla da puta comendo em slow motion. comendo, não. degustando, saboreando sua comida. cagando para o fato de se tratar ração seca, desidratada. o caráio do jabuti mordia cada pedacinho da ração como se fossem camarões ao catupiry. e foi aí que eu resolvi esquentar a porra do meu prato direito, sentar na mesa e comer devagar. como o jabuti. no mesmo estilinho. sem estresse. rilécs. jabuti style. graças ao exemplo do jabuti. compre um. pode mudar a sua vida.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

uma frase ouvida num restaurante argentino...

"como no hay carne se hay pastel de carne?"

três pensamentos do dia.

- toda mãe sabe pelo menos três nomes de remédio para tosse.

- nenhum biscoito chinês vem com uma mensagem do tipo: "fica esperto que hoje seu dia vai ser uma merda!"

- porque ter dois carros se você só tem uma bunda. ou, porque um casal tem três carros, se só tem duas bundas.

que caráio as pessoas faziam antes da internet?

a internet caiu hoje aqui na agência por uns 3 minutos. talvez cinco. garanto que não foi mais do que isso. mas confesso que pareceram uns 40. não sei você, mas pra mim é complicado trabalhar sem saber que caráio tá acontecendo lá fora no mundo. será que um transatlântico carregado de petróleo afundou perto do litoral da ucrânia? será que o ronaldinho foi flagrado dando umas beijocas em outra modelo? será que o lula foi pego com maços de dinheiro na cueca dele também? e por aí vai. e a caceta do email? pourra, será que alguém está me escrevendo? será que tem algum email cruzando o oceano a caminho da minha caixa de entrada? hein? hein? e foi pensando nisso, nessa falta de internet, que eu comecei a pensar como era a vida das pessoas antes da internet. ou melhor: que pourras as pessoas faziam quando não existia a internet? elas ficavam olhando pela janela, pensando na vida? ficavam olhando umas para as outras? jogavam buraco? truco, paciência? ou será que, ao lado do computador tinha uma mesa de ping-pong? será que as pessoas ficavam fuçando a enciclópedia? experimente ficar uma meia hora sem acesso à internet e principalmente ao seu email, você também vai começar a pensar nisso. que caráio as pessoas faziam antes da internet?