terça-feira, fevereiro 21, 2006

e lá se foi o janjão.

quem nunca teve um amigo como o janjão? o janjão é aquele cara que encarava qualquer parada quando você era moleque. "janjão, duvido você chegar naquela menina encostada no bar!" e lá ia o janjão como um míssel teleguiado sem medo de ser feliz. e quando o janjão ia, ou melhor, quando alguém duvidava do janjão, ele sabia dos riscos. sabia que a tal menina podia ter um namorado que foi ao banheiro. mas o janjão cagava baldes. não tava nem aí. é como se ele soubesse que aquele era o papel dele no mundo. desafiar convenções, pessoas, e o senso comum das coisas. "janjão, será que você consegue pular da varanda do prédio na piscina do clube?" e o janjão, como se aquilo fosse bosta, pulava de sorriso aberto e genuíno. o janjão é aquele amigo que tem uma cicatriz na sobrancelha e outra no queixo. o janjão é foda. um exemplo. é como se ele tivesse nascido sem uns 2% do cérebro. aquele naco responsável por tomar decisões importantes. aquela área do cérebro que apita o alarme, toca a sirene quando enxerga uma merda a caminho. todo mundo precisa de um amigo "janjão" que muitas vezes abre portas pra molecada mais cagona. bom, mas voltando ao janjão. tava pensando no janjão esses dias. estava lá eu sentado, de camisa social e calça jeans, numa mesa dessas de almoço numa praça de alimentação de prédio de firma. esses com mil mesas iguais. foi aí que me veio a imagem do janjão. o sol brilhava lá fora. nenhuma nuvem no céu. eu não tinha nenhum trabalho na mesa. nada. e ali, naquele momento, com o sol batendo na minha perna, pensei no janjão. é, no janjão. fiquei imaginando o que o janjão faria se eu falasse: "ô janjão, olha esse sol... duvido você largar tudo e ir para a praia agora!" e lá se foi o janjão. grande janjão.

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