terça-feira, fevereiro 28, 2006

a "sussuradeira" do cinema. a tarada por falar durante o filme.

fui ao cinema umas três vezes nesse carnaval. e, nas três vezes, tive o azar de sentar perto de falantes. pessoas que sentem tesão em falar no cinema. é, acho que taí mais um fetiche; falar sussurrando no cinema. tem gente que tem tara por pés, tem gente que tem tara por um chicote, e agora, acabo de descobrir que tem uma galera que é completamente louca, taradíssima por sussurrar no cinema. é, porque não faz sentido falar tanto durante um filme. é um puta negócio sem sentido. primeiro, você não consegue acompanhar o filme e segundo não dá pra entender picas da conversa, afinal ninguém consegue se entender sussurando. e, foi observando uma tiazinha dessas que gosta de falar no cinema que eu cheguei a conclusão que ela só podia estar falando tanto, porque aquilo devia estar despertando alguma sensação indescritível dentro dela. é aquela coisa, tem gente que curte se pegar dentro do carro num estacionamento cheio porque o perigo de ser pego deixa a parada, sei lá, mais interessante. a mesma coisa com essa história de falar no cinema. é "proibido", não por lei, mas ninguém curte alguem sussurrando na cadeira ao lado, muito menos na fileira de trás. e é aí que deve estar a essência dessa pourra. falar no cinema, durante um filme denso, legendado de três hora de duração-- é perigo puro. quem arrisca falar numa situação dessas, periga levar um saco de pipoca na fuça. a pessoa que fala durante o filme deve ficar com o coração a mil-- na boca, a respiração ofegante e uma sensação de que a qualquer minuto alguém vai gritar mandando calar a boca. bom, mas voltando a tiazinha... ao final do filme, quando as luzes se acenderam, olhei nos olhos da fêla da puta que falou durante o filme inteiro-- muitas vezes fazendo perguntas imbecis para o marido. olhei nos olhos dela como um policial que olha nos olhos de um criminoso pego em flagrante. ela não me deu muita bola. agarrou a mão do marido com uma violência de quem diz: "vamô embora que eu tô louca para continuar sussurando no seu ouvido em outro lugar..." olhei para a cara do marido e ele, bem, ele levantou as sobrancelhas. o fêla da puta sabia que eu havia descoberto o segredo deles. do casal. essa tara de sair nas tardes de sábado para falar, ou melhor, sussurrar nas salas de cinema para apimentar a vida entre quatro paredes dos dois. a tiazinha sentada atrás de mim no cinema. ahhh, a tiazinha.

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