quinta-feira, dezembro 28, 2006

o blógui

esse blógui vai entrar de férias junto com o sujeito que escreve ele até janeiro.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

pessoas que você não tem assim tanta certeza se vão virar para a direita ou para a esquerda.

sabe quando você sai pela rua meio assim com pressa e, encontra no seu caminho uma outra pessoa, igualmente com pressa? bom, e é aí que fodi. para não colidir com a pessoa, você tem que escolher um lado. desvio para a direita? desvio para a esquerda? e, enquanto você pensa isso, o sujeito que vem na sua direção está pensando a mesma coisa: "desvio para a direita? desvio para a esquerda?" as chances de colisão são grandes. enormes. eu sempre me fodo. bato de frente, trinco uma lasca do dente. pessoas que você não tem assim tanta certeza se vão virar para a direita ou para esquerda são uma ameaça ao bem-estar da nação. eu não sei porque, mas por algum motivo eu sempre ameaço ir para a direita, o fêla da pulta também, aí eu faço um desvio brusco para a esquerda, e o cara, bom, o cara também. as vezes existe a chance de mais uma desviada. uma só. mas essa terceira chance é rara. muito rara. a colisão é certa e dolorida. hoje, por exemplo a caminho do elevador, estava lá eu com uma certa pressa. um olho no chão, outro na minha reta atento para essas quase colisões. de longe vi um tiozinho marchando na minha direção. o filho da pulta me olhou no olho como que diz, "não vou desviar nem a caráio." também mantive a mesma direção. ele não titubeou. em cima da hora, desviei para a direita e o cagão também. esquerda. direita. esquerda. colisão. pessoas que você não tem assim tanta certeza se vão virar para a direita ou para a esquerda. fique esperto. tome cuidado. uma hora, um desses pode aparecer no seu caminho.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

estacionamento. (1)

se você acredita nessas coisas de céu e inferno e quiser ter uma idéia do que te espera se você não se comportar e for uma mau menino, pegue o seu carro e vá ao shopping. qualquer um. qualquer dia da semana. entre hoje e o domingo dia 24. é impressionante. o inferno está localizado entre o andar das violetas e o das margaridas. é, só de putaria, estacionamentos de shopping têm esses nomes alegres para identificar os andares da garagem. mas o que acontece lá é o contrário. não tem nada de margarida ou violeta. você fica puto, bem puto. demora em média uns 37 minutos para achar uma vaga. e, quando acha, tem que disputar ela com um sujeito que aparenta estar armado. bom, aí você conseguiu a vaga, então acabou o inferno? pourra nenhuma. você se fodeu. meu amigo, olhe ao redor, você parou longe, bem longe de tudo. o elevador é na casa do cacete, a escada rolante então. você já entra no shopping puto. se tiver acompanhado da mulher ou dos filhos, as chances de brigar com eles são grandes. bem grandes. e, se você não brigar, não vai trocar uma só palavra na tarde de compras de natal. pode notar, em época de natal, todo mundo está puto no shopping. maridos chutando o chão. crianças chorando, mulheres tensas. tudo culpa do estacionamento. não sei se existem essas estatísticas, mas o índice de divórcio durante o natal deve aumentar consideravelmente. fico imaginando o juiz recebendo a papelada. "motivo do divórcio: estacionamento de shopping durante o natal." o juiz não vem nem titubear. vai lembrar da última vez que ele arriscou fazer compras num shopping nessa época e vai passar a caneta concedendo a pourra do divóricio. casais deveriam pedir indenizações para os shoppings. os shoppings deveriam ter um fundo reservado especialmente para banca a terapia das pessoas que se fodem procurando uma vaga. é foda meu amigo. evite, a todo custo. a não ser é claro, que você é curioso e quer porque quer saber como é o tal do inferno. aí você vai lá.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

cavalos

cavalos (1)

dois cavalos conversam antes do páreo começar no jockey. eles estão lado a lado.
- e aí, tudo bem?
- mais ou menos.
- o que aconteceu?
- dor... tô com uma dor nas costas...
- é o jockey que está aí em cima de você.
- caramba, como eu sou burro. é verdade, eu tinha esquecido.


cavalos (2)

dois cavalos conversam antes do páreo começar no jockey. eles estão lado a lado.
- você deixa eu ganhar essa?
- beleza.


cavalos (3)

um cavalo mais velho fala com o filho, um potrinho.
- meu filho, o que você quer ser quando crescer?
- reprodutor.


cavalos (4)

duas éguas conversam:
- ai a-mi-ga
- fala sua égua lin-da!
- você tem que ver as ferraduras que o fazendeiro colocou em mim.
- ma-ra-vi-lho-sas.


cavalos (5)

cavalo mais velho conversa com um potrinho:
- meu filho, ou você se comporta, ou quando morrer, você vai para um lugar lá cheio de jockeys e cowboys com botas com esporas.


cavalo (6)

um casal de cavalos sai para namorar.

- (cavalo garçom) e o que a senhora égua vai querer de entrada?
- hmmm, alfafa.
- (garçom) e você, senhor cavalo?
- alfafa.
- (graçom) e de prato principal?
- acho que a gente vai...deixa eu ver... acho que a gente vai experimentar essa alfafa.
- (garçom) excelente pedida.
minutos depois. o garçom volta.
- e de sobremesa, para a madame?
- é, vou querer um pouco de alfafa. mas só um pouquinho.
- (garçom) e o senhor?
- acho que eu vou acompanhar ela, alfafa.

terça-feira, dezembro 12, 2006

a miss e o adolescente de mão peluda.

dia desses vi na tv o miss universo. ganhou a da república dominicana. quase bonita. cheia de dentes. a brasileira ficou entre as dez. o que eu achei estranho foram os jurados que os caras escolheram pra votar. um casal bem esquisitinho de uma novela mexicana. uma modelo daquelas que se te falassem que é modelo, você não saberia dizer que era. uma ex-miss que se tocasse o interfone e o porteiro perguntasse se a fêla podia subir, você mandaria ele a merda. um maquiador com um jeitão suspeitíssimo. e um apresentador de programa de auditório colombiano. caráio. não dá pra sair resultado justo daí. como é que esses caras são capazes de escolher uma gostosa. uma mulher cujo rosto ira adornar as fantasias da molecada. não fódi. na minha sincera opinião, o jurí tinha que ser outro. tinha que ter pelo menos cinco adolescentes. espinhentos e com os hormônios em ebulição. um deles com a mão peluda. três véios safados, aqueles bem sacanas de banco de praça. e uns dois pedreiros de obra. vestidos a carater. com a cara suja de cal e com aquele assobio de arrancar sangue dos tímpanos das secretárias que passam na frente das obras. gente que ganha a vida observando, babando e secando a mulherada. no dia que eles fizerem um concurso com jurados assim, a miss universo não precisará usar coroa pra ser reconhecida na rua. vai ter que estar em forma pra correr com aquela coroa socada debaixo do braço. aí sim meu amigo, essa miss vai ser gostosa.


segunda-feira, dezembro 11, 2006

saquê, o traiçoeiro.

gin tem cheiro de porre. vodka tem fama de cabeça na calçada. uísque tem jeitão de quem vai acordar com dois dedos de olheiras e os olhos com aquele emaranhado de veias. cerveja, por natureza, gera repetição, repetição, repetição, o que indiretamente, só pela quantidade de garrafas alinhadas na mesa, pode-se prever um porre. ou uma leve dor de cabeça. cachaça, bem, cachaça é feito da mesma matéria-prima que movimenta os carros flex fuel. agora, o saquê, o saquê é traiçoeiro. aparentemente inofensivo. pra começar, o bicho é feito de arroz. é associado com sushi, peixe cru. saquê vem naquelas garrafas gorduchas e é servido em copos quadrados decorados com sal. e alí, no meio daquele ritual, você se engana, acha que o bicho é inofensivo. toma um, toma dois, toma três. toma quatro. mais uma garrafa, por favor. e quando você vê, sua língua está enrolada, num nó quase cego. você jura que está ok. mas não está. vai ceder gentilmente as chaves do carro para a sua mulher e procurar falar menos ou quase nada. o saquê é traiçoeiro. ainda mais traiçoeiro é o saquê combinado com frutas. ah, quando você combina o saquê com frutas o efeito é potencializado. você acaba bebendo mais. três, quatro, "tem certeza que eu bebi sete?" e aí, chega a conta e você acha que deixou cair uma lente de contato no chão. ou, em muitos casos, chega em casa, e, pilhado, coloca um dvd (desses de seriados) para assistir. quatro horas depois, com a tv chiando e as lentes de contato grudando, você levanta no susto do sofá e pensa: "caráio, saquê é traiçoeiro."

sexta-feira, dezembro 08, 2006

cachorro (3)

um cachorro desce o elevador com a dona.
a porta se abre e entra uma cadela. os dois conversam:

- e aí, tudo bem?
- tudo.
- você sabe onde essa porta vai dar quando abrir? é, eu sou nova no prédio.
- bom, quando essa porta abrir, é só você sair pelo portão do prédio, que é o banheiro.
- obrigada.
- de nada.
- lady, muito prazer.
- rex, igualmente.
- bom, cocô.
- procê também.

desconfie de manobristas de bigode e costeletas.

manobristas de bigode e costeletas são perigosos por um motivo muito simples: assistiram muitos filmes de ação. assinam telecine action. são fãs de steve mcqueen. manobristas de bigode e costeletas não assobiam enquanto pilotam o seu possante. não, esses são munidos de uma paixão pela velocidade. cheiro de pneu queimado na rua e velocidade. pode notar, nesses filmes de ação, tem sempre um sujeito chamado "buck" ou "toby jones" com costeletas a lá wolverine. com aquelas luvas de couro com os dedos cortados e uma lata de budweiser rolando no chão do carro. esses manobristas não estão alí, batendo continência no restaurante da moda para ganhar 10 mangos por carro. ah, meu amigo, eles estão alí para colocar a mão nos carros do ano, doze válvulas, tiptronic, 2.4, gasolina podium de alta octanagem. é uma teoria. baseada em uma única observação, dia desses deixei meu carro na mão de um fera com bigode e costeletas que escorriam até a base do pescoço. e olha que o meu carro deve acelerar de 0 a 100 em quase um minuto. mas não importa. foi eu voltar para buscar o celular que tinha esquecido no carro para flagrar o cara cantando os pneus do meu carro no asfalto. e, enquanto o pneu fabricava fumaça na rua, olhei para o outro manobrista que estava na porta e comentei: "telecine action. bigode e costeletas." ele olhou para mim e, balançando a cabeça disse: "bigode e costeletas." brincadeira, essa parte da história é mentira. mas que o fêla da pulta tinha bigode e costeletas, tinha. é apenas uma teoria. mas não custa ficar esperto.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

pessoas que você não tem certeza se conhece e por isso não tem certeza qual é o nome. ou "ôpa, zuzo bem?"

"ôpa, zuzo bem?" quantas vezes você já não saiu em busca de uma bebida num casamento e esbarrou num cara que você não tem certeza de onde você conhece, ou até mesmo se conhece o fêla. aí fica aquele negócio, levanta as duas sobrancelhas ou manda um "ôpa." mas um ôpa contido, sem putaria, sem aperto de mão, sem "quanto tempo!?". afinal, você não tem a menor idéia do nome do cara. então, naquele momento, o nome dele vira "ôpa". foda-se o nome que os pais dele escolheram pra ele. a partir daquele momento, o nome dele é "ôpa". você encontra muitos "ôpas" no shopping, prédio de firma, fila de cinema. os "ôpas" estão por toda parte. dia desses sentei numa mesa de um restaurante ao lado de uma mesa em que estava um "ôpa". passei o jantar inteiro tentando lembrar o nome do fêla, e nada-- então chamei o sujeito de "ôpa". reunião de trabalho é um lugar cheio de "ôpas". com tantas reuniões, você com certeza já foi apresentado para o cara ou para a mulher que está do outro lado da mesa. mas fica ali, meio envergonhado de perguntar o nome novamente. então, na cara dura, estende a mão e fala: "ôpa." conheço muitos "ôpas". não consigo decorar o nome de ninguém. dia desses entrei no mesmo dentista que frequento desde mil novencentos e tal e esqueci o nome do fera. "quanto tempo, erick!" e eu, com a boca aberta, "ôpa." o "ôpa" é recomendado para momentos breves. quando você passa por alguém. quando você esbarra. quando uma pessoa está saindo do elevador e você entrando. mas deve ser evitado por exemplo quando você se senta ao lado de uma pessoa que você acha que pode conhecer na ponte aérea. é esquisito repetir o "ôpa" durante uma hora e tal. te vira colega, arrume um jeito de descobrir o nome do cara ou da mulher. o "ôpa" tem mil utilidades. é simpático, breve e ao mesmo tempo dá uma mão para o fêla que você não tem tanta certeza se conhece ou não. é, porque o fêla, também pode olhar para o seus córnios e falar "ôpa."

quarta-feira, dezembro 06, 2006

como quebrar o gelo em elevadores (2)

- apertar a cobertura e perguntar: “você sabe se eles têm manobrista para helicopteros aqui nesse prédio?”

- perguntar para qualquer morador que tenha cachorro: “e aí, já pegou bosta dele no chão hoje?”

- deitar a cabeça para trás e perguntar: “o meu nariz está sujo?”

- cantar baixinho “singing in the rain” e ao sair do elevador no seu andar, dar alguns passos de sapateado.

- ou cantarolar baixinho “singing in the rain” e perguntar para quem está no elevador se ele ou ela viu o seu guarda-chuva por aí.

- fazer embaixadinha com uma bola imaginária.

- jogar iô-iô imaginário.

- recitar "e agora josé" de drummond enquanto o elevador sobe. e "no meio do caminho tinha uma pedra" enquanto o elevador desce.

- fazer uma bola grande de chiclete e estourar propositalmente na cara. e subir o resto dos andares assim.

- comentar: "você está prendendo uma bufa? porque eu estou."

terça-feira, dezembro 05, 2006

os "pegadô" de bic.

eu já perdi umas setecentas e noventa canetas bic. por baixo. você já perdeu um número similar. a pessoa que está ao seu lado, também. e por aí vai. o mundo inteiro já perdeu uma caráiada de canetas bics. e, foi perdendo mais uma, um dia desses que eu comecei a pensar como é que se perde tantas bics. para onde elas vão. e o mais importante, como é que elas somem. cheguei a conclusão que existe uma galera, funcionários pagos pela bic para sumirem com as suas bics. uma caráiada de franceses meio marcel marceau, aquele mímico francês, cuja única função na vida é roubar a bic que está sobre a sua mesa. você deixou uma bic dando mole ao lado do bloquinho de papel enquanto foi ao banheiro? lá vem o francês com a mão boba para roubar a fêla da sua mesa. quer ver outra área de atuação dos pegadô de bic? faculdade. você está no meio de uma aula de física, e, quando dá uma piscada, olha para a carteira a sua frente e nada de bic. taí uma das táticas de maior sucesso dos franceses pegadô de bic. esse bando de fêla se matricula em escolas e faculdades, eles prestam atenção nas aulas para não serem notados, mas só estão lá para pegar a sua bic. aeroporto, você está lá preenchendo aqueles formulários e olha para uma turista alemã com uma irmã gemêa ainda mais gostosa. um francês passa e pega a sua bic. as gemêas são um velho truque deles. famosos também sofrem. fim de jogo de futebol. o artilheiro sai do vestiário e é cercado de fãs pedindo autógrafos. pode notar, tem sempre uma peituda ou um torcedor da torcida adversária no meio para causar alvoroço. mais uma vez, ambos são contratados pela bic. para foder com a organização e sumirem com a bic. e assim as vendas continuam, crescem e batem recordes. não existe outra explicação. os pegadô de bic. enquanto escrevia este paragrafozinho, um francês filho da puta pegô a última bic da minha mesa. brincadeira, mas eu estava sem um final decente para ele.

dois peixes num aquário redondo.


o primeiro peixe circula pelo aquário no sentido horário.
o segundo peixe, que é uma mulher, circula no sentido anti-horário.
- eu não te conheço em algum lugar?
- eu não te conheço em algum lugar?
três segundos depois.
- eu não te conheço em algum lugar?
- eu não te conheço em algum lugar?

sexta-feira, dezembro 01, 2006

cuidado com a tiazinha do seu prédio que usa bobs no cabelo.

não sei como é o seu prédio. o meu é cheio de tiazinhas. metade rabugenta, metade quase-simpática. o elevador é pequeno. tem uma plaquinha que diz que cabem 6, mas cabem apenas 4. e com uma certa dificuldade, um esquema meio nariz na nuca da vizinha. o que nos leva ao título desse parágrafo, desse textin: cuidado com a tiazinha do seu prédio que usa bobs no cabelo. quando eu entro na caráia do elevador, tenho o costume de fingir que não tem nenhuma tiazinha lá. finjo que a fêla é invisível. é uma antipatia preventiva. evitar abrir as porteiras do "bom dia, boa tarde, como é que vai a senhora sua mulher, e o tempo, e olha que ainda nem é verão, você viu o trânsito?, é um poodle toy, tem três anos, o nome dele é lindinho, adivinha porque?, que horas são?, já!, comprei na feira, quer um pouquinho?" é meu amigo, se você arrisca o primeiro "bom dia!" com uma tiazinha de bobs no cabelo, uma coisa é certa, para o resto dos seus dias ali, naquele prédio, você se sentirá na obrigação de comentar sobre o tempo, a feira, o trânsito e o vizinho maconheiro do 602. e é fácil entender porque. uma tiazinha que sai de casa com bobs no cabelo é tudo, menos tímida. mas principalmente, uma tiazinha que sai com bobs no cabelo mora sozinha. está sedenta para falar com alguém. e como é que eu sei que ela mora sozinha? bom, se ela dividisse o apartamento com alguém, esse alguém, nem fodeindo, deixaria ela sair com bobs no cabelo. simples assim. nada contra a tiazinha. mas é um perigo. uma ameaça. a tiazinha com bobs no cabelo é uma represa prestes a se romper. e o "bom dia!" que você dá, é a marreta que vai colocar a represa abaixo. é por isso, e só por isso que eu, no máximo, mas no máximo, levanto as sobrancelhas. as duas, juntas, num leve slow-motion. como quem diz: "não fódi tiazinha com bobs no cabelo, a gente mora no mesmo prédio, mas não precisamos ser melhores amigos, belê."

quarta-feira, novembro 29, 2006

master beef supremus imperador maximus

"o senhor gostaria de um naco dessa picanha nobre?" não sei se você já notou, mas em qualquer churrascaria, as carnes são divididas em classes sociais. tem a picanha que é nobre e tem a normal. tem o corte especial da alcatra, assim como tem o corte normal. tem o coração da picanha e da alcatra. mas como você já sabe, tem também os cortes comuns, os mais simples, sem fru-fru. o próprio filet-mignon, que em qualquer outro lugar é rei, na própria churrascaria é recebido com descaso. pode notar, o filet mignon dentro de uma churrascaria é tão bem aceito quanto uma lasca magra de cupim. resultado dessas classes sociais impostas pelos estabelecimentos. miolo de picanha nobre, especial, especialidade da casa, com crosta de alho, com crosta de alho especial, com crosta de alho nobre e super especial, master beef sumus. é sempre a mesma cena--quando se aproxima da sua mesa o garçom com o espeto com aqueles galetinhos magros de frango, você pode ver nos olhos do sujeito um certo ar de "sou um bosta, eles não me acham capaz de carregar um miolo especial fucking fuckers master sumus premium. não, é franguinho mesmo." o garçom do cupim então, já chega olhando para os próprios sapatos como se estivesse pagando algum pecado. o carinha do filet mignon fala baixinho, com ênfase no "gnon", só pra ver se desperta nas pessoas aquele brilho nos olhos. costela de boi, fraldinha. fodeu. essa divisão de classes está fodendo com as carnes com nomes mais simples. lá perto de casa, por exemplo, os nomes mais pretensiosos é que fazem maior sucesso: ancho premium, "bife de tira, dotô, corte argentino!" já, perto do trabalho, tem uma churrascaria que inventou um tal de "baby beef fiorentina especialidade da casa!!" o garçom oferece a tal especialidade com sangue nos olhos: "vai um fiozinho de azeite campeão? fica ainda mais especial." toda churrascaria é assim agora. carne não é mais simplesmente carne. se custar uns 80 mangos pode se chamar master beef supremus imperador maximus. já a picanha comum, comum, que supostamente não é tão fodona como sua irmã mais nobre, a nobre, não teria coragem de cobrar metade disso. não sei se você já notou, mas em qualquer churrascaria, as carnes são divididas em classes sociais.

segunda-feira, novembro 27, 2006

ou isso ou aquilo (4)

telefone celular com câmera ou relógio com calculadora.

chocolate meio amargo ou batata doce.

descer para pegar a pizza e entregarem o jornal na porta da sua casa ou descer para pegar o jornal e entregarem a pizza na porta da sua casa.

dentista ou acupuntura.

taxista perdido ou nota de 20 reais perdida.

fio dental depois de comer uma costela de boi ou uma praia com uma gostosa com um fio dental.

ar condicionado quebrado no verão ou cobertor curto furado no inverno.

pneu furado ou radiador estourado.

dor de cabeça ou dedada com mindinho do pé na quina da mesa de jantar da sala.

vizinho pentelho ou pentelho do cozinheiro na comida.

ou isso ou aquilo.

incongruências.(1)

dentista com dentes tortos.
endocrinologista pançudo.
taxista perdido.
cachorro-quente frio.
cobertura em prédio de três andares.
pit bull manso.
porteiro do seu prédio que não sabe o seu nome.
s.a.c. ocupado.
sofá da sala desconfortável.
linguiça de frango.
carne de soja.
sorvete de queijo.
café descafeinado.
esmalte transparente.
desodorante sem cheiro.
fio dental grosso.
feijão sem arroz
óculos escuros claros

quinta-feira, novembro 23, 2006

frangos.

frangos (1)

dois frangos conversam:

- sabe quem eu vi saindo do motel agora a pouco?
- quem?
- sua irmã.
- é uma galinha.



frangos (2)

dois frangos gagos conversam:

- co-co-co-ricó.
- co-co-co-ricó.




frangos (3)

dois frangos conversam:

- tá vindo dá onde?
- cinema.
- comédia?
- filme de terror.
- qual é o nome do filme?
- mcnuggets com molho barbecue.
- nossa.



frangos (4)

dois frangos observam uma galinha passar:

- nossa, que galinha gostosa.
- viu as coxas dela?
- suculentas. e olha que eu acho que ela está arrastando as asas para mim.



frangos (5)

dois frangos se encontram no elevador:

- mas que cara é essa rapaz?
- o natal. o natal tá chegando.
- você tem razão. é a época mais triste do ano.
- ceia. salpicção de frango. salada com frango. coxinha.
- triste.
- triste.
- boa sorte.
- procê também.

quarta-feira, novembro 22, 2006

porcos.

porcos (1)

dois porquinhos conversam.
- você não vai lavar as mãos depois de fazer suas necessidades?
- não.
- seu porco.



porcos (2)

dois porquinhos assistem o jogo do palmeiras juntos:

- porco! porco! porco!
- porco! porco! porco!




porcos (3)

bebê porquinho vai até o quarto dos pais de madrugada:

- mãe, eu não tô conseguindo dormir.
- o que aconteceu, meu filho.
- sonhei que tinha um lobo mal debaixo da minha cama.



porcos (4)

casal de porcos:
- amor?
- oi?
- você acha que eu fico gorda nesse vestido?
- fica.



porcos (5)

dois porcos conversam. é fim de tarde.
- caesar salad leva bacon?
- leva.
- muito?
- um pouco, pedacinhos, em cima.
- então fodeu!
- fodeu como?
- e escutei a dona da fazenda falando que ia fazer uma caesar salad.
- pra família inteira ou só para ela?
- pra família inteira.
- então fodeu.

terça-feira, novembro 21, 2006

vacas.

vacas (1).

duas vacas se encontram no pasto.

- oi.
- oi.
- tudo bem?
- tudo tranquilo.
- o que você fez hoje?
- fiquei pastando. e você?
- fiquei pastando.
- vai fazer alguma coisa mais tarde?
- acho que vou pastar. e você?
- pastar também.
- quer fazer alguma coisa amanhã?
- tipo o que?
- sei lá, pastar.
- legal.




vacas (2)

duas vacas se encontram.

- leite?
- isso. tava tirando leite.
- integral?
- não, desnatado.
- que dureza hein?
- é foda, tenho que tomar um litro d'água para cada litro de leite que o fêla da pulta tira.
- um litro?
- um litrão de água para cada litro de leite desnatado.
- foda.
- complicado.




vacas (3)

duas vacas se encontram.

- você viu?
- viu o que?
- de que material é feita as botas que o fazendeiro está usando?
- não, não notei...
- lembra da ana?
- ana?
- é, aquela vaca "simpática" que sumiu?
- ah, lembro. ana, ana, aquela vaca.
- bom, virou bota de fazendeiro.
- bem feito.




vacas (4)

bezerro pergunta para uma vaca:

- de onde viemos?
- inseminação artificial.




vacas (5)

duas vacas conversam:

- você acredita em vida após a morte?
- acredito.
- e o que acontece com a gente depois que morre?
- quarteirão com queijo.

quinta-feira, novembro 16, 2006

a loja de animais (2).

a loja já está aberta desde meio dia. o relógio marca duas e meia. um dos cachorrinhos finalmente parece ter conquistado a atenção de uma menina.

- olha lá. aquela menina gamou.
- tá louquinha por você.
- como eu disse, gamou.
- olha como ela me olha.
- faz carinha de "cuti, cuti" não dá mole. foram horas de treinamento, não vai jogar isso fora.
- chamou a atendente. tá vindo pra cá.
- pula. pula. dá dois pulinhos e depois coloca a língua para fora.
- assim?
- menos. menos. mais discreto.
- mil reais!!!??? não fodi. você viu quanto a vendedora disse que eu custava?
- caramba, tá caro. faz um cocô. grande. talvez eles abaixam o preço.
- já fiz. fiz antes da loja abrir. mas olha lá, olha lá, a mãe dela sacou o cheque do bolso. vão deixar ela pagar em três vezes.
- putz cara, acho que chegou a sua hora. quem diria que esse dia chegaria. cada um para um lado.
- e graças aos seus ensinamentos. obrigado por tudo. você é o meu obi-wan kenobi. meu mestre jedi.
- calma, assim eu vou ficar emocionado. me promete uma coisa.
- claro.
- se ameaçarem colocar o seu nome de "rex", você morde, late, mija, mas não deixa.
- beleza.
- tudo menos rex.
- lá vem ela. vai abrir a portinha do vidro.
- tchau.
- tchau.
-snif.
- snif.

a menina pega o cachorrinho e comenta com a mãe:
- olha mamãe, ele tá chorando de emoção.

e as duas vão embora com o cachorrinho no colo.

quarta-feira, novembro 15, 2006

a loja de animais quatro minutos antes de abrir.

sábado. shopping cheio de crianças famintas por animais de estimação. dois cachorrinhos recém-nascidos conversam:

- cara de fofo. faz cara de fofo.
- assim?
- não, não. tem que mexer os olhinhos para cima e juntar as sobrancelhas. tem que fazer cara de "abandonado", sabe?
- assim, então?
- quase.
- e, quando eu fizer essa carinha, eu devo chorar também?
- até pode, mas tem que chorar baixinho. não pode ficar histérico. ninguém leva cachorro histérico para casa.
- e se uma criança bater no vidro?
- tenta não latir.
- uma latidinha alegre?
- latidinha alegre pode.
- e se duas crianças baterem no vidro?
- bom, aí você tem que focar em uma. se você tentar impressionar as duas, aí fodeu. você vai se desgastar e o pai da criança não vai sentir tanta confiança assim em você.
- caramba?
- o que foi?
- tô com vontade de fazer xixi.
- segura.
- pourra, justo agora que a loja vai abrir.
- segura esse xixi. se uma mãe te ver mijando na vitrine, aí pode dar adeus para a fuga da loja. você vai passar mais uma semana aqui. e, você sabe, quanto mais velho você fica, mais difícil é ser vendido. e tem outra coisa. se a gente não agradar, o moleque acaba levando um gato.
- gato fêla da pulta.
- calma. calma. olha lá a vendedora virando o sinal de "aberto". vai abrir. respira fundo.
- abriu a loja!
- concentração. cara de coitado. olhinhos para cima. sobrancelha juntas. e foco numa só criança. foco!
- boa sorte.
- pra você também.

segunda-feira, novembro 13, 2006

o fiapo de frango agarrado nos dentes e outros meios de tortura.

dia desses, enquanto lia uma notícia sobre o bush comecei a pensar em outras formas de tortura. o texto falava sobre algum tratado em que o bush decidiu, por lei, que era permitido torturar prisioneiros de guerra. com socos na nuca, na garganta, dedo no olho, joelhada na sáca. em outras palavras, tudo relacionado a dor extremas. muita dor, dor pra caráio, dor. bom, e foi pensando nisso que eu comecei a pensar em formas alternativas de tortura. menos doloridas, mas igualmente eficazes. ex.: dar uma coxa de frango assada para o terrorista e esconder o fio dental dele. outro exemplo, ajudar o terrorista a entrar num prédio empresarial e depois esconder o crachá dele. outro, dar um telefone celular para o terrorista com o toque polifônico de "festa no apê" e ligar seguidamente para ele. alguns outros tipos de tortura: servir batata frita sem sal e sem ketchup e ao final oferecer aquele guardanapo de boteco que espalha a gordura. servir uma bifa suculenta com um nervinho ao centro. convidar o terrorista para um casamento e forçar ele a usar terno e gravata. servir torrada integral com creme vegetal becel. dar uma pick-up cabine dupla para o terrorista estacionar no shopping num sábado a tarde de chuva. depois de três dias passando fome, servir para o terrorista uma fatia grossa de quiche sem direito a nenhum líquido para acompanhar. levar o sujeito para experimentar roupas numa loja dessas mudernas em que a vendedora fica cantando uma música baixinho enquanto mostra para você as roupas. viajar para são paulo do rio, na poltrona do meio, com o pitoquinho de ar condicionado meia bomba. fazer ele ligar para uma operadora de celular para cancelar uma linha. e finalmente, colocar ele para dar uma volta no meu quarteirão num domingão calçando um daqueles tênis com a sola cheia de vincos que agarram bosta de cachorro quando se pisa em cima. bom, eu duvido que o terrorista ia omitir qualquer informação. alí, com aquele fiapo de frango preso entre os molares, sem fio dental, o terrorista ia chorar, entregar a mãe, o pai, e cantaria o hino americano com a mão direita no peito.

quinta-feira, novembro 09, 2006

karma.

alarme é um relógio que morreu, e como vivia atrasado, voltou para a terra como um alarme. é puro karma. depois de foder a vida do dono, o relógio teve o que mereceu. entrevista de emprego atrasado. prova de algebra atrasado. primeiro encontro atrasado. segundo encontro atrasado. encontro com os sogros atrasado. cinema atrasado. avião perdido. tem relógio que passa o resto da vida estragando cada momento do dono. e quando eu digo resto da vida, é porque uma hora a vidinha miserável dele acaba. o tic-tac pára. afinal, um dia você não aguenta e desiste do relógio, joga ele no fundo da gaveta. ou melhor, enterra ele no fundo da gaveta e o bicho bate as botas, parte para outro mundo. morre. "aquele relógio? morreu. escafedeu. comprei um novo. aquele vivia atrasado." e aí,um dia, quando ele, o tal relógio fêla da pulta menos espera, volta. mas volta como um alarme. quem mandou estragar momentos importantes do dono? é, porque agora, no papel do alarme, esse relógio está fodido. vai sofrer. vai chorar. vai implorar por perdão. pra começar vai ter que acordar cedo todos os dias. e o pior, ao acordar cedo todos os dias, será obrigatoriamente recebido por porrada. porradinha. porradão. aquele tapa, soco, empurrão que todo dono de alarme dá após o primeiro toque. e, depois do tapa, do primeiro toque, ele, o alarme tem que respirar fundo e contar silenciosamente cinco minutos para voltar a tocar. e levar mais uma bifa. e essa rotina se repetirá até o fim da sua vida para sempre: acordar cedo, levar tapa. karma.

terça-feira, novembro 07, 2006

o crachá.

crachá é foda. complicado. é uma relação de amor e ódio. amor, porque você precisa da porra para entrar no trabalho, no estacionamento e para sair. ódio, porque você precisa da porra para entrar no trabalho, no estacionamento e para sair. não tem jeito, você é obrigado a carregar o crachá para todos os lados. experimenta ir para o trabalho um dia sem ele. experimenta. o mesmo carinha da segurança que te vê todos os dias, vai ameaçar sentar o porrete na sua nuca se você não apresentar o crachá. sem o crachá, vão te cobrar uns trezentos e vinte e sete mangos para estacionar o seu carro na garagem do prédio. já perdi três crachás. crachá é foda. complicado. existem dois tipos de crachás: aquele com o mini-clip que agarra no bolso da calça e o que vem com a cordinha que você leva com orgulho no peito. se eu fosse presidente de um firma, eliminaria o crachá no primeiro dia. ou no segundo. só para os funcionários darem valor a minha decisão de eliminar a caráia do crachá. só existe um esqueminha pior do que ter que usar um crachá para entrar e sair do prédio que você trabalha: trabalhar na empresa que fabrica crachás. caceta, imagina você passar o dia, colocando aquelas cordinhas. ou o clips. ou o chip que apita quando passa na catraca. sabe, aquele chipzinho que quando entra em contato com aquela luzinha da catraca apita um som agudo como quem diz: "se fodeu meu irmão. tá cansado? quero ver você encontrar o seu carro na garagem do prédio agora! crachá é foda. uma peça de plástico de uns vinte gramas mas que pesa uns seis quilos. experimenta perder o crachá enquanto você está na firma. antes de ir para casa. meu amigo, é uma espécie de sequestro relâmpago. você sabe que ele está em algum lugar. mas sem ele você não pode sair. e, nos próximos dez, vinte minutos, você vai fuçar a mesa, a mochila, os bolsos atrás dele. vai revisitar todos os últimos lugares que você foi esperando encontrá-lo sobre a mesa de alguém. sempre com a esperança de encontrar o fêla da pulta e poder ir para casa. crachá é foda. vou procurar o meu.

domingo, novembro 05, 2006

steve jobs, o fêla.

o steve jobs é um filho da puta. dos maiores que existe. ou melhor, dos piores que existem. afinal, ele não tem cara de filho da puta, não tem jeito de filho da puta, mas é um. ou seja, ele é um disfarçado. o que, para mim, é o pior tipo de filho da pulta que existe. aí você me pergunta: "que caráio o steve jobs fez?" bom, semana sim, semana não, ele aparece com aquela cara de melhor amigo com um novo lançamento. ah, você acaba de comprar um ipod mini? se fodeu, o steve jobs lançou três minutos depois, o ipod nano. ah, mas você também comprou um ibook? que pena, uma linha inteira de laptops acaba de ser lançada. mais rápidos, mais leves e é claro, bem melhores do que o seu. aquele modelo que o steve jobs convenceu você a comprar dois meses atrás numa conferência em são francisco. lembra? você do lado de cá do monitor, viu o fêla no palco apresentando o "mais moderno laptop de todos os tempos" e acreditou. puxou o cartão de crédito sem pensar duas vezes. ok, ok, você pensou duas vezes, mas foi para comprar mais um ipod shuffle. é, ele diminuiu, você pensa, e compra um novo ipod shuffle também. o grande problema é que essa cena: você escutando uma novidade da boca do steve jobs seguido por uma compra de impulso, se repete com uma freqüência irritante. as vezes parece que ele espera você comprar para anunciar no minuto seguinte que a pourra do computador que você vai pagar em três vezes ficou velho antes de você instalar o primeiro programa. é como se ele ficasse do lado do telefone esperando o carinha da apple store ligar para ele e avisar: "fala steve, beleza? o erick, aquele mané acabou de comprar. não tem mais volta. o cartão já autorizou. pode lançar um novo. até mês que vem!" se eu tivesse algum poder. se eu fosse algum juiz da suprema corte, faria alguma coisa sobre isso. é, meu objetivo na vida seria parar de vez com essa putaria. criaria a lei do steve jobs. uma lei simples: "steve jobs, o fêla da pulta, só poderá lançar novos produtos com um intervalo de 1 ano. pelo menos. e, se ele achar que deve lançar um novo notebook ou modelo de ipod antes de um ano, ele, obrigatoriamente deverá re-comprar pelo preço original os modelos que se tornarão obsoletos após o tal lançamento." sério, não fódi. como é que um sujeito tem a coragem de lançar um novo modelo de ipod no dia seguinte que eu cheguei de viagem com um modelo "antigo" escondido no fundo falso da minha mala. como? cadé a compaixão. custa esperar um pouquinho? se você já teve algum produto da apple, com certeza já passou por isso. essa sensação de pastel. de tonto. devolve meu din din steve. devolve.

quarta-feira, novembro 01, 2006

a bendita polaroid.

o josé mayer come todas as atrizes da globo. todas. as principais. se ainda não comeu, vai comer. pode notar, qualquer novela das oito, tá lá o cara encoxando as principais atrizes. no estábulo da fazenda. no consultório médico. no elevador. não existe uma novela em que ele não está pegando gente. "presença de anita", "mulheres apaixonadas", "páginas da vida" e por aí vai. o josé mayer é um dos maiores pegadores da história da tv. mas o principal detalhe é que numa novela, quando um determinado ator pega gente, é o autor da novela que escreve e decide com quem o ator vai pegar. é o autor, ali, abraçado no computador que escreve as cenas, o clímax, que descreve como tal cena deve acontecer. ou seja, quando o josé mayer come uma caraiada de mulheres na novela das oito, não é o papo dele que conquista elas muito menos o charme do fêla. são as cenas descritas, detalhadas pelo autor da novela que determinam essa pegação. o que nos leva a conclusão deste textinho. desta tese. o que nos leva a explicação do título deste textinho: a bendita polaroid. que raios é a bendita polaroid? bom, imagino que o josé mayer, o comilão das 8, tem em seu poder, polaroids com imagens de autores de novelas da globo em posições delicadas. em posições muito delicadas, picantes e comprometedoras. e, toda vez que uma nova novela das 8 vai estrear, o fêla da pulta liga para o autor da novela da vez e diz: "fala manoel carlos, beleza? então, nessa próxima novela das 8, me coloca num papel para dar uns pegas naquele filézinho, a deborah secco." e o manoel carlos, receoso: "mas, ô josé mayer, ela tem idade para ser a sua filha... acho que desta vez não vai dar." e o josé mayer fala, enquanto folheia a última playboy da deborah secco: "manoel, não esquece a polaroid. não esquece a polaroid."

terça-feira, outubro 31, 2006

idéias que podem fazer uma fortuna ou não.

estação de rádio que só toca barulho de alarme.

caneta bic que acaba.

celular comestível.

moeda de papel.

livros de 1 página.

queijo suíço sem furos.

canal 24 horas dedicado a relógios.

tijolos feitos de lego.

nescau com gosto de toddy.

marcador de livros com historinhas com começo meio e fim.

suco de queijo.

0400. mais caro que o 0300. só que vc fala com alguém de verdade.

ovo com duas gemas.

alarme com dolby stereo surround system.

shampoo de chocolate.

gato sem unha

escova de dente do tamanho da boca inteira.

guias turísticos de pessoas. coisas interessantes que já aconteceram no
joelho do fulano, como visitar as coxas da fulana, horário de funcionamento
da beltrana e por ai vai...

liquid paper para os dentes.

cobrar duas vezes mais pela sobremesa do que pelo prato principal.

vender bilhetes de mega-sena no caixa do banco 24 horas.

começar a cobrar couvert artístico pela musica ambiente da sala de espera
do dentista.

aquarios com vidro fumê.

creme de barbear com sabor de chantilly.

cabelereiros de nariz.

segunda-feira, outubro 30, 2006

leis do elevador.

lei 1: deixa de ser obrigatório dar bom-dia pra vizinhos alegres e serelepes.
lei 2: quem apertar o botão errado deverá, obrigatoriamente, sair no andar errado.
lei 3: quem entrar no elevador, antes de qualquer passageiro sair-- deve se retirar e usar a escada.
lei 4: esperemer cravo no espelho do elevador com outras pessoas dentro passa ser crime inafiançável. escadas por uma semana.
lei 5: entrar num elevador cheio com um pitbull demoníaco é crime severo. escadas por um ano.
lei 6: ficar segurando o elevador no seu andar por mais de 30 segundos é crime. descer as escadas pulando num pé só.
lei 7: ficar se arrumando compulsivamente no espelho do elevador com desconhecidos dentro também é crime. sujeito a trabalho forçado de ascensorista em qualquer elevador do centro de são paulo na hora do rush.
lei 8: se o elevador do prédio ficar quebrado por mais de um dia, funcionários deverão ser contratados para levar vc no colo para sua sala ou casa. vc paga condomínio. e chegar em casa sem ter que subir as escadas e um direito adquirido.
lei 9: o fêla da pulta que bufar dentro do elevador deverá pagar o condomínio daquele mês dobrado. não fódi.
lei 10: o casal que começar uma conversa íntima na frente de estranhos, deverá ter a história da sua "primeira vez" publicada na revista "forum". com o conteúdo autenticado por um detector de mentiras.

quinta-feira, outubro 26, 2006

casal (3)

- amor?
- oi?
- o que você tá fazendo?
- lendo. lendo o jornal.
- mas já são oito da noite de domingo.
- e?
- o jornal chegou hoje cedo. as notícias são de ontem e já é quase amanhã.
- mas você sabe que eu gosto de ler o jornal de domingo assim, com calma.
- nostalgia.
- nostalgia?
- é, lendo, lembrando o passado...
- ontem, você quer dizer?
- o que não deixa de ser o passado.
- é.
- jornal velho amor?
- mania.
- mas não tem como você perder essa mania?
- difícil.
- notícias velhas. mania velha. você sabia que já existe uma porção de canais de notícias 24 horas.
- sei. é claro que sei.
- mas por que você não assiste. notícias fresquinhas. larga esse jornal.
- hmmm, não.
- mas esse barulho das páginas sambando, essa bagunça. as folhas de ofertas. não gosto.
- eu sei. mas eu gosto.
- [silêncio]
- [silêncio]
- amor?
- oi?
- lê o meu horóscopo?

quarta-feira, outubro 25, 2006

o pêlo do nariz (2).

pêlo do nariz é a coisa mais fêla da pulta que existe. pêlo do nariz é traiçoeiro. pula, escapa, salta pelas narinas quando você menos espera. você pode estar lendo este texto e ter um ou dois pêlos pendurados na borda da sua narina. como se fossem sinais de neon que piscam fora de ritmo e chamam a atenção de quem passa de um jeito que incomoda. o foda do cabelo, do pêlo de nariz é que quanto mais você corta, apara, arranca, mais rápido ele cresce. mais sacana ele fica. todo pêlo que é cortado e morre, volta mais malandro. mais esperto. mais astuto. aprende com os erros do seu antecessor. é mais ou menos como acontece com os computadores usados em partidas de xadrez. depois de uma derrota, o computador "assiste" um replay da partida e incorpora novas táticas para as futuras partidas. cada derrota, deixa o fêla mais forte. o mesmo acontece com o pêlo do nariz. é o mesmo princípio da seleção natural de darwin. hoje você corta o pêlo mais escroto com uma tesourinha em três segundos. amanhã, o novo pêlo que nasce se enrola para dentro, aí, você precisa de uns 40 segundos, um minuto para decepar o fio. em uma semana, ele nasce branco. branco, quase transparente, para você não conseguir exergar contra a luz. mês que vem, nasce na outra direção, apontando para dentro do nariz, por exemplo. já travei batalhas memoráveis com pêlos do nariz. e na grande maioria das vezes, perdi. perdi a paciência de encontrar, de pescar o fêla. saí de casa com aquela pontinha de pêlo fazendo polichinelo na entrada da narina. com aquele ar de derrota. com um pêlo teimoso. se você tiver um pêlo, aqueles dois milímetros expostos, fique esperto. pense duas vezes antes de cortar. você pode estar começando uma guerra de épicas proporções. pêlo de nariz, que coisa escrota.

terça-feira, outubro 24, 2006

casal (2)

- e pensar que quando a gente casou você disse que faria tudo para mim.
- quando foi que eu disse isso?
- lá na nossa festa de casamento, lembra? você tava bêbado.
- alegre.
- não, você tava bebâdo e alegre.
- ok, eu estava alegre e bebâdo.
- e ali, no meio do salão, você me abraçou e disse que faria tudo para mim. para me fazer feliz.
- feliz?
- é, feliz. que a minha felicidade estaria sempre em primeiro lugar. que o sorriso no meu rosto seria prioridade número 1.
- mas eu tava bebendo o que mesmo?
- [silêncio]
- brincadeira, continua....
- que eu era um sonho que estava se realizando ali, naquele momento. eu, de branco, você de terno. lembra como você ficou bonito de terno?
- lembro.
- e lembra que você falou aquilo tudo pra mim?
- ok, eu lembro,
- então pega o jornal lá embaixo na portaria que o fêla da pulta do porteiro esqueceu de colocar aqui na porta de novo.
- [silêncio]

casal (1)

- amor, você não me ama mais?
- amo.
- mas, ama quanto?
- amo muito.
- muito milkshake de ovomaltine do bob's ou muito coca cola com bastante gelo?
- mas, qual é a diferença?
- um é mais gostoso que o outro. milkshake de ovomaltine você bebe num gole só. coca cola com bastante gelo, você mata em três, quatro goles.
- entendi.
- então?
- então o que?
- escolhe pô.
- ovomaltine então.
- [silêncio]
- mas, mas, o que foi? não vai falar nada? acabei de te chamar de ovomaltine. milkshake de ovomaltine do bob's.
- é que...
- é que... o que?
- [silêncio]
- porra amor, tava eu aqui lendo a porra do jornal e você vem com essas comparações... eu escolho uma e você fica...
- fica como?
- assim, emburradinha.
- você é alérgico a ovomaltine.
- é.

sexta-feira, outubro 20, 2006

cadê a pourra da aliança.

cheguei ontem no trabalho sem aliança. olhei para a mão esquerda, e nada. olhei para a mão direita e também nada. puta que pariu, não me lembrava onde eu tinha colocado a aliança. pra ser sincero, eu não me lembrava de ter tirado ela. a primeira coisa que me veio à cabeça foi aquela crônica do veríssimo sobre a aliança perdida. aquela-- em que o sujeito deixa a aliança escorregar na hora de trocar o pneu do carro. só que ao invés de contar pra mulher a verdade-- resolveu inventar que traiu mesmo a mulher. é. na cabeça dele, a mulher nunca iria acreditar que ele tinha perdido a aliança enquanto trocava o pneu furado. preferiu economizar tempo e disse uma mentira. o que nos leva de volta a historinha da minha aliança. o mistério da aliança. caráio. eu não tinha feito nenhuma cagada. não tinha traído ninguém. só não sabia onde estava a caráia da aliança. passei a manhã inteira olhando para a minha mão e pensando onde ela poderia estar. pensando no que falar em casa. pensando. por isso mesmo o dia passou mais rápido que o normal. quando vi, já estava no meio da marginal com as mãos no volante dirigindo para casa. uma das mãos, é claro, sem a aliança. cheguei em casa meio que em pânico. não ia inventar nenhuma história. só não sabia ainda-- por onde começar. entrei e fui direto para o chuveiro. resolvi tomar uma ducha quente para relaxar. e foi aí que tudo mudou. que a história teve a sua reviravolta. a
aliança estava lá. no chuveiro. debaixo do sabonete. tinha tirado pela manhã. ainda com os olhos costurados com remela. esqueci completamente. é. eu não tinha traído ninguém. na verdade-- eu é que fui traído pela minha memória.

quarta-feira, outubro 18, 2006

o foda-se.

o foda-se é uma maquininha pequena. engenhosa, discreta e de fácil manuseio. é um aparelho simples. tem um só botão. que ou está no "on" ou está no "off". qualquer um pode usar. sem nenhuma complicação. ligar o foda-se de vez em quando faz bem. tira o peso do ombro. esvazia o saco e relaxa um pouco. o foda-se pode ser usado no escritório: "foda-se! não tô afim de trabalhar hoje. vou colocar os pés na mesa e a mão no saco." o foda-se pode ser usado em casa: "foda-se. não vou fazer a cama. não vou lavar a louça. não vou fazer a barba. foda-se." o foda-se não precisa de tomada. não é caro. e combina com tudo. o foda-se cabe no bolso. você pode levar o foda-se para o bar: "foda-se. não vou pagar os 10%, a comida tava uma merda." pode levar do seu lado no banco do carona no carro: "foda-se. vou estacionar aqui mesmo. caguei baldes pra você, guardinha." mas, como toda maravilha inventada pelo homem, o foda-se tem suas contra-indicações. nunca, nem sobre ameaça de morte, deixe o foda-se ligado o dia inteiro. sim, porque por mais que o foda-se seja uma invenção fantástica--se você deixar ele ligado o dia inteiro-- as pessoas vão ligar o foda-se para você.

meio dia e dezoito.

meio dia e dezoito. meio dia e dezoito é o pior momento do dia. é quando a fome bate. bate com travas de alumínio nas canelas. meio dia e dezoito a barriga ronca. a mão esquerda treme. a direita vacila. a boca fica seca. a língua resvala nos dentes aflita. meio dia e dezoito é mortal. o sangue circula com dificuldade pelo organismo. é como se cada célula vermelha usasse uma bengala pra pular de artéria em artéria. o sangue gagueja. as costelas vibram. quando dá meio dia e dezoito a fome é tanta--que vale até comer o hífen de meio dia e dezoito. todos eles.

terça-feira, outubro 17, 2006

bala perdida.

encontrei uma frumelo de framboesa perdida, no fundo da minha mochila.

criança que grita irrita.

criança que grita irrita. nada contra criança. só não gosto de crianças que gritam. mas a culpa não é das crianças que gritam. elas foram criadas acreditando que poderiam e deveriam gritar. em casa, no carro, no shopping e é claro--no restaurante. sei lá, aprenderam que é bonito gritar. pai fica bobo quando a criança grita. mãe então. domingo encontrei uma criança dessas no restaurante. ela estava sentada longe. mas parecia que estava na mesa ao lado. dois gritos foram bem marcantes. o primeiro--que impediu o garçom de escutar o meu pedido e o segundo--quando senti uma dor aguda lá dentro do ouvido. acho que estourei o tímpano direito. tenho quase certeza. até dei uma espiada para tentar identificar o moleque. só consegui ver os pais rindo. em câmera lenta. na maior felicidade. não estou também querendo generalizar. essas crianças tem uma idade certa para isso. criança que grita geralmente tem entre três e seis anos e meio de idade. também tenho certeza que quando tiver um moleque correndo em casa, também vou achar o grito dele espetacular. mas eu tenho uma sugestão. simples. mas que pode ajudar. acho que os restaurantes deveriam se adaptar. "boa noite! mesa para dois? fumante ou não-fumante? crianças que gritam ou crianças que não gritam?" tudo muito civilizado. sem dramas. sem grito.

sexta-feira, outubro 13, 2006

algumas idéias que podem mudar o mundo ou não.

- bolinho de bacalhau com mais bacalhau do que batata dentro.
- cerveja que não esquenta.
- café que não esfria.
- elevador com um dispositivo que evita a porta reabrir três vezes seguidas para acomodar que está chegando depois de você.
- aviões sem a cadeira do meio.
- vizinho sem cachorro.
- queijo prato que não fica suado fora da geladeira.
- cabelo de nariz que se desintegra automaticamente ao escapar pela narina.
- telefone celular que explode ao tocar durante um filme no cinema.
- assento ejetor do cinema para o fêla que falar mais que dezessete palavras durante um filme.


segunda-feira, outubro 09, 2006

a dívida e a ligação a cobrar.

[som de telefone tocando.]

- alô?
- gravação: "tum...tum...tum...tum....tum...tum....essa é uma ligação a
cobrar...."
- [pensamento: "a essa hora? e ligando a cobrar?"] alô? quem é?
- aqui é o jorge...seu amigo de infância...lá de pirapora grande? lembra?
jorge...jorginho!?
- jorge?...jorge? sim...sim...me lembro sim...tudo bem jorge? quanto tempo! mas porque a ligação a cobrar?
- lembra daqueles dez reais que você ficou me devendo quando a gente era moleque?
- dez reais?
- é, aquele dia no barzinho lá perto da farmácia do zé?
- ahhhh, lembrei, lembrei....
- e, você lembra que eu disse que um dia eu ia cobrar?
- lembro, lembro.
- então quanto tempo você acha que a gente já tá falando no telefone? nessa ligação a cobrar?
- não sei, uns três minutos?
- tá, tá, espera mais uns dez segundos.
- dez segundos?
- isso... calma...
- mas que caráio é isso...
- pronto, dez reais...
- como assim?
- ué, a ligação não é a cobrar?
- fêla da puta. você vai me pagar.
- bom, quem acabou de fazer isso foi você. te disse que um dia eu ia cobrar. te disse.

domingo, outubro 08, 2006

o debate: funcionário do mcdonald's vs. bob's

enquanto assistia o debate dos candidatos a presidência, fiquei imaginando como seria interessante ter outros debates com pessoas que fazem parte do nosso dia a dia. mais especificamente, pensei como seria interessante um funcionário do mcdonald's frente a frente com um carinha do bob's. palco. luzes. mediador. público. regras pré-determinadas. um debate sério, um representante de cada uma das duas redes de fast-food para discutir idéias, qual sanduíche é melhor, quem tem o melhor milkshake, que sundae é mais gostoso e algumas outras dúvidas que assolam as praças de alimentação do país.

funcionário do mcdonald's: boa noite. caro sr. funcionário do bob's, o que você tem a dizer sobre o boato de que a receita do molho especial do big bob é uma cópia do big mac?
funcionário do bob's: isso é uma colocação inverídica. uma mentira deslavada. o molho do big bob é uma criação nossa, feita com 36 ingredientes.
mcdonald's: eu tenho em minhas mãos um guardanapo rabiscado de um ex-funcionário afirmando que o molho é idêntico.
bob's: é falso. faça o favor de mastigar um big bob e veja você mesmo o sabor delicioso do nosso molho especial.
mcdonald's: mais uma vez, o meu adversário não respondeu a minha pergunta. preferiu fazer propaganda desse sanduíche meia boca com o nome parecido com o nosso. mas tudo bem.... agora, você me diz... e aquela batata murcha que vocês chamam de batata frita... como é que vocês tem a coragem de chamar aquilo de batata-frita?
bob's: batata-murcha? então fale um pouco do milkshake de vocês? ou você vai ficar atacando ao invés de falar dos produtos que vocês vendem? você tem a coragem de chamar aquilo de milkshake? você por acaso sabia que o nosso milkshake de ovomaltine foi escolhido o melhor milkshake do brasil?
mcdonald's: melhor? na opinião da sua mãe?
bob's: respeito! res-pei-to! direito de resposta! eu quero o direito de resposta!
mediador: vamos consultar a produção e depois dos comerciais voltamos com o debate.
mcdonald's: comercial que nada! e as acusações de que vocês usam gordura trans para fritar aquilo que vocês chamam de comida!???
bob's: leviano! safado! gorda é a sua mulher!

quarta-feira, outubro 04, 2006

o panda, a insônia e as olheiras.

panda é dos animais mais queridos de qualquer zoológico. não, é o mais querido. com aquele jeitão "caguei pra tu colega." andando em super slow motion e comendo lascas de bambu servido em bandeja de prata. panda acorda cercado de flashes. é flash pela manhã quando o zoológico abre. flashes a tarde, quando a molecada da escola visita e flashes a noite quando, os últimos ônibus disparam do estacionamento lotados de turistas com suas máquinas digitais com 2 gigas de memória e zoom super power. panda se fode bonito. nunca tem folga. é claro, que o bicho não faz picas, não trabalha. mas vive cercado, fotografado. e é por isso que panda tem aquelas olheiras. aqueles círculos pretos ao redor dos olhos. é, os círculos são olheiras. o fêla não consegue dormir direito. depois de passar o dia sendo metralhado pelo pipocar de flashes, o bicho tem insônia. os olhos não pregam. e, enquanto o leão, a girafa, o macaco e rinoceronte dormem, roncam e hibernam, o panda fica lá, girando. cafuzo, estafado mas sem conseguir parcos segundos de descanso. pois sabe que a qualquer momento, o sol vai nascer, a molecada vai entrar correndo pelos portões e é aí meu amigo, é aí que a porra do panda não pode dormir. se ele entrar numas de dormir, não ganha as lascas de bambu. durante o dia, o panda tem que trabalhar duro. dar cambalhotas em câmera lenta e bocejar fazendo um estilo "sou fodalhaço e posso cagar baldes para vocês." ele sabe que todo mundo espera isso dele. bom, mas voltando a insônia e as olheiras. é um ciclo vicioso: o panda não dorme, ganha olheiras, a molecada adora e tira fotos com flashes, o panda não dorme, ganha olheiras....

terça-feira, outubro 03, 2006

a acupuntura.

agulhas. finas. médias e longas, nunca pequenas. a primeira coisa que vem a cabeça quando se fala de acupuntura são elas, as agulhas. e o que é mais engraçado sobre a acupuntura é que quando você é moleque, uma das coisas que você mais se caga, são delas. sua mãe conversa, o médico conversa, seu pai segura sua mão, "é uma vacina de gripe, anestesia para fazer a obturação, vacina pra isso, vacina para aquilo, calma filhinho vai ser só uma picadinha, deixa que a mamãe assopra e fica tudo bem..." mas nada nunca ficava bem. criança fica muito cafuza com agulhas. bom, aí fast forward para os dias de hoje. a mesma criança que se borrava nas calças ao ver uma agulha, hoje paga uma senhora para cobrir seu corpo de agulhas. é, hoje em dia, a coisa mais comum é um marmanjo entrar num consultório de uma acupunturista, comprar um kit de agulhas e permitir, dar toda a liberdade para ela colocar as agulhas nos pontos x , y, z, w.... acabei de sair de lá. acho que foram quase vinte agulhas, talvez mais. e, para ser sincero, sem dramas. a acupunturista pergunta: "você já fez antes?" e eu, "bom, uma vez meu dentista perfurou a minha gengiva para aplicar a anestesia, no começo doeu, depois de alguns segundos, parou de doer naturalmente." mas não é a mesma coisa. e, enquanto você fica ali com agulhas mapeando partes do seu corpo, começa a pensar como você era chato pra cacete quando era moleque. e como, quando você era moleque, não imaginava que um dia estaria naquela situação. voluntariamente com uma agulha fixada no centro da cabeça e uma outra entre o dedo mindinho do pé e o dedo do lado que eu não sei o nome. agulhas, finas, médias e longas, nunca pequenas. a primeira coisa que vem a cabeça quando se fala de acupuntura são elas.

quinta-feira, setembro 28, 2006

o casal que falava no cinema.

ontem fui ao cinema numa dessas sessões das nove quase dez que acabam onze quse meia-noite e você chega em casa meia-noite e meia quase uma hora. sabe? então, estava lá eu com a minha mulher sentado esperando o filme começar. desliga celular. desliga celular. apagam-se as luzes, propaganda, propaganda, trailler, trailler, começa o filme. bom, e é aí que entra o casal que falava no cinema do título desses texto. não entendo o que leva um casal até o cinema para conversar. sussurar frases pela metade, palavras soltas e observações desconexas. o que se passa na cabeça de um fêla da pulta para sair do trabalho depois de um dia agarrado ao teclado do computador e ir para o cinema para conversar? como é que esse fêla se mete num carro, procura vaga no estacionamento, paga quase quarenta mangos para ficar trocando idéia com a esposa? deve ser uma tara. tipo esses casais que curtem se pegar no estacionamento de shopping. casais que vão a loucura no sobe e desce do elevador. os casais que falam no cinema, devem ser aqueles que só conseguem conversar lá. como os casais que só sentem tesão no estacionamento do carrefour num domingo cheio. só pode ser. depois de alguns dias em casa sem trocar uma palavra, o marido olha para a mulher. a mulher, olha para o marido e os dois juntos, em silêncio é claro chegam a conclusão que chegou a hora de voltar para o cinema. colocar o papo em dia. e lá vão os dois. o marido pesca o jornal do chão, pesquisa o cinema mais próximo e dispara na direção da garagem. a mulher não vem muito atrás. bom, o fim da história você já sabe. o casal fêla da pulta senta atrás de mim. e conversa durante o filme. naquele tom de sussuro ensurdecedor. e você, ali, na frente, no escuro, na sala praticamente cheia, não sabe ao certo com quem gritar, cuspir. o casal que falava no cinema. sempre no filme que eu vou.

terça-feira, setembro 26, 2006

o rechaud, o conjunto de fondue e "veja bem, o casal pode sempre trocar por um conjunto lindo de pratos."

lista de casamento é engraçada. é prática. é prática e engraçada. lista de casamento por definição, é uma lista com tudo que o casal quer ganhar de presente. na lista, pelo menos em teoria, tem tudo que o casal ainda não tem em casa portanto precisa. mas o que eu acho cafuzo são os presentes clássicos que aparecem em todas as listas: rechaud, por exemplo. que caráio é um rechaud. bom, eu sei o que é um rechaud. eu não consigo imaginar uma pessoa usando o tal do rechaud em casa. pra quem não sabe o que é um rechaud, é aquele negócio que todo restaurante a quilo e com buffet tem, para manter a comida morna. aquele negócio de metal que parece uma bandeija com uma mini-vela ao centro.(ou pelo menos eu acho que e isso.) conjunto de fondue é outro negócio bem quisitinho. eu ganhei um de casamento, tentei usar uma vez. difícil pra cacete fazer a pourra do fondue. subiu um fumacê, a carne ficou melada de óleo e o fogo apagava a cada dois minutos. e não é culpa dos noivos. é matemática pura. quatrocentos convidados. trezentos e setenta e seis convidados. o número de pessoas convidadas ultrapassa todo e qualquer número de presentes "normais". depois do centésimo nono presente, lá pela oitava página da lista de casamento, aparece o rechaud, o conjunto de fondue. ou seja, para dar conta dessa galera toda, torna-se necessário presentes como rechaud. dia desses fui comprar presentes para dois casamentos. a muié da loja veio com a lista na minha direção. eu olhei pra ela e comentei: "qualquer coisa útil que o casal vai usar no dia a dia, menos a porra do rechaud, não fódi." e ela, bem, ela olhou para mim e disse: "veja bem, o casal pode sempre trocar por um conjunto lindo de pratos."

segunda-feira, setembro 25, 2006

ou isso ou aquilo 3.

- pegar chuva durante três minutos sem guarda-chuva ou pegar um trânsito no conforto do seu carro por meia hora.

- sentar na cadeira do meio de um avião lotado de uma viagem de 8 horas ou sentar na primeira fila do cinema no canto esquerdo atrás de uma pilastra de um filme de 3 horas tipo titanic.

- interfone oito da manhã de domingo para avisar que a veja chegou ou telefonema de uma empresa de cartão de crédito numa quinta feira a noite durante o jantar.

- dor de dente ou bolada na saca durante uma pelada de futebol

- mancha de caneta bic no bolso da camisa durante uma reunião ou mancha de molho de tomate na calça durante um jantar romântico.

- ganhar o equivalente do seu salário em big macs ou em fatias de pizza marguerita.

- esquecer de colocar o desodorante antes de uma entrevista ou esquecer de colocar as lentes de contato antes de pegar a estrada.

- pagar 15 reais no valet parking ou andar meia hora até um beco escuro meia noite e tal atrás do seu carro.

- aprender a falar russo fluente ou apenas 20 frases bem melosas e sacanas em francês.

- perder a carteira ou se perder a caminho do rio de janeiro numa saída sinistra da linha vermelha.

- pisar em chiclete derretido pelo sol ou em cocô de cachorro congelado pelo frio.

- o que dá mais bosta: chegar em casa 8 da noite com marca de batom na camisa ou cinco e meia da manhã sem marca nenhuma com bafo de cana.

- ver a angelina jolie nua por uma meia hora ou poder tocar nela nua por 20 segundos.


quarta-feira, setembro 20, 2006

o terno, as subácas, a gravata e o sapato caramelo.

não entendo terno. o conjunto completo. o sapato caramelo, o cinto que combina, a gravata que enforca, a calça com pregas e o paletó que derrete. terno não faz muito sentido, principalmente num país em que a temperatura no inverno bate nos 34º. tente lembrar a última vez que você colocou um terno. o sofrimento. aquela sensação de estar dentro de um microondas ambulante sem o barulhinho da ventoinha do microondas. acho que os testes vocacionais de hoje em dia deveriam ter duas opções: "no futuro, você se enxerga derretendo dentro de um terno?" ou " no futuro, você não se enxerga derretendo dentro de um terno?" a partir daí tudo ficaria mais fácil. uma caráiada de profissões já seriam eliminadas com uma só canetada. o mais foda do terno é que ele vem com uma gravata de brinde. e a gravata por definição é algo que você deve apertar ao redor do seu pescoço. um nó grande, que aperta e afrouxa de acordo com a sua respiração. as vezes pego o elevador com algum vizinho de terno e fico com dó. ao ver aquela aglomeração de bolinhas de suor se formando na testa dele, me simpatizo. dou bom dia, levanto um sorriso daqueles de canto de boca e balanço a cabeça como quem diz: "segura aí campeão, tudo vai dar certo!" agora, fico imaginando a vida de um sujeito que precisa do terno todos os dias e não tem um carro dotado de ar-condicionado. a vida ganha um sentindo completamente novo. ou perde todo o sentido. dia desses fui a um casamento. de terno é claro. acho que seria difícil convencer a minha mulher que eu iria de calça de moletom e tênis adidas. para ser sincero eu sequer coloquei esse assunto na mesa. coloquei o terno e fui em frente. pensando nisso, acho que é por isso que casamento tem fartura de bebida. pro-secco, whisky 12 anos, champanhe. por causa do terno. para você ficar doidjo. para você esquecer o terno. a gravata, o cinto e os sapatos. nessa ordem. não entendo terno.

segunda-feira, setembro 18, 2006

o bem-casado.

bem- casado é gostoso, isso é um fato. não tem muito como discutir isso. duas faces de massa levemente açucaradas com uma camada de doce de leite ao centro. nem muito, nem pouco, doce de leite é, como diz o nome, doce. bem-casado tem a quantidade ideal. bem-casado é gostoso. eu acho, só acho que todo e qualquer casamento só existe por causa do bem casado. e não o contrário. convidados entram pelas portas de qualquer festa com um olho nos noivos e outro na mesa do bem-casado. embrulhado naquele papel delicado com uma fitinha de seda dourada. o bem-casado fica empilhado, contado, bem guardado por moças contratadas para ter certeza que não faltarão bem-casados. que eles não serão degustados antes da hora e que principalmente, convidados não vâo levar mais de 16 para casa. pode notar, na hierarquia dos doces não tem doce mais fucking fuckers que ele. ele é o único que vem embrulhado para presente. um presente de você para suas papilas gustativas. depois das três e tal, quando a fome chega, convidados correm sedentos na direção do bem-casado. mulheres beliscam os homens, para que estes pegarem o maior número possível de bem-casados. homens, embrigados, rasgam o embrulho no local e engolem o bem-casado sem sequer mastigar. já testetmunhei casais brigando no momento de pegar o bem-casado. na frente daquela mesa imponente coberta de bem-casados, todos os convidados entram num acordo. todos os convidados concordam que ninguém vai dedurar ninguém. que nehuma das pessoas alí presente vai ligar se alguém resolver socar 36 bem-casados na bolsa. que os bons modos são suspensos temporariamente. faz parte do casamento. todos sabem disso. é uma lei silenciosa. que todos sabem e respeitam a cada fim de casamento. o assalto da mesa dos bem-casados. a primeira coisa que a noiva pergunta no dia seguinte do próprio casamento é: "sobrou algum bem-casado?" e o noivo, ainda grogue, ao lado dela: "sobraram dois?" dois pãezinhos, circulares, levemente açucarados, com a quantidade certa de doce de leite. bem casado é gostoso.

quinta-feira, setembro 14, 2006

três pensamentos do dia.

- dia desses pedi para entregarem uma comida lá em casa. a comida chegou errada. era melhor do que a que eu tinha pedido.

- hoje pela manhã, esbarrei com a vizinha nova. ela ficou olhando para dentro do meu apartamento. fuçando-- acho que queria saber se o vizinho era algum louco desses que guarda lixo na sala ou vara as noites planejando ataques. a primeira oportunidade que eu tiver, a noite, vou colocar bem alto-- aquele canal árabe de notícias - al jazeera. aquele em que os terroristas sempre dão um alô. só pra cafuzar a cabecinha dela.

- roubaram o rádio do meu carro. mas só a parte da frente. é como se o fêla da pulta tivesse roubado só o pé esquerdo do meu tênis que eu deixei na areia-- quando fui dar um mergulho na praia. entrei num loja de som e perguntei: "vocês vendem só a frente do rádio? um rádio pela metade." ela não respondeu.

quarta-feira, setembro 13, 2006

três pensamentos do dia.

- quando eu era pequeno, não sabia que existiam contas para pagar. confesso que quando minha mãe gritava de longe para eu apagar a luz do quarto, eu ignorava. não tinha idéia como eu tava fodeindo a conta de luz dos coroa.

- um toddynho nunca é suficiente. já dois toddynhos é muito. deveriam lançar a embalagem de um e meio toddynho.

- entregador de pizza nunca pede pizza em casa-- para não levar trabalho pra casa.

segunda-feira, setembro 11, 2006

três pensamentos do dia.

- eu tenho uma camisa amarelo água que não combina com nada.

- é mais difícil cancelar uma mensalidade de academia de ginástica do que fazer mil embaixadinhas com uma bolinha de tênis.

- está rolando um apartheid na minha cabeça. na frente, do lado direito, está ficando grisalho, predominantemente branco. mas ao redor, todos os cabelos são pretos. por algum motivo, eles não se misturam. ou eles se entendem, e param com essa putaria ou eu pinto tudo de uma cor só. grecin 2000 nele.

20 minutos.

dia desses resolvi me inscrever numa academia. aqui do lado do trabalho. o acesso era fácil, o elevador vizinho da garagem, o pessoal simpático. só tinha um problema. a caráia da esteira tem um limite de tempo, 20 minutos. cada pessoa só tem o direito de ficar 20 minutos na esteira. mais uma vez, 20 minutos. se você ultrapassa esse tempo, a máquina pára, e alguém, que já está aquecendo atrás de você, limpa a garganta como quem diz "não fódi, pula logo desta bosta que é a minha vez." bom, na primeira vez eu achei que talvez no dia seguinte estaria mais tranquilo. que a esteira seria uma pouco mais flexível. que eu poderia pelo menos suar um tantinho. estava completamente enganado. mas tão errado que no dia seguinte era eu que estava ali, atrás de um tiozinho tossindo para ele ceder o lugar na esteira. no terceiro dia, ciente que ia ficar na fila, pelo menos 20 minutos, procurei aparelhos alternativos, fiz remo, transport e bebi água no bebedouro, quatro vezes, para matar o tempo. no quarto dia eu não fui. no quinto, também não. fui no sexto, mas só sobrou uma bicicleta. na semana seguinte eu acordei seis e tal da manhã, cheio de sono. muito sono. com uma certa raiva de uma academia que cobra uma fortuna por 20 minutos de esteira.acordei com os óio sangrando, joguei meio litro d'água gelada no rosto para acordar, coloquei o short adidas surrado, aquele new balance mofado do fundo do armário, respirei fundo e abri a porta de casa. fechei. sentei na cozinha, olhei pela janela, o dia ainda estava escuro. o sol ainda não tinha apertado o "soneca" do seu alarme nenhuma vez. e, ali, entre goles de café forte, fiquei namorando o relógio da parede da cozinha. depois de 20 minutos eu desisti.

quinta-feira, setembro 07, 2006

tres pensamentos do dia.

- cada grau a menos de temperatura, mais 30 minutos na cama. exemplo: hoje tava uns 10 graus. ontem uns 12. ou seja, hoje demorei mais uma hora para sair da cama.

- o roger federer quando joga tênis parece que está jogando xadrez.

- uma tiazinha no supermercado comprou um pacote de salsichas e um pacote de pão de forma. um negócio estranho. afinal, ou ela comprava pão de cachorro quente e salsicha ou pão de forma e requeijão. queria perguntar, mas não tinha intimidade.

o feriado de quinta.

feriado numa quinta feira é traiçoeiro. encurta a semana quase pela metade.você fica mal acostumado. acorda tarde na quinta, acorda mais tarde na sexta. ainda mais tarde no sábado, e quando você menos espera, lá está você acordando domingo quase quatro da tarde. aí vem a segunda. a nova semana. e a nova semana está cagando baldes que você acordou tarde no domingo. que você não trabalha desde quarta. a nova semana é impiedosa. começando com a segunda, quando você ainda estiver bocejando em seqüência, ela vai te apresentar algum problema. ou alguma ligação, daquelas longas. não me entenda errado o feriado numa quinta feira é muito bem vindo. muito querido. desconheço que não gosta. mas ele te fode. deixa você despreparado fisicamente para a próxima semana. o feriado de quinta faz com que você só se recupere lá pela quarta feira da próxima semana. segunda feira você fica cambaleando de sono. na terça um pouquinho menos. aí, na quarta, na quarta você acorda. e é nesse dia, que você fica pensando como é bom não ter que trabalhar numa quinta feira. como é bom um feriado numa quinta feira. como o de hoje, por exemplo. traiçoeiro, mas que de vez em quando, faz muita falta.

quarta-feira, setembro 06, 2006

são pedro, o porre, o conselho e a volta do inverno.

algumas pessoas preferem o calor. eu prefiro o frio. calor derrete. frio congela. no calor você depende exclusivamente do ar condicionado para sobreviver. no frio, um casaco pesado segura a onda. no calor, você sua bicas. no frio, bem no frio você não sua, fica imóvel, quase parado. o frio permite extravagâncias como fondue, vinhos e pratos fartos. no calor, é cerveja, saladas e frutas. é claro que tem limite para o frio. frio assim, como está na cidade de são paulo também é uma bosta. até porque, o inverno foi quente pra cacete. muito quente. lojas dando casacos como troco. liquidações de 90% em alguns lugares. aquela sensação estranha de que meio mundo está te sacaneando, que não é inverno porra nenhuma, que já era verão e todos faziam parte da maior pegadinha da história da humanidade. bom, eu tenho uma outra teoria. é, acho que num belo dia, depois de várias cervejas, são pedro, acidentalmente esbarrou na manivela que troca as estações. sem querer, mudou a alavanca de inverno para verão escaldante. e, bebâdo, não poderia assumir o erro, ficou alguns dias, algumas semanas disfarçando a cagada lá em cima, enquanto meio mundo, nós do hemisfério sul, derretíamos aqui na terra. mas a situação ficou crítica quando são pedro notou que com a proximidade do verão, ele teria que mudar novamente a estação, e aí sim sua cagada, aquele fatídico dia em que ele tomou algumas cervejas a mais seria descoberto. bom, sentado nas nuvens, observando nós terráqueos, são pedro, resolveu se abrir com um anjo que passava. contou a história toda. as cervejas. o dia em que ele esbarrou na manivela e pulou, sem querer, o inverno. e de como o verão estava chegando e ele ficaria sem saber como mudar de estação já que o mundo já estava derretendo com o calor da cagada dele. bom, o anjo pensou, mas pensou pouco, porque o conselho que ele deu foi bem mais ou menos. o anjo sugeriu que são pedro pegasse todo o frio que nós deixamos de sentir com a falta de frio no inverno e colocasse tudo de uma só vez num espaço de uns cinco dias. assim, pensava o anjo, ninguém jamais iria esquecer o frio que passou no ano de 2006. noites de 6 graus. dias com 8. ventos cortantes. e o anjo estava certo, fêla da pulta. está fazendo tanto frio na cidade que todos se lembrarão do inverno de 2006. o inverno de cinco dias. os cinco dias que valeram por dois meses. são pedro agradeceu o conselho e em troca convidou o anjo para tomar um chopp. "vou tomar um só, prometo, pra não fazer cagada de novo. talvez dois." e lá foram eles, rindo, alegres, afinal o inverno finalmente chegou. as pessoas tiraram seus casacos do armário e as receitas de fondue das gavetas.

sexta-feira, setembro 01, 2006

quando

quando uma pessoa fala "vamos por etapas", fodeu, o negócio vai demorar.
quando uma pessoa fala "veja bem dotô", fodeu, alguém quer te foder em algum negócio.
quando uma pessoa fala "eu posso falar com o meu gerente", fodeu, você vai pagar mais caro.
quando uma pessoa fala "você trouxe a terceira via com firma reconhecida", fodeu, você terá que entrar novamente na fila.
quando uma pessoa fala "a empada não saiu agora, mas tá fresquinha", fodeu, a empada não saiu agora e não está fresquinha.
quando uma pessoa fala "ôpa, bom dia" no elevador do seu prédio, essa pessoa não te conhece, mas como o elevador é pequeno, ela é obrigada a falar com você.
quando uma pessoa fala "vamos estar vendo", ela trabalha na central de atendimento do unibanco.
quando uma pessoa fala "precisamos conversar", fodeu, essa comversa vai longe, muito longe.

terça-feira, agosto 29, 2006

3 pensamentos do dia.

- se você sair de casa sem o celular, é a mesma coisa que não sair. as pessoas vão ligar pra você-- e você não vai existir.

- comprei uma passagem de avião na gol esses dias. eles cobram mais se você quiser dormir mais no sábado. é, se você quiser dar uma dormidinha extra vai te custar mais 150 mangos. explico: passagem são paulo-rio 7 da manhã, 179 reais. passagem são paulo- rio 10:30 da manhã de sábado, 350 mangos. pra economizar você obrigatoriamente deve entrar no avião com uma colher de remela cheia nos olhos.

- tenho um par de tênis que eu curto tanto que eu comprei três iguais. as pessoas devem achar que eu sou porco, não troco de tênis.

segunda-feira, agosto 28, 2006

o din-din que você paga pra pessoas que você não conhece para fazerem coisas para você. ou como economizar levantando a bunda do sofá. ou,"10 mangos?"

se você entra numa padaria e compra um pão francês, 50 gramas de queijo prato e mais 50 gramas de presunto e montar um misto quente na sua casa, isso vai te custar uns dois reais. no máximo. agora, se você entrar na mesma padaria e pedir um misto quente no pão francês feito na chapa pelo carinha da padaria, pode colocar uns cincão no balcão. se você comprar uma saco da melhor massa que existe, mais meia linguiça toscana e preparar uma janta bacana em casa, 12 reais. agora, se você sentar num restaurante bacanudo e pedir um pene com linguiça toscana, trinta e três paus. se for o prato do dia, uns dezoito, mais dez por cento e o couvert. se você levar o seu irmão no aeroporto, uns 9 reais de gasolina. mas, se você chamar um taxi daqueles especiais que te buscam em casa, 80 mangos. se você pedir uma cerveja num bar, ou seja, pedir para um sujeito de gravata borboleta pegar uma long neck num freezer para você, 4 reais e cinquenta centavos. mas, se você pegar você mesmo no freezer da sua casa, uns 2 e tal. se você estacionar o seu carro na frente de um restaurante, zero reais. se tiver um tiozinho te pertubando para cuidar do carro, dois reais. se você estacionar o carro na frente do restaurante e entregar as chaves na mão do manobrista do restaurante, oito reais na maioria dos casos. em alguns lugares, dez reais. e detalhe: o manobrista não vai tirar o seu carro dalí. o que ele pode fazer em muitos casos, é levar ele para bem longe. aí, quando você pagar e pedir o seu carro para ir embora, você tem que esperar um tiquinho. se você carregar a sua mala de mão num hotel, hmmm, zero dólares. se você aceitar a oferta do carinha do hotel, umas duas doleta por mala. minha mala tem rodinha. ou melhor tem quatro. tem que ser muito preguiçoso para não empurrar a caráia da mala. em qualquer lugar é assim. basta pedir pra alguém que não conhece você, para fazer alguma coisa para você, e pimba, é din din pra lá, din din pra cá. fiquei pensando nisso na sexta feira passada. quando, ao parar na frente de um restaurante, por reflexo, entreguei as chaves na mão do manobrista. me fôdi. o carinha que parou logo atrás de mim, não deu as chaves. os carros permanceram nos mesmíssimos lugares. economizou 10 mangos.

quarta-feira, agosto 23, 2006

acordar cedo.

acordar cedo é complicado. não conheço uma só pessoa que gosta de acordar cedo. galo não gosta de acordar cedo. nem alarme gosta de acordar cedo. eu não gosto, você não gosta, se você conhecer alguém que goste, me apresente. quem geralmente acorda cedo, acorda porque não consegue mais pregar os olhos. durante um tempo coloquei meu rádio alarme numa estação de músicas lentas. comecei a acordar cedo com um grande problema. passava o resto do dia cantarolando essas músicas bregas. quando o alarme toca "pí, pí, pí", acordo cedo e puto. todo mundo que acorda com "pí, pí, pí" acorda cedo e puto. se você conhece alguém que não, me apresente. acordar cedo é um jeito que o seu corpo encontra de se vingar de você. "não vai para a academia?, não vai se cuidar? então acorda cedo. muito cedo." dia desses acordei numa sexta achando, na verdade eu tinha a mais absoluta certeza que era um sábado. lembre-se, era sexta. fiquei na cama planeja idas a padaria, bocejos longos e o caderno de esportes na íntegra. meio minuto depois, o carinha da rádio falou que era sexta. é, eu tinha acordado cedo numa sexta que eu achava que era sábado. ninguém gosta de acordar cedo. todo mundo gosta de dormir tarde. e por aí vai. e aí, quando você menos espera, chega uma quinta que é véspera de sexta e você sabe, bom, depois de sexta vem o sábado. e é no sábado que você tem absoluta certeza. é no sábado que fica claro para você, que acordar cedo é complicado. se você conhecer alguém que gosta, me apresente.

segunda-feira, agosto 21, 2006

ou isso ou aquilo 2

- superman o filme ou superman o retorno.

- onion rings ou batata frita.

- acordar seis e meia da manhã uma semana inteira ou fazer uma obturação no dentista.

- cortar o dedo com papel ou chutar a quina da mesa com o dedinho mindinho do pé esquerdo.

- pastel de vento ou strogonff sem carne.

- não saber que você está com alface no dente ou meleca na portinhola do nariz.

- receber uma carta por engano ou uma ligação.

- esquecer o celular em casa ou o crachá que dá acesso a catraca do prédio em que você trabalha.

- encontrar uma barata debaixo da geladeira ou um fio de cabelo na comida.

- chiclete que faz mais bola ou que não acaba o gosto.

- sentar ao lado de um casal fumante ou de uma casal, cujo marido se chama antônio cláudio e a mulher maria flávia na maior briga de todos os tempos.

- sentar ao lado de uma criança que chora no avião ou de um senhor de 218 kgs.

- torta de maçã fresquinha do mcdonald's ou um imac véio, aquele da primeira geração.

- um porteiro que confunde o seu nome ou um que só entrega a sua revista veja depois que ele termina de ler.

- cabelo no nariz ou aos montes entre as sobrancelhas.

quinta-feira, agosto 17, 2006

ou isso ou aquilo.

dois dias extras de férias por ano ou poder ir para o trabalho de havaianas uma vez por semana?

uma ferrari sem o ipva pago ou um jatinho particular com o tanque vazio?

um milkshake de ovomaltine do bob's ou dois sundaes de chocolate do mcdonald's?

calça com as pernas curtas ou camiseta dois números menor?

levar um cocô de passarinho no ombro ou pisar no cocô de cachorro?

prova de algebra ou trânsito em são paulo?

dor de cabeça ou bolada na sáca?

fila de cinema ou do portão de embarque do aeroporto?

telefone ocupado ou elevador parado?

nuggets de frango ou frango à passarinho?

torcer para o flamengo ou contra o vasco?

sábado a noite ou domingo de manhã?

frango preso nos dentes ou milho de pipoca agarrado na garganta?

escutar música ambiente de elevador ou ouvir duas pessoas estranhas conversando sobre o servidor da firma?

terça-feira, agosto 15, 2006

as mini pastilhas do trident.

trident sempre foi o fucking fuckers dos chicletes. das gomas de mascar. trident azul, o rosa que faz bolas e o de canela que pinta a língua. bom, mas no ramo de pastilhas, o tic-tac sempre foi o bam-bam-bam, o maioral, o manda-chuva, o sou o fodalhão do bairro. sempre foi. porque não é mais. ou pelo menos agora não está mais sozinho. é, porque o trident, sentindo que estava se fodeindo nesse mercado. que estava deixando de ganhar preciosos reais nas gôndolas das pastilhas refrescantes, lançou a sua. é, agora meu amigo, o tic-tac tomou no cu. fodeu-se bonito. o pessoal do trident usou todo o seu know-how para lançar as mini-pastilhas de menta, canela e hortelã. numa embalagem mais moderna e prática que a do tic-tac. com uma textura mais fácil de mastigar e com um poder de refrescância duas vezes maior. o trident está dando passos largos para dominar a sua boca. a boca de todos. se antes 9 entre 10 primeiros beijos eram dados com um chiclete trident no meio, agora 0 décimo, aquele que preferia pastilhas sambando alí no meio do beijo, também vai ser. fico imaginando as mentes perversas numa sala sem janelas no qg da trident: "vamos dominar o mundo! vamos estar presentes em todo e qualquer beijo! cadê o fêla da pulta que vai inventar uma mini-pastilha para foder com o tic-tac?!" e, duas horas depois, o funcionário do mês apareceu com a idéia. com o desenho da embalagem. e o slogan: "mini pastilhas de trident. as pastilhas que vão foder com o tic-tac!" hoje, na hora do almoço e comprei três. uma de cada sabor. refrescante.

quarta-feira, agosto 09, 2006

pensamentos do dia.

- colocar a camisa para fora da calça emagrece 2 quilos.

- café descafeinado é como chiclete que não faz bola.

- uma maçã caiu na cabeça de newton e ele teve a idéia de bolar a lei da gravidade.
um computador apple caiu na cabeça de um sujeito, e ele morreu.

- o trabalho é a pedra no rim da vida. (radicci)

- dia desses passei por uma faixa na rua de uma vidente. a faixa dizia algo do tipo: "previsão do futuro. pagamento após resultado." eu liguei de curiosidade. a mulher, a vidente atendeu e perguntou: "quem é?" eu perguntei: "você não sabe?" e ela: "não." desliguei na cara. vai dar meia hora de bunda. vidente meia boca.

terça-feira, agosto 08, 2006

cinco pensamentos do dia.

- aluguei o mesmo filme pela quarta vez e não consegui terminar de assistir. vou comprar.

- nenhum ser humano consegue programar o vídeo o cassete. ainda bem que o fêla da puta está sofrendo uma morte lenta nas mãos do dvd player.

- aquele negocinho do a.m., p.m. do alarme já fodeu a vida de muita gente.

- tem um moleque lá no prédio que se a mãe não deixar ele apertar o botão do andar, ele chora. copiosamente.

- uma dúzia de flores é um presente que dura uns dez minutos. uma caixa de bombons dura uns, uns vinte minutos. já um anel de diamante dura mais. mas custa uma fortuna. por isso mesmo, a dúzia de flores e a caixa de bombons.

sexta-feira, agosto 04, 2006

pensamentos da semana.

- o tipo de ressaca que você tem no dia seguinte de um porre não está 100% relacionado com o que você bebe. um dos fatores mais importantes para calcular o tamanho da dor de cabeça no dia seguinte, é o tipo de alarme que você tem em casa. se for um alarme ligado numa rádio daquelas tipo "antena um light fm", a ressaca vai ser mais ou quase tranqüila. agora, se o seu alarme for do estilo buzininha, fodeu. vai sair sangue pelos óio e espuma de cerveja pelas orelha.

- tem um lugar aqui perto do trabalho cuja a especialidade para o prato principal é salada. saladas grandes, médias e fartas. com folhas de todos os tipos, cenoura ralada e tomates fatiados. agora, a especialidade para sobremesa dos caras, é um cookie de chocolate mega chunks de chocolate. incoerente.


- tava na academia esses dias e um tiozinho começou a cantar em voz alta o tema de "titanic" na esteira ao lado. o fêla estava de headphone.


- os dois empregos mais rilécs do mundo: o designer da marca de camisa polo da lacoste, a do jacarézinho. e o designer dos tênis all star. as duas marcas, os dois produtos não mudam, são a mesmíssima coisa desde, de, de.


- manteiga é uma margarina com problema de colesterol alto.


- leite desnatado é um leite integral com problemas de anorexia.


- peito de peru, blanquet de peru é um presunto que pensa que é modelo.

quarta-feira, julho 26, 2006

pensamentos do dia.

- o nome da revista caras deveria ser "veja". o nome da revista veja deveria ser "leia".

- post-its deveriam ser da cor marrom ao invés de amarelo. marrom claro cor de bosta. "se você esquecer o compromisso que está anotado nele, vai dar merda."

- esteira de bagagem de aeroporto. taí 17 minutos da sua vida que você nunca mais terá de volta.


- a torradeira lá de casa é a favor da pena de morte. não importa como você ajusta o termostato/nível de calor da caráia, ela sempre tosta as torradas até elas virarem carvão.

quinta-feira, julho 20, 2006

pensamentos do dia.

- não existe chocolate light. existe chocolate com 390 calorias ao invés de 400.

- não existe salsicha light. existe salsicha sem gosto.


- moedas de um centavo e de cinco, deveriam ser abolidas do sistema econômico. no lugar das duas, a casa da moeda ou o banco central, não sei quem é que manda nessa pourra, deveria instituir "balinhas de menta" como a nova moeda. sabe aquela balinha de menta mequetrefe de porta de churrascaria? então, a partir de agora, ao invés de ganhar cinco centavos de troco, você ganha uma balinha de menta. simples assim. o mundo inteiro iria seguir o nosso exemplo. balinha de menta no lugar daquele saco de moedas balangueando nos bolsos das calças jeans. vai por mim.

- o principal ingrediente da nutela é a heroína.

- as salas de espera de todos os médicos são financiada pela revista caras.

- as salas de espera de todos os dentistas são financiadas pela revista veja velha.

terça-feira, julho 18, 2006

a bicicleta da academia.

bicicleta de academia é pior que esteira. pelo menos com a esteira você sabe que você está andando numa máquina e não vai a lugar algum. a cada pisada naquela esteira que corre por debaixo dos seus pés, você é lembrado que não se trata de um passeio no parque. não é areia fofa. não é o gramado do parque. é uma bosta de borracha que samba debaixo dos seus pés. com a bicicleta não. você pedala como se estivesse mesmo numa bicicleta. o pedal da bicicleta ergométrica não é diferente de uma bicicleta comum. a diferença é que você não sai do lugar. bicicleta é mais traiçoeira do esteira. começando pela localização nas academias, bicicletas sempre ficam jogada na frente das esteiras. ou seja, têm sempre um bando de alunos observando você tentando encaixar os pés naquele pedalzinho escroto, cuja borrachinha sempre cede no momento em que seu pé entra. bom, outra coisa pior da bicicleta é a suadeira. como você está inclinado para frente, aquele guidon, e quando eu digo guidon, incluo também o mostrador de calorias, milhas percorridas e tempo-- bem, aquela parafernália inteira na sua frente fica completamente submersa em suor. é pura física, como a pessoa está inclinada pedalando, o suor simplesmente usa os braços como escorregas na direção do guidon. outra coisa escrota: depois de 46 minutos pedaland, 96 calorias queimadas. a esteira, por algum motivo utiliza algum fator x na calculação de calorias e pisca algo nas redondezas de 300 calorias. uma recompensa um tantinho maior que a bosta da bicicleta. e porque, apesar de não curtir a bicicileta da academia, volta e meia uso a fêla da pulta? bom, a bicicleta da academia é o único aparelho vazio quando eu chego naquela pourra.

pensamentos do dia

- um senhor bigodudo enjoa rapido de leite achocolatado.


- um senhor bigodudo prefere cerveja sem colarinho.


- um senhor bigodudo prefere mulher sem buço.

segunda-feira, julho 17, 2006

pensamentos do dia.

- a diferença entre o superman e o clark kent são os óculos. o dia em que a lois lane sugerir um par de lentes de contato, fodeu o segredo do cara.

- a diferença de preço entre uma pipoca média e uma pipoca extra gigante no cinema kinolex é 0.50 centavos. mais 300 gramas, 500 calorias e quatro colheres cheias de colesterol por 0,50 centavos. uma pechincha.


- sábado fui almoçar num restaurante que servia de sobremesa "sorvete de cerveja guinness". eu tô vendo o que esses caras (os caras da guinness) estão fazendo. aos poucos eles estão entrando em lugares, horários, partes do cardápio em que cerveja não era bem vinda. já conseguiram um cantinho no cardápio de sobremesas. pode anotar, daqui uns três meses, você vai entrar numa padaria e vai encontrar uma senhora pedindo um pão na chapa e um pint de guinness. é questão de tempo. boa estratégia.


- o pente/escova de cabelos é a kriptonita do lex luthor.


- "caráio, eu não sabia que existia 05:00 da manhã?!" (family guy)

quarta-feira, julho 12, 2006

ressaca.

ressaca da copa do mundo deve ser um sintoma comum em milhões de pessoas. bilhões, para ser mais exato. você passa três semanas e tal assistindo jogos de duas em duas horas com mesa redonda entre eles, melhores momentos e o caralho a quatro e, de repente acaba. acaba a copa, acabam os anúncios e comerciais sobre o hexa, os gols, as estrelas na camisa. aquele clássico comercial da família que acorda cedo para colocar a amarelinha. acaba tudo. é foda. é tudo muito sem aviso, como um soco na boca do estômago. uma hora você tem jogos passando, reprisando e em ângulos diferentes em três canais. e, basta a pourra da copa acabar, para você ligar a caceta da tv e nada. só passa vídeo-show, ana maria braga e vale a pena ver de novo. não fódi. mas nada mesmo. acabaram as discussões sem fim sobre a qualidade do gramado, sobre a paisagem e a hospitalidade dos alemães. aquela rotina que você tinha se acostumado já era, meu amigo. boa sorte se re-ajustando. boa sorte arrumando o que fazer naquelas horas em que passava togo e suiça, equador e coréia do sul. você pode ficar sentado coçando a sáca, tentando entender que a copa realmente acabou e que é hora de fazer alguma coisa interessante com o seu tempo livre. mas não dá. você está de ressaca. tem até uma leve dor de cabeça. uma dor de cabeça fina. daquelas que começam na nuca e vão explodir no centro do crânio. seu corpo tem uma puta dificuldade de absorver essa informação. de que a copa acabou. é, acabou. é hora de respirar fundo e aprender que duas da tarde não é hora de assistir jogo. quatro da tarde então, nem se fala. pourra nenhum, se concentra que a copa só volta em quatro anos meu amigo. quer chorar? chora. quer gritar "gol!' pela janela. grita. mas entenda que não tem mais jogos. não tem mais jogo da argentina para torcer contra, muito menos jogo do brasil para torcer a favor. é difícil. mas uma hora a ficha cai e de repente, quando você menos espera, lá estará você tranquilo e com planos para a copa da áfrica do sul. e em quatro anos, a história se repete. os jogos. a ressaca. e a espera pela próxima. seleção fêla da pulta.

segunda-feira, julho 10, 2006

tagliatelle.

não sei a diferença entre tagliatelle e fetuccine. não sei nem se é assim que se escreve os dois. bom, me lembro de uma crônica do veríssimo daquela coletânea "comédia da vida privada" em que um moleque pertubava seu avô italiano com perguntas bestas. um dia, ele levou o velho a loucura quando teorizou, com certa destreza, que todo tipo de massa era igual. só mudava o formato. o que importava eram os molhos, as carnes que acompanhavam e a qualidade do queijo. no livro, pelo o que eu me lembro, o moleque foi enxotado para fora e só não levou porrada do avô de mão aberta pois o avô, bem, o avô já tinha seus oitenta anos. pensei nisso esse fim de semana. é sempre no fim de semana que se discute comida. é no fim de semana que se come em cantinas, churrascarias, pizzarias e restaurantes portugueses, árabes, indianos e japoneses. era sábado, estava lá eu em casa com a minha mulher prestes a entrar no milenar debate de onde comer. que lugar ir? será que hoje é dia de churrasco? ou será que hoje é dia de encarar uma pizza? conversa vai, conversa vem, surgiu a idéia de comer massa, uma cantina italiana. era final de copa, a itália estava presente, quem sabe as cantinas não se empolgam, com pratos do dia sensacionais como nunca fizeram antes? e foi aí, no momento em que pegava a chave do carro que eu me deitei de volta no sofá. não de cansaço, não. mas completamente certo de que não podia ir em frente com aquela escolha. ou melhor, que não deveria ter concordado com aquilo. abri meu coração, contei a verdade. olhei no fundo dos olhos da minha mulher e disse: "massa é tudo igual, só muda o formato!" senti uma pontinha de tristeza nela, afinal, ela definitivamente não concorada comigo. admira massa e suas variações. admira tudo que é comida italiana. e eu, ali, no sofá, repeti: "massa, é tudo igual, só muda o formato." olhei para o chão como quem pede desculpas e ela entendeu. ou fingiu que entendeu. acabamos num restaurante japonês. e, depois de temakis, tekamakis, sushis, uramakis, ela olhou para mim e disse: "já notou que..." e eu, com a boca cheia de sushi completei: "...sushi é tudo parecido, só muda o formato..." você ai do outro lado pode argumentar que mudam os peixes também. mas no fundo no fundo, o que muda mesmo é formato. do cone para os rolinhos, com alga, sem alga, com alga para dentro, com alga para fora. com salmão picado. com salmão inteiro. e por aí vai. pra compensar, no domingo comi massa. não sei se foi tagliatelle ou fetuccine. não sei ver a diferença.

quinta-feira, julho 06, 2006

pensamentos do dia.

- se a frança ganhar ela fica com dois títulos. se os italianos ganharem, eles ficam com quatro. mas, mesmo sabendo que se a itália ganhar, vai se aproximar do brasil, torço para que isso aconteça. eu durmo todas as noites sonhando com uma única coisa: que aquele goleiro fêla da pulta da frança, o barthez, perca umas duas noites de sono. sílvio santos: "erick, o que você prefere... um carro zero quilômetro e uma cozinha completa, ou ver o goleiro da frança chorar copiosamente que nem uma franga?" e eu: "sílvio, quero ver aquele filho da puta chorando, soluçando..."

- comi uma salada hoje com maçã como ingrediente. é como comer um sanduíche com feijão como ingrediente, ou pelo menos parecido. um ingrediente fora do seu habitat natural. a maçã numa salada. o feijão num sanduíche.


- halls tipo preto arde. listerine azul escuro arde muito mais. bolada no saco durante uma pelada, arde muito, muito mais.

terça-feira, julho 04, 2006

pensamentos do dia.

- paguei um mês de academia adiantado. oito dias depois, ainda não fui nenhuma vez. mas mesmo assim me sinto melhor, mais em forma. é o efeito placebo. o efeito psicológico de ser membro de um clube, de uma academia. é como se uma pequena porção do meu cérebro transmitisse para o corpo a informação de que eu faço parte dessa academia. tenho carteirinha para provar. e por isso, o corpo, automaticamente passa a se portar como se estivesse num shape mais bacana. é apenas psicológico. mas por algum motivo funciona.

- algodão-doce são duas mil calorias com peso de trinta.

- rúcula são vinte e seis calorias com peso de vinte e seis.

- o que é maior, o big-mac ou o big bob? quem bate em quem? quem causa uma maior azia? quem preenche mais a pança alheia? o vencedor terá o direito indisputável de ser o único a ser chamado de "big.

- toda batata que comete algum crime no campo, na plantação-- é condenada a fritadeira elétrica.