quarta-feira, julho 12, 2006

ressaca.

ressaca da copa do mundo deve ser um sintoma comum em milhões de pessoas. bilhões, para ser mais exato. você passa três semanas e tal assistindo jogos de duas em duas horas com mesa redonda entre eles, melhores momentos e o caralho a quatro e, de repente acaba. acaba a copa, acabam os anúncios e comerciais sobre o hexa, os gols, as estrelas na camisa. aquele clássico comercial da família que acorda cedo para colocar a amarelinha. acaba tudo. é foda. é tudo muito sem aviso, como um soco na boca do estômago. uma hora você tem jogos passando, reprisando e em ângulos diferentes em três canais. e, basta a pourra da copa acabar, para você ligar a caceta da tv e nada. só passa vídeo-show, ana maria braga e vale a pena ver de novo. não fódi. mas nada mesmo. acabaram as discussões sem fim sobre a qualidade do gramado, sobre a paisagem e a hospitalidade dos alemães. aquela rotina que você tinha se acostumado já era, meu amigo. boa sorte se re-ajustando. boa sorte arrumando o que fazer naquelas horas em que passava togo e suiça, equador e coréia do sul. você pode ficar sentado coçando a sáca, tentando entender que a copa realmente acabou e que é hora de fazer alguma coisa interessante com o seu tempo livre. mas não dá. você está de ressaca. tem até uma leve dor de cabeça. uma dor de cabeça fina. daquelas que começam na nuca e vão explodir no centro do crânio. seu corpo tem uma puta dificuldade de absorver essa informação. de que a copa acabou. é, acabou. é hora de respirar fundo e aprender que duas da tarde não é hora de assistir jogo. quatro da tarde então, nem se fala. pourra nenhum, se concentra que a copa só volta em quatro anos meu amigo. quer chorar? chora. quer gritar "gol!' pela janela. grita. mas entenda que não tem mais jogos. não tem mais jogo da argentina para torcer contra, muito menos jogo do brasil para torcer a favor. é difícil. mas uma hora a ficha cai e de repente, quando você menos espera, lá estará você tranquilo e com planos para a copa da áfrica do sul. e em quatro anos, a história se repete. os jogos. a ressaca. e a espera pela próxima. seleção fêla da pulta.

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