terça-feira, outubro 30, 2007

contusão. a panturrilha e o corte da seleção.


hoje, estava andando pelo pátio da agência quando uma bola de futebol surgiu no horizonte. ela veio crescendo na minha direção. alguém tinha chutado a bola, que naquele momento, era apenas minha. olhei para o meu adidas como quem diz: "segura essa fera. me ajuda. tudo o que eu preciso é de um bom chute. um só. para matar as saudades da bola, do flamengo e dos tempos de moleque." bom, meu adidas não me deu lá muita atenção. ou melhor, o filho da puta não me escutou. porque? quando a bola chegou, bati com toda a força. com vontade mesmo. o tênis encontrou a bola meio de um jeitão meio esquisito. e naquele momento me senti na pele do romário na véspera da copa de 98. coloquei a mão na panturrilha e senti o drama. o músculo me mandando para o caráio. dizendo para eu deixar de ser mané. senti a fisgada. respirei fundo e segurei uma lágrima. não a lágrima de dor apenas. mas a lágrima de quem sabe que se amanhã eu tivesse que servir a seleção, eu seria cortado.

viagra, genéricos e as 36 horas de ereção.



se você chegou aqui através da maquininha de busca do google atrás do viagra, perdão. dê uma olhada no folder de spam do seu email que lá tem uma caráiada de mensagens. bom, agora vamos falar desses emails. hoje cheguei na firma e eram acho que sei lá, uns 27 emails oferecendo 36 horas de ereção. trinta e seis. caceta quem é que quer trinta e seis horas de ereção. quem é o sujeito que fica puto em casa porque não consegue ficar trinta e seis horas em ação? putz, acho que toda propaganda de viagra, os spams mesmo-- funcionariam melhor com um enfoque diferente, quase sincero do tipo: "meu amigo, desta vez, vai!" apenas isso. ou algo como: "jogue uma prorrogação rapaz para deixar ela feliz." algo um tiquinho mais tangível como diriam os marqueteiros do governo, qualquer governo. esse esquema de trinta e seis horas é, digamos, hmmm, exagerado: "chefe, hoje eu não vou poder ir trabalhar, pensando bem, amanhã também não sei ao certo? estou no meio das trinta e seis horas de ereção? belê?" bom, e se você chegou aqui com o google atrás do viagra, fique esperto rapaz que hoje eu recebi uma caráiada de spams dos genéricos do viagra. ou seja, você está pagando mais do que deve pelas 36 horas de sexo insaciável.

monty python e o steve mcqueen.


o monty python é uma daquelas coisas que eu sempre escutei falar a vida inteira mas nunca assisti. sei quem são os caras, mas nunca vi. já escutei histórias geniais. bom, comprei a caixa completa. agora o dilema: abro a pourra da caixa e descubro que é bom--- mas com o grande risco de destruir a aura de fucking fuckers que meio mundo ajudou a construir dos caras? ou não abro e passo a falar permanentemente que ainda não vi mas vou ver assim que tiver um tempo? parece bosta. mas não é. aluguei um filme desses que as pessoas juram que é o filme mais fudido da história e fiquei com a sáca na lua: bullit com o steve mcqueen. fiminho bem mais ou menos. taí, se você ainda não assistiu bullit, segura a onda. guarde a imagem que seu pai te disse que o steve mcqueen era o pegador mais forte da época dele. o bullit é um dos filmes que você deve para sempre manter como "os filmes do caralho que eu ainda não vi, mas juro que vou ver quando tiver uma chance."

pasta dentífrica couto. evita as afecções da boca.



compro o meu adidas originals. calça levi's. manteiga leco. balas bhering. e por aí vai. marcas velhas. antigas, mas que você ainda encontra por aí. marcas que você tem algum tipo de relação e por isso mesmo tem uma confiança um tanto mais estabelecida. algumas marcas você encontra com mais dificuldade do que as outras. mas encontra. as balas mastigáveis bhering, por exemplo, é foda de encontrar. sempre que vejo uma, compro duas. até porque, se você é fã das balas bhering sabe que uma sempre fica para sempre grudada no dentão lá de trás. por isso mesmo, a segunda. aqui em portugal não tem, mas tem outras coisas. portugal também tem as suas marcas antigas que continuam fazendo sucesso. ou pelo menos um sucesso suficiente para manter a produção do tal produto. o que nos leva a pasta dentífrica couto. pasta de dente. creme dental couto. pelo o que eu li aqui, é mais ou menos como a kolynos que já não existe no brasil. a embalagem é de metal. aquele metal que retorce quando começa a chegar no finalzinho. experimentei essas semanas. gostei e vou abandonar a colgate zambers que eu estava usando. não porque ela, a colgate é ruim. o negócio é que a pasta couto é simples. ela diz que evita as afecções da boca. e por isso, eu entendo: espanca as cáries, a placa bacteriana e outras coisitas suspechosas que circulam pela boca quando você não está olhando. o negócio da colgate que tava começando a me deixar meio puto era a quantidade de versões. experimente ir hoje a uma farmácia, supermercado, loja de conveniência comprar colgate. meu amigo não esqueça de levar um banco e um ipod carregado. existem mais de 100 tipos de colgate. com ervas, sem, menta, menta plus, menta plus com estrelinha, eucalipto, mais fluor, total. na boa, não fódi. eu quero apenas cuidar dos dentes, do hálito e seguir com o meu dia. a pasta couto tem essa vantagem sobre a colgate. é uma pasta. não quer ser mais. nem menos. ah, e se você é brasileiro e mora em portugal, mata a saudades da kolynos. que foi comprada e virou uma marca bem mais ou menos chamada 'sorriso'. é mais ou menos como o seinfeld disse dia desses numa entrevista que eu assisti: "esses dias eu vi uma embalagem de detergente da mesma marca que a minha usava, e ela dizia que estava 'improved', 'better', 'whiter', 'stronger'. uma caráiada de adjetivos que diziam que aquela versão era infinitamente superior do que qualquer outra anterior a ela." no que ele concluiu: "quer dizer que de 1960 e tal para hoje, todos os anos, as roupas estão ficando cada vez mais brancas? naquela época a minha roupa estava bege e ninguém notava?" algo por aí. o mesmo com as pastas de dente. por isso mesmo a experiência com a couto. a fêla limpa os dentes e ponto. passa um verniz nos dentões da frente sem dramas. pasta couto.
evita as afecções da boca.

domingo, outubro 28, 2007

a marcha dos pinguins.



tem uma hora que o frio chega em lisboa. mas chega com a delicadeza de um elefante bebâdo com uma das patas machucadas. bom, se você olhar para a data vai ver que eu estou falando disto agora no outono e que ainda falta para a chegada oficial do inverno. mas o foda aqui de portugal é que realmente tem lá as suas estações. os caras não ficam de putaria como no brasil onde chove no inverno e faz calor no verão. não, verão aqui tem seus dias com 43 graus e o inverno seu dias com 3 graus. e o outono daqui funciona como uma espécie de tapa na testa. daqueles tapas que fazem barulho. do tipo que fala: "ô rapá fica esperto, o frio tá chegando. compra um aquecedor, um cobertor, casaco? você tem?" o outono é um alerta. ele te proporciona algumas poucas semanas de alerta, para você se adaptar e fazer a transição sem muitos dramas. assim que mudei para a casa que eu moro, coloquei perto da janela um termômetro. daqueles clássicos de madeira com o mercúrio e tal. bom, hoje de manhã ele estava marcando 14 graus dentro de casa. agora já está mais perto dos 20º, mas disso não passa. fui hoje já numa loja comprar o aquecedor. "ainda não chegaram os modelos deste ano." disse o vendedor com um sorriso de canto de boca. acho, só acho que e, algum lugar tem uma caráiada de aquecedores amontoados esperando o pessoal entrar em desespero. esperando pessoas como eu a colocar o pé sem meia no chão gelado do banheiro e gritar. só pode ser. e assim, quando a população entrar em crise, ameaçar fazer um quebra-quebra nas lojas, eles revelam que o estoque sim, chegou. acho que isso deve acontecer em umas duas semanas. estou esperando. com uma taça de vinho tinto na mão. uma caneca de café quente na outra. uma calça de moletom. meias grossas e um casaco que arrasta pelo chão. é, tem uma hora meu amigo, que o frio chega em lisboa.

quinta-feira, outubro 25, 2007

a parte mais


... a parte mais legal de andar de metrô em portugal é nunca se perder.

... saborosa do pastel de nata é a segunda mordida depois do choque calórico da primeira.

... complicada do ônibus daqui, é quando você fica preso entre um passageiro que não vai sair e um outro que acaba de entrar, bem no ponto que você vai sair. e por algum motivo, isso acontece quase todos os dias.

o prego, o big mac dos portugueses.

o prego é um sanduba de filé. sei que já falei sobre a bifana por aqui. e que você, se visitar lisboa, deveria sempre optar pela bifana no lugar do prego. continuo pensando assim. ou melhor, a pensar assim, como me corrigiria o peixinho, o português que senta ao meu lado na agência. mas o prego tem uma coisa bacana sobre ele. sabe aquela coisa, a certeza de saber que em qualquer mcdonald's do mundo, você vai encontrar o mesmo quarteirão, o mesmo big mac. o mesmo sabor. o mesmo molho? então com o prego é a mesma coisa. basta você debruçar a pança em qualquer padaria e pedir um prego para receber o mesmo sanduíche. idêntico. o mesmo tipo de pão. o mesmo filé. o mesmo tempero. uma pitada de sal e de pimenta. depois de ter comido uma caráiada de pregos em uma caráiada de lugares, cada um mais distante do outro, cheguei a conclusão que o prego é o equivalente ao mcdonald's. acho que algum lisboeta, uns setenta anos atrás visitou o mcdonald's nos estados unidos e correu de volta para lisboa. "donos e donas de padarias, pastelarias, eu convoco, ou melhor, eu imploro... a partir de hoje vamos todos seguir a mesma receita. o mesmo pão. o mesmo filé. ou fazemos isso, ou esse tal de mcdonald's vai acabar com a gente." bom, e desde então, a lei permanece. as pessoas sabem, os locais e os turistas. que em qualquer lugar o prego será feito seguindo à risca a mesmíssima receita.

csi: high school



c
erta vez li que o número de aplicações para a faculdade qu ensina aquelas técnicas de investigações criminais a lá csi, subiram mais de 100% nos últimos anos. resultado direto do sucesso da série da tv. antes as pessoas cagavam baldes para esse esquema de ficar fuçando dna, catando copo usado, cigarro pisado, restos de sangue e semem. puta profissãozinha mais ou menos. puta esquema esquisito. entrar com uma lanterna num motel de beira de estrada atrás de fio de cabelo entre a unha do dedão do pé da vítima. mas pelas estatísticas, parece que tem filas para aprender fazer isso. csi ny, csi las vegas, csi miami são os maiores responsáveis. uma caráiada de jovens realmente acham que vão colocar um par de óculos escuros como horatio caine, andar de hummer por south beach em miami e ainda tre tempo de falar frases como: "ele morreu com um cigarro na mão e um tiro na cabeça. é, cigarro definitavemente contribui com a morte." acho que o governo deveria considerar este esquema a partir de agora. que profissão está dando bosta? os professores estão em falta? patrocina uma série com atores fucking fuckers de hollywood em que professores salvam o mundo atirando giz e livros nos bandidos. apenas uma idéia. todas as terças, no fox channel.

o eléctrico 28 e o delorean.


aqui em lisboa tem um par de bondinhos. acho que são duas linhas. ou três. talvez quatro. ok, se vocie pesquisar talvez encontre uma quinta. mas a principal que está em camisetas, cartões postais e chaveiros, é a linha 28. o eléctrico 28. assim com este c entre o é e o t. se você quiser entrar numas de ir todos os dias para o trabalho de eléctrico, dá. mas é masi prático como um esqueminha turístico mesmo. mas eu recomendo mesmo uma viagem no eléctrico 28-- se você curte a série de volta para o futuro. isso. pense no eléctrico como o delorean do doc e do michael j. fox. você entra nele em 2007, e, ao descer em alta velocidade uma ladeira, volta para o passado, numa ruela zambers com casinhas antigas. bom, aí ele sobe uma outra ladeira recarrega as baterias com 1.21 jigowatts de potência e dispara de volta para os dias de hoje. e vai nesse zig zag pelo tempo impressionante. passado, presente, futuro. até que chega no castelo. no topo de lisboa. e você, se der sorte, pega a viagem ao lado de um senhor com os cabelos brancos como o doc brown de de volta para o futuro. o que, acaba por deixar a experiência ainda mais real. você pode estar aí pensando, que exagero, comparar um bondinho com o delorean fucking fuckers do filme. mas vai por mim. na primeira curva que ele fizer e acionar o flux capacitor, você vai ver como eu estava certo.

terça-feira, outubro 23, 2007

o guardanapo e o segundo ciclo da máquina de lavar.



certa vez anotei num guardanapo um assunto para escrever aqui nesse blog. este mesmo que você está lendo agora. era alguma coisa engraçada. alguma observação que, pelo menos naquele momento parecia genial. o problema é que eu perdi o guardanapo. e como a idéia não era assim, genial, não me lembro o que estava escrito na pourra do papel. da idéia não me lembro, mas o que eu consigo recordar com perfeição é o momento em que eu pedi para o garçom uma caneta. e o fera que estava anotando o pedido de alguma mesa, não ficou lá tão feliz. mas cedeu a caneta. fez o favor: "o cliente tem sempre a razão" deve ter pensando ele. ou não, talvez ele deu a caneta porque eu insisti muito. até porque como já disse, julgava ser uma idéia muito boa. achava que ia encher um parágrafo inteiro com ela. por isso mesmo rabisquei de uma só vez e coloquei no bolso de trás como quem acaba de descobrir a solução de uma equação de segundo grau de uma prova do ginásio que ate então continuava em branco. um erro. daqueles básicos. o bolso de trás é raramente visitado. dinheiro, chaves, notas de dinheiro e recibos de compras de cartão de crédito que você pode um dia se arrepender, se guarda no bolso da frente. é no bolso da frente que as mãos buscam proteção do frio. ou é no bolso da frente que as mãos volta e meia tentam ajudar a pessoa a ter um tiquinho de estilo. e que, por isso mesmo, acabam sempre encontrando coisas importantes que lá estão . bom, coloquei a idéia no bolso de trás. e perdi. creio que no segundo ciclo da máquina de lavar. falando nisso, você já parou para pensar quantas grandes idéias morrem afogadas no segundo ciclo da máquina de lavar? algumas grandes idéias até sobrevivem o primeiro. o segundo, nunca. ok, não necessariamente grande idéias. mas digo grande em termos de quantidade? muitas. com certeza muitas. mas voltemos a idéia que deixou de existir e que certa vez anotei num guardanapo. todo o propósito dela, toda a razão dela existir, era preencher este espaço. este que você está pacientemente lendo. e foi escrevendo este textinho sobre a idéia perdida que cheguei a conclusão como a perda de uma idéia até que não é assim tão ruim como idéia para um textinho.

cara de palo

estava tomando um café encostado no balcão do brasileira, um ponto turístico lisboeta, quando um carinha, acho que espanhol, escutou o sotaque do argentino que trabalha comigo e perguntou:
- madrid?
e o meu amigo:
- buenos aires.
e ele:
- gaucho! gaucho! gaucho! (pausa de uns quatro segundos) paga o meu café, gaucho?
e o meu amigo:
- hmmmm... não.
e o carinha virou o café num só golé, catou moedas no bolso e pagou o próprio café com o próprio dinheiro.

vou experimentar a mesma coisa num restaurante fucking fuckers. se eu escutar algum brasileiro falando na mesa ao lado vou pedir. sei lá, se o carinha faz isso com tanta naturalidade é porque de vez em quando cola. só pode ser.

a meia que não aguentou a pressão. ou a portinhola mágica da maquina de secar.


aqui em lisboa você acaba fazendo coisas que provavelmente não fazia com tanta frequência no brasil. cozinhar por exemplo. dar um trato no armário. fazer a louça. pendurar o tapete da cozinha para secar. e, de vez em quando, fazer o transporte da roupa seca para as gavetas. o que nos leva ao título deste textinho. a meia que não aguentou a pressão. esta meia a que me refiro é a meia perdida. sabe, quando as meias voltam para o armário e você nota que pelo menos um pé está banguela? que está faltando metade do par? então, sempre achei que era um esquema exclusivo das máquinas de secar. que existia uma portinhola secreta. um portão com acesso a um paraíso das meias. e que, volta e meia, uma de suas meias mais queridas descobria o mapa e escapava. bom, mas aqui em portugal, pelo menos lá em casa não tem máquina de secar. como já escrevi aqui uma vez. lá em casa tem um varal externo. e foi neste varal que eu testemunhei o salto da meia. da meia que não aguentou a pressão. a meia que se desgarrou do fio de aço que contorna a minha casa e se jogou na rua. que caiu contra o asfalto. que deu adeus. que se despediu. foi de repente. não sei se tecnicamente com uma meia podemos dizer que foi suicídio. mas fato é que a meia não aguentou a pressão. se jogou. pulou. tenho uma toeria do que pode ter acontecido. acho que depois de anos no brasil em busca do portão secreto da máquina de secar, ela finalmente achou. e, depois de anos planejando, quando chegou a hora da fuga espetacular, a meia ficou deprimida. veio parar num país em que ela seca num varal. não tinha mais acesso a portinhola da máquina de secar. bem no momento em que ela ia escapar. bem no momento em que ela planejava a fuga, resolvemos mudar para lisboa. e foi assim, num belo dia de sol. quando estávamos distraídos, acho que assistindo televisão, que ela se despediu. não aguentou a pressão das ladeiras. das caminhadas. uma pena, até que curtia ela. mas tudo bem também. a sports zone do amoreiras tá em promoção.

quinta-feira, outubro 18, 2007

cotidiano dos objetos. 4

escova de dentes conversa com o fio dental:
- precisava comer bacalhau com ovo cozido?

fio dental:
- só de sacanagem vou deixar um fiapo de bacalhau naquele dentão lá do fundo.

escova:
- belê.

cotidiano dos objetos. 3

celular ou telemóvel conversa com o carregador:
- ô, olha onde você coloca isso hein?

cotidiano dos objetos. 2

ovo conversa com a maionese, dentro da geladeira:

- eu me identifico muito com você sabia? acho que temos esse negócio quase que, qual é a palavra mesmo? mágico entre a gente sabe?

maionese:
- talvez porque você é um dos meus ingredientes.

cotidiano dos objetos. 1 vs. 2

jornal de sexta puxa assunto com o jornal de domingo:
- e o jogo do flamengo e do vasco hein? vai ser um jogão.

jornal de domingo responde:
- 3x1 flamengo.

cotidiano dos objetos. 1

jornal de sexta puxa assunto com o jornal de domingo:
- e as novidades?

jornal de domingo responde:
- quanto tempo você tem?

uma teoria. a teoria da lula à dore.




toda e qualquer coisa empanada, a milanesa, é mais gostosa do que a sua versão não empanada. fato. tive a idéia de escrever sobre as lulas à dore depois de ler um textinho que o thiago carvalho escreveu sobre o kfc no blog dele (o trocadilho do mal aí do link ao lado). quer ver? lascas de frango ou nuggets? ah, você não gosta de lascas, iscas de frango? ok, filé de frango ou o mesmo filézito empanado? o que nos leva a teoria da lula à dore. é simples. pode notar, quantas vezes você não foi para um bar com amigos e pediu lula à dore. com a intenção de comer apenas a casquinha. é, apesar de pedir lula ter lá o seu charme. frutos do mar. isso, lula à dore, você encontra na parte do cardápio que diz com letras fru fru, "frutos do mar." mas a teoria da lula à dore diz que 9 entre 10 pessoas, ok, 7 entre 10 pessoas pedem a lula simplesmente pela casquinha. e não é uma coisa que a pessoa pensa silenciosamente sem nunca comentar com ninguém. é quase sem querer. é uma coisa involuntária. é como se existisse uma pequena parte do cérebro que desde criança criou essa dependência de coisas empanadas. que, de certa maneira, sempre que existe a possibilidade de jogar para dentro a lula à dore, essa parte do cérebro não titubeia. dá um choque rápido quando o cara está passando os olhos sobre a linha do cardápio que diz lula à dore. observei isso este fim de semana. pediram duas porções de lula. à dore, é claro. com casquinha. e pouca lula. o que já virou regra. também, sem querer. as pessoas, os bares, os restaurantes aos poucos foram notando que estava sobrando lula nos pratos e nenhuma casquinha. ou seja, aumentaram a casquinha, mantiveram a lula do mesmo tamanho. os mais malandros focaram na casquinha. eu acho, apenas acho que é uma questão de tempo até servirem apenas dore a dore. um novo prato com apenas aquilo que as pessoas comem e lambem os dedos. a casquinha. você duvida de mim? faça o teste. vá a um bar. com um grupo de uns dois, três amigos para aumentar o a amostragem de pessoas. peça uma rodada de chopp ou de imperial, se estiver em portugal. peça uma segunda rodada. peça três se estiver muito calor. bom, agora peça duas porções de lula. ou três. para testar a teoria da lula à dore, precisa ter fartura. porque só com a fartura é que as pessoas vão ter coragem de comer apenas a casquinha e deixar os pedaços de lula para trás. no canto do prato. e não digo lula inteira. lula é bom. mas é que chega um ponto em que a barriga infla e você tem que optar: casquinha ou lula? e vai a casquinha. dica: observe na cara de falso frustrado da pessoa que, ao morder a ponta de um anel de lula à dore, pesca só a casquinha deixando a lula para trás. é aquela expressão "oh, que chato, só peguei a casquinha." falsidade pura. é proposital, é claro. e como você pode ver pela foto acima, tem a pourra do molho tártaro que transforma qualquer casquinha num prato gourmet fucking fuckers. bom, eu posso estar cagando regra aqui. você pode fazer o teste e chegar a conclusão que eu errei feio. pelo menos vai terminar a noite com a pança cheia de cerveja e lula à dore. o que, cá entre nós, não é lá assim, tão ruim.

terça-feira, outubro 16, 2007

diálogo na nespresso. 1



nespresso é fucking fuckers. prático. saboroso. fucking fuckers. mas, por ser uma única loja, as mulheres que te atendem, de vez em quando tem uma atitude digamos, curiosa. os dois diálogos que seguem, aconteceram lá, enquanto eu comprava as cápsulas. em ocasiões e com atendentes diferentes.


- eu queria uma caixinha de cápsulas vivalto.
- mas, vivalto é para fazer café longo.
- eu sei.
- você tem certeza que quer vivalto? você não pode fazer um espresso com vivalto, ok?
- como?
- se você quiser fazer espresso, tem que ser com as outras cápsulas. roma, cosi, por exemplo.
- ok.
- ok?
- ok, eu sei disso. mas...
- mas?
- mas, como a máquina começa e pára quando eu aperto o botão, tecnicamente, se eu quiser parar antes e fazer um café com menos quantidade com o vivalto, eu posso fazer um...
- um ESPRESSO com o vivalto, você quis dizer?
- isso.
- mas você não vai fazer isso né?
- se eu disse que não vou fazer, você fica mais tranquila?
- fico.
- ok.
- promete?
- como?
- brincadeira (com um sorriso nervoso)

diálogo na nespresso. 2

- eu queria quatro caixinhas de ristretto, por favor.
- ristretto é o mais forte.
- ah, eu sei.
- muito forte.
- ok, eu, eu, já experimentei.
- você já experimentou o roma ou o arpeggio?
- hmmm, já, eu prefiro o ristretto.
- muito...
- forte?
- isso. muito.
- ok, eu queria quatro caixinhas.
- mais alguma coisa?
- faz o seguinte, coloca mais uma...
- CINCO?
- isso. cinco.
- nossa... (com olhos arregalados de verdadee repetindo "cinco" baixinho.)

tupperware e a mala de viagens.



nunca fui de levar tupperware para o trabalho. tupperware com comidinha. com o peito de frango empanado. acho que levei uma vez e esqueci na geladeira. ou levei duas, e deixei o molho da carne escorrer pela mochila e para sempre fui perseguido por cachorros pelas ruas. depois tem a história do microondas, do garfinho. da faquinha. da lavagem. tupperware é complicado. bom, mas a minha idéia não é levar tupperware para o trabalho. mas para os restaurantes. vou começar a levar para casa três quartos de todos os pratos que eu peço. não sei o que está acontecendo em portugal. não sei se existe um movimento para secar as geladeiras, os estoques de todos os restaurantes. mas a cada semana que se passa, as porções crescem. como uma vez escrevi aqui, são ceias. é natal e ano novo todos os dias. tupperware. não esqueça de colocar na sua mala se está prestes a embarcar para lisboa.

os taxistas de lisboa e o bar lagoa no rio.

não tenho nada contra taxistas. acho das profissões mais importantes para ser sincero. quando morava em são paulo, por exemplo, cansei de sair de taxi para evitar voltar depois de ter bebido. em lisboa, como não conheço um milésimo da cidade, muitas vezes dependo dos feras para circular. e o melhor: aqui é barato para cacete. se você comparar com são paulo, é claro. mas numa boa, eu não sei o que se passa pela cabeça de muitos taxistas daqui. muitos são gente finas, gente boa, sempre dispostos. mas, quando você pega um taxi com um humor digamos, com um deficit gigantesco de sorrisos, complica. e digo complica porque você não tem muitas alternativas. não dá para no meio do caminho, numa ruela de lisboa que você não tem idéia onde fica no mapa, pedir para sair. o que nos leva ao título deste textinho. o bar lagoa do rio tem a mesma fama. os garçons são ranzinzas. marca registrada dos caras. o chopp é bom. o kassler é fucking fuckers. por isso mesmo, meio rio de janeiro segura a onda e atura a ranzinzês deles. a falta descarada de sorrisos. o bar lagoa é o que me faz ficar zen quando encontro um desess taxistas. eu preciso chegar em algum lugar. os caras conhecem as ruelas como ninguém. é como o carinha do bar lagoa. muitas vezes, numa tarde suada do rio de janeiro, o chopp do bar lagoa é necessário. é preciso engolir o orgulho para engolir o chopp. anos de bar lagoa preparam qualquer carioca para os taxistas de lisboa. por isso, fica aqui a minha sugestão: você planeja uma viagem para lisboa? planeja morar aqui? bom, garanto que mesmo que você compre um carro, vai adquirir o hábito de circular pela cidade de taxi. mas vamos a sugestão. é o seguinte, frequente o bar lagoa repetidamente antes vir para lisboa. almoce. jante. chegue no horário de pico e peça uma mesa para 12. quando chegar o seu pedido, pergunte se é possível dividir em três pratos. peça chopp sem colarinho e depois mude de idéia. ah, e diga que mudou de idéia pois viu uma menina lambendo o bigode de espuma de chopp e ficou cheio de idéias. bom, depois de enfrentar a ira dos garçons do bar lagoa, você estará preparado. pronto para enfrentar os taxistas de lisboa. vai por mim.

quinta-feira, outubro 11, 2007

filmes e uma lei.

uma lei. sabe quando você vai começar a falar de um filme que você viu no cinema e alguém que ainda não viu o filme levanta a mão e diz: "conta não, comenta não, eu ainda não vi..."? todo mundo já esteve nos dois lados. no lado de quem já viu o filme. e no lado de quem não viu. eu já implorei para não contarem. mas acho , só acho que deveria ser estabelecido um prazo oficial. imposto por lei mesmo. governo e o escambau: "a partir de hoje, apenas os filmes lançados nos últimos 2 meses não poderão ser comentados." exemplo: "você viram aquela cena de transformers...." proibido. o filme foi lançado final de agosto. pelo menos aqui em lisboa. agora, se alguém levanta e fala: "putz e aquela cena de indiana jones e o templo da perdição..." e uma outra pessoa levanta a mão e implora: "não, não comenta não.... eu ainda não assisti, tenho que ver esse filme..." desculpa meu amigo, indiana jones e o templo da perdição é de 1989. pela lei do prazo dos filmes que podem ser comentados, indiana jones e o templo da perdição tá dentro. tá valendo. é claro, que, como toda lei, existem pequenos adendos. o final de o sexto sentido não pode ser comentando nem 20 anos depois. mas o resto está valendo. a lei do prazo dos filmes que podem ser comentados.

a cidade miniatura e o passeio de dois minutos.

esses dias fui visitar uma cidade miniatura aqui perto de lisboa. tudo é miniatura. tudo termina com inho ou inha. casinha. cavalinho. carrinho. e por aí vai. é bacana. é interessante. só tem uma problema: o passeio dura uns 2 minutos. sério. cada passo que você dá, dentro da mini-cidade, equivale a uns 60 numa cidade normal. ok, tem mais um problema: o caminho de carro até lá é por uma estrada de tamanho normal. ou seja, a ida e a volta demoram o mesmo que demoraria para chegar a uma cidade turística qualquer. mas o passeio dura 2 minutos. mais ou menos o tempo que você levou para ler este textinho.

coca light e coca zero.

agora com a invenção da tal coca zero fico imaginando os caras dos restaurantes confusos, no fim do mês. quando chega a hora de fazer o pedido para o restaurante:
- coca-cola zero ou coca-cola light?
- hmmmm...
- coca-cola zero ou coca-cola light?
- qual tem menos calorias?
- não sei. é igual.
- mas...
- coca-cola zero ou coca-cola light?
- uma é light e não tem calorias. a outra é zero e não tem calorias.
- isso.
- hmmmm....
- coca-cola zero ou coca-cola light?
- vamos conversar mais sobre isso amanhã?
- ok. amanhã a gente retoma a reunião.
- amanhã.

fx, fox crime, fox, fox family. e os três minutos em cada.

não sei qual é a idéia dos caras: "vamos fazer 5 canais passando seriados fucking fuckers simultaneamente para conquistar o mundo." talvez essa é a idéia dos caras. mas o que acontece é que eu, pelo menos, fico pulando de seriado em seriado e não assisto nenhum. assisto pedaços. não acompanho mais seriados. acompanho pedaços. o que é bem diferente não sei que caráio se passa pela cabeça dos caras da fox: "esses fêlas das puta não vão assistir nenhum outro canal . apenas os nossos. caguei baldes que eles não consigam acompanhar essas série todas. caguei. o importante é afastar eles dos outros." e é mais ou menos o que acontece. ou pelo menos lá em casa. "house, você assistiu o último capítulo erick, foi sensacional." e eu: "assisti três minutos de house. três de 24 horas. três de criminal minds. três de comerciais. três de um programa que já estava subindo as letrinhas. house, house, eu não assisti. mas os três minutos que eu consegui pegar, prometiam." quando eu era moleque era muito mais fácil. não fódi, a minha tv tinha apenas 4 canais.

terça-feira, outubro 09, 2007

ou você conhece o obi wan ou aluga um carro com sensor de estacionamento.

o sensor de estacionamento e o fim de semana com o obi wan kenobi.

sempre fui bem mais ou menos na hora de estacionar o carro. bem mais ou menos não, sempre fui bem ruim. ruim para caráio. já estraguei, destruí muita calota de carro. sempre que existe o serviço de valet parking, não penseo meia vez antes de dar as chaves do carro para um estacionador profissional. bom, mas esse fim de semana, pela primeira vez, dirigi um carro com sensor de estacionamento. e não estou falando de um apitozinho quando eu estou prestes a bater num poste. não, esse sensor é foda. é 360º. passou um gato pelo lado direito do carro, ele apita de leve. passou um cão são bernardo carregando um barril de whisky no pescoço, ele apita mais forte. de um minuto para o outro fiquei fodalhão para estacionar. e vale dizer que o carro é para 9 pessoas. ou seja, grande para cacete. ah, e isso nas ruas estreitas de lisboa. e das cidades pequenas do interior de portugal. caplicado meu amigo. se antes a minha mulher ficava tensa ou tinha que sair do carro para trabalhar de manobrista, esses dias ela ficou tranquila. é uma sensação de poder enorme. para ser sincero, cá entre nós, me senti no império contra ataca. aquela continuação de guerra nas estrelas em que o obi wan kenobi, o jedi master fucking fuckers aparece em espírito para guiar o jovem luke skywalker. neste caso, eu sou o luke e o sensor mega blaster do carro que eu aluguei é o obi wan kenobi. isso, é como se eu estivesse fazendo um test drive nos poderes dos jedi. acho que isso é o mais próximo que uma pessoa pode se sentir próximo dos poderes de um verdadeiro jedi. se você é fã da série guerra nas estrelas, recomendo um fim de semana estacionando um carro com o apoio espiritual de obi wan kenobi. se você é um cocô no volante como eu, também.

a naomi e as formiguinhas.

a naomi, minha sobrinha de 5 anos é muito esperta. mais esperta do que eu quando tinha 30 anos de idade.
bom, dois anos atrás, quando ela tinha 3 anos e eu 30, fomos visitar ela nos estados unidos. logo no primeiro sábado fomos fazer um pic-nic num parque. e, enquanto eu tentava dar uma dentada num sanduíche, uma formiguinha começou a subir pelo meu braço.
- naomi, eu vou deixar o sanduíche aqui do lado.... não se mexe não tá...
- mas porque, tio erick?
- porque eu vou matar essa formiguinha aqui ó. essa que está escalando o meu braço.
- porque tio erick?
- porque ela pode me morder. e depois, morder você...
- porque tio erick?
- como assim porque naomi?
- porque que ela vai te morder?
- porque... não sei, porque...
- não mata ela não tio erick.
- mas...
- tio erick, a gente tá fazendo pic nic na casa dela.
- na casa dela? na casa da formiguinha?
- isso, é a gente que está na casa da formiguinha. ela não tem culpa.
- é verdade naomi. não tinha pensado nisso.
- mas porque, tio erick?

pensamentos do dia.

- fui no zoológico esses dias. colocaram os dromedários e os camelos lado a lado. em espaços separados, mas lado a lado. não entendi o que eles falavam é claro. mas juro que testemunhei um cuspida de feno, de catarro, ou os dois. tenho certeza que um estava sacaneando o outro: "eu tenho duas corcovas, você não tem! nã, nã, nã, nã, nã não." certeza.

- os golfinhos são tão, mas tão inteligentes durante o show que tenho certeza que todas as noites separam eles, colocam cada um num pequeno áquario separado. se eles ficarem juntos é questão de tempo para bolar um plano e escapar. com certeza.

- o zoológico aqui de lisboa tem um pequeno teleférico que faz um circuito sobre as jaulas do zoológico, por cima delas. fiquei imaginando os animais lá debaixo, principalmente os leões, tigres, pumas e os primos deles: "filhos das puta, primeiro colocam a gente nessas jaulas. agora ficam tentando a gente com esse bando de pessoas suculentas circulando aqui em cima. é como ir a uma churrascaria rodízio e o garçom circular pela sua mesa, sem nunca parar. mas tudo bem, tudo bem, daqui a pouco os golfinhos pensam em alguma coisa. algum plano."

quinta-feira, outubro 04, 2007

quadrinho com controle remoto.


stuntman mike chega em casa. 3

dublê chega em casa com a cara sangrando, sem três dentes da frente e mancando.
mulher pergunta:
- e então amor, como é que foi o seu dia?
e ele:
- o de sempre. capotei um carro. saltei de um prédio em chamas e o paraquedas não abriu.
mulher:
- arroz?
e ele:
- e um pouquinho de salada.

stuntman mike chega em casa. 2

dublê chega em casa e encontra a mulher dele com outro.
- caceta! que pourra é essa?
e o outro cara fala:
- foi mal, achei que você ia entender...a sua mulher me disse que você era um dublê.

stuntman mike chega em casa. 1


dublê chega em casa e fala para mulher:
- amor, e aí, vamos ao shopping comprar sapatos?
e a mulher:
- mas você não é meu marido. é o dublê dele.
e o dublê:
- seu marido está quebrando uma para mim. foi ajudar a minha mulher escolher cortinas e papel de parede.

o churrasqueiro oficial da firma.

toda empresa. todo grupo de amigos. tem sempre um cara que é o churrasqueiro oficial. e, se não for oficial, pelo menos a responsabilidade sempre cai no colo dele. por imposição do outros que não possuem nenhuma habilidade com o carvão e a carne. ou porque o cara é simplesmente o único que consegue fazer carne para mais de 20 pessoas, da maneira como cada uma das vinte quer. tem a menina do financeiro que tem pavor de carne vermelha. tem o outro cara que só come a vaca quase viva. tem um pessoal que curte mais salgada. tem gente que curte menos. taí o grande desafio do cara. do eleito. do churrasqueiro oficial. alimentar um firma inteira sem foder a carne. e isso quando, a firma inteira contribuiu um tiquete, cinco euros para comprar a carne. a pressão é foda. dia desses num desses churrascos, em são paulo, observer que o churrasqueiro oficial não comia. tava meio nervoso. com as subácas suadas enquanto vigiava uma vinte tiras de picanha. perguntei: "e aí, beleza? tranquilo? não vai comer nada?" e ele: "tô tenso. acabei de levar um esporro da menina do financeiro. ele queria a carne bem passada." e eu: "mas, você não vai comer?" e ele: "cara, perdi a fome." para mim, a função de churrasqueiro oficial de qualquer grupo é um castigo. é foda. muita pressão. uma tarde debruçado sobre carvão quente e meia tonelada de carne com a responsa de fazer a carne como todos querem. acho, só acho que o cara que se oferece para esse esquema deveria sempre receber um bônus bacana no final do ano. mas negócio oficial mesmo. ou bônus ou uma semana extra de férias. o cara é um herói. com direito a estátua de argila no jardim da empresa. puta trabalhinho do caralho. toda empresa. todo grupo de amigos. tem sempre um cara que é o churrasqueiro oficial.

terça-feira, outubro 02, 2007

superbad.

quadrinho da semana.

tem o saleiro e o



pimenteiro. ou pelo menos é isso que todo e qualquer site que o google fuçou diz que se chama a bagaça. pimenteiro, é o coisinha, o objeto que é usado para aplicar generosas doses de pimenta sobre o seu prato sem sabor. ou com pouco sabor. ou um prato que está ok, mas que o garçom insiste em oferecer uma torcida de pimenta sobre ele. então, fui num restaurante dia desses, meio chique trips, cheio das nove horas. mini sopinha servida antes da mini saladinha e tal. o lugar era bacana. bom, e foi lá que eu encontrei, ou pelos menos vi, o pimenteiro mais fucking fuckers de todos os tempos. um pimenteiro que era do tamanho de uma criança de 7 anos que é considerada baixinha pelos amigos da escola. um pimenteiro que quando as pessoas chamavam, dois garçons levavam o negócio para a mesa. um pimenteiro que custou a vida de duas árvores daquelas com uns seis anéis se cortadas com um serra elétrica bem afiada. bom, mas esse esquema de pimenteiro não é lá assim uma grande novidade, você deve estar pensando. eu sei. mas, o que eu venho observando cada vez mais a ponto de chegar a conclusão de que o negócio é meio sério. ou, a ponto de desenvolver uma teoria. o que eu venho observando é que o tipo, o tamanho, o custo do pimenteiro está diretamente relacionado ao preço da conta que vai chegar na sua mesa. vale ressaltar que isto não é uma regra. mas, sempre que você encontrar um pimenteiro desses que custou mais caro do que um fiat uno, fodeu. pode começar a fazer aquelas equações na cabeça, porque a conta vai ser daquelas que faz brotar uma gota gorda de suor no canto da cabeça. e o fato de você encontrar um restaurante com um pimenteiro desses não significa que a comida é uma bosta. muitas vezes você não vai sequer sentir a necessidade de chamar o fera. o cara que da pimenta. o pimenteiro zambers foi um maneira que o dono da casa, do restaurante encontrou para justificar o preço do ravioli ao sugo por sei lá, uns 52 reais. da vitela com lascas de cogumelos selvagens. vai por mim. entrou num restaurante, viu um pimenteiro desses, fique esperto. atento. olho na coluna direita dos pratos antes de selecionar um. tem o saleiro e o

eu li em algum lugar que...




dia desses no meio de uma conversa notei a existência deste negócio, o "eu li em algum lugar que..." você faz, eu faço, todo mundo faz. alguns fazem com mais frequência, outros sequer notam que fazem. o "eu li em algum lugar que..." é um negócio curioso. está frase permite você falar qualquer coisa que as pessoas vão acreditar. se não acreditam 100%, acreditam mais de 51%. ok, se você falar um coisa que não faz qualquer sentido tipo " "eu li em algum lugar que... o the police tem esse nome porque o pai do sting era policial e sonhava que o filho, neste caso o sting, fosse policial também. e como ele não levava jeito para políça, lançou uma banda com o nome." se você falar algo assim, as pessoas podem até não acreditar, mas só o fato de você ter falado "eu li em algum lugar que...", já coloca algum tipo de credibilidade na história. e falo isso pois quando notei o fator "eu li em algum lugar que...", era eu mesmo que estava cagando algum tipo de regra. como volta e meia fico fuçando sites de notícias, jornais. sempre, sem querer lanço um "eu li em algum lugar que..." numa conversa. e tenho certeza absoluta que na grande maioria das vezes falo umas barbaridades. e as vezes, mesmo que você tenha lido mesmo, as pessoas podem até duvidar. o importante é ficar repetindo "eu li em algum lugar..." certa vez falei "eu li em algum lugar que... as cias. aéreas americanas estão se fudendo com combustível porque os americanos estão obesos. carregar esse pessoal mais pesado está custando os tubos. mais panças para transportar. mais peso. mais peso, mais combustível." bom, eu li isso em algum lugar. e me lembro o dia que falei isso em alguma mesa de bar e alguém disse: "não fódi erick, não é possível." e eu: "mas eu li em algum lugar." e o carinha, ao escutar essa expressão mágica pela segunda vez, disse: "ah, você leu, ok." experimente fazer isso. mesmo que você não tenha lido. fale alguma coisa meio sem sentido como : "eu li em algum lugar que... vão lançar o 008, o filme com o irmão malvado do 007." ou "eu li em algum lugar que...os peitos da pamela anderson não são silicone. ela carrega duas melancias maduras debaixo da camisa que são trocadas de dois em dois dias." sei lá, qualquer cagação de regra também vale. "eu li em algum lugar que... não faz bem comer pão com manteiga que estava na geladeira." "eu li em algum lugar que... se a espuma da cerveja sobe quando você entorna no copo, significa alta presença de bactérias." o "eu li em algum lugar que..." funciona sempre. é impressionante. tem um poder fantástico. você, por exemplo, que acaba de ler isto aqui neste blog, quando for usar a tal técnica-- pode sempre comentar "eu li em algum lugar que..."