quinta-feira, outubro 18, 2007

uma teoria. a teoria da lula à dore.




toda e qualquer coisa empanada, a milanesa, é mais gostosa do que a sua versão não empanada. fato. tive a idéia de escrever sobre as lulas à dore depois de ler um textinho que o thiago carvalho escreveu sobre o kfc no blog dele (o trocadilho do mal aí do link ao lado). quer ver? lascas de frango ou nuggets? ah, você não gosta de lascas, iscas de frango? ok, filé de frango ou o mesmo filézito empanado? o que nos leva a teoria da lula à dore. é simples. pode notar, quantas vezes você não foi para um bar com amigos e pediu lula à dore. com a intenção de comer apenas a casquinha. é, apesar de pedir lula ter lá o seu charme. frutos do mar. isso, lula à dore, você encontra na parte do cardápio que diz com letras fru fru, "frutos do mar." mas a teoria da lula à dore diz que 9 entre 10 pessoas, ok, 7 entre 10 pessoas pedem a lula simplesmente pela casquinha. e não é uma coisa que a pessoa pensa silenciosamente sem nunca comentar com ninguém. é quase sem querer. é uma coisa involuntária. é como se existisse uma pequena parte do cérebro que desde criança criou essa dependência de coisas empanadas. que, de certa maneira, sempre que existe a possibilidade de jogar para dentro a lula à dore, essa parte do cérebro não titubeia. dá um choque rápido quando o cara está passando os olhos sobre a linha do cardápio que diz lula à dore. observei isso este fim de semana. pediram duas porções de lula. à dore, é claro. com casquinha. e pouca lula. o que já virou regra. também, sem querer. as pessoas, os bares, os restaurantes aos poucos foram notando que estava sobrando lula nos pratos e nenhuma casquinha. ou seja, aumentaram a casquinha, mantiveram a lula do mesmo tamanho. os mais malandros focaram na casquinha. eu acho, apenas acho que é uma questão de tempo até servirem apenas dore a dore. um novo prato com apenas aquilo que as pessoas comem e lambem os dedos. a casquinha. você duvida de mim? faça o teste. vá a um bar. com um grupo de uns dois, três amigos para aumentar o a amostragem de pessoas. peça uma rodada de chopp ou de imperial, se estiver em portugal. peça uma segunda rodada. peça três se estiver muito calor. bom, agora peça duas porções de lula. ou três. para testar a teoria da lula à dore, precisa ter fartura. porque só com a fartura é que as pessoas vão ter coragem de comer apenas a casquinha e deixar os pedaços de lula para trás. no canto do prato. e não digo lula inteira. lula é bom. mas é que chega um ponto em que a barriga infla e você tem que optar: casquinha ou lula? e vai a casquinha. dica: observe na cara de falso frustrado da pessoa que, ao morder a ponta de um anel de lula à dore, pesca só a casquinha deixando a lula para trás. é aquela expressão "oh, que chato, só peguei a casquinha." falsidade pura. é proposital, é claro. e como você pode ver pela foto acima, tem a pourra do molho tártaro que transforma qualquer casquinha num prato gourmet fucking fuckers. bom, eu posso estar cagando regra aqui. você pode fazer o teste e chegar a conclusão que eu errei feio. pelo menos vai terminar a noite com a pança cheia de cerveja e lula à dore. o que, cá entre nós, não é lá assim, tão ruim.

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