terça-feira, outubro 03, 2006

a acupuntura.

agulhas. finas. médias e longas, nunca pequenas. a primeira coisa que vem a cabeça quando se fala de acupuntura são elas, as agulhas. e o que é mais engraçado sobre a acupuntura é que quando você é moleque, uma das coisas que você mais se caga, são delas. sua mãe conversa, o médico conversa, seu pai segura sua mão, "é uma vacina de gripe, anestesia para fazer a obturação, vacina pra isso, vacina para aquilo, calma filhinho vai ser só uma picadinha, deixa que a mamãe assopra e fica tudo bem..." mas nada nunca ficava bem. criança fica muito cafuza com agulhas. bom, aí fast forward para os dias de hoje. a mesma criança que se borrava nas calças ao ver uma agulha, hoje paga uma senhora para cobrir seu corpo de agulhas. é, hoje em dia, a coisa mais comum é um marmanjo entrar num consultório de uma acupunturista, comprar um kit de agulhas e permitir, dar toda a liberdade para ela colocar as agulhas nos pontos x , y, z, w.... acabei de sair de lá. acho que foram quase vinte agulhas, talvez mais. e, para ser sincero, sem dramas. a acupunturista pergunta: "você já fez antes?" e eu, "bom, uma vez meu dentista perfurou a minha gengiva para aplicar a anestesia, no começo doeu, depois de alguns segundos, parou de doer naturalmente." mas não é a mesma coisa. e, enquanto você fica ali com agulhas mapeando partes do seu corpo, começa a pensar como você era chato pra cacete quando era moleque. e como, quando você era moleque, não imaginava que um dia estaria naquela situação. voluntariamente com uma agulha fixada no centro da cabeça e uma outra entre o dedo mindinho do pé e o dedo do lado que eu não sei o nome. agulhas, finas, médias e longas, nunca pequenas. a primeira coisa que vem a cabeça quando se fala de acupuntura são elas.

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