domingo, dezembro 11, 2005

a carta que eu escreveria pro bom velhinho se eu tivesse uns 7 anos de idade.

fala noel,
zuzo bem?
olha, esse ano eu acho que eu mereço ganhar aquele presentão que você tá me devendo desde quando eu tinha 5 anos. eu só não escrevi ano passado cobrando, porque ainda não tinha aprendido a escrever. que ironia do destino que agora que eu aprendi a colocar as letrinhas lado a lado no papel, eu começo a duvidar da sua existência. em primeiro lugar, vi você ontem nas lojas americanas, suado, emburrado e sem paciência para tirar fotos com as crianças da fila. bom, ninguém é de ferro. o problema é que no mesmo shopping, também vi você, agora com uma roupa mais transada, na entrada de uma outra loja. papai noel, ou você chama a polícia pra prender esse impostor ou eu vou começar a questionar se valeu a pena ir dormir cedo todos esses dias, quando o senhor sabe, que é de madrugada que passa umas moças com pouca ropa na tv. agora, o que mais tá me deixando cafuzo, mas cafuzo mesmo, é o fato de o senhor andar todo encasacado aqui no brasil. o senhor é louco? pirou? precisa de ajuda? o brasil é quente pra cacete. não fodi noel, você não assiste a previsão do tempo antes de sair pelas ruas? faz o seguinte: não esquece de deixar anotado o nome do seu desodorante perto da árvore de natal. eu estou curioso pra saber que marca que segura a onda dessas subácas suadas. outra coisa: e essa história de chaminé? eu moro em apartamento. me fodi? estou preocupado. vou deixar uma frestinha da janela aberta pro senhor. só não deixo a porta aberta, porque você sabe como anda a violência por aqui. noel, agora me diz, como é que você arruma esse dinheiro pra comprar tudo isso? você não é aquele moço que assaltou seis bancos esse ano? não, né? já sei, você deve ser um daqueles ganhadores anônimos da megasena. parabéns noel. você merece. só mais uma coisa antes de me despedir.... posso ficar acordado na sala te esperando? cansei dessa putaria de ter que ficar no quarto fingindo que estou dormindo. porra, na boa noel. eu não conto pra ninguém que você veio. que eu te vi. beleza? bom, eu vou ficando por aqui. quem sabe depois que você me der aquele senhor presente que está me devendo, eu não te escrevo outra cartinha agradecendo. ôpa, olha lá, já tá começando o tal programa que eu te falei. "sex alguma coisa". ahhhh, noe,
as coisas que uma criança não faz por um presente.
um abraço forte. erick

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