quarta-feira, maio 28, 2008

uma aula de antropologia.



o canal "e entertainment" é perigoso. muito perigoso. é uma coleção de reality shows impressionante. e é um pouquinho diferente de, digamos um big brother brasil. muito. para começar, os programas têm personagens um tiquinho mais interessantes. ou pelo menos mais famosos. famosos classe "b", mas famosos. o que atiça mais a curiosidade. e, enquanto, no big brother você assiste um bando de mané coçando a saca, no "e!", você assiste as garotas da playboy mansion sem fazer absolutamente nada. o que é engraçado. ok, não é engraçado. mas é hipnotizante. descobrir como o hugh hefner vive. se o fera anda mesmo 24 horas por dia de roupão. se é verdade que ele dorme todos os dias com as 3 coelhinhas. não dá para mudar de canal. e não tem nudez, gritaria, é até um programa mais familiar do que o próprio big brother brasil. eu evito... mas não evito. explico. eu tento não ligar a tv. não passar pelos canais vizinhos do "e!" mas, se, por algum acidente, sem querer, me encontrar no tal canal, fodeu. são 48 horas sem sair da frente da tv. aí você deve estar pensando, mas que caráio de graça tem assistir um reality show com as garotas da playboy mansion. bom, nudez, nudez, não tem. mas como disse ali em cima, o canal, o roteiro, a trilha, tudo conspira para você achar que está assistindo ao fim do mundo. ou o começo. é surrealismo puro. não faz quase nenhum sentido, mas é curioso para cacete. mas esse não é o único programa que fode cabeça. "true hollywood stories" é outro. meu amigo, os caras escolheram um locutor com uma voz dramática e um editor que picota as cenas com uma intensidade spielberguiana com overdose de cafeína. pourra, e saber que a pamela anderson foi descoberta num estádio de futebol. que ela já namorou uns 3 rockstars e que esteve na capa da playboy mais de 72 vezes, é foda. aí, quando você ameaça mudar de canal, vem a história do vício das drogas do robert downey junior culminando com cenas do último iron man. ou a vida de um cirurgião plástico brasileiro que mora em beverly hills desde 1989 e que quer voltar para o brasil para conhecer o pai. e aí tem a metáfora de que assim o fera vai se sentir mais bonito por dentro. um cirurgião plástico, caceta. a mulher do cara chora. afinal, na cabeça dela o brasil é o fim do mundo. ele comenta que já fez jiu jitsu. e por aí vai. quando você se toca. ou quando resgatam você. ou mesmo quando falta a luz da sua casa, você se toca. ou chega a conclusão que o "e! entertainment television" é uma aula de antropologia sensacional. do lado de lá da televisão. e do lado de cá, no sofá.

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