quarta-feira, agosto 10, 2005

o espirro no buffet.

peguei uma tiazinha aqui na praça de alimentação aqui do prédio espirrando em cima dos tomates. caráio, vi essa cena quase que em câmera lenta. ou melhor, foi quase que naquele estilo "matrix". sabe? quando a câmera faz um giro de 360 graus revelando cada detalhe? então. lá estava eu, na fila, com o meu prato cheio de rúcula. alface. uns ovos de codorna (já notou uma coisa sobre ovos de codorna? você só come isso em kilão ou buffet, nunca em casa. dá um trabalho infernal na hora de descascar eles.) queijos em cubinhos e só faltava o tomate. não coloquei tomates é claro. naquele dia, não comi tomate. e você sabe, salada sem tomate é como santos sem robinho, como teclado de computador sem a barra de espaço, como o controle remoto em que o botão do volume não funciona, como giselle bündchen sem a trema na letra 'u'. bem, você entendeu. a salada não funciona. fica uma bosta. o que me deixou puto. naquele momento, eu olhei para os lados e vi que ninguém tinha testemunhado o crime. um crime com uma única testemunha, eu. pensei em gritar: "agarra essa mulher que espirrou nos tomates! essa vagabunda vai escapar!!" mas sei lá, achei que poderia causar histeria, afinal quantas pessoas comiam tomates naquele momento. fiquei na minha. mas voltei pra mesa com a sensação estranha de que alguém já tinha espirrado antes na minha salada e eu nunca tinha tido a chance de ver. fiquei lá driblando a salada, mas não conseguia de jeito nenhum levar o garfo até a boca. pedi para a garçonete trocar o prato. ela não entendeu picas. mas zuzo bem. fui pegar meu prato quente. soquei o prato com carne. e foi aí, que eu vi que poderia me vingar da tiazinha. a mesma que espirrou nos meus tomates. é, vi ela comendo numa mesa junto ao lugar dos pratos quentes. tracei um caminho alternativo até a minha mesa, passando por ela antes, é claro. só que, assim como ela espirrou nos meus tomates, eu tinha que fazer alguma coisa. passei bem perto. quase esbarrando nela. e, milésimos de segundos antes de passar pela mesa, enfiei os dedos no nariz e arranquei um cabelinho. com isso, iniciei uma reação em cadeia que resultou num espirro monumental. mirei com mira laser em cima do prato da tiazinha. pedi desculpas e segui em frente. sem olhar para trás. no kilão aqui da firma é assim: é olho por olho. vai espirrar nos tomates da puta que te pariu.

Um comentário:

Anônimo disse...

Se tu espirrou mesmo no prato dela, tu é o cara!