terça-feira, março 18, 2008

os ovos e o túnel de chocolate sem fim.

tem um negócio muito particular do brasil que eu sinto falta. ou estranho. ou os dois. são os ovos de páscoa. aquele negócio que você entra num supermercado e vê um túnel de chocolate colorido. com papel que brilha. personagens engraçados. pessoas oferecendo provas e as vezes até música tocando. páscoa no brasil é foda meu amigo. é como se todo o chocolate do mundo fosse passar férias no brasil. é chocolate para cacete. os ovos mega plus zambers de chocolate aparecem umas três semanas antes da páscoa e desaparecem duas depois. é muito louco. nunca vi nada parecido em outro lugar do mundo. e tem uma coisa interessante dessa orgia de chocolate, você não esquece que é páscoa. nunca. é uma espécie de lembrete. você passa o mês inteiro sendo lembrado repetidamente que é páscoa. não tem muito como não lembrar. ou esquecer. aqui em portugal eu vi um kinder ovo atrás do balcão de uma pastelaria. médio. ao lado de uma garrafa de conhaque. só me lembrei que era páscoa pois algum amigo me disse que iria viajar. e eu, meio cafuzo: "mas assim, como não quer nada, você não vai trabalhar na sexta?" e ele: " como assim rapá, é páscoa?" e naquele momento, percorri o meu hd, tentei lembrar algum túnel sem fim de chocolate aqui em lisboa. e nada. tentei também recordar algum comercial com coelhos lambuzados de chocolate com alguma mensagem subliminar para fazer a criança chorar até convencer o pai a comprar um ovo, ou dois, quem sabe três-- e nada. negócio curioso esse do brasil. dá uma mini saudade. afinal, na vida de toda a criança no brasil, o ano tem quatro datas chaves. a primeira, a páscoa e os chocolates. depois o aniversário, depois o dia das crianças. e finalmente o natal. ou seja, um moleque que cresce no brasil fica um pouco cafuzo quando entra num mercado e não é sugado para o túnel de chocolate. mas beleza. cada país com suas tradições e esquemas para socar a molecada com chocolate. só me resta fazer uma coisa: passar na tal pastelaria e resgatar aquele ovo --escondido, ao lado da garrafa de conhaque.

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