quinta-feira, março 13, 2008

as ligações no meio de uma lata de sardinhas.

a viagem de frankfurt até lisboa durou 3 horas. ou seja, são três horas incomunicável com o mundo. com o celular/telemóvel desligado. ai, o pessoal sai do avião e entra naquele onibus que vai fazer um caminho breve até o terminal. beleza, ok. mas o que eu não entendo, é quantidade de pessoas que ligam para casa, escritório, chefe, filho, esposa, advogado. lá de dentro do microonibus socado de pessoas. como é que um sujeito consegue ficar 3 horas com o celular desligado. mas aí não consegue esperar 3 minutos para ligar no terminal com um pouco mais de privacidade? meio esquisito esse pessoal. a não ser que o cara seja o clark kent, o comandante master da otan, ou um médico cirurgião carregando um daqueles coolers com um orgão dentro-- é quisito. hoje, por exemplo, escutei duas conversas. uma, ao meu lado de um cara que estava entrando na justiça contra a pessoa que alugava a casa dele. ou algo parecido. soube os detalhes do caso. e, na minha frente, uma mulher dizia como amava alguém, e que queria sentir o cheiro do cara que estava do outro lado: "tô com saudades do seu cheirinho." e ai você sabe, como a mulher não disse isso em codigo morse, o ônibus inteiro escuta. umas cem pessoas, todas com o desodorante vencido. no limite do apresentável depois de três horas de vôo e um dia de trabalho, e a mulher falando que quer cheira o cara. talvez seja por isso que ela não aguentou segurar essa conversa. tudo bem. o cara deve ter investido num perfume e a mulher quer sentir. mas e se todo mundo esperasse até o terminal? incluindo ela. sei lá, acho, apenas acho que ela poderia improvisar mais na conversa e o cara que vai entrar na justiça contra o inquilino poderia falar uns palavrões maiores. só uma idéia. acho engraçado. curioso, pelo menos.

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