quarta-feira, janeiro 25, 2006

vale.

vou abrir um restaurante chamado "vale". o nome "vale" vem do troco que eu recebo todos os dias nos restaurantes que freqüento para almoçar. não sei se é assim no lugar que você trabalha. mas aqui no prédio, não importa se são dez centavos ou dois reais de troco. a muié do caixa olha pra você com pena e aperta um botão "x" da maquininha dela. assim que ela aperta, você já sabe o que vem: a porra do vale. essa invenção maldita de troco de papel que so vale naquele restaurante. a maquininha cospe quase um metro de papel. a mulher assina frente e verso, pede para o gerente do restaurante assinar com três canetas diferentes, pede o seu endereço, o da sua mãe, tira suas impressões digitais e pimba: entrega na sua mão aquele símbolo do desperdício que você nunca mais vai usar. bom, e como eu não posso fazer nada para acabar com a caráia do vale, vou abrir um restaurante. como já disse lá no início, chamado "vale". não vou aceitar ticket, cartão de crédito, muito menos dinheiro. só vou aceitar vale. eu sei que eu não vou fazer nenhum lucro. é tudo parte de uma vingança. e você sabe, vingança nunca sai barato. é a minha maneira de mandar todos os outros restaurantes a merda. porque se eles achavam que tinham essas pessoas amarradas neles para o resto da vida por esses vales de bosta, se foderam. todo mundo vai gastar o vale no meu restaurante "vale". assim que abrir, coloco aqui o endereço.

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