quarta-feira, junho 01, 2005

o oficinês.

oficina de carro é um lugar curioso. eu por exemplo não entendo picas sobre carro. sei como ligar, dirijo mais ou menos, e sei também como destravar a tampinha da gasolina. e só. é por isso que sempre que eu vou a uma oficina-- sinto como se estivesse em outro país. não-- em outra galáxia. não entendo uma caralha que os caras falam. é como se existisse uma língua oficial das oficinas: o oficinês. dia desses o farol direito do meu carro faleceu. apagou. então lá fui eu até a oficina numa bela manhã de sábado. o sujeito olhou meu carro, abriu o capô. fechou o capô. abriu o capô e fechou. ligou o carro e desligou. diagnóstico: "regulador de voltagem moderada da rotatória do motor de partida". caráio. se ele falasse a mesma coisa de trás para
frente faria o mesmo sentido. é por isso que eu me cago de ir em oficina. o fila da puta pode falar qualquer coisa. qualquer. "hmmmm...teremos que trocar o carro inteiro por um novo. vamos manter somente o banco do carona e o retrovisor." o que é que eu vou falar? vou argumentar que o cabo da embreagem na verdade está em ótimas condições? não dá. oficina é foda. as vezes tenho vontade de passar uma mão de graxa na cara--e dois dedos de óleo 4 tempos no cabelo antes de ir. sei lá. só pra chegar lá com uma cara de que entende. com uma cara de quem vive fuçando o motor. ou melhor. tenho vontade de responder na mesma língua que os caras. no oficinês. ex.: o mecânico me diz o problema do carro: "bem, o problema do seu carro está no capacitador de frenagem da 3º marcha! 793 reais mais a mão de obra!" aí eu responderia no meu oficinês improvisado:: "tudo bem então! eu vou efetuar esse pagamento
com base na aceleração do regulador de injeção financeira que regula a minha
conta bancária. belê?"

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