segunda-feira, junho 06, 2005

o fio dental e os homens das cavernas.

dia desses acabou o meu fio dental aqui na firma. fiquei cafuzo. na verdade, mais do que cafuzo, fiquei com 20 gramas de frango agarrado nos dentões lá de trás até chegar em casa. é desesperador. a língua não chega lá. o dedo é muito grande. meu amigo, sem a caráia do fio dental, não dá pra tirar. é fato. e foram os 20 gramas de frango agarrado nas denta que me fizeram escrever esse textinho. fiquei imaginando como é que as pessoas se viravam sem fio dental. aí, eu apertei o botão do rewind, e voltei até a pré-história. cheguei nos homens das cavernas. é, afinal, os homens das cavernas comiam carne adoidado. com as mãos. carnes fibrosas. javali, mamute, bufalos, e mais uma meia dúzia de animais gigantescos cheios de carne. naquela época não existia garfo e faca. era na mordida mesmo. tinha que rasgar a comida com os dentes. resultado: os cara passavam dias com meio kilo de carne balançando entre os dentes. devia ser uma agonia. tacape numa mão, meio kilo de carne nos dentes. tenho quase certeza que uma das coisas que fez com que a natureza acelerasse a evolução do homem, foi o fio dental. a mãe natureza não aguentava mais ver os homens das cavernas roçando a língua nos dentes de trás. não aguentava mais ver os homens das cavernas fazendo aquele barulinho nojento de sucção. aquela carne de pterodáctil desfiada entre os molares. quando você assiste aquelas animações no discovery channel com os homens das cavernas gritando, balançando a cabeleira, você pode ter certeza que é por causa da falta do fio dental. aquele grito de raiva é a sensação de impotência de não conseguir arrancar um bife de mamute dos cantos da boca. o que nos separa dos homens das cavernas, não é apenas o cérebro mais desenvolvido e o jeitão de andar em pé, ereto, não. meu amigo, os livros de ciência deveriam dedicar uns três capítulos sobre o efeito que a falta de fio dental teve naquela civilização. faça a experiência: vá a uma churrascaria rodízio. mastigue cupim, frango, mais cupim, uma picanha, porque ninguém é de ferro. e, só de putaria, mastigue uma costela de boi pra finalizar. depois, vale língua, vale mindinho, só não vale fio dental. eu garanto, em meia hora, você despiroca. volta no tempo. pra idade da pedra. com 20 gramas agarrado nos dentes e uma vontade incontrolável de pegar um tacape e rachar a mesa ao meio.

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