terça-feira, fevereiro 26, 2008

os carros de veneza.

os carros de veneza são barcos. lanchas. vaporettos. barcos grandes. moleque não cresce brincando de carrinho. deve crescer brincando de barquinho. é curioso. acho que os venezianos são as pessoas mais felizes do mundo por um motivo muito simples: não usam carros. ou melhor, não existe um carro sequer por lá. o veneziano acorda, caminha, pula num vaporetto, pega uma carona numa lancha, caminha, sobe uma ponte, desce uma outra e por aí vai. eu sei, carro as vezes é interessante. mas raramente. acho que 99.9999999% das vezes carro estressa para cacete. puta negócio chato. o trânsito fêla da pulta com carros que parecem pipocar do chão como os gremlins do filme. e basta tomar café na rua pela manhã para ver como uma vida sem carros, sem trânsito, sem um taxista mandando um motorista para qualquer lugar-- faz uma diferenção. acordei tarde um dia, cheguei no lobby do hotel e o café já tinha evaporado. beleza, pensei, vou comer numa esquina. a sanae pediu um capuccino, e, quando eu ia pedir um café, vi um casal de venezianos tomando o que parecia um espumante zamber com algum ingrediente tipo suco de fruta com água com gás. algum negócios desses que você sempre vê sobre o balcão mas nunca sabe o nome. bom, como o relógio estava prestes a marcar meio dia, 11:56, apontei para o copo que partia em direção a mesa dos do casal de venezianos que conversavam como se não fosse segunda-feira, e disse que queria um idêntico. muito bom. simples. aí, enquanto trucidava um sanduba daqueles que ilustram fotos de cardápios-- fiquei olhando para a rua tranquila. as pessoas andando em passos curtos. e cheguei a conclusão que os caras são muito mais tranquilos do que o resto do mundo. fato. e tudo graças ao trânsito e os carros, que não existem. ok, o vinho antes do meio dia também deve ajudar essa alegria. mas acho que o fator "cidade sem carros" pesa um pouquinho mais.

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