quinta-feira, fevereiro 14, 2008

datas e o acordo.

o namoro começa numa data. o casamento quase com certeza acontece em outra. ah, e tem a data que o casal se conheceu. também, as chances das três datas se coincidirem, são nulas. tem casal que tem outras datas. a data em que aconteceu o pedido de noivado. o foda depois é comemorar todas elas. tem casal que eu conheço que segue esse esqueminha. comemora todas as quatro datas. eu não consigo sequer lembrar datas de aniversários de familiares próximos. de vez em quando a minha mãe dá uma mão e me liga do brasil para dar um alerta. avisar que aquele dia é o aniversário da avó ou da minha irmã. bom, chegou uma hora, um momento, ou melhor, um dia que eu não lembrava mais das datas. não, chegou um dia em que eu pulei alguma data, a do pedido do noivado acho. e também já não conseguia entender ao certo como dar presentes. era num esquema crescente? tipo, dia dos namorados algo simbólico, dia do noivado, algo um tiquinho melhor e dia do casamento, aí nesse dia era o dia de dar aquele presente fucking fuckers e entrar no cheque especial? bom, não estava funcionando. e foi aí que lá em casa rolou um tratado em que todas as datas foram unidas e passaram a ser celebradas no mesmo dia, o dia do casamento. a aliança com a data gravada no lado de dentro ajuda. as fotos do dia do casário ajudam. tudo conspira para você não esquecer. digo isso tudo porque vi hoje pelas rua de lisboa uma porção de caras, de namorados correndo. todos com pressa. comprando a primeira coisa que encontravam ao lado do caixa das lojas. milhares de pessoas, ok, centenas de pessoas que esqueceram que hoje era dia do namorado. no brasil, por motivos mercadológicos é em junho. o que fode ainda mais a cabeça de um brasileiro que mora aqui em portugal. mas é isso. se você é casado ou casada, chegue em casa hoje e chame ela ou ele para conversar. diga que você teve uma idéia. ou que você leu em algum lugar a história de unificar todas as datas. e parar com essa coisa, esse drama, dos presentes proporcionais a data em questão. a pessoa do outro lado da conversa, principalmente se for a mulher, vai fingir estar magoada. vai falar com uma cara levemente tristonha que gostava do esquema de comemorar todas as datas. todas as cento e vinte e sete datas. mas não fique abalado. no fundo no fundo, por trás daquela carinha de tristonha, ela vai estar gritando de felicidade. ela sempre quis falar algo semelhante para você. mas tinha medo que você achasse que ela era um tanto insensível. o namoro começa numa data.

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