e depois que ele terminou a última linha do romance, entrou em profunda depressão.
afinal, nunca mais iria digitar as características de maria, a heroína do seu livro.
por falar nisso, nunca mais digitaria o nome dela seguido de exclamações, interrogações, vírgulas e pontos finais.
ele ficou olhando para o calhamaço com as quatrocentas e tal páginas, deu um gole farto no vinho tinto e lançou a única cópia do livro na lareira. ele iria recomeçar a escrever o livro. tudo de novo. pois só assim para imaginar sua heroína novamente. essa era a única maneira de conviver com ela por mais algum tempo. antes de dividir a mulher mais perfeita que jamais imaginou-- com milhares de leitores.
sua editora teria que esperar mais um pouco. aquela era a quarta vez que ele reiniciava o mesmo livro-- na máquina de escrever que herdara do pai.
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