quarta-feira, fevereiro 07, 2007

salaminho e as pequenas e honestas piscinas de banha.

o salaminho é honesto. não, o salaminho é o alimento, em qualquer forma, mais honesto que existe no mundo. em qualquer país. se você olhar para um doritos desses laranja escuro, de queijo, você não enxerga a gordura. ela está lá, e você, de alguma maneira sabe disso, pois já notou que depois de consumir toneladas do mesmo, acaba desenvolvendo bolsas de gordura localizada que saltam pela calça. mas o doritos não te avisa, não fala, não coloca um neon sobre ele com letras garrafais que dizem: "gordura saturada. banha. 500 calorias." não, você tem que pesquisar você mesmo. se não estiver escrito nas letrinhas miúdas do verso, você talvez encontre um 0800 minúsculo escondido ou uma caixa postal para escrever perguntando a quantidade de banha que você está adicionando ao seu querido corpo. agora, voltemos ao salaminho. aquela rodela reluzente empapada em gordura que brilha à distância. aquele petisco, que faz parte da família dos frios no supermercado. o salaminho não tem vergonha de se expor. de falar com todas as palavras, "meu amigo, aqui contém duas colheres de sopa cheias de banha." ou "tá vendo estes pequenos círculos brancos? é banha." e você vai lá e compra. eu compro. todo mundo compra. pinga limão, junta com provolone e come. é uma relação honesta. você sabe o que está comendo e o fêla da pulta do salaminho não te engana. diz na lata coisas que sorvetes, biscoitos e manteigas se recusam. e não adianta entrar numas de retirar os pequenos círculos de gordura como se faz quando se retira uma azeitona de uma empada. é, porque se você entrar numas de tirar as piscininhas de gordura saturada do salaminho, ele deixa de existir. simples assim. é gordura pra caráio. e mesmo assim você compra. é uma forma de retribuir pela honestidade do fêla. salaminho é foda. é o alimento mais honesto que existe.

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