o telefone tocou duas vezes.
ela atendeu do quarto.
o marido atendeu da sala.
era para ela.
não para ele.
ela começou a falar.
ele, a escutar.
- linda!
- lindo!
- fofa!
- fofo!
- tô te esperando!
- já tô indo!
- loura!
- louro!
- ma-ra-vi-lho-sa!
e antes que ela respondesse no mesmo tom e conteúdo, ele largou o telefone, pegou a arma e subiu as escadas até o quarto. ela desligou o telefone e ele deu um tiro. deu dois.
ela só teve um último respiro, suficiente para responder a última pergunta dele.
- quem era no telefone porra!
- o meu cabeleireiro, cacete...
bela. a menina que se achava feia.
-
bela nasceu com um nome que descrevia seu rosto, sua pele, sua
personalidade. enfim, bastava bela se apresentar para todos entenderem quem
era ela. "bela, ...
Há 15 anos
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