terça-feira, abril 25, 2006

bratwurst.

desde moleque que eu me lembro das barraquinhas de salsichão nas festas juninas. duplos sentidos e conotações sexuais à parte, salsichão é bem bão. bom pra caráio. mergulhado na farinha, afogado no catchup, com aquela casquinha queimada. bom, e aconteceu que essa semana fui parar em hamburgo, na alemanha. anos depois do primeiro salsichão da festa junina, caí quase que por acidente numa ferinha dessas de rua. chuva fina. pessoal encasacado. e, a grande maioria dos locais brigando por um espaço numa barraquinha de salsichão. ou bratwurst como o alemão que estava ao meu lado gritava para o tiozinho que pilotava a grelha. o tiozinho com as bochechas vermelhas equilibrava um cigarro na boca, assim como os guitarristas das bandas de rock dos anos 70 faziam, e com maestria girava as salsichas na grelha. salsichas não, salsichões. e, conotações sexuais à parte, o negócio era grande. pedi uma. ou melhor, tentei pedir uma. acabei usando o dendo indicado da mão direita que apontava freneticamente para uma das salsichas sobre a grelha enquanto o da mão esquerda apontava para o sinal da parede que dizia "bratwurst". um alemão que estava ao meu lado já olhou enciumado para a grelha como quem diz: aquela salsicha ali é minha, pourra. mas tinha para todo mundo. ou quase. porque assim como eu tenho memórias dos salsichões das festas juninas, os alemães parecem ter similar relação afetuosa com os salsichões das feiras livres. ou seja, ou o tiozinho da grelha tinha o maior estoque do mundo de salsichões ou aquela pourra iria acabar nos próximos dez minutos. e eu, bem, eu não ia fiacar ali esperando ver a bosta que ia dar. multidões gritando, conotoções sexuais à parte, por um salsichão. e lá fui pelo meio da multidão com meu trofeu em mãos. um mini pote de mostarda na outra. comi rápido, porque eu sabia, que a qualquer minuto algum olho gordo iria lançar o meu salsichão no chão. bratwurst. festa junina numa pracinha em hamburgo. conotações sexuais à parte, salsichão bom pra caráio.

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