segunda-feira, abril 03, 2006

a bateria do celular e o presuntão.

a bateria do celular e o presuntão. estava eu, numa sala aqui no trabalho trabalhando quando, de repente a bateria do meu celular acabou, morreu, deu adeus. bateria do celular tem dessas coisas, morre. acaba quando você menos espera. quando você mais precisa. e é aí que entra a história do presunto. o presuntão do título deste textinho. é que uma vez a bateria do seu celular morre, você também some do mapa. ou pelo menos é assim que as pessoas tratam você. depois de umas duas horas com o celular sem bateria, cheguei na minha mesa e encontrei uns seis recados do tipo: "erick, está tudo bem?", "alô, alô, alô, é o seu pai, tá tudo bem, liga pra mim...", "algum problema, meu filho....?", "erick? erick? erick?!!" e por aí vai. dois dias depois encontrei um amigo no shopping e a primeira coisa que ele perguntou foi: "erick, tá zuzo bem?" e eu com uma cara de bosta: "mas, mas como assim?" e ele: "te liguei, e nada, caixa postal... achei que tinha acontecido alguma coisa..." e eu: "pourra, a bateria do celular acabou... e só." e ele: "ah, achei que fosse algo mais sério..." minha própria mulher, quando finalmente me encontrou no telefone fixo mais tarde, o telefone da minha mesa, estava cafuza: "nunca mais me assuste assim!" e eu: "foi a bateria, a bateria do celular... a bateria acabou..." e ela riu. uma risada nervosa, mas riu. meu amigo, a dependência que as pessoas têm com o celular hoje em dia é tão grande que não tem mais jeito. o seu celular está desligado, sem bateria, fodeu, você não existe. bateu as botas, o par de botinas. boa sorte explicando para as pessoas mais próximas depois que na verdade, realmente, tudo está ok com você. você está vivo, disponível, respirando com algumas batidas cardíacas. até porque, só para avisar os outros que você está vivo, demora pra cacete, afinal, sem bateria, você também não consegue encontrar o telefone, o número das pessoas. e sem número é impossível ligar para dar um sinal de vida. ou seja: quando a bateria do celular acabar, você vira um presuntão. daqueles com data vencida e dois dedos de capa de gordura.

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