terça-feira, outubro 04, 2005

a primeira cerveja é como aquele guerreiro que sai correndo na frente das tropas pronto para declarar guerra.

a primeira cerveja tem um papel muito nobre. a primeira cerveja é aquela que entra no seu corpo com o papel de abrir a porteira, ou portão. ela entra em território inimigo. um território até então habitado por refrigerantes, águas minerais e talvez leite. a primeira cerveja tem o papel de chegar no organismo do índividuo e avisar: "prepara a área que vem chumbo grosso!" é por isso que a primeira cerveja vem sempre seguida de uma estrondoso "ahhhhh!". esse som é uma espécie de sirene que esperneia e diz com todas as palavras que a partir daquele instante, muitas cervejas estão sendo geladas no freezer, exclusivamente com o objetivo de lutar ferozmente contra os ternos e as alatas temperaturas das tardes de sábados e porque não também as noites de quinta. a primeira cerveja é como aquele amigão do peito que quando chega na boate é o primeiro a chegar naquele grupo grande de mulheres. sem medo de ser feliz. abrindo espaço para todos os mais tímidos também terem chance de se dar bem. a primeira cerveja é como aquele cara que quando sente que a porrada é inevitável, respira fundo e parte pra cima. o que faz com que ele sempre tenha que responder aonde ganhou aquela cicatriz no queixo. a primeira cerveja simboliza tudo aquilo que nós queremos ser. destemidos, sem medo de ser feliz. sem medo de enfrentar o desconhecido. bom, você pode estar se perguntando: "caráio, esse cara está exagerando! pourra, nenhuma cerveja é isso tudo!" bom, é fácil você comprovar a minha tese. faça o teste. espere chegar quinta-feira. depois do trabalho. trânsito. entre num boteco. daqueles que conhecem você por nome. peça um chopp, uma cerveja, estupidamente gelada e, bem, você vai ver. a primeira cerveja é tudo. ou nada, sete segundos depois que o copo pousar na mesa.

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