segunda-feira, outubro 10, 2005

falsos diagnósticos. um serviço beneficente para acabar com as males da sociedade.

segunda passada acordei 6 e 30 pra tentar chegar na academia antes das 8. não sei se você tem o costume de ir a academia, mas é difícil acordar, escovar os dentes, lavar o rosto, colocar a lente, a roupa que você vai usar depois no trabalho, a da academia, tomar cafe, pegar o carro, estacionar o carro, subir o elevador, guardar as coisas no armário da academia, subir numa esteira e correr. porra, só de escrever essa rotina, eu fiquei cansado. sério, estou suando bicas. bom, vamos lá. como eu ia dizendo, é foda ir a academia. eu só vou por que, depois de um check-up, o médico me disse pra parar de putaria e levantar do sofá. sério, se ele não tivesse me assustado eu não levantaria 6 e 30 da matina nem com tapa na orelha (que você deve concordar comigo, é uma das piores dores que existem, um tapa de mão aberta na orelha.) sempre que eu me encontro correndo naquela esteira, tenho flashbacks do médico me dizendo: "erick, se eu fosse você começaria numa academia amanhã, para o seu bem, os índices de colesterol atingiram níveis... hmmmm... poderia dizer...... acima do normal!" sempre a mesma cena. sempre quando eu ameaço desligar a esteira e inventar uma súbita dor nas costas. funciona. o diagnóstico do médico funciona. mas funciona também, que hoje, lá estava eu novamente. bem, e com isso em mente, comecei a maquinar um novo negócio. uma espécie de serviço. "os falsos diagnósticos". não, eu não ia matar ninguém de susto, não iria receitar remédios desnecessários. é um serviço quase que beneficente. é mais ou menos assim: eu contrato um ator que passe por médico. uns 50 anos de idade, um tanto grisalho, com um óculos bifocal e uma certa preferência por canetas caras como montblanc. aí, eu alugo uma sala de escritório num prédio decente e abra uma clínica geral. uma recepcionista séria, uma sala de espera bem fornida de revistas e um café de dar inveja a qualquer vó. o serviço funcionaria da seguinte maneira: sua mulher não pára de fumar. você já insistiu, seu filho já insistiu e nada. ligue para gente. a gente resolve o seu problema. ligaremos para uma amiga da sua mulher, que como amiga, deseja o bem dela e pediremos para ela indicar esse novo médico maravilhoso que mudou a vida dela. e é aí que nosso serviço entra. sua mulher marca uma consulta. e depois de usar o estetóscópio, olhar a língua da sua mulher e pedir para ela repetir em voz alta "43", nosso ator-médico dará um "falso diagnóstico". ele colocará a mão sobre a mão da sua mulher e dirá: "se você não parar de fumar hoje, é melhor desmarcar a próxima consulta, não sei se você dura até lá..." a partir daí, drama, emocão, choradeira, e pimba, a mulher pára de fumar. "falsos diagnósticos", não sei, mas pode ser um serviço muito usado. assim que eu tiver com tempo, vou me dedicar a isso. uma outra fonte de renda, quem sabe. a não ser é claro, que este serviço já exista. e eu, correndo na academia, sou a maior prova de que ele já é um sucesso. médico fêla da puta.

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