baseado numa piada.
abre com um casal no momento em que eles, o marido e a mulher-- se sentam numa mesa de um restaurante bem fino. francês. Mas um restaurante fino, fino mesmo. duas estrelas no guia michelin. não três, mas duas. o suficiente para o prato sair bem mais caro do que se imagina.
e o cardápio é apresentado. o casal passa o olho de relance sobre os pratos e pede para o garçom recomendar.
- o chef recomeda o pato. sim, o pato.
o casal então fica com o pato. pato com molho de laranja para os dois.
minutos depois. não cinco, mas quase trinta... o pato chega a mesa. num prato daqueles decorados. com uma cenoura raspada num canto e abobrinhas em fatias quase transparentes no outro. lascas de gengibre. batatas em espuma e um bocadinho de purê de mandioca. e um molho de laranja fino, quase um caramelo desenhado sobre o pato.
mas antes de comer, o garçom pergunta se o casal gostaria de um pouco de suor sobre o pato.
e, como se fosse a coisa mais natural do mundo, sem achar nada nojento-- a resposta é positiva para ambos. o garçom então começa a correr no mesmo lugar, até que gotículas de suor formam na sua testa-- e então lança gotas fartas de suor sobre o prato. a mulher pede um pouco mais-- que ele acaba por capturar da base da nuca.
minutos depois, ele pergunta se o casal gostaria de uma pitada de catarro. novamente a resposta é positiva. ele então, fecha a entrada de uma das narinas com o auxílio do polegar e assopra uma rajada breve de catarro sobre cada um dos pratos. o casal agradece e segue comendo.
durante a refeição, ele ainda oferece uma pitada de cuspe sobre a salada e pêlos do suvaco sobre a sobremesa. e em ambas ocasiões o pedido foi aceito. e todas as vezes, o casal mandava elogios rasgados para a cozinha. sempre com um sorriso grande no rosto.
para finalizar, uma bufa, um peido do chef sobre a dose de conhaque digestivo dos dois. a taça de conhaque foi levada até a cozinha e-- com a porta ainda aberta-- eles viram o chef encher o copo de gases. nada muito barulhento. sutil.
e finalmente chegou a conta. o marido colocou os óculos de leitura e pediu para a mulher conferir. essa cena se repetiu duas vezes. até que ele, o marido, inconformado com algum dado da conta, chamou o gerente.
- o que foi meu senhor? em que posso ajudar?
- a conta.
- mas o que tem de errado com a conta?
- 68 euros por uma dose de conhaque?
- [silêncio]
- 68 euros!?
- meu senhor, deixe eu conferir este preço...
minutos depois ele volta da cozinha com um sorriso amarelo e diz:
- você me desculpe. mas o preço está certo. o chef disse que antes de bufar sobre o seu conhaque-- havia consumido uma porção de caviar.
- caviar?! ah, tá. você aceita visa?
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