sexta-feira, abril 15, 2005

o divórcio, o sucrilhos e a mulher do porteiro.

barulho de colher de sopa batendo contra o fundo de um prato de sucrilhos. tem som mais irritante? som mais pentelho? e o problemas é que esse som se repete várias, várias vezes quando você come sucrilhos e seus similares. a colher resvala no fundo do prato repetidas vezes. é, porque comer sucrilhos é uma espécie de ritual em que você repete a mesma ação com a colher, dezenas de vezes. tudo porque, o caráio do sucrilhos tende a ficar todo empapuçado com o leite e por isso agarra nas bordas e nas curvas do prato fundo. porra, então pra conseguir capturar um número de sucrilhos decente para preencher uma colher e matar a sua fome, lá vai a colher contra o prato. desengonçada, sem jeito. barulhenta. dia desses, comecei a pensar nisso durante o café da manhã. comecei a ficar com raiva de mim mesmo. eu estava me irritando. quase me mandeir tomar no cu. e foi aí que eu cheguei a conclusão que muita gente já deve ter se divorciado, brigado, se espancado, por causa dos sucrilhos. ou melhor, por causa do som irritante que é ter uma pessoa comendo sucrilhos do seu lado. é meu amigo, porque não é só o barulho da colher que irrita. como você sabe, sucrilhos se come com leite. e uma colher não é o melhor instrumento para beber leite. ou seja, é um negócio de fazer aquele barulhinho de “shhhhhhh” “shhhhhhh”. sabe? aquela chupadinha com biquinho em câmera lenta? então, agora some o barulho da chupadinha com o da colher estapeando o prato. putz, é de deixar qualquer um maluco. pronto. agora imagine isso tudo bem cedo. com sono. tipo 7 da matina. você puto de ter acordado cedo. com duas colheres de remela nos olhos e uma vontade louca de ligar para o trabalho e não falar coisa com coisa, gritando esporadicamente que o mundo está sendo invadido por aliens verdes alaranjados. nessa situação. nesse estado, todos os barulhinhos associados com o sucrilhos são uma dedáda na sáca. chato pra cacete. dia desses minha mulher comprou uma caixa de sucrilhos lá pra casa. no segundo dia eu dei a caixa para o porteiro do prédio.

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