terça-feira, maio 26, 2009

observações que podem fazer sentido ou não. 1




sempre que um taxista me pergunta se eu "tenho um caminho preferido", fico um pouco preocupado. não que todo taxista seja fêla da pulta. e também, o cara pode estar sendo simplesmente gentil. mas sei lá, a partir do momento em que le pergunta isso, e eu faço uma cara de "caráio, não tenho a menor idéia se existe um caminho melhor do que aquele que eu conheço." ou muitas vezes faço uma cara de "fodeu, ele sabe que eu estou perdido." acontece sempre. 99% das vezes. é aquele instante que dura seis milésimos de segundo em que, ao olhar para a minha cara pelo espelho retrovisor, o taxista fica sabendo que eu não sei picas sobre direção, estou quase perdido, e quase nas mãos dele. no rio de janeiro no brasil, se um fera perguntar isso para você na saída do aeroporto e você mostrar qualquer dúvida, fodeu. e como nasci lá, antes mesmo do fera fazer a pergunta, eu metralho nomes de ruas, avenidas, esquinas, sinais que podem estar quebrados, comento sobre uma obra que nunca foi terminada num bairro entre o aeroporto e o meu destino. e assim, ele olha pelo retrovisor como quem diz: "esse conhece!" e seguimos em frente. bom, como disse lá em cima, de maneira alguma acho todos os taxistas fêlas. muito pelo contrário, dependo dos caras para me locomover em milhares de ocasiões. e são provavelmente as melhores fontes de assunto do mundo. mas por algum motivo, sempre que surge a pergunta : "tem algum caminho preferido?" fico deitado com a cabeça para trás no banco, com o lábio inferior pressionando o superior, solto ar pelas narinas, levanto as sobrancelhas quase em câmera lenta-- e fico nas mãos do fera.

Um comentário:

Emilia disse...

o Rio tem um problema mais sério né, desculpaí, mas meu irmão mora lá faz 06 anos portanto falo com propriedade de irmã de paulistamorandonorio: os taxistas são (quase) todos assaltantes em potencial, só esperando um sujeito desavisado entrar no taxi para chamar os comparsas pra entrar junto também. é foda