ele sabia todas as estatísticas de todos os aviões. os acidentes por aeronave, cia. área, rota, data, estação do ano. tudo. só voava quando a combinação de todas esses dados garantiam um maior índice de segurança.
e sempre que, ao entrar no avião, surgisse alguma mudança, ele se levantava e abandonava a aeronave instantes antes da decolagem. exemplo: a cia. área havia dito que o avião era um boeing fabricado em 1989, mas se ele, ao sentar, descobrisse que aquele avião, com aquele tipo de tv só poderia ter sido fabricado depois de 1990-- ele fazia um escândalo e ia embora. tudo pelas estatísticas.
mas um dia, ao sentar na aeronave, ele se deparou com uma outra estatística: a que avaliava as chances de uma gostosa, solteira e simpática sentar ao seu lado num vôo de longa duração em que o filme de bordo era uma comédia romântica e a comida servida, um prato decente.
o avião não era o que a passagem dizia ser. e ele já havia ameaçado se levantar para ir embora. mas a gostosa que acabara de dizer "oi" e se sentar com um sorriso no rosto e um outro nos peitos, fazia parte de uma outra conta, de uma equação ainda mais difícil. muito mais rara.
naquele dia, ele teve que optar por uma das duas equações. a da aeronave daquela cia. área ou a da gostosa com um dedo de decote, carente, simpática e com um leve perfume de baunilha.
ele pensou nos deuses das estatísticas e mandou a primeira, a equação da aeronave para a casa do caralho.
afinal ele havia acertado na euromilhões acumulada do século. e como um seguidor das estatísticas, sabia que a chance daquilo se repetir era infinitamente menor do que a de qualquer acidente com aquela aeronave.
bela. a menina que se achava feia.
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bela nasceu com um nome que descrevia seu rosto, sua pele, sua
personalidade. enfim, bastava bela se apresentar para todos entenderem quem
era ela. "bela, ...
Há 15 anos
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