terça-feira, abril 24, 2007

o plano do metrô em lisboa.

descobri um plano maquiavélico aqui do metrô aqui em lisboa. na verdade é uma estratégia que eu já vi usada em prédios de firmas. é mais ou menos assim que funciona: o metrô está chegando na próxima estação, o condutor acaba de avisar. bom, é aí que entra o plano. todas as pessoas, silenciosamente vale ressaltar (depois de tantos anos executando o tal plano, tudo que basta é uma trocada de olhares para decidir, combinar quando colocar as engenhocas para funcionar)... mas voltando ao começo da frase... todas as pessoas, silenciosamente vale ressaltar, dão um passo para frente. não dois, não três. apenas um passo. o suficiente para disfarçar que o metrô está mais cheio do que parece. tudo isso para que você não embarque. para que você se cague e espere pelo próximo. um bando de fêla. não me entenda errado, os lisboetas são gente finíssima, é o pessoal do metrô que são um bando de fêla. esse esqueminha do metrô já me deixou esperando pelo próximo trem umas duas vezes. pensando bem, umas três vezes. ok, quatro. foi o tempo que levou para eu descobir, sacar, pegar os carinhas no contraopé. na verdade, quem fodeu o esqueminha, quem entregou tudo, foi um carinha. um estudante aparentemente com sono que demorou um pouco mais do que os outros para dar o fatídico passo a frente. o passo que iria mais uma vez me enganar. aquele passso que iria me deixar mais uma vez lendo o verso do mapinha do próprio metrô. azar o dele, e dos outros. no dia seguinte já não caí no esquema, no plano. entrei no carrinho como se ele estivesse completamente vazio. espaçozo, cotovelando, com um certo ar de "se foderam, descobri tudo!" a partir daquele dia nunca mais perdi um metrô. para ser sincero, até entendo a razão pelo plano. o porque inventaram todo o esquema. de manhã, cansados, as pessoas naturalmente não querem dividir aquele meio metro quadrado com qualquer estranho. dia desses eu mesmo entrei no esquema. segui o plano. dei o meu pequeno passo para frente. junto com os lisboetas. não porque também queria foder quem esperava pelo metrô do outro lado da plataforma. é que, num vagão com uma centena de pessoas, eu não queria ser linchado. o brasileiro filho daputa que entregou o plano para os outros turistas. o plano do metrô. já tinha testemunhado coisa parecida em prédios de firma. mas aqui no metrô de lisboa acontece todos os dias. em todas as estações.

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