quinta-feira, outubro 29, 2009

quase estradas.


e para não dizer que não tem nenhum post novo-- aqui vai uma série de fotos pelas ruas de lisboa.

notei que num certo horário, a luz do céu forma uma espécie de estrada-- que percorre sobre --as ruas estreitas que ainda estão cobertas pela sombra dos prédios antigos.
meio filosofada de bar, mas é algo por aí.

amanhã, com certeza.

o blog anda meio abandonado.
mas é apenas impressão. amanhã ele volta com (quase) a mesma frequência de antes.

quinta-feira, outubro 22, 2009

lisboa pela manhã

como tem faltado tempo para escrever, resolvi colocar aqui umas fotos de lisboa.
sem qualquer pretensão artística. nenhuma.

a série de fotos foi tirada entre 9 e 10 da manhã. num dia desses, acho que numa quarta-feira.
bom, e como esse blog é escrito daqui de lisboa, achei bacana postar umas fotos da cidade acordando. quase antes do dia começar.

quinta-feira, outubro 15, 2009

de longe e de perto. e vice-versa.

ele não enxergava nada bem de longe.
ela não enxergava nada bem de perto.
ele não notou quando ela sorriu do outro lado da rua.
ela não notou quando ele sorriu para ela-- ao entrar no elevador...

o horóscopo.

o dia já estava quase quase acabando.
o sol estava quase quase deitando no horizonte.
mas ela ainda acreditava.
afinal, o horóscopo daquela manhã-- dizia que aquele dia seria muito especial.
e que alguém igualmente especial apareceria na sua vida.

ela então decidiu esperar.
com um olho no sol e um outro logo abaixo-- no portão de entrada da casa.

entrando de mansinho em casa depois do bar.

a quantidade de pares de sapato deixado na entrada de casa por ele de madrugada-- era proporcional a quantidade de brigas que ela tinha com ele na manhã seguinte.

nuvens esparsas.

ela demorou quase uma hora escolhendo o biquini certo.
ele demorou quase um mês para tomar coragem e chamar ela para ir a praia.
a voz no rádio demorou quase um minuto para estragar tudo: "a previsão do tempo é de nuvens esparsas com chances de chuva."

quinta-feira, outubro 08, 2009

uma miragem e a timidez.

de longe ele observava ela.
ele e um amigo estavam sentados na praia. observando quem passava.
mas, parada, logo a frente, com os dois pés dentro d'água, uma menina observava ele de canto de olho. e enquanto ela chutava as marolas que quebravam nos seus pés, ele apenas observava. sem reação. do ponto de vista dele, cada movimento dela acontencia em câmera lenta.
depois de quase um minuto, quase sem piscar, o amigo finalmente fez um comentário. perguntou porque ele não levantava e ia lá falar com ela. tímido, ele não disse muito. levantou o ombro esquerdo na direção do lóbulo da orelha e disse algo como: - não sei.

ela sorriu como quem pede uma iniciativa. o amigo cutucou ele com o cotovelo e insistiu alguma reação dele.

ele então pensou na melhor desculpa. olhou para o sol que brilhava intensamente. notou o calor que nascia da areia quente e logo em seguida-- olhou para um relógio desses digitais grandes que fica nas ruas com publicidade e as horas. o relógio, que estava no calçadão da praia, logo atrás deles, gritava em letras digitais garrafais: 42º. ele olhou para ela novamente, soltou o ar como quem solta toda e qualquer esperança e disse: - uma miragem. ela é uma miragem. só pode ser.

poemas desconexos que não rimam.1


sábado de manhã.
café na rua-- perguntou ela.
não, em casa, claro, grunhiu ele.
pão velho, manteiga dura, leite fora do prazo.
"vizinho filho da puta, desgraçado!"
olha o palavrão, antônio cláudio!
o jornal da porta, roubaram-- só pode ter sido ele.
café na rua-- perguntou ela.


no estacionamento do shopping.

ele decorou as letras do estacionamento.
ele anotou os pontos de referência.
ele rabiscou o número da vaga.
ele gravou a cor do carro ao lado do dele.
ele lembrou de entrar e sair pelo mesmo elevador.

ele não conseguiu ir embora para casa.

ele esqueceu a chave dentro do carro.

diálogo de suspense barato de qualidade duvidosa.

- alô?
- olá.
- serviço de quarto?
- sim.
- ovos mexidos com aspargos. quarto 246.
- tem certeza?
- como?
- a senhora está no 244.
- como é que você sabe?
- posso ver no identificador.
- ok.
- e usando uma camisola azul clara, linda.
- como é que você sabe?
- posso ver pelas frestas do armário.
- como!
- brincadeira... mas o seu perfume é especial.
- como é que você sabe?!
- está vendo esta cortina atrás da cama?
- sim.
- olhe para o chão. está vendo os meus pés?

quarta-feira, outubro 07, 2009

a quase coluna do destak da semana

muitas vezes uma coluna que eu envio para o destak para uma semana, fica para a próxima.
é a natureza do jornal. as vezes, com a correria, a quantidade de notícias, reportagens maiores, e até mesmo notícias frescas-- a coluna é guardada para a semana seguinte.
mas neste caso, como esta coluna é sobre uma dica, um evento que vai acontecer no próximo domingo-- a coluna não tem uma sobrevida.
então, como ela não servirá para a semana que vem, resolvi publicar aqui.

o golo no parque mayer. ou no português falado no brasil, o gol...
para ser lida com a trilha sonora do filme carruagens de fogo.
ah, banda sonora = trilha sonora.
momentos de glória = carruagens de fogo.
remate= chute.
claque= torcida.

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O golo no Parque Mayer.

Devo um dos dias mais felizes da minha vida à banda sonora de Momentos de Glória. Eu tinha 8 anos de idade, levava a bola na direção do campo adversário. O coração palpitava e o juiz ameaçava inspirar o ar para dar o apito final. Aos 8 anos poucos momentos são tão importantes quanto um golo decisivo. Aos 8 anos, estes jogos marcam a vida de um garoto.
Sim, porque, para um menino de 8 anos, aquele é o momento mais importante do mundo, de todas as galáxias para ser mais exacto. O golo que pode separá-lo da glória com os amigos e a namoradinha-- da tristeza inexplicável.

Bom, neste dia, como você pode suspeitar pela primeira frase, eu marquei o golo. Foi lindo, foi no último segundo, foi mágico. Se eu hoje lhe contar como foi, a partir das minhas memórias, eu diria que deixei para trás 32 jogadores, e que depois acertei um remate de longe ao ângulo direito com o guarda-redes a cair em câmara lenta. E é aí que entra a banda sonora de Momentos de Glória. O filme era recente naquela época. A música de Vangelis marcou toda aquela geração.

Naquela manhã de Sábado, com a bola colada ao meu pé direito, eu não ouvia nada, a claque, os gritos, apenas a banda sonora do filme que tocava no volume máximo na minha cabeça. E foi cada nota daquela banda sonora, que me levou até ao golo. As bandas sonoras têm este poder. E neste domingo você tem a oportunidade de se reencontrar com muitas que o marcaram. No Parque Mayer às 21:00. A Lisbon Film Orchestra irá tocar alguns clássicos que com certeza já serviram de banda sonora para alguns dos melhores momentos da sua vida. Imperdível.

quinta-feira, outubro 01, 2009

a crônica do destak da semana.

a coluna da semana do destak é uma figurinha quase repetida aqui neste blog. o texto é novo. mas já falei sobre o restaurante aqui e no outro blog com dicas de restaurantes, o guia fucking fuckers. o outro textinho neste blog é sobre o sr. ramiro que trabalha lá. basta fazer uma busca com o nome "ramiro" ali em cima para conhecer um pouco deste sujeito nota 11 que trabalha lá.
bom fica aqui novamente a dica. chegou aqui em lisboa meio sem saber ao certo onde ir? farta-brutos. o prato? esse aí da coluna. (na outra coluna você vai encontrar um textinho sobre o figado de aves com macãs. que também é excelente. mas não é uma unanimidade como o prato da coluna desta semana.) ou chegou alguem para fazer uma visita? também. mas vá também se estiver com muita muita fome de comida e de um bom atendimento.