quinta-feira, abril 30, 2009

de volta.

- já decidiu para onde vai querer fazer a sua viagem no tempo?
- ainda não.
- não sabe se quer que o carro te leve para o passado ou para o futuro?
- acho que vou viajar para algum lugar perto só para testar.... um test-drive com essa máquina do tempo. lá vou.

som de carro arrancando. luzes fortes. marcas de pneu no asfalto.

- já decidiu para onde vai querer fazer a sua viagem no tempo?
- ainda não.
- não sabe se quer que o carro te leve para o passado ou para o futuro?
- acho que vou viajar para algum lugar perto só para testar.... um test-drive com essa máquina do tempo. lá vou.u.

som de carro arrancando. luzes fortes. marcas de pneu no asfalto.

- já decidiu para onde vai querer fazer a sua viagem no tempo?

....

você não quer mesmo subir?

quase duas da manhã. no jantar foram quase duas garrafas.
eles chegam ao pé da porta de entrada da casa dela.

ela convida para ele subir para o apartamento dela.
ele pergunta:
- café? para tomar um café?
e ela:
- não, para transar mesmo.
e ele:
- sincera você hein?
e ela:
- ingênuo você hein?

onde tomar a sua imperial quando chegar em lisboa.


uma das coisas mais complicadas para quem vai morar fora é o boteco. o bar. aquele esqueminha que o garçom te conhece pelo nome. ou mesmo pelo sobrenome. tem garçom que te chama pelo apelido. é aquele bar do "o de sempre". ou, se "o de sempre" estiver em falta, os caras sabem o que você gosta e recomendam algo igualmente inesquecível.

em são paulo eu ia religiosamente ao bar espírito santo. na rua horácio lafer com a salvador cardoso. o que é curioso pois o espírito santo era um bar português. é um bar português. com bacalhau dos bons. batatas ao murro. azeite português. petiscos lusitanos. é sensacional.

mas como você pode ver pelo título, a idéia é sobre o boteco de lisboa. boteco para comer petiscos, comida, batatas eu não tenho um preferido. mas boteco para encostar no balcão com um amigo para falar do futebol, ou dois para falar sobre nada, ou até mesmo uns quatro para falar sobre muita coisa-- esse sim, bar de balcão, esse eu encontrei. e eu até já falei do senhor que serve e é dono. se você fizer uma busca com as palavras "seu jaime" vai encontrar um textinho sobre ele.  mas é o bar do fera que é o assunto aqui. pastel, empanada, croquete, tremoços. mas o mais importante é a imperial, o chopp, estupidamente gelado. o nome do bar é ginginha das gáveas. o que, servirá como uma excelente desculpa para tomar uma ginja. mas depois de matar a curiosidade, foque na imperial. é gelada. é barata. é bem servida. e o local é no coração do bairro alto. ou melhor. numa das artérias um pouco antes do coração. o que significa que você pode ir lá antes e depois de circular pelas ruas do bairro.  concluindo, se você veio parar por essas bandas com saudade do bar, do boteco da sua cidade natal, procure o bar do seu jaime na rua das gáveas. nota 11.

terça-feira, abril 28, 2009

o presente.


- amor.
- oi?
- comprei um presente para você.
- é o que eu estou imaginando?
- não sei.
- um anel de brilhantes?
- não.
- um brinco?
- não.
- um carro, você comprou um carro!?
- não.
- é.... é....é.... tá vendo aquele cocô ali?
- caralho! você comprou um cocô?
- não, um cachorro.

tubarão.

- mãe?
- oi?
- você não tem medo?
- do que?
- de entrar no mar?
- claro que não meu filho. o mar está calmo.
- mãe?
- oi meu filho?
- você assistiu tubarão?
- assisti sim.
- em dolby stereo surround?
- sim.
- na tela plana hd de 72 polegadas?
- sim.
- e tava escuro?
- sim.
- [silêncio]
- [silêncio]
- mãe?
- oi?
- você não tem medo?
- [silêncio]
- [silêncio]
- [silêncio]
- [silêncio]
---

os copos.

em portugal é comum as pessoas falarem “vamos beber uns copos.” ao invés de “vamos beber uma cerveja.” acho curioso. a idéia de que as pessoas falam não do conteúdo. mas do objeto, do veículo que leva a bebida até a boca. mais cedo um fera aqui da agência comentou: "opa, vamos beber uns copos hoje?" e eu: "beleza. cerveja?" e ele: "uns copos. um. dois." acho bem interessante a ideia e a maneira de chamar para um chopp. "uns copos?"

quinta-feira, abril 23, 2009

a crônica do destak da semana. e amanhã nói posta mais.

passei uns dias em paris na semana passada. e como já tinha estado lá, partimos para programas meio improvisados. ou pelo menos programas que eu nunca tinha feito ou imaginado fazer em paris. o mais bacana deles foi a visita a um mercado de pulgas. é muito interessante conhecer a frança através das pequenas coisas que os franceses tem para vender nesses lugares. é um poster de uma propaganda antiga de um refrigerante que já não existe, um par de sapatos que é mais gasto na sola do lado de dentro do pé. uma senhora que costura enquanto vende vestido de 1900 e tal. recomendo. a coluna que saiu no destak esta semana foi sobre isso.

e como a coluna sai numa página que se chama "viagem"-- achei que era um boa dica para quem lê aquela página em busca de idéias para viagens.
algo por aí.


quarta-feira, abril 22, 2009

diálogo breve. 3


- mas fernando, eu não sabia que você chorava assim. eu nunca imaginei ver você chorando com tanta vontade. sempre achei você mais introspectivo e durão. mas chorão, não.

- porra mulher, e eu não sabia que o filme surpresa que você tinha comprado os ingressos era "marley & eu." não fode. [snif]

dialógo breve. 2

o garçom se aproxima e pergunta:
- e para o casal, o que será para comer?
e o rapaz, com os dois olhos concentrados sobre o decote impressionante da menina responde, na maior naturalidade:
- 7 dúzias de ostras, 4 porções de amendoim, e uma garrafa de água de dois litros para viagem.

diálogo breve. 3

- linda, você me ama?
- amo.
- posso te pedir uma coisa então?
- claro.
- qualquer?
- qualquer.
- pelo amor de deus. decide. ou a gente comemora o dia dos namorados. ou o dia do noivado. ou o dia do casamento. ou o dia em que eu pedi você em casamento. ou o dia em que marcamos a data. ou o dia em que casamos no cartório. ou o dia em que contamos para os seus pais.
- [silêncio]
- [silêncio]
- pronto. escolhi. o dia que eu te mandei para a casa do caralho.
- mas, que dia é esse?
- ué, hoje.

diálogo breve. 1

- mãe, de onde nós viemos?
- é, é... meu filho, ontem quando você entrou no quarto, acendeu a luz e viu o papai e a mamãe deitados bem juntinhos na cama com pouca roupa... você notou alguma coisa diferente?
- não.
- [silêncio]
- [silêncio]
- meu filho, nós viemos... bom, existe um pássaro, a cegonha...

terça-feira, abril 21, 2009

a crônica do destak da semana passada... e amanhã nói posta mais.

aqui em lisboa tem umas lojas cheio de stâile.
a rua do norte e a rua do século estão cheia delas.
bom, mas tem uma que fica na ruas das flores que é fucking fuckers.
a loja se chama bd mania. é fácil de achar, fica bem ao lado dos bombeiros. na esquina.
puta loja bacana.

essa é a coluna que saiu no jornal da semana passada.

e tinha toda uma história de como o mundo está na merda e que uma das coisas que mais precisamos está nesta loja. vale a pena a visita.



quinta-feira, abril 16, 2009

1,2,3 e

- mas a água está muito fria? não vou pular.

- mas olha o sol. observa  como ele bate na água. imagina como vai ficar essa foto. a gente com os braços para cima. o reflexo. as pernas no ar. essa foto vai ganhar a internet. as pessoas vão postar em blogs. no flickr. vão usar como proteção de tela do computador. a foto vai ficar linda.

- você tem razão. um, dois, três e...

quase deu certo.

a casa deles não era perfeita. mas era quase.
o quarto não era perfeito. mas era quase.
o banheiro não era perfeito. mas era quase.
a decoração não era pefeita. mas era quase.
a cozinha não era perfeita. mas era quase.

mas um dia eles se separaram. cada um para um lado.

porque ele não achava ela perfeita.
e ela achava ele-- quase.

quando ela subiu na balança.

- amor, olha para lá.
- mas qual é o problema?
- não quero que você veja quanto eu peso.
- mas você está linda.
- mas...
- amor... eu não me importo.
- mas é psicológico.
- psicológico?
- é, você não vai dizer nada. provavelmente dirá que ama e que eu sou linda de qualquer maneira...
- mas eu te amo.
- o problema é que você não vai conseguir controlar. uma vez que você descobrir o número exato, você não vai conseguir tirar ele da cabeça.
- [silêncio]
- [silêncio]

ela sobe num salto só.

e ele grita quase que involuntariamente-- no instante que o ponteiro da balança acelera na direção dos 80 kg:
- desce caralho!!!!!!

terça-feira, abril 14, 2009

o inventor que era inventor apenas na sua imaginação.

desde pequeno ele sonhava em ser inventor.

sua primeira invenção foi uma caneta que imitava a assinatura da mãe e do pai para assinar provas da escola com notas baixas. era uma bic azul.  mas era preciso muita prática até acertar a assinatura. e muitas vezes só colocando papel vegetal sobre a assinatura real para imitar com perfeição.
depois ele inventou uma maneira de ver a bunda de meninas na praia sem ser notado. o pai dele chamava de  "meus óculos escuros." e ele de "invenção para ver as bundas das amigas da minha irmã mais velha sem ser notado."

quando ele ficou mais velho ele inventou a piada que todo mundo ria. e como funcionava? bom, ele comprou um livro de piadas. escolheu a melhor. ensaiou, ensaiou. acertou o timing. testou com os amigos. os irmãos. os primos. e só contava a piada em mesas de bares regadas de cerveja. e só depois de duas rodadas de cachaça. e  só quando a maioria das pessoas na mesa torciam para o time que ganhou na rodada daquele dia.

quando casou, inventou  as duas desculpas mais usadas no mundo: "estava trânsito meu bem, desculpe pelo atraso." e "eu estava numa reunião e não podia atender o celular." e provavelmente  também uma das mais usadas no mundo-- para o chefe: "o computador deve estar com algum problema, eu juro que tinha este documento pronto."

Inventou a ultrapassagem em alta velocidade na estrada. que consistia em acelerar e colocar o farol alto ao mesmo tempo. assim os carros a sua frente saiam rapidamente. invenção que só funcionava com carros rápidos. inventou o extra cheese burger. uma invenção deliciosa em que consistia de colocar não uma, mas duas fatias de queijo entre a carne e o pão. inventou o café super hiper forte. simples. ele colocava o dobro de pó de café na hora de fazer o seu. 

inventou de tudo um pouco. e poderia ser milionário. ou melhor, bilionário se tivesse patenteado qualquer uma das suas invenções.  mas ele, era tão destraído que nunca preencheu a papelada. ou pelo menos era essa a impressão que ele tinha na sua cabeça. foi a falta de preencher a papelada destas patentes que fez com que ele nunca tivesse as glórias do maior inventor de todos os tempos. felicidade mesmo, ele tinha quando inventava mais alguma coisa. sempre genial. você provavelmente já usou uma invenção dele hoje. a invenção de dormir mais cinco minutos depois do alarme tocar, por exemplo-- é dele. 

o livro de reclamação português.

tem um negócio que eu acho interessante aqui em portugal. não acho perfeito. mas interessante. é o livro de reclamações. e o que é este livro? bom, você sentou num restaurante e a comida demorou uma hora? ah, não só demorou uma hora como serviram o fera da mesa ao lado antes, apesar do fato do fera ter chegado meia hora depois de você? livro de reclamação nele. você levanta a mão e pede para o gerente trazer até a sua mesa o livro de reclamações. um livro que você escreve exatamente o que aconteceu: "eu cheguei no restaurante e serviram um fêla da mesa ao lado antes de mim. e isso contando com o fato do fêla, além de ser um fêla, ter chegado depois de mim..." no dia seguinte, por lei, o restaurante é obrigado a levar o tal livro (que na verdade é um caderno A4) num local pré-determinado. lá a reclamação será julgada ou anotada. se o restaurante acumular muitas reclamações, sinal de que tem alguma bosta rolando lá. hora de fazer uma inspeção. ou, se a reclamação envolver rato fazendo sapateado sobre a salada, intervenção imediata. se você que está lendo isso mora no brasil deve estar pensando: "nem fudendo erick. duvido que você segure a onda e pede um caderninho para escrever uma bronca ao invés de gritar.... duvido." é curioso. e assim sem ter testemunhado uma cena destas, você nunca iria compreender. mas eu que já vi pedirem, já senti o drama. a música pára. as pessoas prendem a respiração. o gerente olha com carinha de dor e de cachorrinho abandonado na tentativa inutil de frear a caneta do cliente puto. não funciona em qualquer lugar. mas é no mínimo curioso. o poder de um livrinho com este nome. ou seja, se você estiver por essas bandas e estragarem o jantar a luz de velas em que você pediria a mão da sua ex-futura mulher em casamento-- o livro de reclamação é de fácil acesso. é só pedir. mas só se precisar mesmo. ou se não rola a inspeção. belê?

quinta-feira, abril 09, 2009

escute sempre a sua mãe.


a mãe, como sempre, insistiu que ele levasse o casaco.
mas ele puxou o pai, era teimoso.

sabado, sol, sandra e maria


ele nunca perguntou o nome das duas. (sandra e maria)
nunca perguntou de onde elas eram. (do rio)
nunca perguntou se tinham namorados (sandra não. maria sim.)
nunca perguntou se elas ficaram interessadas nele. (sandra não. maria sim.)

passaram um fim de semana na casa da tia de uma delas. ele fora convidado por um amigo de um amigo que teve que voltar antes para são paulo para uma reunião.

dormiram os três na mesma cama. ele, sandra e maria. nesta ordem.
e ao fim de três dias cada um foi para o seu lado.

aí ele perguntou se podia tirar uma foto.

mas nunca perguntou se a foto-- contra a luz do sol-- atrapalharia a revelação. (atrapalhou).

eu também tenho.

ele se recusava a comprar um ipod.
"eu também consigo carregar 10.000 músicas para todos os lados! quer ver?" e sempre que alguém aceitava o desafio, lá vinha ele carregando sua coleção inteira de lps.

e lá de trás da pilha era possível escutar ele resmungando: "ipod de cu é rola."

quarta-feira, abril 08, 2009

a crônica do destak da semana.


as colunas do destak são sempre experiências minhas. dicas, restaurantes e tal. afinal a coluna sai num caderno de viagens do jornal. ou melhor, na página de viagens.

essa semana pedi para o renato e a luciana que trabalham aqui-- se eles tinham algumas dicas interessantes.

bom, a coluna dessa semana sai com o título "três brasileiros em lisboa" por isso. eu escrevi. mas as dicas, são dos dois.

sexta-feira, abril 03, 2009

o problema mesmo não era virar lobisomem, mas a pourra da monoselha

não estudaram...


as quatro não estudaram para a prova.
mas as quatro passaram-- e com as melhores notas-- na aula do professor geraldo.

camiseta muito boa.

cesta de 3



faltavam 2 segundos e alguns centésimos para acabar a partida. o time dele perdia por um só ponto. ele podia entrar no garrafão e marcar dois. dois pontos. mas não, naquele dia ela estava na arquibancada assistindo o jogo. depois de tanto tempo, ela veio. ele olhou de canto de olho para ela e tentou uma cesta de três.

errou.
mas ganhou a menina.