quinta-feira, julho 31, 2008

mais um textinho no sucrilhos de bola. a manhã seguinte de joemir. ah, joemir.

filmes que eu nunca vi, mas finjo que vi.


existe uma lista de filmes que eu nunca vi. mas que eu finjo que sim-- que eu um dia estava numa sala de cinema de frente para uma tela em que o tal estava passando. não é um defeito grave de caráter. pelo menos eu acho que não. eu explico. vai que faz algum sentido e você me entende. existem ciclos de filmes. cada quinta ou mesmo sexta-feira, começa uma série de filmes num cinema perto de você. muitas vezes no verão e no final do ano, o número de estréias aumenta consideravelmente. digamos que você assista um por semana. o que já é um ritmo impressionante. ainda restam alguns. ok, eu sei também que tem muita bosta por aí. mas vai que no mesmo fim de semana estréia o "iron man" e logo no seguinte, "indiana jones". dois filmes que todo mundo esperou alguns anos para ver e agora é aquela coisa, convencer a mulher ou a namorada a ir assistir um filme com mais explosões do que diálogos. convencer que o tal filme com o carinha de "grey's anatomy" é bem mais ou menos-- apesar de saber que ela, a sua namorada vai gostar muito mais da comédia romântica. ok, aí você assistiu um dos dois filmes, e sobra um. no fim de semana seguinte você teve um compromisso sexta e sábado e no domingo você estava cansado. não se esqueça, tem mais uma leva de filmes te esperando no cinema. aí no fim de semana seguinte você decide que é hora de voltar ao cinema. mas aí tem um problema, além dos filmes da semana anterior e do "indiana jones", tem agora mais uma caráiada de lançamentos com poster gigantes e nas melhores salas. o indiana jones, por exemplo já não esta na sala grande e talvez não tenha todas as sessões. aí você soma os filmes mais complicados de encontrar num cinema, os tais filmes alternativos. que ou você vai assistir num lugar um pouco mais distante e que tem apenas uma sala ou vai ter que alugar numa locadora com horários estranhos. e o tempo vai passando. você vai perdendo mais filmes. os filmes que você sempre quis ver mas não conseguiu ficam numa pilha num canto remoto da sua cabeça. e quando você vê, a lista é quase impossível de ser domada. um filme tem, pelo menos duas horas. alguns um pouco menos. e muitos desses "raros", independentes, mais do que duas. aí meu amigo, você precisa de tempo. e o tempo, como você sabe, é um pouco raro. aí, a única coisa que resta é mentir. até para não quebrar o ritmo de uma conversa. não para parecer que você é culto e fucking fuckers. o importante é mentir com sinceridade. nunca tentar elaborar numa teoria sobre um filme que você leu em algum lugar se você não assistiu o mesmo. nunca cagar regra sobre um filme desses. o que eu faço é balançar a cabeça levemente quando uma conversa de bar surge sobre filmes como "elephant" do gus van sant. todos os do piratas do caribe. até mesmo o "cinema paradiso". o indiana jones novo também. a lista é gigante. e por aí vai. filmes que meio mundo viu, e para eu não ter que passar o resto da noite e sete chopps tentando explicar como eu não vi cinema paradiso, eu simplesmente balanço a cabeça e finjo, ok, minto que eu vi o filme.

o ovo frito. a receita do cara mais fucking fuckers do mundo.


nunca comi nada que foi cozinhado pelo ferran adriá. nem mesmo por seus pupilos. nem mesmo um prato que tenha a sua receita. nem mesmo na ibéria, a cia. aérea espanhola que tem um esqueminha com ele. o esqueminha da ibéria é um sanduba mais chique trips. sanduba este que foi idealizado pelo maior chefe do universo. mas eu dormi, peguei no sono numa viagem que fiz para madrid e não consegui abocanhar o sanduba. ah, sanduba que neste caso, por ter sido criado pelo fera, mesmo sendo uma refeição rápida de avião-- custa uns 7 mangos. euros. mas como você pode ver pelo título e pela foto abaixo, este post aqui que você está lendo é sobre o ovo. eu não me considero um chef, nem mesmo um cozinheiro mediano. quebro um galhão. ou um galhinho. bom, mas sempre fui ruim para cacete, pelo menos no que diz respeito a um ovo frito. não sei fazer sem quebrar o filho da puta. e quando não quebro, a clara fica cheio de melequinha. ou a gema dura. é foda. aí, nesse fim de semana, lendo o público, encontrei uma coluna em que o jornalista teve a generosidade de colocar a receita do ferran adriá para fazer um ovo frito bem acima da média. e aí está. e acho que é aquela coisa, clicou sobre a foto, aumenta a bagáça, melhora a leitura, melhora o seu café da manhã. que aqui em portugal, é o pequeno almoço.




terça-feira, julho 29, 2008

don't stop believing. o maior one hit wonder de todos os tempos. cantado no family guy.

estava aqui fuçando o youtube atrás de exemplos de one hit wonders e encontrei uma cena do family guy cantando a música num karaokê. taí, a maior prova que uma música é um one hit wonder é uma sátira no family guy. um desenho animado que, numa boa, sem putaria, é dos melhores programas que têm na tv. ok, estou cagando um pouco de regra. mas vá por mim, puta programinha doidjo e engraçado para cacete. aqui em lisboa passa na sic radical ou na fox. mas você encontra caixas e caixas com dvds socados com episódios. fucking fuckers.


------ à distância.



ele era um voyeur. pela definição da palavra, ele era sim um voyeur. mas não um voyeur daqueles que espiam tudo e todas. ele tinha um foco. apenas uma pessoa. uma vizinha. ele não se importava com o casal do apartamento do andar de baixo-- que gostava de andar sem roupas pela casa. do outro lado da rua, ele só tinha olhos para ela. para a janela do quarto dela. e ele não se sentia culpado. ela não tinha cortinas. o que o levava a pensar que sim, ela sabia que estava sendo observada. ela tinha o costume de andar pelo quarto nua-- apenas com a toalha enrolada na cabeça. "loira? morena? ruiva?" ele não sabia a resposta. mas sabia que ela era especial. tinha o corpo perfeito. certa vez ao sair do banho, ela andou na direção da janela e ficou ali olhando lá para o outro lado, como se soubesse. outra vez, após o banho, ela andou pelo quarto nua, por quase 15 minutos agarrada a um telefone sem fio. e isso, com as luzes da mesinha de cabeceira-- devidamente acesas. ela sabia, ele tinha quase certeza. meses depois que esta relação separada por uma avenida começou, ele comprou uma luminária para o seu quarto. 60 watts de potência. a estratégia era relativamente simples: mais luz, mais reciprocidade. se ela continuasse a se trocar sem se preocupar, era sinal, ou quase uma prova de que ela sabia. e ela continuou. duzentos metros separavam ele do amor da sua vida. ele mudou o guarda roupa. cortou o cabelo num lugar da moda. perdeu peso. alguns amigos notaram. e com isso em mente, um casal de amigos o convidou para um "blind date". um encontro às escuras. o amigo convidou ele. e a mulher do amigo, convidou uma amiga, para um jantar. a idéia era apresentar um ao outro. a mais pura coincidência. ela, a mulher do outro lado da rua-- era a amiga que queriam apresentar. mas, infelizmente, como ela, agora, tinha um vasto cabelo loiro enquandrando o seu rosto-- ele não reconheceu. "não custa nada. parece simpática." pensou ele. bom, depois do "oi!" dela e do "oi." dele. depois de uma garrafa de vinho divida entre os 4. e mais uma-- dividida entre os dois homens. depois de duas horas de boa conversa, a mulher do amigo-- após voltar do banheiro com a amiga-- perguntou baixinho se ele estava interessado. e, para a surpresa dela, e depois, da amiga, todos ficaram sabendo que ele estava na verdade comprometido. "um namoro-------- à distância." ele revelou, sem dar muitos detalhes.

one hit wonders

nada traduz melhor um único momento na sua vida do que um "one hit wonder". melhor, melhor, nada traduz um ano específico na sua vida, do que um "one hit wonder". one hit wonder para quem não sabe, é exatamente isso, uma banda ou um grupo que teve apenas uma música de sucesso. mas o importante aí não é que eles tiveram UM sucesso. é que este sucesso foi estrondoso. o mundo inteiro escutou a música repetidas vezes, bilhões e vezes, sem parar, durante um ano inteiro. um pior, um mês inteiro, um verão inteiro. "take my breath away" daquela banda bem sem vergonha chamada berlin. pourra, essa música tocou para cacete e sem parar. e depois o grupo sumiu. quer ver um outro "one hit wonder"? aquela música "unbelievable" de uma banda chamada emf. "take on me" do a-ha. uma clássica, "ice ice baby" do vanilla ice. e por aí vai. a lista não tem fim. e a culpa não é dos caras. o problema do "one hit wonder" é que o sucesso é tão mas tão grande que é impossível chegar aos pés daquela música novamente. tem a pressão é claro. mas também, as vezes, o momento em que a tal música atingiu o topo das paradas universais. um momento único que não se repete nem a porrada. e que era especial para aquela música atingir a estratosfera de marte. exemplo: a música do berlin. ela estava na trilha do filme top gun. numa época em que o tom cruise era o queridinho do mundo. num filme que quebrou zigalhões de recordes de bilheteria. então você soma, top gun, tom cruise beijando a mulher com o sol se pondo ao fundo e um filme com os cinemas cheios de adolescentes com um walkman na mochila, e nasce o "one hit wonder". e tem umas bandas tipo the wallflowers com o filho do bob dylan nos vocais. os caras acertaram com "one headlight". venderam uns 8 milhões de cds. agora, além da pressão de ser filho de um cara com um sobrenome como o dele, o jakob dylan ainda tem que superar o tal sucesso de vendas numa época em que ninguém mais compra um cd numa loja. mas voltando ao início do textinho. a melhor parte dos "one hit wonders" é realmente a viagem no tempo. mas não no tempo figurativo. a beleza do "one hit wonder" é colocar você com precisão em algum momento de 1985 com o tema do filme de volta para o futuro do huey lewis and the news-- por exemplo. ou o verão de 1997 com a música "you get what you want" dos new radicals. é por isso que eu recomendo, faça uma busca em qualquer site que você encontra coletâneas com as melhores 100 dos anos 80 ou anos 90. é sensacional. vou colocar aqui no esqueminha do youtube uma janelinha com a música "don't stop believing", da banda journey. provavelmente o maior "one hit wonder" da história universal de todos os tempos.

sexta-feira, julho 25, 2008

o duelo de quem é mais cool para caráio do bairro alto.


o duelo. a loja da adidas vs. a loja da nike.

antes, na rua do norte--aqui no bairro alto-- só tinha a loja da adidas. uma loja de adidas originals de quebrar o orçamento de qualquer adolescente ou jovem ou mesmo um sujeito como este que escreve com seus trinta e poucos-- atrás de um par de um tênis adidas meio vintage, meio retrô. a loja da adidas é grafitada por algum artista desses fudidos do meio underground zambers de grafiti. a vendedora se veste com a roupa mais cool do universo, de adidas originals da cabeça aos pés. bom, a adidas reinava na bagáça. de uma semana para cá, no quarteirão da frente, apareceu uma loja da nike com o mesmo estilinho. meio nikes raros, nikes difíceis de encontrar, nikes fucking fuckers. a loja não tem cara de loja, o vendedor tem cara de skatista ou guitarrista do rage against the machine. esses dias, curioso com o duelo. com a nova loja da nike, entrei. me fodi bonito. saí de lá com uma caixa debaixo braço e a certeza que não posso nunca mais entrar lá. porque você sabe como é que funciona, quando é vintage, raro e o caráio, a pessoa pode cobrar mais. não tanto mais. mas cobra mais. e as pessoas do outro lado do caixa, pagam. agora é assim. no segundo quarteirão da rua do norte, aqui no bairro alto tem a loja da adidas originals-vintage-raros-"pourra que tênis do cacete". e, um quarteirão e meio, do outro lado da rua do norte, tem a loja da nike edições especiais-"cacete ainda fabricam esse modelo." cada uma brigando, mirando por um espaço ao redor dos pés da molecada e do sujeito que está catando essas letrinhas no teclado.

monty python e a piada mais engraçada do mundo.

certa vez escrevi aqui que tinha comprado a caixa com todas as temporadas. ainda estou na segunda. e, lá no meio de uma das duas primeiras temporadas, tem o sketch mais famoso deles. ou, se não é o mais famoso, pelo menos foi o que mais me contaram antes de eu ver o dito cujo no dvd. é o da "piada mais engraçada do mundo." fudido. mais de 40 anos depois o negócio continua pertinente e engraçado para cacete. eu acho que todo mundo deveria ter a caixa dos caras em casa. começou a chover? aperta play na bagáça. os filmes novos do cinema no fim de semana são bem mais ou menos? aperta play na bagáça. pourra, é a piada mais engraçada do mundo, sem trocadilho algum, é bem engraçada.



outro sketch muito engraçado do monty python.

coisas.



o patolino e o pato donald são muito mas muito parecidos. a personalidade é idêntica. são dois patos. e desenhos animados.


barrinhas de cereal sabor frutos do bosque deixa você ainda com menos culpa. tem poucas calorias e ainda por cima não é qualquer tipo de fruta quase industrializada não, meu amigo. é do bosque. frutos que foram cuidadosamente apanhados no bosque.


o teclado novo da apple é complicado. é branco cristalino. deu mole, suja a bagáça. ou você se sente um pouco mais sujo, ou limpa as mãos umas dez vezes por dia.


dia desses no "sr. jaime" que na verdade se chama "ginjinha das gáveas"-- tomei uma ginjinha com suco de limão e gelo. sensacional. não sei se você já tomou ginjinha. mas assim, é ainda mais fucking fuckers.


tem um esqueminha perto da agência, uma escola de freiras. e lá dentro, no quarto andar, tem um refeitório. que fica num prédio espetacular. com vista para o rio. a comida é boa. o preço muito barato. e você ainda sai de lá com a sensação de que fez uma boa ação. esqueminha bem interessante.


dilema. me mudei para um lugar que a noite, depois de um dia de trabalho, as vezes parece longe para andar e é muito perto para pegar um taxi sem o taxista ficar puto.



o pessoal da ben & jerry's aqui de lisboa inventou um esqueminha para ajudar a venda do café no verão. café com uma mini bola de sorvete dentro. bem interessante. no lugar de um saquinho de açúcar, uma bolinha de sorvete.

comprei lá para casa uma caixa de sorvete dulce de leche da haagen dazs. mas, essa caixa, particularmente veio com algum defeito. a máquina responsável por adicionar doce de leite, exagerou na dose. tem muito mais doce de leite que o normal. quase o triplo.




depois de tomar um café, estou tentando pegar o hábito de mastigar um trident white.
o café mancha, o trident white vem e dá um tapa.


fui almoçar hoje num lugar em que eu tinha que pagar a conta de tudo ants de sentar. isso, não ee novo. mas o cara incluiu o café no esquema. ou seja, meia hora antes de terminar de comer o almoço eu tinha que ter uma idéia se eu ia querer ou não tomar um café depois de comer. estranho. mas como não tinha muita opção, paguei a bagáça.


na fórmula 1, a largada é dada depois que a luz vermelha apaga. não tem luz verde. é o vermelho apagar e pimba. se eu fosse piloto de fórmula 1, tenho certeza que iria, incontáveis vezes usar a mesma desculpa com o diretor da equipe: "pourra, fiquei lá esperando a luz verde, e nada."


esses dias coloquei o alarme para tocar 9 da manhã. e eu acordei 9 da manhã. outro dia, precisava acordar mais cedo e coloquei para tocar 7 da manhã. e eu levantei, 9 da manhã. moral da história: a única diferença entre colocar um alarme para tocas às 9 e às 7 da manhã é a quantidade de vezes que você vai apertar o botão do snooze.










tem gente que faz malabarismos, ou pelo menos algum esforço para tirar a pele do tremoço antes de comer. eu nunca tirei a tal casquinha. ainda não entendi qual é o problema em comer com casquinha e ainda não deu nenhum revertério disgestivo.


o flamengo perdeu duas e empatou uma. três partidas, um ponto. mas continua líder. foi bom, enquanto durou.


no universo das carnes, o roast beef e o bife à milanesa são primos bem distantes. primos de sétimo grau. são seres completamente dieferentes apesar de serem a mesma coisa.


comprei uma escova daquelas com motorzinho. daquelas que passa a noite recarregando para você escovar pela manhã. a velocidade que a bagáça move é impressionante. não existe ser humano capaz de escovar com a mesma intensidade que ela. a minha dentista sugeriu esse esqueminha para eu não ter que passar por uma limpeza torturante ano que vem. eu, se fosse dentista, faria um lobby para tirar este produto do mercado. não existe tártaro que consiga vencer esta escova com motorzinho.



cheguei para estacionar o carro na minha vaga e tinha um carro no lugar. estacionei na vaga ao lado-- que deve pertencer a alguém. coloquei dois bilhetes. o primeiro, no carro que estava na minha vaga: "opa, tudo bem, acho que você está na minha vaga. você pode me ligar para tirar esta dúvida?" e o segundo, colado no vidro do meu carro que está estacionado na vaga de alguém: "opa, tudo bem, acho que estou na sua vaga. você pode me ligar para tirar esta dúvida?" até agora, nenhuma ligação.


salada de presunto de porco preto com maçã caramelizada e azeite balsamico, tem lá no restaurante "porco preto". fucking fuckers. não saiu nessa coluna aí do destak porque eu só conheci ontem. se você está numas de não perder mais uma calça jeans. mas está numas de comer um porco preto. vai fundo nesta salada.




pedir uma meia garrafa de vinho é foda. o preço dela é uns 30% mais barato do que uma inteira. e, obviamente, vem com 50% a menos.


existe um prato aqui em portugal chamado "pastel de massa tenra". é um pastel de carne com uma massa um pouco mais leve. mas a pourra do nome, dá a impressão que a sua avó mais querida passou a tarde debruçada no balcão da cozinha fazendo a massa para colocar o seu recheio favorito dentro.








a coluna do jornal destak da semana

terça-feira, julho 22, 2008

eles quase se encontraram.



eles se encontraram no parque de diversões.
na fila da maior montanha-russa jamais criada pelo homem.
"eu tenho medo. desisti. pode passar a minha frente na fila." disse ela. ele pressionou os lábios contra os próprios dentes como quem diz: "queria dizer que eu estarei lá para proteger você, mas não tenho coragem." ela olhou para o chão e em seguida, para cima-- sem mover a cabeça-- com um pouco de esforço. uma mistura de vergonha com flerte. ele coçou atrás da orelha direita com o indicador em busca de algo, uma frase, um comentário. e com medo de falar alguma besteira, ficou ali, calado. ela também.
a fila andou. ela, não.
e,minutos depois--- naquela foto clássica, que registra a expressão da pessoas na maior descida-- da maior montanha-russa jamais criada pelo homem... ele era o que mais gritava.

um sapato preto.

certa vez escrevi aqui sobre um sapato preto que eu tinha. ele ainda existe. é o mesmo. e continua inteirinho. ok, nota oito e meio. o negócio é que eu só uso ele duas vezes por ano. ano passado eu usei uma só, para você ter idéia. e eu tive sorte, quando comprei o fera--- ele--o sapato--, já tinha um traçado quase moderno. um pouco quadrado, com pontas quase arredondadas. sola dura que segura a onda. e como eu só uso ele em ocasiões em que a presença dele é obrigatória, ele está aí. acho que esse mês que passou, o fera completou 7 anos de idade. e, se você procurar no meu armário inteiro, e em todas as caixas de coisas que ficaram para trás no brasil, não encontra nenhum outro exemplar. é um par de sapato preto e só. e acho que, assim deve continuar. bom, resolvi escrever sobre o par de sapato preto pois ontem, ao passar por uma loja a caminho do trabalho vi, de longe, uma promoção dessas de 70% numa h&m. logo abaixo, um sapato preto. me aproximei. olhei para o preço e para os 70% pendurado logo ao lado. fiz as contas, e por pouco não comprei. pensei uma, duas, três vezes e resolvi não comprar. resolvi seguir com o sapato preto solitário lá do armário. o féra já enfrentou uns 18 casamentos, noivados, reuniões comigo. e nunca, nunca me deixou na mão. nunca saiu de moda. e o mais importante, depois de todos os casamentos e festas em que esteve presente-- me levou para casa ao fim da noite. ou seja, não posso abrir mão dele. são muitos anos juntos. certa vez escrevi aqui sobre um sapato preto que eu tinha.

receita de uma quase sangria para quebrar um galho quando você está com preguiça para fazer uma.



vinho rosê ou branco ou verde. mas a bagáça tem que estar gelada.

pegue um copo grande de vidro e coloque uns três dedos gordos de vinho.
adicione umas 4 mini icebergs. não pode ser gelo, pequeno, bunda de frigobar.

depois, suco tipo compal desses que mistura dois tipos de fruta como manga e laranja, papaia e morango. agora uns dois dedos magros de suco.

agora pegue uma água gasosa tipo água das pedras, e adicione dois dedos.
use uma colher para dar uma chacoalhada e jogue dentro uns três cubos miniatura de maçã.

eu não sei se você vai marcar assim muitos pontos com a patroa. não é um esquema gourmet. mas vai marcar pontos com você mesmo. num dia de calor, e cheio de preguiça, você vai ter uma quase-sangria. e é fácil para cacete de fazer sem fazer aquela cagada toda na pia. e sem ter que cortar sete frutas diferentes-- a tempo do gelo não derreter.

o calor e duas idéias.



em lisboa nessa época do ano, o termômetro sofre. meias mais longas são expulsas. o suor aparece assim meio sem muitas cerimônias. e o desodorante trabalha um dobrado. entrei numas de andar para o trabalho. é uma maneira de colaborar com as quotas de exercício que um dia um médico disse que eu deveria praticar. quinze minutos andando por dia, mais as andadas até a máquina de café, o banheiro, a água e a máquininha que vende biscoitos. assim, arredondando, e com uma certa boa vontade, eu chego perto dos 30 minutos de exercício diário que o fera um dia sugeriu. bom, mas o calor aqui em lisboa, como eu disse lá em cima, está foda. acho que a prefeitura poderia espalhar pela cidade alguns pequenos stands, pequenas mesas, como nas maratonas. com copinhos de plástico de água. você fez uma curva depois de cinco minutos numa subida? pimba, encontra uma mesinha da maratona com água gelada. dez minutos andando -- sem sombra-- e de calça jeans? e quando você ameaça desabar no chão, aparece no horizonte uma mesa com água gelada. vamos chamá-las de mesinhas de maratona. se eu tivesse qualquer influência nas leis, em qualquer coisa, esta seria a primeira idéia na lista de medidas para o próximo verão. a segunda idéia, e só para manter o tema maratona, contrataria uma galera para ficar nas portas dos trabalhos fazendo festa quando cada funcionário entrasse. com direito a ser enrolado naquele cobertor de papel laminado para baixar a temperatura do corpo. uma medalha de participação ao redor do pescoço. e uma foto com o tempo registrado do minuto da largada na porta de casa até a chegada sob o sol de 40 graus na porta do trabalho. apenas algumas idéias.

quinta-feira, julho 17, 2008

museu efêmero em lisboa. um programa fucking fuckers.







pourra, não sei se você quando visitou lisboa, conheceu o bairro alto. se não conheceu, tem que conhecer. um puta esquema sensacional com ruelas que cortam e costuram. bares, bares, e tascas e restaurantes escondidos e lojas cheias das nove horas. bom, hoje, quinta feira, lançaram aqui em lisboa, o museu efêmero. idéia do juan, do mico e do chacho. mas, voltando um pouco. se você não conhece o bairro alto, todos os muros, todos, são grafitados. grafiti, adesivos, stencils, posters, tudo. é uma colagem de informação de todos os tipos e cores. é meio complicado explicar, tem que ir ver para compreender a magnitude do negócio. isso tudo, se você é turista é claro. se você for português ou local, com certeza já conhece bem a bagáça. mas voltando agora para a idéia do juan, do mico e chacho. o tal museu efêmero é o seguinte. os caras identificaram os maiores artistas de rua que estão nos muros do bairro alto. e o que fizeram? pourra, montaram um puta museu pelas ruelas do bairro alto. um roteiro fucking fuckers com direito a podcast com 30 e tal faixas, cada uma para uma das obras. provavelmente o museu mais cool do mundo. então aqui vai uma dica: você faz o seguinte, dá um pulo no bar do seu jaime na rua das gáveas do mesmo bairro, pede uma imperial e um ginjinha. toma a ginjinha e parte para o tour do museu com a imperial na mão. ipod no ouvido e aproveite. pode falar alto. pode tirar foto. é grátis. e fica aberto 24 horas. acesse o site http://museuefemero.com/ e faça o download do mapa e do podcast. fucking fuckers.

esperança, a pizzaria.

se você teve paciência para ler o textinho abaixo, verá que a imagem acima não é em nada relacionada com o texto. mas pourra, não é todo dia que se vê uma fita cassete com bigode. não é não?




tem um lugar aqui em lisboa que a comida é boa. a pizza é boa. e vale dizer que pizza não é a coisa mais fácil de encontrar por essas bandas. é complicado brigar com o cardápio suculento das tascas. bom, mas como você pode ver pelo título do textinho, vamos focar a bagáça na pizzaria esperança. ela fica na rua do norte. ali no bairro alto. puta esqueminha bacana. para levar a patroa e marcar uns bons pontos. tipo, está quase brigado? leva lá. está afim de embalar depois de um segundo encontro? marca o terceiro lá. vale a pena fazer reserva. o serviço não é o mais rápido do mundo. ok, é lento para cacete. e durante uns 17 minutos quando todas as mesas estão cheias e acenando o dedo indicador para fazer o pedido, dá bosta. as três garçonetes ficam cafuzas e você tem que contar até 60. não 100, mas 60. mas aí, quando você pensa em dar um esporro-- ou fechar a cara, ou os dois-- aí, você tenta lembrar qual foi a última vez que você encontrou uma pizza e fica quietinho. ou não. depende da sua fome. em outras palavras: sempre que você ameaçar bufar e fazer aquele barulhinho da língua contra o céu da boca: "tsc!"--- dê uma mordida na pizza ou um gole grande no vinho. o que tiver chegado primeiro. porque, o que ainda não chegou, seja o vinho ou a pizza, pode demorar um pouquinho. mas você deve estar se perguntando: "mas esse fêla da pulta está pedindo para eu levar a patroa para comer num lugar com o serviço bem mais ou menos?" é e não. o serviço é ruim? não ee dos melhores. a patroa vai gostar? vai achar a pizza impressionante e você um herói por ter encontrado esse lugar. ou por ter feito a reserva. de sobremesa, torta de chocolate com sorvete de menta. aí é só correr para o abraço.
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ciclos e a camisa xadrez.



quando eu morava no rio comprava muitas roupas na richard's. a richard's sempre teve aquele tipo de roupa "safe". safe do inglês "segura/sem dramas/sem inovações/bem mais ou menos/em cima do muro." roupas que combinam com tudo. não tem nenhuma cor gritante. nada que possa foder a cabeça do cara na hora de se vestir. é tudo uma mistureba de cores pastéis com estampas meio neutras também. o que não é ruim. homem, diferente da mulher, não tem muita noção do que combina com o que. a invenção do terno que está aí desde sei lá quando, é a maior prova disso. o homem coloca o terno, o smoking, e a mulher tem seis zigalhões de opções. pode se dizer que o homem, por natureza quer-- e precisa descomplicar o esquema na hora de se vestir. bom, mas voltando ao assunto,  foi na richard's que comprei uma camisa social xadrez. uma mistura de bege bem claro, branco, cinza e azul. mas o detalhe importante, comprei a camisa em 1992. dezesseis anos atrás. de lá para cá, a mesma camisa foi comigo para uma temporada de quase cinco anos nos estados unidos. depois mais oito anos em são paulo. e já está comigo aqui em lisboa um ano e tal. tenho certeza-- que nesses dezesseis anos da existência dela, a tal camisa se encontrou fora de moda e socada no fundo do armário. teve uma época, sei lá, uns 6 anos atrás que uma camisa xadrez era motivo de uma mulher olhar para você e sentir umas tonteiras. mas volta e meia ela voltava. digo isso porque tenho fotos e  pedaços de memória-- de ter usado esta camisa em diferentes épocas nesses últimos dezesseis anos. uma camisa xadrez, vale ressaltar. usei ela novamente semana passada. e o mais engraçado. ou curioso. foi que, ao passar por uma vitrine de uma loja zambers da moda aqui em lisboa, encontrei uma camisa quase igual. parecida, que seguia os mesmos traços. cheguei a uma conclusão que pode ou não ser óbvia. mas pourra, a moda é cíclica! uma hora ou outra, as coisas voltam. volta o casio g-shock, por exemplo. que hoje é moda. volta o tênis vans quadriculado preto e branco. volta até uma camisa xadrez de 1992 com cores pastéis da richard's comprada no barra shopping.
 meu amigo, doe para aquela instituição de caridade aquela roupa que você tem certeza que nada salva. mas algumas, segura. dê uma segunda, uma terceira e quarta chance para ela. vai que a moda volta. vai que.

terça-feira, julho 15, 2008

ela. ou batata frita com um pouco de maionese.

ela era inteligente, culta, lia livros e quadrinhos com o mesmíssimo prazer. frequentava o teatro, óperas, museus de arte moderna. ela pintava com acrílico, escrevia poesia. mas não uma poesia com rimas pobres. poesia concreta. ela era uma pessoa que dominava todo e qualquer assunto. por falar nisso, acabara de publicar dois livros. o primeiro, um romance. o segundo, um livro de auto-ajuda. os dois se encontravam entre os 100 mais vendidos nas listas de ficção e não ficção respectivamente. sabia cozinhar qualquer prato como se fosse a própria chef da cozinha mais conceituada de qualquer lugar. preparava um martini igualzinho ao barman do drake's. e sabia a diferença entre as cervejas belgas e as de qualquer outro país. certa vez o carro morreu a caminho da casa de campo, e ela colocou um cd de simon & garfunkel. abriu um sorriso e fez de tudo para ele não ficar nervoso. ela usava uma colônia que fora dada pela sua vó. cheiro de mato após a chuva. fora finalista de um prêmio de literatura infantil e serviu de inspiração para um quadro de um artista que estava no moma de ny. o que, em qualquer lugar do mundo servia de cartão visitas. não esperava para sentar em nenhum restaurante estrelado do guia michelin. fora convidada para tirar fotos quase sensuais para a elle francesa e educadamente recusou. seu rosto foi durante toda a sua adolescência a cara de um comercial de refrigerante. reza a lenda que joão gilberto certa vez escreveu uma música que algumas pessoas juram ter sido dedicada a ela. joão, ao caminhar pelo calçadão a viu com um saco de biscoitos globo em uma das mãos e passou a cantarolar pequenos versos quase desconexos. a mulher perfeita diziam as boas e as más línguas. tinha um senso de humor que era uma mistura de monty python primeira temporada com os melhores momentos de seinfeld 4º temporada. incrivelmente, acordava sempre com um pequeno sorriso de canto de boca. e espreguiçava em câmera lenta com as pernas cobertas por meias brancas daquelas com listras coloridas no topo. tinha uma tatuagem de um pequeno sorriso no pulso esquerdo e volta e meia usava uma camisa preta que já estava gasta-- com um desenho do patolino. gostava de batata frita com um pouco de maionese. era ingênua mas investigativa. tinha uma cabelo liso que escorria pelo rosto e que ela levava de encontro ao ouvido de tempos em tempos. entendia a diferença entre o flamengo do zico de 81 e do júnior de 92. tinha o melhor timing para contar pequenas e longas anedotas. usava vestidos que flutuavam. tinha uma peça de teatro inteira escrita e guardada na gaveta. tocava o violino. mas só de olhos fechados pois dizia que assim tudo movia ao seu redor. jogava xadrez e futebol de botão. uma vez chorou com o pôr do sol. outra vez sorriu com a lua cheia. ou melhor, para a lua cheia. tinha um diploma de física e um de belas artes.

ela era tudo e sempre, ao mesmo tempo.
mas hoje, ele vai deixá-la.

antes que ela, algum dia, fizesse isso com ele.

o que para ele, tinha alguma lógica.

mais alguns casais na pindaíba.




o primeiro

ela mudou o corte, pintou o cabelo de loiro e entrou numa academia.
ele fez uma lipospiração na barriga e na papada.
da noite para o dia, ela passou a prestar muito mais atenção nele.
e ele, muito mais atenção nela.
ela então notou que ele precisava ter feito alguma coisa com a gordura localizada das costas.
e ele notou que ela deveria ter feito uma limpeza de pele.


o segundo

ele disse que amaria ela para o resto da vida dele.
ela disse que com o histórico de saúde da família dele, não era o suficiente.


o terceiro

ele se ofereceu para pagar a conta no primeiro encontro.
ela sussurrou baixinho: porra, porque eu não pedi a lagosta.


o quarto
ele completava as frases dela.
e isso, de certa maneira irritava ela mais do que ele imaginava.
mas era mais forte do que ele. ela começava a falar-- e algo mais forte do que ele-- buscava as palavras certas para completar as frases dela.
e ele podia ver na expressão de terror dela. ela não gostava que ele completasse as frases dela.

todo o resto era genial. mas todo o resto não servia de consolo. enquanto ele completasse as frases dela, aquele relacionamento ia para o caráio. ela parou de falar. e ele, naturalmente, de completar as frases dela. nunca mais trocaram uma palavra.
e viveram felizes para sempre.

ultraman, a lenda, o mito, o bonequinho no posto de gasolina.

comprei um bonequinho do ultraman num posto de gasolina no japão. e de brinde, junto com o ultraman, vei um monstro azul e vermelho. ultraman é fodido. ou era. embaixo de um dos pés dele tem a data de nascimento dele, 1972. e ontem, enquanto trabalhava fiquei aqui meio que olhando, observando o ultraman. e cheguei a conclusão (quase óbvia) que se o fera tivesse nascido agora em 2008 ia espancar os outros super heróis mais recentes. as produções do ultraman se você não conhece eram feitas com uns 10 euros, ou menos até. puta negócio feito nas coxas. e tem uma outra coisa que eu acho que fodeu o ultraman: a música de abertura do spectroman. spectroman para quem não conhece é mais um herói com um estilinho similar. de mentes japonesas igualmente doidjas. mas eu acho, o ultraman muito mais fucking fuckers do que o spectroman. mas os responsáveis pelo spectroman não fizeram qualquer bosta. botaram para fuder na trilha da abertura do show deles. e, isso, fodeu com a memória do ultraman. as pessoas lembram do spectroman. é impossível não ficar cantarolando a musiquinha depois de assistir o vídeo. bom, como o ultraman fica aqui do meu lado me olhando, resolvi escrever sobre ele. e para você conhecer melhor a lenda, o defensor do mundo worldwide da galáxia, aí embaixo tem dois vídeos. o primeiro com a abertura do ultraman. e o segundo com a abertura e a musiquinha do spectroman.




sexta-feira, julho 11, 2008

pensamentos quase sem lógica.

- sexta-feira é foda. chega rápido. mas também vai embora rapido para cacete.

- a maionese ganha menos crédito do que deveria. muitas comidas, saladas e sanduíches ficam muito mais do caralho por causa dela.

- se você colocar o seu alarme meia hora mais cedo do que você está acostumado, no segundo dia você volta a levantar da cama na mesma hora que você levantava antes do seu plano maquiavélico de roubar meia hora do seu sono.

- portugal está 4 horas na frente do brasil. mas a impressão que eu tenho, por ter tantos amigos e familiares por lá-- é que eu estou acordando demasiadamente cedo. sempre que eu ligo pela manhã para falar com alguém lá, todo mundo está dormindo. todo mundo. foda.

- pataniscas de bacalhau devem ter umas 6 mil calorias. mas você sente o sabor de cada uma dessas calorias regadas em azeite gordo.

- a fila para comer no restaurante "o cantinho do bem estar" é foda. mas um prato de ameijôas faz você perdoar o fera e voltar para a mesma fila na semana seguinte.


tiny dancer

o mais fudido de um filme, ou melhor, de uma música, é quando ao escutar a música, você lembra de uma cena de um filme. e vice-versa. essa música do elton john aí do título é uma dessas que o fera que fez almost famous (cameron crowe) tatuou ela numa cena e agora meu amigo não tem mais jeito. escutou ela, pensou no filme. e não adianta a sua namorada perguntar para você o que você estava pensando enquanto tocava a tal música durante uma viagem romântica-- e você mentir para ela que estava pensando nela. ela vai fingir que acreditou. mas na verdade, ela e você estavam pensando na kate hudson cantando no ônibus. the blower's daughter é a mesma coisa. com todo o respeito ao damien rice. tocou a pourra da música, me lembro da natalie portman andando na direção da câmera naquele filme "closer". (isso apesar do quase estrago que o seu jorge e a ana carolina quase fizeram com a música) "raindrops keep falling on my head", paul newman e o robert redford na bicicleta com aquela atriz que eu não me lembro o nome, em butch cassidy e sundance kid. "mrs. robinson", dustin hoffman com uma cara de que vai fazer merda com a amiga da mãe. a lista é sem fim. mas a música aí de cima do elton john, para mim, é de longe a que mais colou numa imagem. e posso estar cagando uma regra aqui com baldes grandes. mas acho que se você já assistiu o filme, periga concordar (ou não). e não me venha dizer que é a celine dion cantando aquele tema mela cueca do caráio do titanic tem uma relação ainda mais forte com o filme. pourra, eu assisti "almost famous" uma só vez. apesar de se um daqueles filmes para ser uma caráiada de vezes. mas isso não vem ao caso agora. bom, mas a idéia aqui é que tiny dancer não faz você apenas lembrar de um filme. isso, uma porrada de música faz. tiny dancer faz você lembrar da cena inteira do filme. cada segundo, frame por frame. do minuto em que começam a cantar até o final. aí meu amigo, aí é de foder. vou tentar colar aqui aquela telinha sem vergonha do you tube com a cena. se o fêla disser aquela história de "sorry, not available." numa boa. aí já serve de desculpa para alugar o filme e ver.



terça-feira, julho 08, 2008

dois casais que não estão... lá... assim mil maravilhas.

#1

o perfume novo dela lembrava a outra.
a cara de tesão dele lembrava o outro.
ele murmurou o nome da outra na hora do "vamô-vê"
ela gritou o nome do outro na hora do "agora-vai... agora-vai"
ambos fingiram que não escutaram. para que brigar agora, pensou ele? ia começar o jornal da globo com a mônica pelajo. para que brigar agora, pensou ela? tinha meia caixa de haagen dazs 'doce de leite' dando mole na geladeira.
ela virou para um lado.
ele acendeu um cigarro.


#2

- amor, comprei seis sapatos.
- tudo bem.
- mas foram 6 sapatos importados.
- tudo bem.
- manolo...
- não importa.
- aconteceu alguma coisa?
- não. resolvi guardar os seis sapatos para algum dia futuro.
- não entendi?
- é, para quer ficar puto agora? não vai adiantar nada. vou esperar eu fazer alguma merda. aí, se você ficar putinha comigo, eu sempre terei os 6 pares de sapatos.
- ....



o (a) arrumador(a) de desktops.

não sei se você usa um apple, um mac. eu uso. e digo isso não para esfregar na cara de quem não usa. mas é porque assim fica mais fácil entender o raciocínio. muito mais fácil. mas também não é nenhuma lei. se você é um orgulhoso dono de um pc, você é bem vindo. bom, mas a história é simples-- a idéia também. ou melhor, a teoria também. quando você usa um mac, e não é lá assim o cara mais organizado do mundo, é fácil você arrastar coisas para o seu desktop. é puxar com o mouse e pronto. o arquivo cai lá. e por lá ele fica. não é como o pc que quando você salva um arquivo, a bagáça vai para uma pasta que some num triângulo das bermudas sem fim. o mac é mais prático e por isso mesmo, por essa facilidade, é fácil criar uma zona no desktop. isso é claro, se você é desorganizado. meio bagunçado. no início eu tinha algumas pastinhas. uma para trabalho, outra para textinhos como esse, outra para contas. outra para isso. outra para aquilo. mas a preguiça começou a bater, bateu tão forte, que agora já nåo tem mais pasta. de vez em quando eu abro uma pasta e coloco o nome dela de "tudo do desk" e jogo tudo do desk lá dentro. então, seguindo esse esquema, eu já tenho "tudo do desk 1", "tudo do desk 2", "tudo do desk 3".... agora em relação ao título deste textinho. acho que existe uma demanda para uma mulher ou um cara cuja a única especialidade é arrumar desktops dos outros. catalogar em pastas fáceis de achar. uma vez por semana, assim como fazem na sua casa, o cara ou a mulher--- chega, limpa os cantos do seu desktop e pimba. é uma idéia. uma teoria. ou os dois.

búzios e sagres. diferentes, parecidos e mais ou menos a mesma distância. ou não.

quando eu era moleque viajava muito para búzios no rio de janeiro. as estradas eram péssimas--- para caráio. acho que de uns 10 anos para cá melhoram bastante. ok, não bastante, mas melhoraram. mas quando eu tinha lá meus 8, 9 anos de idade, a viagem levava uma média de 4 horas. era foda. e hoje, olhando no mapa do estado do rio, vejo que a distância é relativamente tranquila. o que fode é a qualidade das estradas. bom, fast forward para os dias de hoje aqui em portugal. sempre que eu pensava em encarar um asfalto para ir até sagres, até o extremo sul do país, ficava cagado. sagres fica literalmente no finzinho de portugal. se você dirigir um pouco mais, cai no mar. é simples assim. as vezes eu comentava com alguém do trabalho que estava pensando em pegar a estrada para sagres e as pessoas olhavam para mim como quem pensavam: "ou esse fera vai tirar uma semana de férias ou comprou uma ferrari." quem mora em portugal tem uma noção meio diferente no que diz respeito a o que é longe e perto. acho, e posso estar cagando regras aqui, que é tudo uma questão de geografia básica. o português olha para o mapa e quando entra numas de ir de lisboa até sagres, por exemplo, vê que vai até a outra ponta do país e fica com receio. bom, esses dias, com o calor infernal (e quando eu digo infernal, estou me referindo, ao inferno com labaredas no máximo, volume 11) comecei a fuçar na internet algum destino. e nada. perto de lisboa, nada. tudo cheio. aí, pensei, caráio e sagres? o tal algarve. um carinha que senta do meu lado comentou: "mas é longe para cacete." mas como você já sabe, eu pegava 4 horas de estrada para búzios. agora para resumir a história e não deixar você aí com a saca transbordando. em 3 horas eu estava lá. puta negócio fudido. praias impressionantes. peixes quase vivos no seu prato. agora, resumindo ainda mais a história: não fique com medinho de pegar a estrada. não é longa. ok, não é logo ali, mas é de fuder. compre uma latinha de red bull. duas barrinhas de cereais e pé na tábua.

sexta-feira, julho 04, 2008

a teoria do controle remoto que você perdeu dentro da sua cabeça.



sabe quando você está no meio de uma reunião, e de repente, a sua cabeça dispara para outro lugar? você começa a pensar que está com mais fome do que achava. e aí, você começa a pensar no que pode comer. aí você muda o canal e começa a pensar no restaurante que você foi com a sua mulher na semana passada com aquele casal de amigos. aí, você começa a pensar naquilo que o teu amigo falou sobre a economia e como o preço do barril do petróleo vai te foder. aí você começa a pensar no carro que você prometeu para a sua mulher que ia comprar.

aí você pensa se o importante é um carro maior ou um menor. aí você começa a pensar que um carro maior pode ser bacana se a família estiver sempre visitando. aí você começa a pensar que tinha que ter ligado para a sua mãe e esqueceu. e que você esqueceu de depositar o dinheiro do aluguel. por falar em aluguel você começa a pensar no que fazer sobre a pourra do sofá. sofá cama? sofá normal? sofá de 2? sofá de 3? sofá é importante, você pensa? você adora assistir filmes. aí você começa a pensar que caráio de filme estreou este fim de semana. você pensa como você gostaria de ir ver o último filme do indiana jones que demorou 19 anos para voltar mas, que por algum motivo, você ainda não levantou a bunda da cadeira para ir ver. você começa então a pensar que você está um pouco preguiçoso e que talvez deveria se inscrever numa academia.

aí você começa a pensar que academia é meio roubada, afinal, da última vez que você se inscreveu, pagou uma fortuna por um plano de um ano, e foi sete vez. aí você pensa que ultimamente tem gastado mais dinheiro que antes. e você começa a pensar que antes você era um pouco mais mão de vaca. aí você pensa: "mão de vaca não. econômico, o que é bem diferente." ai você começa a pensar se deveria fazer um plano de previdência num banco. aí você começa a pensar sobre a idade. a sua idade. será que você está velho? aí você começa a pensar naquilo que a sua mulher disse para você na primeira vez que enxergou um fio de cabelo branco na sua cabeça. e logo em seguida começa a pensar no dia que enxergou o segundo fio de cabelo branco. e por isso mesmo começa a pensar que você está precisando de umas férias, de descansar.

e aí, você olha para frente e nota que a pessoa, neste caso, o cliente, que se encontra na mesma reunião, olha para você a espera de uma resposta. qualquer uma. aí você muda de canal-- na sua cabeça-- pela última vez e volta para a reunião. e a única coisa que resta é dizer uma das duas frases: a mais simples, "você tem toda a razão." ou, uma mais longa, caso você esteja na merda (o cliente notou que você estava mudando de canal na sua cabeça) "é claro, e para reforçar como eu concordo com o que você acaba de dizer, pediria encarecidamente para você repetir a frase, para que os outros desta reunião que não estavam prestando atenção, escutem novamente." a teoria do controle remoto que você perdeu dentro da sua cabeça diz que em qualquer reunião que rompa a barreira de 32 minutos e 28 segundos, você vai começar a mudar de canal dentro da sua cabeça. em qualquer lugar do mundo. sempre.

quarta-feira, julho 02, 2008

mais uma historinha lá no sucrilhos de bola. (http://sucrilhosdebola.blogspot.com)



a coluna do destak de hoje.

coisas que não sabia que ficavam ducaráio juntas. 1

sempre olhei com uma certa suspeita para a oferta de "melão com presuto". muitos cardápios oferecem essa combinação como entrada. as vezes, o melão com presunto está ali, quase escondido no meio de duas saldas. puta negócio suspeito. o melão e o presunto juntos. bom, para ser sincero, acho a mistura de coisas doces com com coisas salgadas bem interessante. na grande maioria esmagadora das vezes, acho fudido. mas o melão com presunto por algum motivo sempre me deixou meio cafuzo. sempre achei que algum chef queria forçar essa barra para duas coisas que não se davam-- ficarem amigos. neste caso, o porco e o a fruta. sabe aquela coisa da professora que leva dois colegas de classe para a sala do diretor da escola e faz os dois prometerem que vão ficar amigos-- nem que seja a força, ali, de frente para o diretor sob o risco de suspensão? é mais ou menos por aí. o melão, na minha sincera opinião é o irmão sem graça da melância. a melância é gostosa para cacete. o melão, meio bege, meio nota 4 e meio na escala de sabor. mas beleza, tem gente que gosta do fera. o presunto, especialmente o presunto de parma, que aqui em portugal se chama mesmo presunto-- é saboroso para caráio. bom, nunca vi os dois juntos. hoje eu cedi e comi uma pratorra socada com os dois. lado a lado. um sobre o outro. fudido. muito bom. é um daqueles prato que eu queria ter descoberto antes. foda. se você também sempre evitou essa combinação por suspeitar ser bem mais ou menos, experimente.

o darth vader na minha mesa.



neste exato momento, enquanto escrevo, ele está em casa. sobre uma das estantes da sala. ainda não está na minha mesa. porém o plano é trazer o fera para cá. depois de uma semana com o yoda a balançar a cabeça para mim, senti que falta o lado negro da força. é mais ou menos como aquela dupla de anjinho/diabinho que ficam flutuando sobre os ombros das pessoas. uma, o diabinho, empurrando a pessoa para fazer merda. o outro, o anjinho é claro, incentivando a fazer o bem. a idéia é a mesma. de um lado o yoda verá apenas o lado bom das coisas. ou se ver alguma bosta no caminho, pelo menos fará isso com um pouco mais de tranquilidade, mais zen. o darth vader vai chegar para equilibrar essa história. não dá para ter apenas o yoda. o fera precisa de alguém do outro lado do monitor como o darth vader-- para deixar ele mais esperto. é como na vida. no trabalho, por exemplo. se você está lá muito acomodado, é só chegar um fera novo para te deixar meio cagado e fazer você levantar a bunda e trabalhar mais um pouco. é como aquela namoradinha da escola-- da primeira série-- lembra? era só um moleque pentelho começar a urubuzar ela para você se tocar e passar a chegar mais cedo no recreio para guadar um lugar para ela na fila da lanchonete. e por aí vai. o darth vader deve fazer a transição da minha estante para a mesa aqui do trabalho. aos poucos. para não assustar o yoda.

a nina simone




a nina simone canta triste. muito triste. mas canta bem. e isso faz toda a diferença. ou seja, meio mundo está disposta a ficar deprimido em troca de escutar ela cantar. é daquelas mulheres que você escuta num dia de sol e fica meio engasgado. e solta um chorôrô. ok, exagerei para cacete. mas a muié pega pesado as vezes. acho, e isso é só uma teoria baseada apenas e somente nas músicas que ela canta-- que ela, a nina simone-- tomava uns 4 dry martinis antes de cantar. dry martini, não. gin tônica. ou qualquer um dos dois. algo barra pesada. e, também suspeito que para garantir que a voz saísse assim, embargada, tristonha, a nina simone acabava todos os seus relacionamentos, de propósito. comia com frequência ovos mexidos frios e torcia para um time com o vasco da gama. enfim, a muié corria atrás da tristeza para transparecer a mesma-- na música dela. não chega a ser uma lei, uma regra, que ao escutar a música dela, você vá ficar muchibento. mas existe uma chance. quase grande. nada pequena. mas existe. por isso, fique relativamente esperto. se estiver meio nublado lá fora. se hoje não for o dia mais bacana no seu trabalho, segure a onda. nada de nina simone.