terça-feira, maio 30, 2006

quatro pensamentos do dia.


-desci no elevador com uma tiazinha aqui do prédio e seu cachorro. acho que é um golden retriever. acho que ele cheira cocaína. sério, é o cachorro mais pilhado que eu já vi em toda a minha vida. não é ela que sai com o cachorro. é o cachorro que sai com ela. ele latia para mim e acho que queria dizer: "pufávô me arruma uma branquinha que eu prometo não mijar no seu pé!"

- olhei para o alface do kilão maldito aqui do prédio na hora do almoço hoje-- e ele olhou para mim e disse: "estou aqui desde onze da manhã. nessa travessa ao ar livre. murcho. murchinho. pelamordedeus não me coma. coma a rúcula que está mais fresquinha."

- será que meu médico também só toma duas pequenas taças de vinho por semana? uma fatia de pão magro pela manhã? salada de alface com peito de frango grelhado no almoço? meia colher de arroz e queijo cottage no jantar? será que ele também malha 3 x por semana, 1 hora por dia? será? ou será que o fêla soca chocolate garganta abaixo ao deixar o consultório? picanha fatiada com dois dedinhos de gordura? hein?


-colesterol é a kriptonita de uma churrascaria rodízio.


segunda-feira, maio 29, 2006

cinco pensamentos do dia.

- pedi uma lingüiça apimentada num restaurante e, ao tascar a primeira mordida não senti nada. ao perguntar para o garçom porque caráio eu não estava com a boca em chamas, ele disse: "eu achei que ela era muito forte para vocês."

- kibe é gordo. coxinha é gorda. pão de queijo é gordo. alface é fino. rúcula é fina. agrião é fino.

- a filha da angelina jolie e do brad pitt vai foder a cabeça de muito moleque quando crescer.

- quando a bala perdida é uma bala tipo frumelo framboesa que você encontra na sua mochila, aí é do caralho.

- comprei um relógio daqueles do mickey com os bracinhos que formam a hora e os minutos. quando são 22:25, ele, o mickey, parece que está imitando o john travolta em "os embalos de sábado a noite". com uma mãozinha apontando para o céu e outra para a pista de dança.

sexta-feira, maio 26, 2006

três pensamentos do dia.

- se um cara casado chegar em casa com marca de chocolate batom no canto da boca, beleza. agora, se o mesmo cara chegar em casa com marca de batom de verdade no canto da boca, fodeu.

- meu desodorante diz que protege 24 horas. mas eu nunca consigo ficar acordado para ver se é verdade.

- o que é que contém mais energia: duas pilhas palito duracell, uma latinha de red bull ou uma lata de nescau ("energia que dá gosto")?

quinta-feira, maio 25, 2006

três pensamentos do dia.

- a luz das farmácias é muito intensa. pode notar, tem sempre uns cem tubinhos de lâmpada no teto. além disso, as paredes são brancas, o chão é branco, o teto é branco. acho que é para foder com a nossa cabeça. você vê aquele branco todo, aquela luz e começa a pensar: "caráio, se eu não comprar esses remédio eu vou bater as botas e ir para o céu..."

- fui num restaurante italiano hoje mucho lôco. o couvert era de graça. e mesmo assim, o fêla da pulta do garçom ficou socando pão com azeite na mesa como se fosse espeto de churrascaria de rodízio. deixei 96% do prato na mesa.

- peguei um taxi em que o taxista conhecia menos são paulo do que eu. e eu, bem, eu sou carioca.

quarta-feira, maio 24, 2006

três pensamentos do dia

- se você adicionar um dedinho de vodka no seu copinho de bailey’s, você tem um bailey’s extra fucking fuckers.

-uva passa é a irmã mais nova da ameixa.

- acordei de madrugada para tirar a água do joelho e tive uma idéia. resolvi escrever num papel. no dia seguinte, não entendi a minha própria letra. e se for uma idéia do caralho? muito du caralho? se eu acordar de madrugada hoje novamente, vou perguntar para mim mesmo que pourra está rabiscado no papel.

três pensamentos do dia de terça-feira.

- tô viciado em tic-tac. mas só tem um problema: a pourra do tic-tac de laranja (que não tem gosto de laranja) não passa pela agulha da seringa.

- biscoito de polvilho tem validade de 18 segundos. depois de abrir o saco, conte até 18 que todas as bolinhas vão começar a murchar.

- hoje mais cedo fui pegar uma pasta de documentos no armário da cozinha e derrubei uma cerveja que quebrou ao lado da minha perna. entrei no quarto para se despedir da minha mulher e ela olhou pra mim como quem pensa: “esse cara foi pra noite depois que a gente dormiu e só chegou agora, que cara de pau!”

três pensamentos do dia de segunda-feira:

- a casas bahia tem uma promoção imperdível. você compra um tv de plasma de 42”. e, se o brasil ganhar a copa, eles te dão um outro igualzinho de graça. acho, só acho, que na véspera da final, os caras das casas bahia vão pagar uns capangas para comer o ronaldinho de porrada na concentração.

- pão árabe não segura a onda com queijo-minas. se você tentar fazer um queijo-quente com queijo minas no pão árabe, o fêla da pulta se desfaz.

- quando eu era moleque, bem moleque, eu tinha medo de escuro. hoje, eu me cago de medo de dormir no claro. morro de medo, por exemplo, daquela luz que pisca do vídeo cassete.

sexta-feira, maio 19, 2006

o tiozinho e a bufa.

agora uma história sobre o vôo de ida das férias. estava lá eu, sentado na cadeira do corredor, e, logo ao lado, tinha uma família de três na fileira do meio. um senhor, sua esposa e seu filho, já adulto com seus quarenta e tal. bom, durante as primeiras 10 horas de vôo, tudo tranquilo, rilécs. sem dramas. ninguém lustrou o cotovelo com paninhos quentes, ninguém gargalhou em voz alta em câmera lenta ou jogou comida na tela que passava o filminho. aí veio a hora final. serve o café da manhã. retira os restos do café da manhã. aeromoça avisa que estamos prestes a pousar e pede pro pessoal levantar a cadeira e apertar os cintos. tudo muito bem até o momento em que o avião pára no portão de desembarque. aí meu amigo que o tiozinho me fodeu. tudo indica, que, depois de comer o jantar, tomar duas taças de vinho tinto, uma de vinho branco seguido por sobremesa e um omelete de café da manhã-- o tiozinho estava fermentando por dentro. e, como ele estava na companhia da senhora sua esposa, não podia soltar aqueles 3 metros cúbicos de gases mortais na direção dela. a porta do avião se abre. eu me levanto. o tiozinho se levanta. e, numa virada de 180º perfeita, o fêla da pulta descarrega aquela arma de destruição em massa na minha direção. ele deve ter pensado: "caguei pra esse moleque, eu não posso é soltar essa bufa na direção do meu filho e da minha mulher." resultado, o meu vizinho de fileira olhou para mim. o pessoal da fileira de trás também. meus olhos começaram a arder e, por pouco as máscaras de oxigênio não são automaticamente acionadas. prendi o ar como quem acaba de testemunhar um acidente nuclear e corri para a porta do avião. um erro, já que essa corridinha acabou me incriminando. e lá, lá atrás, ficou o tiozinho, com um sorriso de canto de boca-- como quem diz: "amador... ah moleque amador!"

três pensamentos do dia.

- comi um hamburguer de fraldinha no almoço. mas, se o garçom me dissesse que era de picanha ou de alcatra eu não saberia a diferença. acho que a única diferença é uma bandeirinha que o cozinheiro espeta com o tipo da carne sobre a rodela do hamburguer. é, acho que comi um hamburguer de fraldinha.

- batata-chips é magra e seca. batata-frita é gorda e molhada de fritura. mas as duas engordam do mesmo jeito.


- dia desses vi um carinha aqui apontando o lápis num apontador daqueles elétricos-- e fiquei imaginando que, a qualquer momento, uma caráiada de lápis vestidos com o nome do greenpeace poderiam entrar pela porta e fazer uma manifestação.

quinta-feira, maio 18, 2006

três pensamentos do dia.

- o cotovelo é a parte mais importante do corpo. sem ele, você não consegue apoiar o braço na mesa para segurar a cabeça-- e pensar.

- jornal velho é a máquina do tempo mais barata que existe.

- descobri um jeito de fazer ginástica sem precisar pagar trezentos mangos para uma academia. agora, eu estaciono o carro no prédio do trabalho, no shopping, e propositalmente "esqueço" de anotar onde estacionei a caráia do carro. horas depois, sou obrigado a caminhar alguns vários minutos, ou horas atrás do meu carro para ir para casa.

a calça dedo-duro.

não sei se você já notou, mas as calças jeans levi's têm o número que você usa-- atrás. na verdade são dois números: o da sua cintura e o tamanho das pernas. é lôco, se você pensar. a calça entrega para as pessoas o tamanho verdadeiro da sua cintura ou até mesmo a sua verdadeira altura. eu, tenho 1,67 cm de altura. mas, já me peguei dizendo que tenho 1,69cm (que é bem mais perto de 1,70cm). mas, isso, eu só falo quando estou usando qualquer calça jeans, menos levi's. não quero ninguém achando que eu sou um mentiroso de bosta. agora, fico imaginando uma menina que acabou cultivando uma mini-pança, mas não quer divulgar isso por aí. e, lá vem a calça levi's e entrega que a cintura da muié é um tanto maior do que ela quer que pareça. a mulher acordou doze minutos mais cedo, procurou uma camisa bacana daquelas de cor escura, meio baggy, meio justa nos lugares certos para esconder aqueles dois quilos e meio extras e pimba, a etiqueta da levi's vem e fode tudo. dia desses subi a escada rolante com um casal na minha frente. os dois de calça levi's. ele. marrento "ai como sou fashion!" e ela, do tipo "sou gostosa mesmo e daí seu bando de gente mais ou menos!" mas, contra eles lá estava a calça dedo-duro. ou melhor, dois pares de levi's contavam para o mundo que ela, bem, ela estava acima do peso, e ele, era baixinho. mais baixinho que eu. um tampinha. a calça levi's não poupa ninguém. pode até ser prática na hora de comprar. você sabe que a pourra da calça vai ficar confortável e não vai fica pescando siri. mas, numa boa, não entendo porque uma empresa dessas fashion makers fuckers, entra numas de entregar para o mundo como anda as cinturas de terceiros. a minha calça levi's, por exemplo é bem fêla da pulta. todo dia que eu entro numas de vestir ela, me chama de "baixinho".

terça-feira, maio 16, 2006

três pensamentos do dia.

- o cúmulo do trânsito e ficar preso num trânsito na garagem do prédio.

- será que se o apresentador do "bom dia brasil", renato machado, estiver tendo um dia ruim, ele vai começar o programa dizendo "bom dia...". ou vai ser mais sincero e falar: "que diazinho de merda hein brasil."

- dia desses um mosquito me picou. tive uma chance de matar ele. mas preferi deixar ele preso debaixo da saboneteira: "mosquito, você acaba de ser condenado a prisão perpétua!" quando eu acordei, o fêla da puta já tinha batido as botas.

a teoria da mostarda.

mostarda é a irmã mais metida do ketchup. de nariz empinado. que acompanha pratos mais caros. que custa mais caro. o único lugar em que a mostarda e o ketchup são igualmente respeitados e valorizados é sobre uma salsicha de um cachorro quente. no mais, a mostarda custa, em alguns casos, o triplo de um ketchup. mostarda francesa com sementes, mostarda escura. mostarda alemã. já o ketchup, fora o heinz na garrafinha de vidro, é quase um genérico. ok, tem uma ou outra versão mais apimentada, mas é difícil ver a diferença. experimenta pedir ketchup num restaurante alemão, para cobrir a sua salsicha. agora, a caráia da mostarda, os carinhas trazem rindo. fiz uma mini pesquisa no google e descobri que a mostarda mais vendida do mundo, a heinz das mostardas, é a grey poupon. puta nomezinho fresco. vai dar meia hora de bunda. é boa, saborosa. mas só pelo nome, você já se sente quase obrigado a pagar mais. muito mais. outra coisa sobre a mostarda, é que o pote é menor. a garrafinha é menor. a mostarda não é muito oferecida. não tem excesso. mostarda é discreta. o ketchup é desperdiçado. tem sempre uma poça deixada para trás nos saquinhos de batata do mcdonalds. nos pratinhos de papel de pizza. a mostarda é servida em mini-gotinhas. linhas curtas e grossas. porque e metida. se acha e é gostosa. existe molho de mostarda para salada, para pratos mais sofisticados. e nada parecido com o ketchup. particularmente, eu acho que o ketchup está cagando baldes, se fodendo para isso. ele é do povo mesmo. deixa as elites para a mostarda. e, quando o ketchup encontra a mostarda sobre uma salsicha de cahorro-quente, bom, o ketchup convive. brevemente, mas convive. a teoria da mostarda.

segunda-feira, maio 15, 2006

três pensamentos dia.

- a islândia tem 280.000 habitantes. ou seja um fla x flu, um palmeiras x corinthians e um são paulo x mogi mirim.

- tomei café num lugar que servia ovo cozido, omelete, ovos mexidos, mas se recusava a servir ovo frito estrelado.

- estava de ressaca, em paris, e, quando me preparava pra pedir uma coca, descobri que a pourra de um copo de coca-cola era mais caro que uma taça de vinho. pedi o vinho. no dia seguinte, com um pouco mais de ressaca, a história se repetiu...

o tiozinho do avião.

voltando das férias, sentei ao lado de um cara muito lôco no avião. não lôco de enfiar a colher no nariz. lôco de pegar aquele paninho quente que a aeromoça dá antes de servir a refeição-- e passar no corpo inteiro. mas vamos voltar no tempo, antes do paninho. antes da aeromoça entregar os paninhos quentes. sentei na cadeira, coloquei minhas coisitas debaixo do banco na frente e comecei a ler um jornal. segundos depois, chega o tiozinho: "você fala francês, inglês ou português?" eu olhei para ele com uma cara de quem diz: "fiz alguma merda? será que eu trouxe para dentro do avião, sem querer, o cortador de unhas que é expressamente proibido?" ele continuou: "espanhol?" e eu: "português!" ele balançou a cabeça com um ar de aprovação e sentou ao meu lado, na janela: "nada como voltar para casa? aeromoça gostosa hein? se ela der, eu como." eu abri meio sorriso e voltei minha atenção para o jornal. um minuto depois, o tiozinho tira os sapatos, coloca num saco plástico, pega duas meias de seda, estica ambas até o joelho e coloca um par de pantufas. até aí beleza. aí começou a ginástica. pescoço pra lá. pescoço pra cá. estala cotovelos, estica as mãos até a ponta dos pés. respira, expira. respira, expira, coloca a língua pra fora. nisso, lá do fundo do corredor, surge a aeromoça com aquela bandeija cheia de paninhos quentes, fervendo. ele pede dois. dois paninhos. eu, particularmente não tenho nada em usar o paninho para passar no rosto e dar uma refrescada. mas o cara, meu amigo, tomou um banho com o paninho. primeiro passou no rosto, depois nas mãos. e aí, partiu para os braços. depois o pescoço, deu uma lustrada bacana nos cotovelos e terminou com uma enxugada nas canelas. mas o engraçado é que ele fez isso tudo numa velocidade tão grande que ninguém notou. apenas eu. chega a comida. ele pede três copos. um com wisky, outro com três dedos de suco de laranja e um terceiro com vinho tinto. com a saladinha, ele vira o suco de laranja. com o prato ele vira o vinho e com a sobremesa o wisky. a aeromoça passa e ele pede três copos d'água. bebe cada um deles como se fosse um daqueles corredores de maratona que ganha copinho de água nos quilômetros finais. bom, começa o filme. o carinha puxa o próprio headphone da bolsa. um mega headphone. solta gargalhadas contidas com uma das mãos, e, assim que o filme termina, estica as pernas, coloca uma daquelas máscaras para dormi e zzzzzzzzz. fiquei olhando ali de rabo de olho tentando entender o que se passava pela cabeça do tiozinho. mas desisti. dormi também. as luzes se acendem, em uma hora vamos pousar. olho para o lado, cadê o tiozinho. nada do tiozinho. será que ele pulou? será que está debaixo da cadeira? no compartimento de bagagem? nisso, vejo o tiozinho saindo do lavatório. com outra roupa. era outro cara. agora de bermudas no lugar das calças. uma camisa florida de mangas curtas. e, o mais engraçado: com um sanduíche em uma das mãos e uma lata de coca na outra. sentou do meu lado e disse bom-dia em inglês: "good morning!" eu olhei pra figura, e na maior naturalidade respondi: "bon jour!"