segunda-feira, novembro 29, 2004

mulher e pistache.

mulher e pistache é a mesma coisa. a mesmíssima coisa. eu sei, você provavelmente está imaginando um pistache, colocando ele ao lado de uma mulher que vive na sua imaginação e acha que eu estou viajando. mas mulher e pistache é a mesma coisa. a mesmíssima coisa. pensa só: é complicado abrir um pistache. muito complicado. das coisas mais difíceis que existem por aí. mas é aí que está a graça. se pistache fosse fácil de abrir não teria nenhuma graça. você com certeza não correria para comer o segundo. mulher é igualzinho. não estou falando "abrir" no sentido bíblico. quando digo abrir uma mulher, quero dizer, "abrir", saber o que se passa alí dentro daquela cabecinha, conhecer a mulher direito, entender, se aproximar de verdade, conquistar ela. abrir ela. você provavelmente já encontrou uma mulher linda que se "abriu" tão fácilmente que perdeu a graça. e também já deve ter ficado meses ou anos com a mesma mulher, ou até mesmo é casado com ela, porque essa demorou semanas, meses para se "abrir" para você. pistache dos bons é difícil de achar. mulher também. existem pistaches baratos que não duram sequer uma semana. murcham, perdem a cor. ficam sem gosto. sem graça. mole. mas existem os mais caros. os que mantém o sabor, a consistência. nenhum pistache é igual a outro. pode notar. alguns são mais salgados. outros são mais "carnudos". outros ainda, apesar de pequenos, são mais saborosos. alguns são mais verdes e outros mais maduros. é igual a mulher. você não encontra uma igual. mas as coincidências não param por aí. pistache prende no dente. mulher prende. não como em "alcatraz". como em "9 semanas e meia de amor." e finalmente, tem sempre aquele pistache que é tão tão fechado, tão difícil de abrir-- que você desiste. mulher é igualzinho. tem mulher que não te dá bola. que se faz de difícil. faz doce. que não abre a guarda. de jeito nehum. e você desiste. vai para cima das outras mais fáceis. como o pistache. mas, algum tempo depois, você volta. e tenta. cutuca. insiste. com jeito e com manha. abrir aquele último pistache no fundo do pote. aquela última mulher que não cedeu pra você. mulher e pistache é a mesma coisa. e antes que alguma feminista de plantão me acerte de jeito na cabeça, sugiro comer um pistache. dos bons. e difícil de abrir. você vai ver que tudo não passa de um elogio.

quarta-feira, novembro 24, 2004

"e luana?"

[domingo. casal deitado no sofá. ela com a revista pais e filhos no colo.
ele tentando ler o caderno de esportes.]

- ...e daniela?
- não.
- fernanda?
- não.
- márcia?
- tem acento. não gosto de nome com acento.
- regina?
- não.
- ana? bruna? giovanna?
- não.
- então sugere um vc.
[silêncio]
- vai amor! o primeiro nome de mulher que vier a sua cabeça.
- luana! [sem pensar. de olhos fechados e com cara de tesão.]
- porra amor! pra sua filha? vc quer colocar toda essa pressão na menina? e ela ainda nem nasceu!
- [silêncio]
- amooor!
- hmmm...pensando assim...silmara então. isso--o nome dela vai ser silmara!

terça-feira, novembro 16, 2004

a corrida do sorvete.

você provavelemnete já comeu um petit gateau num restaurante. strudel de maça quente. tortinha de chocolate saindo fumaça. folhado de qualquer coisa queimando o céu da boca. qualquer um deles acompanhado com sorvete de creme. é sempre assim. qualquer sobremesa do cardápio é sempre algo fervendo com uma bola de sorvete bem servida. das grandes. e é aí que começa a aventura. a corrida do sorvete. é, a corrida do sorvete. segurando firme a colher de sobremesa, com o punho cerrado, você começa a comer o sorvete antes que ele derreta. é, porque a bosta dessas sobremesas é que a bola de sorvete chega sempre colada com um bolo fervendo de alguma coisa. resultado: no instante que o garçom coloca o petit gateau na sua mesa, a bola de sorvete começa a desmanchar. formando aquela poça espessa que se espalha pelo prato. e você não pode parar pra bater um papo com quem está na mesa. tem que correr. tem que socar colheradas grandes e fartas de sorvete na boca pra evitar que tudo vá pro caralho. e tem um porém. não basta salvar o sorvete. não, você também tem jogar um teco de bolo fervendo pra dentro junto. queimando o céu da boca e deixando marcas pela língua e lágrimas nos olhos. é, a sobremesa só funciona assim. porque se você entrar numa de salvar o sorvete e esquecer do bolinho quente ou do strudel de maçã borbulhante, a sobremesa perde a graça. é mistura que funciona. é a mistura que faz a diferença. pode notar. da próxima vez que você for a um restaurante, preste atenção, você vai ver uma dúzia de meninas raspando a colher freneticamente contra o prato de sobremesa. apostando corrida com a bola de sorvete. (se você se concentrar bem, periga escutar a trilha do filme "carruagens de fogo" ao fundo.) tentando manter o mesmo sorvete longe do vulcão de chocolate prestes a entrar em erupção no outro canto do prato. e tudo isso. tudo isso, enquanto tentam sem sucesso salvar o céu da boca. a corrida do sorvete. você ainda vai participar de uma.

quarta-feira, novembro 03, 2004

de onde viemos.

- mãe?
- oi.
- como é que eu nasci?
- pergunta para o seu pai.
[som de passos até o outro lado da sala.]
- pai?
- fala.
- como é que eu nasci?
- pergunta para a sua mãe.
[som de passos até o outro lado da sala.]
- mãe?
- oi.
- como é que eu nasci?
- pergunta para o seu pai.
[som de passos até o outro lado da sala.]
- pai?
- fala.
- como é que eu nasci?
- pergunta para a sua mãe.
[som de passos até o outro lado da sala.]
- mãe?
- oi.
- então foi assim que eu nasci ?
- como, meu filho?
- assim... depois desse vai e vem--entre você e o papai.

a teoria do íbis e o scooby-doo.

quem não se lembra dos desenhos do scooby-doo? eu era fã do salsicha. mas não é sobre isso que eu queria falar. eu queria falar sobre uma suspeita que eu tenho. algo que ficou muito claro nesse fim de semana. uma conspiração que pode ter implicações na formação geopolítica brasileira. tá bem...talvez eu esteja exagerando. mas é uma conspiração. e das grandes. lembra como terminavam os desenhos do scooby-doo? quando no final, ele a turma desvendavam os crimes? eles sempre apresentavam o criminoso e para grande surpresa, o criminoso não era quem a gente achava que ele era. ele estava sempre usando uma máscara ou uma fantasia. e por debaixo da máscara estava o verdadeiro criminoso. as vezes até debaixo de uma segunda máscara. então--observando essas últimas rodadas do campeonato brasileiro que o mengão luta pra não cair pra segundona, cheguei a conclusão que o time do flamengo é na verdade o time do íbis. o íbis para quem não sabe--é considerando oficialmente "o pior time do mundo." não é o júlio cesar que está levando aqueles frangos, é o gérson, goleiro do íbis--usando uma máscara com a cara do júlio césar. não é o jean que está perdendo todos aqueles gols feitos, é o derlei, atacante do íbis--e assim por diante. se alguém invadir o campo na próxima derrota do megão --preste atenção--pode ser o scooby e o salsicha. os dois com certeza vão tentar desvendar mais esse mistério.